OPERAÇÃO PENDULO - FICÇÃO

Atenção: Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com pessoas, nomes e obras é mera coincidência.


Desde a sua independência, no séc. XIX, Zamorra, pequeno país da América Central, foi dominado por oligarquias, formadas por latifundiários, descendentes dos colonizadores espanhóis. A população de origem indígena constantemente foi desprezada e descriminada.

Militar de Manizales, armado com uma submetalhadora UZI, montando guarda em frente a embaixada de seu país em Benícia.

A cerca de 30 anos houve um golpe militar e o coronel Hernesto Gonzales assumiu e exerceu o poder com mão-de-ferro. Porém devido a uma forte crise econômica, que levou o país a recorrer ao FMI e depois a falência, e a pressões internas e externas, Gonzáles decidiu renunciar e fugir de Zamorra.

Zamorra caiu em um caos completo, oligarquias rivais, armadas até os dentes, se digladiavam pelo poder, e o povo ficava em pleno fogo cruzado. A Guarda Nacional, enfraquecida e desmoralizada, pois muitos dos seus oficiais superiores também fugiram do país, era quase inoperante e foram muitos os massacres nas aldeias no interior do país e confrontos na capital Benincia, que ela não pode impedir.

Por quase três anos Zamorra viveu um clima de confusa guerra civil, onde três milícias lutavam entre si: o Partido Republicano (que apoiava Gonzáles e que era conservado e nacionalista), o Partido Liberal (reformista, que apoiava uma reforma agrária gradual e um processo de maior autonomia para as comunidades indígenas) e o Partido Kaeno (partido indígena, que lutava pelos direitos do índios e a queda das oligarquias).  

Tanto a OEA - Organização dos Países Americanos, quanto a própria ONU - Organização das Nações Unidas, não chegaram a um consenso sobre como lidar com essa crise. Diante de tanta hesitação o presidente Mário Guzmán da República de Manizales apresentou a OEA um plano de emergência para parar com a carnificina, pois o clima era mito tenso em seu país e a população civil sofria horrores a cada dia do conflito.

Um dos argumentos fortes de Guzmán é que aldeias indígenas do lado da fronteira de Manizales tinham sido atacadas por milícias zamorranas não identificadas e que isto estava trazendo muito instabilidade para a região. Manizales estava localizada na fronteira norte de Zamorra.

Por conta própria o seu país enviaria uma Força de Paz a Zamorra, que estava na fronteira sul de Manizales e após isso emissários da OEA, sob a proteção de soldados manizalos iriam iniciar as conversações para a montagem de um governo de união nacional.

Tão logo o plano foi aceito, pois nenhum país queria naquela época enviar tropas para aquele vespeiro, o presidente Mário Guzmán enviou a suas tropas, que agiram de forma implacável com blindados, helicópteros e aviões contra as milícias rebeldes, que sem nenhum armamento mais pesado, além de lança rojões e com pouco treinamento tático, ruíram perante o avanço manizalo.     

Porém algo estranho estava acontecendo, algo que não estava de acordo com os planos. O tempo passava e nada de Guzmán dá sinal verde para os negociadores da OEA se instalarem no país. Nada estava sendo feito para restabelecer a democracia em Zamorra, sob a alegação de que ainda havia muito insegurança nas ruas e toda semana aconteciam "atentados a bomba".

 

Outra coisa que chamou atenção foi que a milícia do Partido Republicano a cada dia que passava estava mais bem armada e contava abertamente com o apoio das forças de Guzmán.

 

Agora os homens desta milícia possuíam até lança-rojões lança-chamas, e uma boa quantidade de fuzis de assalto AK-47. 

Grupos de exilados Zamorra constituídos por partidários Liberais e Kaenos começaram a fazer muito barulho em frente a sede da OEA e da ONU denunciando o que eles chamavam de "invasão de Zamorra" por parte das tropas de Guzmán, e exigiam

Miliciano republicano, em trajes paramiitares, transportando um morteiro de 60mm. As forças republicanas foram secretamente armados pelos  manizalos.

 imediatamente uma força de paz da ONU em seu país. Os gritos das ruas não foram ignorados e diante de uma liberação dos EUA, para uma ação militar  na América Central, uma força de paz começou a ser formada. Essa força de paz seria composta pelos seguintes países: Brasil (que lideraria a força); Chile, Filipinas e República Tcheca. Em questão de dois meses após a liberação dos EUA a UN Operation in Zamorra (ONUZAM) já estava a caminho de Zamorra.

Havia um certo receio de que as tropas de Guzmán impedissem o desembarque dos capacetes azuis no porto e no aeroporto de Benincia. Mas para inibir qualquer ação contraria aos desembarques um grupamento anfíbios dos USMC, apoiado por um porta-aviões americano inicio "manobras" no Caribe.

Os primeiros meses da ONUZAM foram de relativa trégua, apesar das forças de Guzmán ainda não darem sinais sérios de que se retirariam do país vizinho. Foi quando a Força de Paz, através de seu serviço de inteligência, descobriu que havia um acordo, uma aliança, entre as forças manizalas e a milícia republicana, com o objetivo de frustrar qualquer acordo de paz no país, forçar a retirada da ONUZAM e estabelecer um governo republicano favorável a Guzmán, que neste momento buscava aliados regionais. O plano ia mais além, pois descobriu-se depois com o avançar das investigações que existia um plano de derrubar o helicóptero (provavelmente um Eurocopter AS-532 EU Cougar da AvEx) que transportaria o Secretário-Geral da ONU em sua visita a Benincia que ocorreria nos próximos 30 dias. Ho Young Park, sul-coreano, estava no cargo de Secretário-Geral a seis meses e essa era a primeira intervenção de uma força de paz de seu mandato. Park queria imprimir uma nova imagem para a ONU de determinação, rapidez e eficiência, e esperava com a sua visita atingir esses objetivos.

Republicanos e manizalos esperavam criar uma crise de desconfiança em Zamorra, com a derrubada do helicóptero de Park, pois a culpa seria atribuída a partidários kaenos. Os republicanos diante do ataque solicitaria o apoio aberto de Guzmán pois não se sentiam protegidos pela ONUZAM, que não pode nem assegurar a vida do Secretário-Geral e solicitaria a retirada da força de paz.  

A arma usada seria um lançador de mísseis antiaéreos russo IGLA 9K 310, de 70mm, com alcance máximo de 5.200m e altura máxima de 3.500m. Esse míssil não era usado pelas forças manizalas, que usavam o Strela SA-7 Grail. Segundo informações da Inteligência pelo menos um lançador e 4 mísseis foram contrabandeados para Benincia e estavam escondidos em algum reduto republicano no centro da cidade, perto do aeroporto. As suspeitas recaiam sobre a Zona Portuária e um pequeno prédio de 3 andares no Centro, onde antigamente funcionava um agencia bancária e hoje era usado como deposito pela milícia republicana. Esse prédio tinha uma entrada principal que dava para uma avenida, uma estrada de serviço e a entrada para a garagem subterrânea, que davam para um rua secundária. Era um prédio de esquina e os seus fundos e lado esquerdo estavam "colados" em outros prédios. Do outro lado da avenida havia uma praça e do outro lado da rua secundária havia um grande estacionamento.

Lançador de mísseis antiaéreos russo IGLA 9K 310

A área do Centro onde estava esse prédio era dominada pelas republicanos. Na verdade Benicia estava dividida em 4 áreas: O bairro Aeroporto e Milagres e parte do Centro estava sob o forte domínio da ONUZAM; A Zona Norte da cidade estava sob o domínio da milícia liberal; A Zona Sul, a Zona Portuária e a parte restante do Centro sob o domínio da milícia republicana e a Zona Leste, separada por um anel viário, onde ficava a periferia e área mais pobre da cidade, era dominada até certo ponto pelos kaenos.

Para investigar melhor o prédio o Capitão James da Silva (S3-EB) e um informante foram tirar algumas fotos do local, pois planejava-se montar um PO (Posto de Observação) próximo ao local para monitorá-lo. Quando Silva tirou sua segunda foto do prédio foi abordado por dois milicianos, que se aproximaram sem que o Capitão percebesse. Silva estava tirando as fotos por detrás de umas colunas de um prédio a 50 metros do depósito da milícia republicana. Tirou rapidamente as fotos, ensacou a máquina fotográfica e já ia se dirigindo para o seu carro estacionado do outra lado da rua, em frente a uma praça, onde o informante já estava ao volante com o motor ligado, quando os dois milicianos o abordaram.

Eles estavam armados com AK-47s e perguntaram a Silva o que ele estava fazendo. Ele disse que era reporte (essa era a sua história de cobertura) e que estava tirando fotos da cidade. Os milicianos o revistaram e não encontraram nenhuma arma (Silva estava desarmado mesmo), conferiram os seus documentos e pediram a máquina. Silva receou um pouco mas com dois fuzis automáticos apontados para ele não se tinha muito que fazer.

A câmara fotográfica era digital, e ao ver as duas fotos do depósito republicano nelas a postura dos milicianos passou de desconfiada para violenta. Eles gritaram com Silva mandaram virar para a parede com as mãos na cabeça e pelo rádio chamaram um furgão, que chegou imediatamente. Silva teve as suas mãos amarradas e o jogaram dentro do veículo. Seu destino: o interior do depósito republicano.

Vendo a tudo isto, inclusive quando Silva foi levado para a ex-agência bancária, o informante saio depois do local com o carro e telefonou para um número de contato que ele tinham e informou a inteligência do contingente brasileiro da ONUZAM o que tinha acontecido. Ao informante foi ordenado voltar imediatamente para as imediações do local para se certificar se o brasileiro ainda permanecia no prédio. Imediatamente foi acionada uma operação de resgate e escutas telefônicas confirmaram que Silva estava no local e um discreto PO foi montado para vigiar melhor o local.

Na história de cobertura o Capitão afirmaria que era repórter, as suas credencias confirmaria isso, e ele diria que estava investigando o contrabando de armas e alimentos por parte das forças ONUZAM e que um telefonema anônimo indicou o prédio como possível local de estocagem de alimentos contrabandeados enviados pelos ONU. Por isso a razão das fotos. O pessoal do QG das forças brasileiras esperavam que essa história de cobertura fosse suficiente para dar tempo de uma força de resgate tirar Silva do prédio.

Porém uma oportunidade se apresentou, uma oportunidade de ocasião: Se uma força de resgate entraria no prédio para resgatar silva, e havia suspeitas de que ali dentro se guardava o lançador IGLA e seus mísseis, por que não unir o útil ao agradável, resgatar Silva e apreender ou destruir o armamento ali encontrado?

O Capitão James da Silva foi preso às 16:47 e foi decidido no QG conjunto da ONUZAM que ele teria que ser libertado o mais rápido possível, pois talvez não suportasse a tortura, entregado a sua identidade e missão, colocando a sua vida em alto risco, além de alerta os milicianos de que eles estavam sendo vigiados e que seu plano de assassinar o Secretário-Geral da ONU estava sendo investigado.

Uma operação de resgate conjunta foi imediatamente montada. Como o militar capturado era brasileiro, caberia as forças de seu país a participação direta na ação de resgate, as demais forças da ONUZAM daria todo suporte necessário. Os homens usados na operação seriam do Exército Brasileiro, mais precisamente pertencentes a 3ª Companhia de Forças Especiais (3ª Cia F Esp) em seu turno com a ONUZAM e do Corpo de Fuzileiros Navais. Este últimos pertenciam ao Batalhão de Operações Especiais dos Fuzileiros Navais, o "Tonelero", conhecidos como Comandos Anfíbios, ou simplesmente COMANFs.

A força de resgate estaria dividida nas seguintes equipes:

  • Equipe de resgate: formada por 4 homens armados com fuzis M-4 de 5,56mm, pistolas 9mm, escopeta Franchi SPAS-15 (calibre 12) e granadas.

  • Equipe de captura de equipamento: formada por 6 homens armados com fuzis M-4 de 5,56mm, pistolas 9mm, escopeta Remington 870, granadas e cargas com explosivos C4.

  • Equipe de apoio de fogo: que estaria posicionada para varrer os lados do prédio, onde haviam entradas. 

    • 2 homens com FN Minimi, com "caixas" de munição para remuniciamento rápido.

    • 1 homem com um fuzil Barret M82 de .50 pol (antimaterial) e seu observador.

    • 1 homem com um fuzil sniper e seu observador. O fuzil em questão era o Imbel Fz .308 AGLC.  O AGLC, de fabricação brasileira, era uma arma de precisão baseada na ação Mauser, de reconhecida e inegável confiabilidade e segurança. Tinha um cano flutuante, tipo “match”, forjado a frio e adaptado para o tiro com luneta, e usava munição 7,62 x 51mm.

  • Equipe de Reação Rápida - 1: Seria formada por uma força blindada estacionada a alguns quarteirões do prédio. Em caso de ser acionada estaria no local no máximo em cinco minutos. Era composta por um veículo blindado Cascavel EE-9 (CFN) e três transportes de tropas blindados EE-11 Urutu (EB), dois deles destinados para transportar as equipes da força de resgate se necessário. Havia também dois Land Rover 110 Saicã (galho seco em guarani) com kit de blindagem, fortemente armados com metralhadoras MAG 7,62mm e mísseis AT-4. Esse veículo além de transportar o comandante e o motoristas pode levar mais quatro homens. O Saicã possui na sua parte traseira caixas para armazenamento para 04 óculos de visão noturna, 02 binóculos, 04 para máscaras contra gases, local para duas redes de camuflagem com seu ferramental, compartimento para levar dois mísseis AT-4 e quatro cofres de munição calibre 7,62mm, totalizando 4.000 tiros, além de levar um suporte de reparo terrestre da metralhadora MAG que pode ser operada fora do veículo.

  • Equipe de Reação Rápida - 2: Estacionada no aeroporto era formada por dois S-70A Black Hawk da AvEx, armados com metralhadoras. Dependo da situação poderiam ou não ser acionados para transportar mais tropas para o local do resgate, dá apoio de fogo ou simplesmente serem acionados para retirarem tropas e feridos do local de combate.

  • Equipe de Comando e Controle: O , estaria sobrevoando o local do resgate a bordo de um AS-365K Pantera, para coordenar toda a missão. 

  • Equipe de Observação: O pessoal do PO, 3 homens, estava monitorando o local de um apartamento no sétimo andar de um prédio de dez andares que estava a umas seis quadras. Devido a distância eles não poderiam dar nenhuma apoio de fogo, mas tinham uma visão limpa do depósito e de suas três entradas (principal, de serviço e garagem subterrânea).

  • Equipe de transporte: Formada pelos três motoristas dos furgões.

Land Rover do EB com kit de blindagem

As equipes de resgate, captura de equipamento e de apoio de fogo chegaram ao local em furgões civis com portas laterais e sem nenhuma identificação e um caminhão Unimog 4x4 também sem identificação (usado pela equipe de captura de equipamento) às 21:15. Segundo informações da Inteligência a noite apenas um homem montava guarda do lado de fora do depósito, diferente das manhãs e tardes quando dois outros milicianos auxiliavam na segurança externa. Foram esses que prenderam o Capitão Silva.

O assalto ao prédio foi marcado para às 22:00 pois neste horário o momento nas ruas do Centro era quase mínimo e a coleta de lixo realizada por caminhões grandes e lentos também já teria se encerrado. Com as ruas livres ficaria mais fácil a fuga das equipes em direção ao bairro Aeroporto. Seria um percurso de cerca de 8 minutos em uma velocidade média de 60km/h.

Quando a equipe de apoio de fogo se posicionou os seus atiradores comunicaram que estavam a postos. O comandante da missão a bordo do Pantera disse para o atirador com o Imbel que o seu tiro que eliminaria o guarda externo do depósito iniciaria a ação e assim que ele estivesse preparado poderia realizar o tiro. Eram 21:55.

As 22:03 o atirador efetuou o seu disparo que atingiu em cheio o miliciano que caiu sem vida segurando o seu AK-47. A partir deste instante iniciou-se um frenesi em volta do prédio. As equipes de resgate e captura de equipamento  foram deixadas cada uma em sua posição. A primeira em frente ao prédio. O seu furgão estacionou silenciosamente a poucos metros da entrada principal que era uma larga porta de vidro fumê. De dia não se via nada lá dentro, mas a noite, por incrível que pareça, quem estava lá dentro que não via nada que estava do lado de fora. Por isso se mantinha um guarda do lado de fora. A segunda equipe parou em frente a entrada da garagem onde havia um portão eletrônico. Esse equipe só entraria depois que a equipe de assalto entrasse.

Na porta da frente as coisas aconteceram bem rápido. Uma pequena carga explosiva foi detonada contra a porta de vidro que se estilhaçou completamente. Ao ouvir o estrondo na frente do prédio a equipe de captura de equipamento também detonou pequenas cargas contra o portão e entraram no depósito.

Havia um guarda na recepção do prédio sentado atrás de uma mesa que foi eliminado rapidamente com tiros de uma M4, a equipe passou voando pela recepção tomou uma escada que ficava a esquerda e tinha dois lances e foram direto para a terceira porta do primeiro andar no setor administrativo, pois segundo uma informante das forças chilenas, ex-republicana que queria cidadania chilena e que trabalhou naquele prédio, era ali que as vezes eram levadas pessoas para serem interrogadas. Um miliciano apareceu no corredor e foi prontamente eliminado.

Mais uma vez o equipe entrou com rapidez e violência, granadas de fumaça foram detonadas e... bingo! O Capitão James da Silva estava num quarto ao lado em uma pequena cela. Ele estava acordado e um pouco apavorado. Ninguém mais estava na sala (o cara do corredor era seu carcereiro). A porta da cela foi arrombada e todos saíram rápido do local.

Já perto da porta principal os brasileiros escutaram um estrondo, como uma explosão... E era mesmo!

O seu furgão tinha sido atingido por trás, do lado esquerdo, por um foguete propelido lançado por um lança rojão RPG. Um miliciano que morava ali perto ouvia a explosão da porta da frente e saiu armado com seu RPG ao ver o furgão na frente do prédio e os vidros no chão decidiu destruir o veículo, pois acertadamente conclui que o depósito miliciano estava sendo atacado.

O pessoal da equipe de apoio de fogo ficou bem agitado mas manteve a disciplina de seus disparos. O miliciano estava debaixo de uma marquise por trás de uma mureta e não pode ser visto nem pelo AS-365K e nem pelo atirador do rifle AGLC. Mas o atirador do Barret podia vê-lo muito bem e a mureta não foi nenhum problema.

Dentro do veículo atingido estava o cabo Rafael Moraes (CFN), ele era o motorista e esperava no furgão com o motor ligado. Rafael estava bem ferido do seu lado esquerdo na perna e braço.

Durante o tempo em que a equipe de resgate entrava para salvar o Capitão Silva, a equipe de captura de equipamento fazia uma busca na garagem e num pequeno depósito no sub-solo do prédio. Sem muito trabalho eles encontraram os 4 mísseis e o lançador escondidos dentro de caixas, debaixo de umas lonas. Não havia nenhum inimigo no local e as caixas foram levadas para para o Unimog. Quando estavam terminando de embarcar as caixas ouviram a explosão em frente ao prédio.

O Oficial de Operações a bordo do Pantera ordenou que dois homens da equipe de resgate levassem Silva para o Unimog e que dois homens da equipe de captura de equipamento fossem para a frente do prédio ajudar a retirarem o cabo Moraes dos escombros. Quando esses últimos chegaram ao local da explosão o cabo já estava sendo atendido.

Com o capitão e armamento russo a bordo, o Unimog recebeu ordens de se retirar em direção ao bairro Aeroporto em alta velocidade. A equipe de reação 1 foi acionada: os dois landrovers armados iriam pegar o cabo Moraes e os outros quatro operadores, levariam a todos para o Hospital de Campanha, localizado ao lado do Aeroporto Internacional; Os veículos blindados se aproximariam mais da área de ação, mas sem serem notados, para serem acionados para cobrirem qualquer outra emergência. A equipe de apoio de fogo fogo a posto e o pessoal do PO também. Esse era um momento muito delicado da operação.

O pessoal em frente ao prédio levou o cabo para o outro lado da rua onde podia receber melhor cobertura da equipe de apoio de fogo e se abrigaram atrás de umas latas de lixo. O cabo estava muito mal e tinha perdido muito sangue.

Cinco minutos após o Unimog partir chegaram os landrovers. Todos embarcaram nos veículos. Mas não deu para um dos homens ir junto, pois se precisava de mais espaço para levar o cabo ferido. Sem lugar nos veículos o Sargento Rodrigo correu para onde estava a equipe de apoio de fogo e embarcaria com eles de volta para a sua base.

Os landrovers saíram bem na hora pois quatro ou cinco minutos depois começaram a chegar reforços republicanos ao local. Rodrigo e seus companheiros já tinham embarcado no furgão e saído do local. Os blindados da equipe de reação rápida 1 então receberam ordens de tomarem uma rota alternativa e regressarem à base, evitando ao máximo qualquer contato com o inimigo.

Epílogo

Apesar de bastante machucado (perdeu um dente) o Capitão James Silva estava bem. Não falou nada da missão e ainda ouviu mais coisas que incriminavam os milicianos. Já o cabo Rafael Moraes passou horas na sala de cirurgia e teve que ser enviado de volta para o Brasil para se recuperar. Ele perdeu 30% da visão do olho esquerdo e dois dedos do pé esquerdo. Mas sobreviveu.

Com os mísseis IGLA e muito material de escuta eletrônica como prova, ficou comprovado para a ONU que as milícias republicanas apoiadas por militares do serviço de informações de Manizales arquitetaram um complô para matar o Secretário-Geral da ONU, Ho Young Park.

O empenho do secretário em prender os culpados foi grande. Ele não admitia que a ONU fosse desacreditada ou ameaçada em suas missões com seus capacetes azuis e queria dá o exemplo. A pressão contra Guzmán foi tremenda, o presidente dos EUA e o primeiro-ministro britânico exigiram providências e pressões econômicas comeram a acontecer para se encontrar os culpados e que as tropas manizales se retirasse de Zamorra.

Guzmán jogou toda a culpa sobre o General de Brigada Alfredo Contreiras, chefe do SEI - Serviço Especial de Informações de Manizales. Ele foi acusado de traição, por ter tramado o assassinato do Secretário-Geral sem ter recebido nenhuma autorização para isso. Contreiras foi demitido, e foi expedido um mandato de prisão contra ele. O General "fugiu" para o interior do seu país e desapareceu em alguma fazendo. A Policia Nacional de Manizale não conseguiu encontrá-lo, mesmo intensificando as buscas. Na verdade Contreiras assumiu a culpa, recebeu uma boa grana e lhe foi prometida anistia, só não poderia sair mais do país, coisa que ele não fazia mesmo.

Mas em Zamorra a coisa foi diferente. Totalmente desacreditadas as forças de Manizales se retiraram do pais em 25 dias e para vários cabeças da milícia republicana foram expedidos mandatos de prisão, que começaram a ser compridos pelas forças da ONU... mas essa é outra história que contaremos depois.


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Assunto: Operação Pendulo