Marechal de Campo Rommel - LÍDERES

No outono de 1941, uma figura havia alcançado, no teatro da guerra do deserto, uma fama que era quase mítica: Erwin Rommel.



No começo de 1942, falando na Câmara dos Comuns sobre desenrolar da guerra na África do Norte, disse Winston Churchill: "Temos pela frente um adversário arrojado, hábil, e, permitam-me termo, um grande general". Poucos soldados mereceram de seus adversários tão generosos elogios. Tempo atrás o franceses fizeram homenagem semelhante Duque de Marlborough. Na verdade ambos comandantes, possuíam muita coisa em comum. O bem-estar dos comandados era para ambos motivo de preocupação constante, assim como consideravam de importância vital apoio logístico. A mais importante virtude que os dois notáveis militares possuíam, o grande trunfo que os levou a tantas vezes prevalecer sobre os adversários, era. sem duvida o domínio da noção do tempo e espaço e do valor da conquista do ultimo para poupar o primeiro.

Rommel foi um militar de coragem, que sem nenhum meio extra para ascender na carreira militar, usou de suas qualidades pessoas, perspicácia, de imaginação e força de caráter, que se baseou para conquistar o enorme prestigio que granjeou como um dos maiores generais, senão o maior, da Segunda Guerra Mundial.

Rommel nasceu em Heidenheim, aproximadamente 40 km de Ulm, no estado de Württemberg, sendo batizado em 17 de Novembro de 1891. Foi o segundo filho do professor protestante Erwin Rommel, reitor de escola secundária em Aalen, e Helene von Luz, filha de um proeminente dignitário local. O casal teve ainda outros três filhos, dois meninos, Karl e Gerhard, e uma menina, Helene. O seu irmão mais velho, Karl Rommel, entrou como voluntário no Exército se tornando piloto de reconhecimento, sendo admitido somente nos últimos exames. Já Gerhard Rommel, o seu irmão mais novo, se tornou cantor de Ópera.

Aos quatorze anos, Rommel e um amigo construíram um planador em tamanho natural que voava, embora não muito longe. O jovem Rommel queria ser mecânico e desejava se tornar um engenheiro aeronáutico, mas ingressou no Exército devido às insistências de seu pai que o recomendou para o Exército Württemberg, descrevendo ele como "próspero, de confiança e um bom ginasta".

De início foi rejeitado pela artilharia e engenharia do Exército, sendo mais tarde, em Março de 1910, chamado para fazer o exame médico para admissão, sendo neste exame detectado uma hérnia, mas foi aceito mesmo assim como cadete.

Seu pai assinou a documentação necessária e pagou o uniforme de Fahnenjunker, entrando no seu regimento no dia 19 de Julho de 1910, aos 18 anos de idade, no 124º Regimento de Infantaria de Württemberg de onde foi enviado para a Escola Real de Oficiais Cadetes de Danzig, terminando o seu treinamento no mês de Novembro de 1911. Nesta época, Rommel conheceu Lucie Mollin, de 17 anos, dançarina, que estava em Danzig para estudar línguas, tendo os dois logo se apaixonado.

Primeira Guerra Mundial
Foi promovido para o posto de Tenente em Janeiro de 1912 e o 124ª Regimento de Infantaria foi enviado para o antigo monastério de Weingarten, próximo de Stuttgart. Pelos próximos dois anos Rommel passou treinando os novos recrutas, sendo nesta época pouco popular com os outros recrutas pelo fato de não consumir bebida alcoólica e não fumar, dedicando-se unicamente ao serviço militar.

O tenente Erwin Rommel casa-se com a jovem Lucie Marie Mollin em 1916.

Foi enviado para o 49ª Regimento de Infantaria no dia 1 de Março de 1914 permanecendo na área de Ulm, próximo de sua casa, onde se tornou comandante de uma bateria nesta unidade. Permaneceu por mais de dois anos nos campos de batalha contra a França em que afirmava que ás vezes dava para ouvir os tiros das execuções realizadas pelos franceses contra prisioneiros de guerra.

No mês de Setembro, enquanto estava em Varennes, foi ferido em sua coxa esquerda por um tiro de rifle que havia recocheteado e acabou atingindo-o, tendo em seguida entrado num combate corpo-a-corpo contra três soldados franceses pelo fato de seu rifle estar sem munição. Foi condecorado com a Cruz de Ferro de 2ª Classe por este fato.

Devido aos ferimentos sofridos, permaneceu fora de combate por vários meses, retornando para o seu Regimento no dia 13 de Janeiro de 1915, onde logo participou de um combate em trincheiras na Floresta de Argonnes. Duas semanas mais tarde avançou com um outro soldado por cerca de 100 metros num terreno com arame farpado contra as posições inimigas onde conseguiu capturar quatro bunkers inimigos, ajudou a sua unidade contra um ataque de um batalhão inimigo e em seguida ajudou a sua unidade a recuar após um contra-ataque francês, tendo a sua unidade perdido somente doze soldados. Por estes novos atos de bravura foi condecorado com a Cruz de Ferro 1ª Classe.

Foi novamente ferido em combate em no mês de Julho e no mês de outubro foi colocado no comando do recém-formado Batalhão de Montanha Württemberg, formado após um ano de treinamento, contando com seis Companhias de Fuzileiros e seis Pelotões de Metralhadoras de Montanha. Após a formação, foram enviados para a Romênia para combater os russos. Theodor Werner, um dos comandantes destes pelotões uma vez disse que "quando havia perigo, ele sempre estava em nossa frente nos chamando para segui-lo. Ele parecia não conhecer o medo. Os seus homens o tornaram um ídolo e tinham fé nele."

Antes, num período de folga, casa-se em Danzig a 29 de Novembro de 1916 com Lucie Marie Mollin, sua companheira até o fim dos seus dias.

No mês de Janeiro de 1917 Rommel já era comandante de um Abteilung e de um destacamento contendo de três a sete companhias de montanha. O seu batalhão permaneceu na França até Julho do mesmo ano e após foi enviado para o fronte romeno, sendo ferido por um disparo apenas dois dias após a sua chegada, no dia 10 de Agosto de 1917, desta vez no seu braço esquerdo, fato que o fez afastar-se do comando por dois meses. No dia 26 de Setembro o seu batalhão foi enviado para o norte da Itália.

Os italianos haviam entrado na guerra contra a Áustria em 1915 com o objetivo de tomar de volta o porto Adriático de Trieste, tendo ocorrido até o momento da chegada de Rommel onze batalhas no rio que faz a divisa, o Isonzo. No seu 20º ataque, os italiano, utilizaram 5 divisões de infantaria com centenas de armas pesadas causando grandes baixas aos soldados austríacos que pediram auxílio.

A ajuda logo veio com a criação do 14º Exército Alemão, sob comando do General Otto von Bellow, que foi enviado para a área. Nas unidades sob seu comando estava a de Rommel que chegou no local no mês de Outubro de 1917. Logo ao chegar percebeu que as condições de batalha naquele fronte era bem diferentes do que ele havia encontrado na França pelo fato de o terreno ser bem mais acidentado.

O General von Below atacou pela parte sul do rio Isonzo tendo como principais alvos o Monte Mataiur, Monte Kuk, o cume de Kolovrat e a Colina 1114. Havia centenas de soldados italianos no alto destas posições e tantas outras centenas de construções que abrigavam as armas de infantaria para defendê-las. Na campanha desenvolvida nos Montes Cárpatos, Rommel sobressaiu-se novamente, tendo conduzido com sucesso uma companhia de infantaria de montanha e obtendo diversas vitórias.

Foi oferecido uma recompensa aos comandantes que atingissem estes objetivos primeiro, criando a disputa entres as unidades que vinham das províncias da Baviera, Silésia e Swabia. Um destes comandantes, o Tenente Ferdinand Schörner (Espadas de Cruz de Cavaleiro n° 23) atacou e tomou a Colina 1114 sendo condecorado com a Pour le Mérite, condecoração esta que deveria ser dada a Rommel segundo o comandante das unidades no local, o Major Theodor Sproesser, que numa reportagem de guerra havia informado que na noite anterior a unidade de Rommel havia encontrado uma passagem para entrar nas linhas italianas levando somente três horas para fazê-lo, tomando o Monte Kuk onde conseguiu aprisionar 40 oficiais e 1.500 soldados.

Outra condecoração havia sido disponibilizada pelo General von Bellow para o oficial que tomasse o Monte Mataiur, com 5.400 pés de altura. Se seguiu um intenso combate para a tomada do Monte que durou mais de 53 horas, tendo após este tempo os italianos começado a recuar, sendo feito mais de 120 prisioneiros e Rommel foi o primeiro a chegar ao seu topo. Às 11:40 ordenou que fossem acenadas uma bandeira branca e três verdes para comemorar o feito, tendo a tomada do monte custado a vida de somente um de seus soldados.

Na manhã seguinte a vitória foi anunciada pelo General Erich von Ludendorff, Chefe do Estado-Maior, e atribuída ao Tenente Walther Schnieber, comandante de uma Companhia da Silésia o que deixou Rommel extremamente furioso, mas nada pôde fazer.

No dia 4 de Novembro esteve a frente do 14º Exército chegando ao rio Tagliamento, onde combateu os italianos que tentavam atrasar o seu avanço. No dia 7 de Novembro a unidade de Rommel capturou uma passagem a 4.700 pés e dois dias mais tarde capturou outra passagem, se dirigindo para os sistemas de defesa de montanha italianos, onde a estrada em que seguia havia sido explodida, estando esta na face de um morro de 600 pés de altura, tendo de fazer a passagem pelo outro lado, numa ponte suspensa a 500 pés de altura.

Rommel e seus homens chegaram próximo de Longarone quando foram atacados por metralhadoras e rifles a uma distância de 600 metros da posição em que estavam, tendo entre eles o rio Piave, sendo derrubada em seguida a única ponte para a travessia do rio.

Ordenou que uma companhia e um pelotão fizessem a aproximação, seguindo Rommel juntamente com os seus soldados, tendo dezoito de seus soldados feito a travessia do rio sob constante fogo inimigo, logo após, mais soldados passaram para o outro lado, estabelecendo uma posição às 16:00 ao sul de Longarone. Após tomaram a estrada de acesso a cidade e a ferrovia, desarmando 800 soldados italianos.

Mais cinco companhias o seguiram na travessia do rio e seguiram o avanço em direção à Longarone. Encontraram uma barricada armada no meio da estrada protegida com metralhadoras, sendo obrigado a ordenar um breve recuo, estando numa situação complicada, onde havia 10 mil soldados italianos na sua frente e as tropas de Rommel estavam com um número muito reduzido, tendo apenas 25 soldados a sua disposição naquele momento, sendo todos feitos prisioneiros ao serem alcançados pelas tropas italianas, conseguindo apenas Rommel escapar para reagrupar o seu Abteilung.

Foram realizados seis ataques pelas forças italianas que tentavam tomar a posição em que Rommel estava, sendo atacados com metralhadoras e forçados a recuar todas as vezes. Recebeu apoio de seu superior, o Major Sproesser que enviou ajuda das suas unidades e de outras vindas da divisa austríaca, chegando na posição de Rommel no meio da noite.

No dia seguinte Rommel atacou juntamente com as novas forças, tendo em seguida o comandante italiano enviado uma carta em que anunciava a rendição das forças italianas nos arredores de Longarone, carta esta trazida pelo Tenente Schoeffel que havia sido feito prisioneiro de guerra e que ainda trazia mais de cem prisioneiros de guerra.

Após estes dez dias da Batalha de Longarone o batalhão de Sproesser perdeu 30 soldados e um oficial (caiu de uma montanha) e a unidade de Rommel capturou num único dia nesta cidade um total de 8.000 soldados italianos. Após estes feitos foi finalmente reconhecida a sua bravura pelo Kaiser e condecorado com a Pour le Mérite, sendo citado que a condecoração era por ter chegado a linha de Kolovrat, tomar o Monte Mataiur e por capturar Longarone.

Esta ficou conhecida como a Batalha de Caporetto, na qual seus homens capturaram 150 0ficiais, 9.000 homens e 81 canhões inimigos, contribuindo ativamente para a desintegração das posições defensivas italianas. Para seu desapontamento ele foi retirado da frente de batalha e destacado para um posto no estado-Maior, mas foi recompensado com a promoção para capitão e agraciado com a Pour le Mérite. Esta condecoração normalmente só era reservada para generais, e só foi concedida a poucos oficiais intermediários e subalternos antes de Rommel.

Entre Guerras
Terminada a Primeira Guerra Mundial, Rommel dedica-se a reestruturar o exército alemão derrotado na guerra e ao qual impunha-se uma série de limitações pelo Tratado de Versalhes. A monarquia tinha dado lugar a República de Weimar, nas ruas os comunistas, nacional-socialistas e outros grupos realizavam manifestações, tendo tornado o país num caos. Rommel era um jovem Capitão do Exército tendo 27 anos de idade. O Exército foi praticamente desmontado, ficando com uma força de cerca de 100.000 Homens. Rommel permaneceu no Exército ao contrário de muitos de seus colegas que saíram, pois ele não conseguia mais se imaginar vivendo uma vida civil.

Rommel foi enviado para Friedrichshafen, no Lago Constance onde comandou a 32ª Companhia de Segurança Interna, formada de marinheiros que zombavam de suas condecorações e se recusavam a obedecê-lo. Na primavera de 1920, Rommel participou de operações contra rebeldes em Münsterland e Westphalia.
No dia 1 de Outubro de 1920, foi enviado para Stuttgart onde comandou uma companhia do 13º Regimento de Infantaria, comando este onde permaneceu pelos próximos nove anos, sendo um dos 4.000 oficiais permitidos pelo Tratado de Versalhes. Nesta unidade ele estudou sobre as metralhadoras pesadas, motores de combustão interna e dedicou o seu tempo livre para os seus hobbys. Mais tarde foi com Lucie em 1927 para a Itália de motocicleta para mostrar a ela onde havia lutado na Primeira Guerra Mundial. No ano seguinte nasceria o seu filho Manfred Rommel em Dezembro de 1928. Na vida adulta o filho de Rommel se tornaria prefeito de Stuttgart, de 1974 até 1996.

Rommel foi enviado para a Escola de Infantaria de Dresden em 1º de Outubro de 1929, lá encontrou o instrutor Ferdinand Schörner,seu antigo rival da campanha italiana. Mais tarde Rommel acabou se tornando instrutor nesta escola, sendo um dos mais populares. Em Outubro de 1933, com 41 anos era major e foi posto no comando do 3º Batalhão do 17º Regimento de Infantaria em Goslar, nas montanhas no centro da Alemanha. Foi no dia 30 de Setembro de 1934 que Rommel teve o seu primeiro contato com o homem que de um jeito ou de outro, definiu o seu destino, este era Adolf Hitler, que havia chegado ao poder um ano antes.

Em 1935 o Tenente-Coronel Rommel foi enviado para Potsdam onde se tornou instrutor de uma nova Escola Militar, sendo declarada em março de 1935 a expansão da Wehrmacht sendo enviados para a Escola 250 novos cadetes, que marcharam pelo corredor tendo nas paredes deste a pintura de 40 marechais de campo alemães e prussianos sendo após recebidos por uma leitura de Rommel.

Em Setembro de 1936 foi chamado por Hitler onde ficou responsável pela segurança. Um dia, Hitler decidiu sair para dar uma volta de carro e queria que não mais de seis carros o acompanhassem, e ao chegar a hora marcada o quartel general de Hitler estava cheio de carros de ministros, generais e outras pessoas que apenas queriam ir junto nesta excursão. Rommel deixou somente seis carros passarem e bloqueou os demais, fechando a estrada com dois blindados sendo após parabenizado por Hitler.

No ano de 1937, Rommel faz um relato da sua experiência e observações pessoais, resgata as suas anotações que havia feito durante o seu tempo de Primeira Guerra Mundial e escreveu o livro Infanterie Greift an (Ataque de Infantaria) sendo vendidos 400.000 exemplares na Alemanha antes e durante a Segunda Guerra Mundial, valendo-lhe destaque nos círculos militares e atenção favorável de Hitler.

Em fevereiro de 1937 Rommel foi designado oficial de ligação do Exército alemão junto a  Baldur von Schirach, comandante da Juventude Hitlerista. Rommel também foi destacado para supervisionar o treinamento da força comandada por Schirach. Mas Rommel não gostou das novas funções e muito menos de ter de trabalhar com Schirach.

Em 1938 ele foi selecionado por Hitler para comandar o Führerbegleitbataillon, o batalhão da guarda pessoal de Hitler, tendo como missão escoltar o Führer. Numa dessas missões, Rommel teve de organizar uma escolta militar para que Hitler pudesse ir até os Sudetos, território em disputa com a Tchecoslováquia que recém fora adicionado ao território alemão no dia 30 de Setembro de 1938. Esta proximidade com o Führer fez com que Rommel tivesse contato direto com a cúpula nazista, como o chefe da Waffen-SS Heinrich Himmler, com o qual aparece numa fotografia estando num trem.

Ocorreu então a Anschluss com a anexação da Áustria sem ser disparado nenhum tiro e Rommel recebeu no dia 10 de Novembro de 1938 o comando da Academia de Guerra de Wiener Neustadt, próxima de Viena, sendo ambição de Rommel transformar o local na mais moderna Escola de Guerra (em alemão: Kriegsschule) do Reich.

Logo depois ele foi chamado por Hitler por duas vezes durante o mês de março de 1939 para organizar a sua guarda, a primeira foi no dia 15 durante a ocupação de Praga e no dia 23 no porto Báltico de Memel enquanto era realizada o retorno das tropas da Lituânia.

Rommel foi promovido para Generalmajor no dia 1 de Agosto de 1939 e vacinado contra Tifo, em preparação à Invasão da Polônia. Após receber uma carta em que era esperada a sua presença em Berlim para um novo serviço. Ao chegar se tornou o chefe do Quartel General de Hitler durante a Invasão da Polônia. Logo enviou uma carta para a sua esposa contando o acontecido.

Se apresentou formalmente à Hitler às 15:45 do dia 25 de Agosto de 1939 como sendo agora um novo general. Poucos minutos antes, Hitler havia saído de uma conferencia o ministro Joachim von Ribbentrop onde ele havia anunciado a Invasão da Polônia. Às 16:45, Rommel saiu com o seu batalhão de escolta do Führer, sob ordens deste, e se dirigiu para Bad Polzin, numa antiga via férrea na Pomerânia, próxima da fronteira com a Polônia, estando lá o Exército se preparando para a invasão.

O Batalhão de Rommel tinha um total de 16 oficiais, 93 oficiais não comissionados e 274 soldados alistados, estando equipado com 4 armas antitanque de 37 milímetros e 14 armas antiaéreas de 20 milímetros.

Segunda Guerra Mundial
com a invasão da Polônia foram disparados os primeiros tiros da Segunda Guerra Mundial, entrando Rommel em ação no dia 4 de Setembro ao chegar o trem do Führer, de codinome Amerika, vindo mais tarde o Heinrich, trem de Himmler e o dos jovens ministros do partido nazista, tendo Rommel organizado a segurança ao redor da Estação.

O pensamento de Rommel no princípio era de que Hitler estava fazendo apenas uma visita breve ao front, mas permaneceu por lá mais três semanas. Durante este tempo, Rommel visitava o front com freqüência para observar as táticas usadas nesse novo meio de guerra, a Blitzkrieg, onde as tropas faziam um avanço rápido enquanto que recebiam suporte aéreo para abrir caminho. No seu caminho ainda havia atiradores de elite poloneses escondidos nas florestas e encontrava as armas ultrapassadas polonesas destruídas ao lado da estrada.

Divisão Fantasma
Após a Invasão da Polônia, Rommel disse a Hitler que gostaria de comandar uma divisão, sendo indicado para dirigir uma Divisão de Montanha em Innsbruck ou Munique devido a experiência de combate que tinha e pela fama que conquistou atuando nestas unidades na Primeira Guerra Mundial. Mas Rommel não ficou satisfeito e pediu a Hitler para comandar algo melhor, como uma Divisão Panzer, pedido este recusado pelo chefe do Exército já que Rommel tinha experiência somente como oficial de infantaria e não tinha conhecimento sobre tanques, mas esta negação não foi aceita por Hitler que enviou um telegrama para Rommel no dia 6 de Fevereiro de 1940 para comparecer no dia 10 em Bad Godesberg, no Reno. Ao chegar recebeu o comando da 7ª Divisão Panzer.

A unidade de Rommel estava equipada com os tanques Panzer III e IV, com 20 toneladas, 320 cavalos de potência com um motor a gasolina e que atingia no máximo os 25 km/h, mas a maioria de seus tanques eram os 38T tchecos, que pesavam 9 toneladas e eram mais rápidso em relação aos Panzer, tendo um total de 218 tanques na unidade, sendo metade destes de fabricação checa. A divisão era formada principalmente pelo pessoal vindo da Thuringia.

A 7ª Divisão Panzer, juntamente com a 5ª Divisão Panzer (5ª Divisão Panzergrenadier SS Wiking) ficaram sob o comando do XV Corpo de Exército do General Hermann Hoth, estando este sob comando do 4º Exército do General Günther Hans von Kluge que avançaria sobre a Bélgica quando fosse dada a ordem do Führer, criando assim uma distração para as forças britânicas que se dirigiriam para a área com a finalidade de conter o avanço alemão, enquanto que a verdadeira frente de avanço seguiria a partir do Meuse, onde conseguiriam cercar as tropas Aliadas.

A Divisão foi movida do Rhine para a fronteira com a Bélgica, começando os ataques com a artilharia e o avanço blindado no dia 9 de Maio de 1940 na área de Wahn. Recebeu às 13:45 a palavra chave "Dortmund", que significava que o ataque pelo oeste iria iniciar às 5:45 do outro dia. Neste dia se iniciou uma grande ofensiva aérea onde não era possível se escutar nenhum disparo, somente as explosões dos belgas que derrubavam as suas pontes e destruíam as estradas. Às vezes Rommel avançava em seu Panzer III especialmente adaptado e outras avançava com o Panzer IV do Coronel Rothenburg, e outras vezes ainda sobrevoava o campo de batalha com o planador de observação Storch.

No dia 12 de Maio a divisão chegou no rio Meuser, cruzando-o às 4:30 com botes de borracha, onde sofreu muitas baixas, tendo cruzado na noite seguinte os seus tanques e armas pesadas por uma ponte que havia construído sobre o rio passando após pela floresta de Cerfontaine no dia 16 de Maio tendo na noite seguinte avançado 35 quilômetros, tendo como objetivo chegar até Avesnes. A essa altura a 5ª Divisão Panzer , que estava avançando juntamente com a unidade de Rommel, estava 30 quilômetros atrás, decidindo Rommel parar e esperar impacientemente pela sua chegada até que então escutou o ronco de tanques que se dirigiam para a sua posição e continuou o avanço imaginando que eram as forças da 5ª Divisão Panzer.

Na verdade os sons que Rommel ouviu foram de uma Unidade Blindada Pesada francesa que estava atacando a sua unidade pela retaguarda, conseguindo destruir alguns tanques ao alcança-la. Para responder ao ataque os Panzer IV de Hanke recuaram e contra-atacaram a unidade sozinhos, sendo este comandante recomendado por Rommel para receber a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro. Após continuaram com a avanço e chegaram até a ponte de Landrecies sobre o Sambre, tendo até este dia feito 3 500 prisioneiros.

Nos próximos 10 quilômetros de avanço a unidade deixou para trás centenas de tanques e veículos militares destruídos, muitos destes queimavam com soldados mortos e feridos em seus interior. O número de franceses que se rendiam era cada vez maior. Chegaram até o vilarejo de Pommereuil e entraram em formação no alto da colina próxima do local e Rommel disse:A sua rota agora será Le Cateau, Arras, Amiens, Rouen e Le Havre…encham os tanques, avante!.
Tomou a cidade de Cambrai com pequena oposição tendo neste dia, 19 de Maio, capturado 650 soldados inimigos e outros 500 no dia seguinte. Foi neste dia, 20 de Maio, que Rommel enfrentou pela primeira vez os soldados britânicos, que tentavam sair rapidamente do Bolsão de Flanders no dia 21, tendo a infantaria e as armas antitanques de Rommel passado a enfrentar os blindados pesados Matilda Mark II, sendo o seu avanço parado devido a um contra-ataque no setor de Arras.

O único meio encontrado por Rommel para conter o avanço dos Matilda era utilizar os disparos de Flak 88, tendo se seguido uma batalha sangrenta. Durante o avanço foram atacados por atiradores de elite Aliados que mataram muitos dos comandantes da 4ª e 7ª Companhia antitanque, tendo Rommel conseguido escapar.

No dia 27 de Maio Rommel recebeu o comando temporário de duas unidades da 5ª Divisão Panzer para atacar Lille, ajuda esta muito bem vinda, pois estes dois Regimentos estavam armados com os mais modernos blindados da Wehrmacht. Ao sair de uma reunião com os comandantes destas unidades, Rommel recebeu a notícia de que receberia a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro, mas estava determinado a dominar Lille primeiro, tendo esta ação auxiliado o bloqueio da Retirada de Dunquerque.

Foi iniciado uma operação do Primeiro Exército Francês para tentar tomar Lille de volta, tendo Rommel conseguido formar uma defesa eficiente, tendo aprisionado um total de 6 849 solados, capturou 48 tanques leves e destruiu 18 tanques pesados e 295 tanques leves.

Impressionado com as ações de Rommel, Hitler o chamou de volta para Charleville, na área de Ardenas no dia 2 de Junho de 1940 para discutir as ações dos últimos dias de combate na França, anunciando nesta ocasião que uma nova ofensiva iria começar no dia 5 de Junho.

No dia 5 de Junho a divisão de Rommel cruzou o Somme usando duas pontes férreas que o inimigo não havia derrubado, encontrando a resistência da artilharia que atacou durante muitas horas, seguido da infantaria que era composta por sua maioria de soldados negros que vinham de colônias francesas e nunca estiveram na França.

Chegou ao rio Sena onde tentou cruzar pelas pontes de Elbeuf que haviam sido derrubadas se dirigindo em seguida para Sotteville na meia-noite do dia 8 de Junho, chegando ao Oceano no dia 10 de Junho próximo de Dieppe, chegando 24 horas mais tarde em Saint-Valéry onde encontraram soldados britânicos e franceses que esperavam na praia para serem resgatados. Rommel anunciou que as tropas na praia deveriam se render às 9:00. Os franceses logo se renderam, mas os britânicos continuaram lutando, tendo Rommel ordenado um ataque de artilharia e um bombardeio. No dia seguinte os equipamentos estavam destruídos e restavam poucos soldados vivos, tendo o comandante do 9º Corpo Francês se rendido a ele, seguido por mais 9 generais britânicos. O Major General Victor Fortune, comandante da 51ª Divisão de Infantaria (Highlands) não gostou nenhum pouco do fato de ter de se render a um general tão jovem.

No dia 16 de Junho, Rommel e a sua unidade cruzaram uma ponte erguida pela Wehrmacht sobre o rio Sena. No outro dia Rommel ouviu pelo rádio que os franceses estavam pedindo a assinatura de um armistício, tendo então sido ordenado por Hitler a tomar as praias até a divisa com a Espanha, percorrendo 160 quilômetros no dia 16 e outros 320 quilômetros no dia 17 de Junho, tendo encontrado resistência somente no dia 18 de Junho em Cherbourg, mais importante porto marítimo francês da época. Embora tenha encontrado resistência neste dia, conseguiu avançar mais 350 quilômetros, sendo conhecida como a Divisão Fantasma pela velocidade com que se movia sem ser barrada pelos inimigos. Rommel encerrou a campanha na França com um total de 97 000 prisioneiros tendo perdido somente 42 blindados.

Erwin Rommel, comandante da 7 ª Divisão Panzer, demonstra satisfação diante de tropas aliados capturadas em em St-Valéry, 12 de Junho de 1940. Atrás dele o Major General Fortune da 51ª Divisão Highland não demonstra nenhuma alegria.

Com o final da vitoriosa campanha francesa a Alemanha passava a se preparar para uma possível invasão da Inglaterra permanecendo a 7ª Divisão Panzer na França por todo o verão de 1940.

Enquanto isso, Rommel foi convidado para participar do Filme Vitória no Oeste (título em alemão: Siege im Westen) pelo Ministro da Propaganda Joseph Goebbels onde foram encenadas as ações da Divisão Fantasma ao cruzar o Somme, sendo utilizados prisioneiros de guerra franceses negros para fazer as cenas da rendição de uma vila.

No dia 9 de Setembro foi chamado para comparecer na Chancelaria de Hitler sendo condecorado com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro com Folhas de Carvalho. Retornou para o Canal da Mancha no dia 14 de Setembro em Rouen, tendo nesta data quase todos os seus veículos blindados e caminhões embarcados, apenas esperando a ordem de invasão, mas se passaram semanas e esta ordem não foi dada, tendo decidido Hitler atacar em outro fronte. Foi novamente convocado para comparecer em Berlim no dia 6 de Fevereiro de 1941, onde recebeu as instruções para o seu novo trabalho.

Afrika Kosps - Norte da África



Benito Mussolini havia declarado guerra contra a Inglaterra e a França duas semanas após as forças destas nações terem saído de Dunquerque em Junho de 1940, tendo convocado todos os soldados que a Itália tinha na Líbia, sendo um total de 220 000 soldados, para iniciar um combate contra os britânicos no Egito e realizar a captura do Canal de Suez. Esta ofensiva teve inicio no mês de setembro de 1940 sob comando do Marechal Rodolfo Graziani. A ofensiva não avançou muito em território inimigo, chegando somente até Sidi Barrani. Foi oferecido auxílio de Hitler que pretendia enviar para a área uma de suas novas armas, as Divisões Panzer, que foram recusados, já que se consideravam capazes de controlar a situação.

Mussolini continuou a sua campanha em direção ao Nilo e em seguida a Albânia o que provocou o descontentamento de Hitler, já que tinha planos para a região e convocou o General Wilhelm von Thoma para enviar uma força Panzer para auxiliar os italianos, pois um possível fracasso poderia prejudicar muito as estratégias alemãs.

  

Tanques do Afrika Korps desembarcam na África.

Rommel foi nomeado comandante do Afrikakorps Deutsches (Afrika Korps) e chegou na África no dia 12 de Fevereiro de 1941 enquanto que as forças italianas estavam recuando através de Tripoli. No dia seguinte fez um vôo de reconhecimento com um Heinkel onde pôde ver as defesas existentes ao redor do porto de Tripoli.

Após Rommel sobrevoou o deserto de Sirte, vendo após a estrada construída pelo Marechal Balbo que ia de Tripoli até a fronteira egípcia. Rommel se encontrou com os Generais Gariboldi e o Chief of General Staff das forças italianas, Mario Roatta. Mais tarde jantou com os generais num hotel de Tripoli, onde foi perguntado por um dos presentes como havia ganhado a sua Pour le Mérite. Sem pensar duas vezes respondeu: "Longarone". Esta resposta não os agradou já que os italianos nunca aceitaram o fato de perder esta batalha na Primeira Guerra Mundial, o que encerrou as conversas entre eles naquela noite.

No dia 14 de Fevereiro de 1941 as primeiras tropas de Rommel começaram a desembarcar, entre elas estavam o 3º Batalhão de Reconhecimento e o 39º Batalhão Antitanque, sendo desembarcados na noite seguinte 6 000 toneladas de equipamentos, entre estes estavam: armas pesadas, munição, veículos de transporte e veículos blindados. No dia seguinte foi realizada uma parada militar assistida por Rommel e os generais italianos, além de muitos curiosos italianos e árabes. Era esperado por Rommel a chegada da 15ª Divisão Panzer e da 5ª Divisão Leve, sendo realizado uma parada militar quando havia chegado esta última em Tripoli. Para confundir as aeronaves de reconhecimento Aliadas, Rommel ordenou que fossem construídos centenas de tanques com árvores e restos de carros, fazendo parecer que a força alemã era bem maior. 

Na primavera de 1941, Rommel lançou uma ofensiva que expulsou os aliados para fora da Líbia, mas simplesmente não conseguiu penetrar o Egito e, acima de tudo, deixou atrás suas linhas, sob o domínio britânico, o importante porto de Tobruk, que apesar de cercada por terra a sua guarnição era mantida pela poderosa Marinha Real. O comandante de Tobruk era o general australiano, Leslie Morshead. Em socorro a Tobruk o comandante aliado Archibald Wavell lançou dois ataques para  levantar o cerco, as operações Brevidade e Battleaxe, mas ambas falharam.

Depois do fracasso da Battleaxe, Wavell foi substituído por Claude Auchinleck, que lançou uma grande ofensiva para libertar Tobruk, a Operação Crusader, que por fim teve êxito e permitiu aos Aliados reconquistar a Cirenaica. No entanto a sua ofensiva perdeu o fôlego quando suas tropas ficaram sem combustível, e foi nesse momento que Rommel contra-atacou. Em um clássico ataque blitzkrieg (guerra relâmpago), os britânicos foram flanqueados por Rommel em Gazala, cercado o ponto forte de Bir Hakeim e obrigou os britânicos a se retirarem rapidamente para evitar uma derrota completa. De novo, isolada e sitiada, Tobruk era tudo o que os britânicos tinham entre o Afrikakorps e Egito.

Operação Flipper - “A caça à raposa”

Em novembro de 1941 os britânicos lançaram uma operação para matar Rommel. A operação Flipper.

No outono de 1941, uma figura havia alcançado, no teatro da guerra do deserto, uma fama que era quase uma lenda: Rommel. Auchinleck, o general britânico, dizia referindo-se a Rommel: ... Fala-se muito a seu respeito. Rommel não é, certamente, um super-homem. Mas, ainda que fosse, não seria desejável que nossos homens acreditassem em seus poderes sobrenaturais. De modo que é necessário desvirtuar de qualquer maneira a idéia de que Rommel seja algo mais que um simples general alemão...

Entre as tropas do 8º Exército britânico existia grande admiração por Rommel e suas façanhas. Em apenas dois meses, Rommel havia mudado radicalmente o curso da guerra africana, obrigando o exército do General Wavell, que atacava, a recuar, e combater na defensiva. Por isso, o General Auchinleck foi enviado para substituir Wavell. Por sua vez, o General Alan Cunningham, encarregado de dirigir a ofensiva geral contra as posições alemães a 18 de novembro, teve a idéia de eliminar previamente Rommel, mediante uma furtiva e eficaz cilada. Algo muito ousado, por certo. Se conseguirmos eliminá-lo de qualquer modo que seja - dizia - conseguiremos semear a confusão no Afrika Korps. E foi assim que, dispostos a concretizar a idéia, alguns jovens oficiais propuseram um temerário plano de ação. Sabia-se, seguramente, que Rommel tinha seu QG na localidade de Sidi Rafa, a 375 km atrás das linhas alemães, e a 18 km do mar. O acesso ao local era possível por mar ou pela estrada paralela à costa. Atacando Sidi rafa poder-se-ia destruir o QG e matar o próprio Rommel.

Commandos britânicos em frente a casa onde Rommel se hospedava

Cunningham aprovou imediatamente a idéia. Foi esse o começo da Operação Caça à Raposa. Um plano excepcional, de uma audácia sem par, a ser executado na madrugada de 18 de novembro. Neste ponto surgiu uma questão: Quem comandará a operação?

A resposta não demorou. Havia entre eles um autêntico adepto da caça às raposas. Era Geoffrey Charles Ticker Keyes, do 2o Regimento dos Dragões Reais. Ex-aluno de Eton, e pertencente a uma aristocrática família britânica, Keyes manifestou-se ao ser informado: - Estou certo do sucesso, se me confiarem a missão...

Dispostos os planos para a operação, determinou-se o seguinte dispositivo: interviriam, na ação, três destacamentos. O primeiro, comandado por Keyes, atacaria exclusivamente a casa de Rommel, a meio quilômetro a oeste da cidade, e o QG alemão que se encontrava em Beda Littoria. O segundo destacamento sob o comando do Tenente Southerland, assaltaria o QG italiano em Cirene, e destruiria as comunicações telefônicas e telegráficas. Havia um terceiro grupo que sabotaria as comunicações entre Faidia e Lamdula. Dois submarinos, o Tobray e o Talisman, se incumbiriam do transporte dos soldados.

 

Às 20 horas da sexta-feira, 14 de novembro de 1941, os submarinos deixaram o porto. Eram 22 horas, quando os homens reuniram-se na coberta do submarino. Keyes, com serenidade e sangue-frio britânico, ordenou abrir várias garrafas de champanha reservadas para a ocasião. Às 23 horas, o tempo começou a piorar. De súbito s máquinas pararam. Fez-se silêncio. Os homens subiram à ponte. A visibilidade era escassa. A praia aparecia recortada ao longe, entre as sombras.

Keyes consultou seu relógio. Era a hora estabelecida. Deviam desembarcar. Rapidamente apareceram os botes de borracha. Foram inflados com bomba de bicicleta. Depois, jogados ao mar. Cada bote tinha capacidade para dois homens. O desembarque, que nos treinamentos se efetuava em uma hora, demorou seis.

No sábado, 15 de novembro, todos permaneceram ocultos num bosque próximo à costa. Nessa mesma tarde, começou a chover. Ao anoitecer do dia seguinte, às 20 horas, conseguiram chegar a 8 km de Sidi Rafa. Decidiram pernoitar numa caverna. Ao longe, no meio de um pequeno bosque, sobre uma colina, se erguia uma construção de dois andares. Ali estaria Rommel.

No dia 17 de novembro, às 18 horas, Keyes consultou seu relógio. Faltavam seis horas para começar a operação. Ainda chovia. Todos se mantinham tensos, prontos para a aventura, preparados para a caça à raposa...

E assim esperaram a meia-noite. Quando o relógio marcou 12 horas, os soldados deixaram o refúgio, e partiram debaixo da chuva. Três deles deviam inutilizar a instalação elétrica. Cinco vigiariam do lado de fora. O resto controlariam as barracas vizinhas. Junto a Keyes marcharam Campbell, Coulthread, Drori e Brodie. Engatinharam até uma sala vazia. Várias portas abriam-se de ambos os lados. Por qual entrar?

De repente uma delas se abriu e apareceu um soldado alemão, em atitude despreocupada. Ficou imóvel. Recuperou-se imediatamente e abriu a boca para gritar. Mas Campbell, rápido como um raio, lançou-se sobre ele e o derrubou com um certeiro golpe de seu punhal, que penetrou até o cabo, no corpo do alemão. O soldado caiu sobre uma mesa, arrastando na queda, um recipiente de cristal, que se estilhaçou estrepitosamente. Keyes, compreendendo o risco do incidente, que fazia perigar todo o êxito da missão, precipitou-se para outra porta. Abriu-a rapidamente. Dentro do quarto estava um grupo de soldados alemães, displicentemente sentados ao redor de uma mesa. Não escutaram o barulho? Tanto pior para eles. Lançou uma granada que levava em sua mão direita e atirou-se no chão. Mas, nesse mesmo momento, uma descarga de metralhadora, disparada por um soldado alemão, o atingiu, matando-o.

Seu sacrifício havia sido inútil. Como também o de seus companheiros. De fato, nesse mesmo momento, Rommel se achava muito longe dali...

No dia 18 de novembro, Rommel soube do ocorrido. Imediatamente deu ordem a seu capelão, reverendo Rudolf Dalmrath, que se dirigisse a Sidi Rafa, para dar sepultura cristã a Keyes. Depois de uma viagem de 36 horas, o sacerdote, chegou a tempo para o funeral. Um oficial colocou na tumba uma pequena coroa. Depois, uma cruz improvisada com ramos de ciprestes. Sobre a cruz, um papel com os seguintes dizeres: Em nome de Rommel.

 

A Operação Veneza

No dia 26 de maio de 1942 as tropas alemãs e italianas iniciaram outra ofensiva, denominada “Operação Veneza”, e cercaram Tobruk, empurrando as forças Aliadas de volta à fronteira egípcia. Tobruk caiu no dia 21 de junho, e as forças de Rommel perseguiram os britânicos até o Egito. A cidade de Tubruk se rendeu junto com seus 33 mil defensores. Somente em Singapura, naquele mesmo ano, mais tropas britânicas e do Commonwealth foram capturadas pelos japoneses. Em poucas semanas, os soldados aliados haviam sido empurradas de volta para o Egito.

Rommel, com a 15ª Divisão, observa o avanço de suas tropas

A ofensiva de Rommel finalmente parou em El Alamein em julho de 1942, a apenas 100 km de Alexandria. Rommel perdeu a primeira batalha de El Alamein, devido a uma combinação de problemas de abastecimento, táticas melhor dos Aliados e o fato de que os seus inimigos tinham quebrado as comunicações secretas alemãs criptografadas com a máquina Enigma. Os Aliados estavam com suas linhas de abastecimento mais custas e tinham chegado mais tropas para reforçar suas posições. A tática de Auchinleck de atacar continuamente as enfraquecidas tropas italianas durante a batalha, obrigou Rommel a usar o Deutsches Afrikakorps para tapar as brechas, perdendo assim a iniciativa, e a iniciativa da batalha passou para as mãos dos Aliados.

 Contudo, o Primeiro-Ministro britânico Winston Churchill substituiu os principais comandantes militares no Oriente Médio a despeito de eles haverem conseguido conter Rommel. Foram nomeados o General Sir Harold Alexander como Comandante Chefe das forças inglesas no Oriente Médio, e o Tenente-Coronel Sir Bernard L. Montgomery como Comandante do Oitavo Exército.

Com as forças britânicas de Malta para interceptar seus suprimentos no mar e tendo de cobrir longas distâncias no deserto, Rommel não podia indefinidamente manter a posição de El Alamein, pois não tinha combustível suficiente. No dia 30 de agosto de 1942 o Eixo lançou sua ofensiva final na campanha “Deserto Ocidental”. No entanto, em 3 de setembro, na batalha de Alam el Halfa, os britânicos conseguiram fazer parar as unidades do Eixo ao sul de El Alamein.

O temível canhão flak 18, 8.8 cm, conhecido simplesmente como 88,  do Afrika Korps, era implacável contra os blindados aliados

Rommel passava por problemas de saúde. Estava com problemas estomacais e intestinais, dilatação do fígado e deficiências circulatórias, e também estava atormentado pelo desânimo com a dificuldade aparentemente insolúvel de garantir o suprimento regular de suas tropas, e preocupado sobre o aparecimento das primeiras dúvidas sobre a vitória final do Eixo, deixou o norte da África em licença de tratamento médico. Visitou Mussolini em Roma, e depois foi para a Prússia Oriental para falar com Hitler. Apresentou seus argumentos. Sugeriu uma evacuação do Norte da África, a fim de resgatar as forças ali estacionadas para defender a Europa de uma invasão Aliada. Mas Hitler não lhe deu ouvidos e começou a falar sobre os novos tanques Tigre e os foguetes Nebelwerfer. Depois, retirou-se para Semmering, nas proximidades de Viena, a fim de tratar do problema do fígado e da pressão arterial irregular. Enquanto repousava, manifestou à esposa as primeiras dúvidas sobre Hitler, cujas política e estratégia absurdas, segundo ele, estavam provocando a derrota.

Havendo reunido tropas e recursos materiais, inclusive novos tanques norte-americanos, Montgomery atacou as forças de Rommel em El Alamein, no dia 23 de outubro de 1942. No dia 25 de outubro, viajou para Roma, onde soube que só um mero fio de suprimentos conseguia passar pelo Mediterrâneo, e chegou a Trípoli naquela noite. Rommel visitou a frente de luta no dia 26 e ficou estarrecido. Os britânicos dominavam o ar e o mar. Avisou Hitler, Mussolini e Kelssering (General da Luftwaffe, Comandante-em-Chefe no Mediterrâneo) que esperassem uma catástrofe.

Um Panzer III do Afrika Korps avança pelo deserto

No dia 3 de novembro, Rommel assumiu posição defensiva e tentou alguns contra ataques sem resultado. O combustível já estava faltando e as unidades italianas desmoronaram. Foi então que Hitler interveio e obrigou a Rommel manter suas posições, sendo proibido de recuar. Isso significava condenar o seu exército a destruição, por isso 24 horas depois Rommel decidiu, de forma insubmissa, ordenar uma retirada. Nenhuma ação disciplinar foi sofrida por ele, mas no espírito de Rommel ficou uma má impressão de seu comandante-em-chefe.

Com a esperança de preservar suas forças de combate para guerrear de uma posição estratégica mais eficaz, Rommel recuou rapidamente pela Líbia, abandonando a capital, Trípoli, em 23 de janeiro de 1943, e chegando à fronteira com a Tunísia uma semana depois.

Após a derrota em El Alamein, as forças de Rommel se limitaram a tentar emboscar o Exército britânico que perseguia as forças do eixo até chegar novamente a uma luta aberta pela Tunísia. Mas neste local a primeira batalha do Afrika Korps não foi contra os britânicos e sim contra os americanos do II Corpo do Exército dos EUA, que haviam desembarcado no Marrocos e na Argélia a poucas semanas, durante a Operação Tocha. Rommel infligiu um duro golpe as inexperientes forças americanas na batalha de Kasserine.

Rommel estava sempre ao lado de suas tropas, dividindo com elas todos os seus momentos.

Diante da Operação Tocha, Hitler e Mussolini decidiram aumentar as suas forças na África e imediatamente reforçaram Tunis e criaram o 5º Exército Panzer, sob o comando do Coronel General von Arnim, que não tinha a simpatia de Rommel. Chegado a Túnis em meados de dezembro, Arnim só encontra no local três divisões: a Divisão Broigh, esfacelada, a 10ª Panzer e a divisão italiana Superga. Duas outras chegam em janeiro: a 334ª Divisão de Infantaria alemã e a divisão italiana Imperiali; depois, em março, veio a divisão Hermann Goering. As unidades estavam bem desfalcadas, os batalhões alemães não iam além de 400 homens, as divisões italianas contavam com seis batalhões apenas e, incluindo os não-combatentes, o efetivo do 5º Exército não ultrapassava 76.000 alemães e 27.000 italianos.

Mas o reforço veio tarde demais e diante da forte pressão de Montgomery o Afrika Korps foi forçado a realizar uma retirada de 3.600 km, até Túnis, sem ser jamais isolado pêlos perseguidores, agora em grande superioridade. Pressionados pelo Leste e Oeste o AK só caiu numa armadilha quando ficou com o mar, dominado pelos aliados, às suas costas.

A 16 de fevereiro de 1943, abandonando o último farrapo do novo Império Romano, as retaguardas alemães e italianas, a Leste (AK) e Oeste (5º Panzer) se retiram, e formam atrás da linha de Mareth. Rommel traz de volta 129 tanques, cuja metade é rebocada. Reconduz, reduzidas de dois terços, as imortais divisões do Afrika Korps, a 15ª Panzer, a 21ª Panzer e a 90ª Ligeira, assim como a 164ª, que se reunira ao exército na véspera de El Alamein, e cinco pequenas divisões italianas procedentes da guarnição de Trípoli. 30.000 alemães e 48.000 italianos vem reforçar a cabeça-de-ponte do Eixo na Tunísia.

Mas essas tropas tem no seu encalço a Leste o 8º Exército britânico de Montgomery, com sua extraordinária mescla de ingleses, escoceses, australianos, neozelandeses, sul-africanos, canadenses, indianos, malaios, gurkhas, maoris, canaques, somalis, senegaleses e franceses. A vanguarda é formada pelo corpo de exército do General Freyber, ao qual se unira a Coluna Leclerc, proveniente do Chade, através do Saara. As colunas cerradas encontram-se ainda ao redor de Trípoli e de Bengási, não dispondo de meios para entrar em ação - tem que esperar várias semanas para atacar a linha de Mareth. 

A Oeste os aliados tinham o 1º Exército britânico, possuindo até então apenas um corpo de duas divisões, o 19º Corpo francês, com suas três divisões, e o 2o Corpo dos EUA, que apesar de ter desembarcado oito divisões, os americanos só tem formadas a 1a Blindada e a 1a de Infantaria.  As forças do Eixo que agora ocupavam o arco de posições elevadas que cobriam Túnis e Bizerta foram reunidas num comando único às ordens do general von Arnim.

10ª Divisão Panzer do Grupo de Exército Afrika em Tebourba, Tunísia, verão de 1943

Sua cobertura aérea é formada por aviões Stuka Ju87D e Fw 190A

O fim do Afrika Korps, como unidade combatente separada, foi simbolizado por sua incorporação às outras forças que se encontravam na Tunísia, e pela partida de Rommel da África. A longa luta pelo domínio do deserto ocidental, durante a qual Rommel mostrara suas notáveis qualidades de comando, era coisa do passado, e suas forças fundiram-se com as de von Arnim para defender o baluarte montanhoso que era seu último ponto de apoio na África.

Cercado na Tunísia pelo avanço convergente das tropas norte-americanas de Eisenhower e britânicas de Montgomery, o Afrika Korp, como todas as forças alemães, é obrigado a capitular. Com a proibição de Hitler de realizar uma retirada de suas tropas da África do Norte, o Eixo sofre um desastre comparável á destruição do 6o Exército diante de Stalingrado.

Em toda a campanha da Tunísia, segundo o secretário Stimson, os aliados capturaram 266.600 homens, mataram 30.000 e feriram gravemente 26.400. Suas perdas não ultrapassaram a 70.000 homens. Durante os três anos de guerra na África, que agora terminara vitoriosamente, as perdas do Eixo, segundo Churchill, foram de 950.000 mortos e capturados além da destruição de 8.000 aviões, 6.200 canhões e 2.550 tanques.

Europa

Em novembro de 1943, quando o Afrika Korps estava na tunísia, Rommel foi escolhido para supervisionar as defesas das áreas costeiras ocupadas da Dinamarca, Países Baixos, Bélgica e França contra possíveis desembarques aliados, devendo-se a ele grande parte das melhorias que se verificaram posteriormente nessas defesas.

Rommel inspeciona as defesas da Muralha do Atlântico na Normandia para impedir uma invasão anfíbia dos Aliados

Em Janeiro de 1944, é designado como comandante do Grupo de Exércitos B, estacionado na França ocupada, cobrindo a região que se estendia de Ostende ao rio Loire. Neste comando, Rommel passou ativamente a implementar melhorias naquilo que os alemães chamavam de Muralha do Atlântico, que consistia numa rede de casamatas, áreas minadas e obstáculos posicionados na região litorânea de forma a impedir uma possível e esperada invasão do continente europeu por parte das forças aliadas. É de se ressaltar que Rommel, ao contrário de outros comandantes alemães, acreditava que os possíveis desembarques aliados ocorressem na região da Normandia, o que de fato ocorreu no Dia D. Em 6 de junho de 1944, dia do desembarque aliado, Rommel não se encontrava no local pois havia retornado para casa a fim de comemorar o aniversário de sua esposa. Ao saber da invasão aliada, Rommel voltou imediatamente para França, porém já era tarde e os Aliados tinham estabelecido além de uma forte cabeça de ponte, também uma grande superioridade aérea. Era o fim para Rommel. Para ele, a Alemanha havia perdido a guerra, e o que tinha que ser feito era retornar para próximo da fronteira e organizar uma eficiente defesa.

Em 17 de Julho de 1944, 41 dias após o início dos desembarques aliados lançados no Dia D, Rommel foi gravemente ferido por um caça Spitfire canadense e permaneceu hospitalizado por vários dias. Nesse período, Claus von Stauffenberg executou o atentado de 20 de julho de 1944 contra Hitler, que escapou por pouco, com ferimentos leves (a mesa da conferência acabou por lhe servir de escudo). Sem nunca ter feito parte do partido nazista, Rommel tornara-se cada vez mais crítico ao governo do Führer.

Morte

Implicado no atentado por suas ligações com os oficiais conspiradores membros da resistência alemã, Rommel, ainda em recuperação médica, recebe em sua casa a visita de dois oficiais generais em 14 de Outubro de 1944.

Devido ao seu prestígio nacional, estes oficiais, leais a Hitler, trazem os termos do Führer a Rommel: ir a Berlim, passar por um julgamento popular e inevitavelmente ser condenado à morte, condenando também sua família a ser confinada em um campo de concentração ou, sozinho, acompanhar os dois oficiais e ingerir veneno para suicidar-se, opção esta que garantiria a integridade de seus familiares. Ele tomou sua decisão. Imediatamente após a entrevista, Rommel subiu até a sala do andar superior, onde sua família o aguardava, dizendo a Lucie: "Vim despedir-me. Dentro de quinze minutos estarei morto". Usando seu uniforme do Afrika Korps, partiu no carro com os generais. A pequena distancia da casa, Rommel ingeriu o veneno que os generais Ihe haviam entregue.

Às 13:25 os Generais Burgdorf e Maisel, fizeram a entrega do cadáver de Rommel ao Hospital de Ulm. O médico-chefe, que se dispunha a proceder a autópsia, foi prontamente interrompido por Burgdorf que lhe disse: "Não toque no corpo. Em Berlim já se tomaram todas as providências." Talvez, jamais se venha a saber o que exatamente se passou no caminho de Ulm. Burgdorf pereceu com Hitler, no subterrâneo da Chancelaria do Reich. Maisel que ao final da guerra foi condenado juntamente como motorista da SS , afirmam terem recebido ordens de abandonar o carro por alguns momentos, quando retornaram encontraram Rommel agonizando.

Hitler cumpriu sua palavra; Rommel foi sepultado no dia  18 de Outubro de 1944 com honras de estado e sua família não foi perseguida pelo partido nazista. Seu ex-comandante, Rundstedt, aparentemente ignorando a verdadeira causa da morte de Rommel, leu a oração fúnebre. Possivelmente, como o resto da Alemanha, ele leu apenas a ordem do dia que Hitler proclamara: "O Feldmarechal Rommel faleceu a 14 de outubro de 1944 devido aos efeitos dos sérios ferimentos que sofreu num acidente de automóvel, durante uma viagem a frente de batalha, como Comandante-Chefe de um Grupo de Exércitos na Frente Ocidental". A proclamação prosseguia: "Com sua morte, perdemos um dos nossos melhores comandantes-de-exercito. Na luta fatídica que a Alemanha enfrenta atualmente, seu nome tornou-se um símbolo de bravura notável e coragem indômita".

Seus restos mortais, depois de cremados foram sepultados em Herrlingen, Alemanha, no cemitério próximo de sua casa. Sua família não foi perseguida após sua morte.

Análise

Rommel foi uma grande militar. Jamais se duvidou, por um instante sequer, de sua coragem pessoal. Durante a Primeira Guerra Mundial, a conquista, quando ainda capitão, da conquista da Pour le Mérite foi apenas urna demonstração disso; no auge da fama, na África do Norte, ele corria freqüentemente o perigo de morte e captura devido a sua insistência de se aproximar da linha inimiga.

Perspicácia, Rommel demonstrava muito mais no âmbito tático que no estratégico. Seus melhores momentos foram sem duvida passados no deserto da África do Norte, e pode-se dizer, com certeza, que ele foi o padrão do perfeito Comandante de Corpo. Com Hitler a quilômetros de distancia, na Alemanha, e absorvido pela campanha russa, Rommel tinha muito maior independência de ação que seus colegas estreitamente agrupados em torno do Wolfsschanze, e, embora esta circunstancia, no fim, Ihe viesse a privar de suprimentos e reforços necessários, dava-Ihe toda a liberdade, no concernente a tomada de decisões, no momento do encontro com o inimigo ao longo de uma frente relativamente estreita. Quando, mais tarde, ele se viu diante de muito mais amplo cenário, não demonstrou a mesma visão, o mesmo domínio dos problemas que Ihe estavam afetos. No campo político, nada existe que ateste tenha tido desempenho realmente notável.

Imaginação e força de caráter ficaram claramente demonstradas nos primeiros tempos do exercício do comando na África. Em duas ocasiões famosas, ele dimensionou com precisão a fadiga, a desorganização, a falta de firmeza e euforia que reinavam atrás das linhas britânicas após os avanços que estes fizeram para EI Agheila, Ele os repeliu com forças bem menos volumosas que a massa ampla, porem cansada, que se Ihe opunha. Somente a clareza de raciocínio poderia ter-Ihe revelado de forma tão precisa a situação existente, somente com muita personalidade e firmeza de vontade é que pode ter imposto sua vontade logo ao primeiro contato a seus aliados italianos, superiores do ponto de vista numérico, porem menos capacitados militarmente.

  

Rommel foi um dos generais mais famosas da Segunda guerra Mundial. Admirado até por seus inimigos.

Tudo isso se deu na escala tática. Quando tentou convencer Hitler, ou pelo menos os oficiais do Estado-Maior-Geral alemão, da importância estratégica da frente da África do Norte, ele só colheu fracassos e, certa feita, até desinteresse. Esse desinteresse era em grande parte causado pela inveja do seu sucesso popular, uma vez que Hitler tambem sentia em toda a sua extensão o efeito arrasador que sobre seus adversários teria uma vitoria do Eixo no Egito, com a ocupação e o controle do Canal de Suez, dos grandes campos petrolíferos dos países do Golfo Pérsico e dos acessos a Índia. Foi no entanto para a causa Aliada uma grande sorte que Rommel não possuísse qualidades que Ihe permitissem superar as barreiras levantadas pela inveja que a sua popularidade fez disparar.

Muito se tem escrito sobre os defeitos e virtudes dos gênios militares. Todo grande general tem suas deficiências, e Rommel não era exceção. Mas as qualidades que ele reunia e os feitos que conquistou o distinguem como um dos grandes soldados que o mundo conheceu.

Jamais Ihe faltou coragem, física ou moral. Revivendo o estilo dos comandantes de outrora, ele mostrou, pelo exemplo pessoal, o que esperava dos seus homens. O efeito de seu exemplo sobre o moral dos seus próprios soldados foi imensurável, assim como, por sua coragem e inteligência, fazia vacilar o moral das tropas inimigas; ele foi tão devastador no deserto, que mereceu do coman­dante-chefe britânico das Forças do Oriente Médio a seguinte instrução especialmente baixada: "A lenda de que Rommel representa algo mais do que um general alemão comum tem de ser erradicada". Tarefa difícil, pois ele representava de fato algo mais.

O "obscuro general" que o serviço de Inteligência Militar Britânico informou ter desembarcado na África do Norte em 1941, em doze meses assumira proporções gigantescas aos olhos dos adversários. Por uma combinação de circunstancias e consideravelmente favorecido por um ministério de propaganda eficiente, a personalidade de Rommel adquiriu proporções superiores a normal, tanto pelos amigos como pelos inimigos. Mas ele era um general cuja conduta na guerra servia apenas para salientar quaisquer afirmações feitas em seu favor.

Rommel alistara-se no exercito para cumprir uma tarefa. Ele sempre se mostrou disposto a dizer o que pensava, quando achava que tinha algo de importante a dizer. No começo da carreira isto significava apenas franqueza sobre tópicos militares, pois este era o assunto que mais Ihe interessava, e para o Exercito era so e so lealdade. Desde o aparecimento de Hitler, ele se esforçou por diferenciar o Fuhrer do resto da maquina partidária; embora considerasse Hitler um grande homem, ele desprezava as SS e a Gestapo, e freqüentemente criticava os ex­cessos que praticaram na França e na Itália. Quando seu filho, Manfred, Ihe revelou que desejava ingressar num regimento das Waffen-SS, Rommel reprovou a idéia taxativamente.

A medida que seus horizontes se alargavam, sua maneira franca inevitavelmente o colocara em conflito com o Fuhrer; seus ultimo meses de vida são um testemunho da sua coragem moral.

Não se deve ignorar que ele jamais comandou exércitos realmente grandes, que todas as suas vitorias no deserto foram conquistadas com um exercito pequeno e eternamente as voltas com a escassez de suprimentos. Com base nisto, poder-se-ia alegar que ele não fez por merecer o titulo de comandante e estrategista verdadeiramente grande. Por outro lado, porem, não há como supor que se Ihe houvessem dado a oportunidade de dirigir uma grande formação militar viesse ele a diminuir-se.

Como tático brilhante, suas numerosas vitorias, conseguidas em todos os níveis nas duas guerras mundiais, são testemunho do desenvolvimento do seu gênio. O  General Wavell considerava que um grande general precisa ser, ate certo ponto, um jogador, e Rommel, fazendo mágica com os limitados recursos que possuía, sabia jogar, e jogava quando necessário.

Os regimentos Panzer do atual Exercito da Alemanha vivem e treinam na Rommel Kaserne, em Augustdorf. O nome foi dado em memória de um grande general que morreu com a honra imaculada e com seus feitos militares reconhecidos como realizações de um gênio e de um verdadeiro soldado e a verdade porém permanece e Churchill não exagerou quando o classificou de "grande general".

Patentes
Fähnrich – 19 de Julho de 1910

  

Rommel com seus homens na  linha de frente. Aqui com tropas do Afrika Korps.

Leutnant – 27 de Janeiro de 1912
Oberleutnant – 18 de Setembro de 1915
Hauptmann - 18 de Outubro de 1918
Major – 1 de Abril de 1932
Oberstleutnant – 1 de Outubro de 1933
Oberst – 1 de Outubro de 1937
Generalmajor – 1 de Agosto de 1939
Generalleutnant – 9 de Fevereiro de 1941
General der Panzertruppe – 1 de Julho de 1941
Generaloberst – 24 de Janeiro de 1942
Generalfeldmarschall – 21 de Junho de 1942

Condecorações
Württembergische Goldene Verdienstmedaille 25 de Fevereiro de 1915
Ordem do Mérito Militar 4ª Classe com Espadas
Ordem do Mérito Militar 2ª Classe
Ordem de Friedrich Württembergischer com Espadas 1ª Classe
Ordem do Mérito Militar 8 de Abril de 1915
Cruz do Mérito Militar 3ª Classe
Cruz de Ferro (1914) 2ª Classe 30 de Setembro de 1914
Cruz de Ferro (1914) 1ª Classe 22 de Março de 1915
Pour le Mérite 10 de Dezembro de 1917
Badge de Feridos (1918) em Prata 1918
Cruz de Honra 1934
Sudetenland Medal (invasão dos Sudetos pela Wehrmacht)
Memel Medal
Medaille zur Erinnerung an den 1 de Outubro de 1938
Spange zur Medaille zur Erinnerung an den 1 de Outubro de 1938
Cruz de Ferro 2ª Classe 17 de Maio de 1940
Cruz de Ferro 1ª Classe 21 de Maio de 1940
Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro com Folhas de Carvalho, Espadas, e Diamantes
Cruz de Cavaleiro 27 de Maio de 1940
Folhas de Carvalho 20 de Março de 1941 nº 10
Espadas 20 de Janeiro de 1942
Diamantes 11 de Março de 1943 nº 6
Verwundetenabzeichen 1939 in Gold - Badge de Feridos em Ouro 7 de Agosto de 1944

Panzerkampfabzeichen (Ohne Zahlen) im Silver - Badge de Panzer em Prata
Medaglia al Valore Militare Argento Medalha do Valor Militar em Prata 22 de Abril de 1941
Ordine Militare di Savoya -Grande Ufficiale 15 de Janeiro de 1942
Medaglia al Merito della Croce Rossa Italiana - Silver 15 de Janeiro de 1942
Ordem Colonial da Estrela da Itália - Cavaliere della Croce Grande 28 April 1942
Militärorden von Savoyen – Großoffizierskreuz – Mid-1942
(Ordinul Mihai Viteazul) Ordem Romena de Michael o Bravo 3ª e 2ª Classe 12 de Julho de 1944
Condecorado duas vezes com Wehrmachtbericht (26 June 1942 und 10 September 1943)
Ehrenkreuz für Frontkämpfer
Medaille zur Erinnerung an die Heimkehr des Memellandes
Ärmelband Afrika
Gemeinsames Flugzeugführer-Beobachter Abzeichen mit Brillianten
Dienstauszeichnung der Wehrmacht 4ª Classe, 4 Anos
Dienstauszeichnung der Wehrmacht 3ª Classe, 12 Anos
Dienstauszeichnung der Wehrmacht 2ª Classe, 18 Anos
Dienstauszeichnung der Wehrmacht 1ª Classe, 25 Anos

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O filho de Rommel

Manfred Rommel, nasceu em 24 de dezembro de 1928. Ele foi um dos políticos mais populares da Alenaha Ocidental e atual Alemnha, sendo prefeito de Stuttgart de 1974 até 1996. 

Rommel nasceu em Stuttgart, e foi o o único filho do Marechal de Campo Erwin Rommel e Maria Lucia Mollin. Na idade de 14 anos, ele entrou para a Luftwaffe, servindo em uma bateria anti-aérea. Mais tarde, Manfred considerou a adesão às Waffen SS, mas seu pai se opôs. Depois que seu pai foi obrigado a cometer suicídio por sua suposta cumplicidade no assassinato de Hitler, Manfred desertou e se rendeu as tropas do Primeiro Exército francês do General de Lattre de Tassigny.

Rommel colaborou com Basil Liddell Hart, na publicação de The Rommel Papers, uma coleção de diários, cartas e notas que seu pai escreveu durante e após suas campanhas militares. Após a guerra ele foi estudar Direito na Universidade de Tübingen . Em 1956, ele começou sua carreira ao se tornar um funcionário civil de alto escalão e secretário estadual no governo do estado de Baden-Württemberg .

Em 1974, Rommel sucedeu Arnulf Klett como Oberbürgermeister de Stuttgart ganhando 58,5% dos votos no segundo turno das eleições, derrotando Peter Conradi do SPD. Ele foi reeleito após o primeiro turno das eleições em 1982 com 69,8% e em 1990 com 71,7% dos votos. Como o prefeito de Stuttgart, ele também era conhecido por seu esforço para dar aos terroristas do Red Army Faction, que cometeram suicídio na prisão de Stuttgart- Stammheim, um enterro digno, apesar da preocupação de que as sepulturas se tornariam um ponto de peregrinação de esquerdistas radicais.

Enquanto Oberbürgermeister, ele se tornou amigo do Major General George S. Patton IV, filho do adversário de seu pai durante, o General George S. Patton. Patton IV servia na Alemanha nesta época. Além da relação entre seus pais, Rommel e Patton faziam aniversário na mesma data, 24 de dezembro. Manfred também foi amigo por quase 30 anos de David Montgomery, segundo Visconde Montgomery de Alamein , filho de outro grande adversário do seu pai, Marechal Montgomery.

Em uma comemoração em 1996, no Württemberg State Theatre, Manfred Rommel recebeu a mais alta condecoação civil alemão, a Bundesverdienstkreuz . Em seu discurso, Helmut Kohl destacou em especial a ênfase dada por Manfred as boas relações desenvolvidos entre França e na Alemanha durante o mandato de Rommel como Oberbürgermeister de Stuttgart. Poucos dias após esta distinção foi dada a Rommel, pela cidade de Stuttgart o Prêmio de Cidadão Honorário.

Tendo se aposentou da política em 1996, Rommel continuou no cenário alemão como escritor e palestrante, apesar de sofrer da doença de Parkinson. Ocasionalmente, ele escreve artigos para o Stuttgarter Zeitung. Ele tem uma filha chamada Catherine.



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