Perfil da Unidade

DELTA FORCE - Parte I

1ª DESTACAMENTO OPERACIONAL DE FORÇAS ESPECIAIS - DELTA - (1SFOD-D)

GRUPO DE APLICAÇÕES DE COMBATE - COMBAT APPLICATIONS GROUP - CAG


Parte I - Parte II

INTRODUÇÃO:

A função tradicional das guerras é mudar um estado existente de poder. No início dos anos 1970, uma forma nova de guerra, ou talvez um modo novo de praticar uma forma muito antiga da guerra, emergiu - o terrorismo de estado. Nações que não eram militarmente poderosas aprenderam a usar táticas terroristas para alcançar objetivos e concessões que elas nunca poderiam ganhar por meios diplomáticos ou militares. 


Quando esta nova forma de guerra começou, os Estados Unidos não estavam preparados para enfrentá-la.  Não possuía uma política nacional nem capacidade de inteligência para prever atos de terrorismo, nem qualquer força militar treinada de forma adequada e preparada para as ameaças terroristas. Embora os Estados Unidos fossem a nação mais poderosa do mundo, suas capacidades militares estavam enfocadas apenas na União Soviética.


Em 1972, atletas israelenses foram massacrados por terroristas de Setembro Negro nas Olimpíadas de Munich.  Esta tragédia poderia ter sido evitada se os guardas alemães tivessem habilidade para abater os terroristas quando eles conduziram os reféns pela pista do aeroporto. Os israelenses consideraram profundamente  esta lição e em 4 de julho de 1976, 86 pára-quedistas israelenses aterrissaram no Aeroporto de Entebbe em Uganda. A missão deles era salvar os passageiros de um avião da Air France seqüestrado oito dias atrás por um comando palestino. Em uma questão de minutos, os pára-quedistas tinham salvado os 95 reféns e tinham matado 4 terroristas - entretanto às custas das vidas de dois reféns e do comandante dos chefe dos pára-quedistas israelenses.

 

As notícias do resgate correram o mundo inteiro - e mostrou mais ainda a insuficiência americana em lidar com este tipo de problema. Esta verdade já tinha vindo a tona em Maio de 1975: Foram mortos 41 fuzileiros navais americanos em uma tentativa para salvar a tripulação de 39 homens do navio mercante  americano Mayaguez depois que este foi capturado Governo cambojano. A tentativa de resgate falhou. Estes incidentes indicaram claramente que os Estados Unidos estavam desprevenidos para lidar com situações de reféns. 

 

Em meados dos anos 70 três homens do Governo americano começaram a instigar pela criação de uma unidade de elite "especial "para lidar com esta ameaça não convencional: Ten. General  Meyer, Diretor de Operações do Exército, o Maj. General Kingston, Comandante das Forças Especiais do Exército e Robert Kupperman, responsável pela Agencia de Controle de Armas e Desarmamento, que estava realizando um estudo sobre terrorismos para o Governo. Eles acreditavam que pouco apoio seria encontrado para o desempenho das missões da nova "unidade de elite" entre os serviços, e até mesmo dentro de todo o Exército e que toda a tecnologia na qual o Exército estava investindo tão pesadamente - tanques, helicópteros, projéteis de defesa de ar, portadores de pessoal blindados, e toda a maquinaria do campo de batalha de moderno - era de pouco valor na guerra contra terroristas. A oposição ao projeto originou-se principalmente de duas fontes: um preconceito contra unidades de elite como tal - elites nunca foram populares no exército norte-americano - e a percepção que a unidade roubaria recursos e capitais disponíveis da estrutura da força existente. 

General James Vaught (esq) e o Coronel Charlie Beckwith (dir)

James Vaught (esqueda) e o Coronel Charlie (direita), durante deslocamento da Operação Eagle Claw.

 

O Ten. General Meyer apresentou o conceito desta unidade de missão especial para o Chefe de Pessoal do Exército General  Bernard Rogers. Esta unidade deveria ser a primeira força de contraterrorismo americana. Porque era esperado que lidasse com as situações de crise mais complexas, teria capacidades como nenhuma outra unidade militar.

 

Seria organizado com três esquadrões operacionais e um esquadrão de apoio; e seria composto de homens do exército com maturidade especial demonstrada, coragem, motivação, e a habilidade física e mental para reagir na solução de todo tipo de situação de crise adequadamente. 

 

O Exército ativou a unidade oficialmente em 21 de novembro de 1977, mas ocupou outros dois anos para desenvolver as táticas e procedimentos requeridos para a missão projetada da unidade. Foi batizada de 1º Destacamento Operacional de Forças Especiais (1st Special Forces Operational Detachment  Delta - 1st SFOD-Delta -1SFOD-D. Mas oficialmente este nome na existe, e o grupo - Porém a chamam também de Combat Applications Group - CAG).

 

O comando da nova unidade de elite foi entregue ao coronel do exército Charlie Beckwith, que serviu no SAS britânico  nos anos de 1962/63, durante um programa de intercambio,  e que ao retomar ao exército norte-americano sempre teve em mente a criação de uma organização com o mesmo estilo, ideais e funções.  

 

É importante não confundir a Força Delta com o Delta Project, Detachment B-52, que foi uma Força Especial enviada ao Vietnã em meados da década de 60 e que também, em certa ocasião, foi comandada pelo mesmo Coronel Charlie Beckwith. Esta era uma organização totalmente diferente e com um conceito bastante distante da atual Delta.

 

Nota: O coronel Beckwith, que nasceu em 22 de janeiro de 1929, morreu em 13 de junho de 1994, de problemas cardíacos. Ele tinha  63 anos.

 

ORGANIZAÇÃO:

A Força Delta está aquartelada em Fort Bragg, Carolina do Norte. Seguindo o padrão SAS, que é considerado ainda hoje o mais perfeito do mundo, a Força Delta é dividida em esquadrões que são por sua vez subdivididos em tropas. As tropas são sempre compostas de 16 homens, fortes física e mentalmente, capazes de operar tanto como tropas ou em 2 grupos de 8, 4 grupos de 4 ou 8 grupos de 2 elementos.

 

Nos estágios iniciais, havia apenas um esquadrão, o Esquadrão A, que dividiu-se em 2, formando, então, o Esquadrão B, no início de 1979. Hoje a Força Delta consiste de três esquadrões (A, B e C, que foi criado pouco antes da Guerra do Golfo) de 75 homens cada, comandados por um tenente coronel. Apesar de hoje contar com o melhor do arsenal americano e do que existe de melhor no mundo em termos de armas individuais, no seu início as únicas armas que estavam disponíveis para o treinamento da Força Delta eram as antigas pistolas .45 do US Army e as sub-metralhadoras M3A1. Estas últimas foram encontradas em abundância em um depósito da CIA e dadas de graça para Força Delta.

 

Devido a seu formato a M3A1 recebeu o apelido de "Pistola de Graxa" (em Inglês "Grease Gun")

 

O esquadrão Sabre, como é chamado, é composto por sua vez de tropas de quinze a vinte e um homens cada uma, que podem ser subdivididas em equipes de quatro a seis homens. Todos são sargentos, dos mais variados níveis. Estas equipes são organizadas ao longo das linhas de ação, mas são geralmente associadas com uma especialidade específica, tal como mergulho, HALO, ou escalada de montanha e possuem uma cor código que lhe  atividade, como tropa aérea ou de barco. 

 

Os homens que fazem parte da Força Delta são designados operadores, devido algumas situações legais e políticas. Eles não podem ser chamados de operativos por causa de conotações de espionagem ligadas a CIA. E o termo agente tem também algumas restrições legais.

 

A Força Delta também possui um pelotão de comunicações (sinaleiros), um pelotão de aviação, dotado de helicópteros AH-6 de Ataque e MH-6 de Transporte, que muitas vezes usam cores civis e n° de registros falsos para suas operações secretas. Segundo informações, este componente aéreo da Força Delta veio da antiga Seaspray que foi dissolvida. Os meios aéreos da Seaspray, pelo menos parte deles, incluídos os Beechcraft e as suas tripulações, foram transferidos para o componente aéreo da Intelligence Support Activity-ISA, e os aparelhos e as tripulações dos AH-6 e MH-6 “Little Birds”, foi transferida diretamente para a Força Delta.

 

helicópteros AH-6 de Ataque em combate em Mogadíscio/1993 (cena do filme Black Hawk Down)

 

Apesar de possuir este pelotão a Delta sempre pode contar em suas operações globais do apoio do 160th SOAR (A) - (Special Operations Aviation Regiment - Airborne - Regimento de Operações Especiais de Aviação - Aerotransportada), com seus MH-6/AH-6, MH-60/AH-60 e MH-47. 

 

A Força Delta também tem um pelotão especial (hoje talvez o Esquadrão E) conhecido como "Funny Platoon". Este pelotão é responsável pelo trabalho de inteligência e comunicação, e é a única unidade das Forças Especiais do Exército a incluir operadores femininos em funções de combate, este pelotão sempre se infiltra antes em um país onde a Força Delta vai operar, com o objetivo de recolher dados de inteligência. O esquadrão de inteligência é o primeiro a deslocar para coletar informações.

 

A Força Delta também possui unidades menores responsáveis pela seleção e treinamento, logística, finanças, exigências médicas da unidade, pesquisa e desenvolvimento, tecnologia e eletrônica. Apesar de ter o seu próprio apoio aéreo de helicópteros a Força Delta conta também com os serviços das aeronaves do Exército (especialmente do 160th SOAR) e da USAF (quando necessário).  Acredita-se que a Força Delta tenha cerca de 300 a 400 (alguns dizem até 800) operadores sendo que a metade disto é de combatentes.

 

Em resumo a Força Delta é composta por até 800 membros dividida em três esquadrões de 75 homens (A, B e C) com um sempre de prontidão, além do Esquadrão D de Comando e Controle e o Esquadrão E de inteligência e comunicações. 

 

Estrutura de comando: Postos e exigências

Oficial comandante do SFOD-D: Coronel.   

Oficial executivo (XO): Tenente Coronel.   

Chefe de esquadrão: Ten. Coronel.   

Chefes de Diretórios (Administrativo/Inteligência/Logística/Operações/Suporte): Ten. Coronéis.   

Chefes de tropa: Capitães ou Majores, mais um 1° Sargento.   

Chefes de esquadra: Sargentos seniores.   

 

SELEÇÃO:

Os critérios para os candidatos são os seguintes:

* Homem (exceções para o "Funny Platoon").

* Voluntário.

* Cidadão americano.

* Entre 22-26 anos.    

* Qualificado no teste de aptidão física do Exército (APTF) - FM 21-20.

* Qualificado na avaliação psicológica.

* Qualificado na investigação de seu passado.   

* Qualificado para operações aerotransportadas ou voluntário para treinamento aerotransportado.   

* Mínimo de dois anos ativo em sua unidade.

* Esteja entre os graus de E-5 (o Sargento) e E-7 (o Sargento Primeiro Classe) para graduados ou caso seja um oficial, entre O-3 (Capitão) e O-4 (Major) com pelo menos 1 ano de sucesso de comando    a nível de companhia para oficiais.  

* Os graduados devem ter Advance Course e os oficiais devem ter um título de B.S. ou B.A.     

 

A maioria dos candidatos para Força Delta vem de unidades de elite do Exército americano como os Rangers e os  Grupos das Forças Especiais, porém os candidatos podem ser tirados de qualquer unidade do Exército, inclusive da Reserva do Exército e da Guarda Nacional ou de outros serviços.  Inicialmente os candidatos são selecionados normalmente de três modos. O primeiro destes acontece em resposta aos anúncios feitos pelo Exército em suas bases. O segundo método está relacionado a recomendações pessoais de fontes cujas opiniões são importantes aos recrutadores da Força Delta. E finalmente, em situações em que a unidade requererá as habilidades de indivíduos que poderiam não ser encontrados em uma das duas primeiras categorias. 

 

Se os comandantes da Força Delta sentem que um indivíduo seria uma valiosa adição ao 1SFOD-D, como por exemplo um atirador particularmente eficiente - 90% de acertos a 914 metros do alvo - um homem fluente, por exemplo, nos dialetos curdos falados no norte iraquiano - ou alguém que possui grandes habilidades técnicas que serão úteis para futuras operações,

um representante da Força Delta especialmente escolhido será despachado para entrevistar aquela pessoa e se a avaliação for positiva são convidados a participarem do recrutamento. Se aprovados os candidatos deverão se comprometer em servir durante três anos na unidades. Eles recebem um soldo apenas 30% acima do padrão. Todos os membros da Delta usam pagers para serem acionados a qualquer momento. 

 

A Força Delta propositalmente relaxa com alguns padrões militares, e seus membros podem usar em alguns momentos cabelo longo, brinco, barba, etc., para ajudar em operações secretas. Todos os membros da Delta e as suas famílias possuem determinadas histórias de cobertura para impedir que a sua relação com a unidade seja descoberta. Todos os membros do 1SFOD-D estão no nível mínimo de Sargentos (E-5), para os graduados ou de Capitães (O-3) para os oficiais.  

 

TREINAMENTO:

Durante o tempo em que o comandante da  Força Delta foi o Coronel Beckwith, a seleção e os processos de treinamento eram muito similares àqueles usados no SAS britânico. Nas mãos de outros comandantes, estes processos foram refinados e aperfeiçoados de acordo com conhecimentos mais atuais, porém provavelmente sem alterações fundamentais. Informações colhidas dizem  que nenhuma despesa foi poupada na implantação do 1SFOD-D e foram construídas numerosas instalações de tiro (tanto para combates aproximados como para tiros distantes de franco-atiradores),  uma piscina nos padrões olímpicos, tanque de mergulho e paredes para se praticar alpinismo. Como as unidades do tipo Delta não sabem quando e onde serão utilizadas, eles treinam para qualquer eventualidade. 

 

Estas habilidades são aumentadas pelo intercambio com outras unidades do mesmo perfil, em uma troca contínua e programada de treinamentos. Entre as unidades de contra-terrorismo estrangeiras podemos citar: o 22 SAS britânico (como não poderia de ser), o GIGN de França, o GSG-9 de Alemanha, o Sayeret de Israel Matkal/Unidade 269, e o Regimento de Serviço de Ar Especial da Austrália. Tal cooperação íntima com outros grupos provê benefícios inumeráveis, inclusive trocas de novas táticas e equipamentos como também o aumentando das relações que poderão se provar útil em futuras operações pelo mundo. Os cursos de seleção visam principalmente as qualidades individuais em potencial, mas procuram eliminar os aventureiros, pois o indivíduo que quer tomar-se herói, na verdade configura-se como uma ameaça a seus companheiros, para a missão e para si mesmo. É necessário um padrão extremamente elevado de tiro. 

 

Os "snipers" (franco-atiradores), por exemplo, devem conseguir colocar 100% de seus tiros num alvo a 548m, e 90% a 914m; quando citamos alvo, queremos nos referir ao centro, à parte preta. Grande parcela do treinamento é feita utilizando-se equipamento eletrônico e também dentro de construções conhecidas como "shooting houses", para que cada elemento do Delta se tome apto a combater terroristas dentro de residências, cabines de aviões, etc., garantindo, assim, o sucesso da operação.

 

Operadores Delta treinam abordagem de um veículo

 

ARMAS E EQUIPAMENTOS:

A Força Delta é bastante flexível no uso de armas, lançando mão de uma incrível variedade delas para o cumprimento de suas missões. Os operadores da Força Delta tem acesso a todo arsenal do Exército dos EUA, mas também usam armas estrangeiras. Sendo assim eles têm à sua disposição tudo o que existe de mais avançado tecnologicamente nos EUA e em todo o mundo, especialmente russas, alemãs, suíças e israelenses. A Força Delta também solicita projetos específicos de armas e equipamentos para o cumprimento de suas missões. Os operadores também têm permissão, devido a natureza de suas missões, de personalizarem suas armas.

Carabina Colt M4A1 de 5,56mm com mira M68 Aimpoint e empunhadura RIS

Uma das armas mais comuns que a Força Delta usa é a carabina M4 de 5,56 milímetros, que pode usar vários acessórios como o lançador de granadas M203, ou outros acessórios do kit SOPMOD (Special Operations Peculiar Modification). Eles também usam o modelo padrão 5.56×45mm Colt M16A3 assault rifle (AR-15A3 Model 901).

Operador Delta com sua M4 em combate em Mogadíscio/1993 (cena do filme Black Hawk Down)

A H&K MP5SD de  9 milímetros ainda estar disponível para os operadores Delta, mas perdeu muito de sua popularidade como arma CQB (close quarters battle) para M4 e seus acessórios. No entanto, o MP5SD é inerentemente muito mais silenciosa, sendo muito útil em certas missões.

Devido a natureza de suas missões no Oriente Médio, África e Ásia, é normal que os operadores Delta usem variantes do sempre presente AK-47. Isto ajuda a força se mistura com os locais, ocultando a sua presença na região de conflito.

Uma arma sempre presente com os operadores é a pistola automática M1911 .45 cal, na versão clone 11.43×23mm (.45 ACP) Wilson Special Ops CQB.

Os snipers da Delta também usam o rifle M14 em ambientes urbanos devido à sua confiabilidade, capacidade semi-automática e seu poder de parada com seu calibre 7.62mm NATO (.308 cal). Os upgrades no M14  como o M21 e M25 são comumente usados e, muitas vezes, equivocadamente identificados como M14s. 

Um sniper da Força Delta com seu M14 em combate em Mogadíscio/1993 (cena do filme Black Hawk Down)

Os snipers da Delta também usam o rifle 7.62×51mm H&K PSG1, o 7.62×51mm Remington M24 SWS (Model 700), 7.62×66mmB Remington M24 SWS (Model 700) e o 12.7×99mm Barrett M82A1.

Outro rifle é o SR-25, uma plataforma 7,62 milímetros que é baseado no mesmo funcionamento semi-automático de sistemas como o rifle M4 e M16, também está atualmente em uso.

A CheyTac Intervention, com calibre .408, é menor que o .50 do Barrett, mas tem uma maior energia cinética em intervalos superiores a 700 metros e produz menos recuo.

Os Deltas usam vários tipos de pistolas como a Beretta M9 (Modelo 92FS - padrão 9 × 19 milímetros), SIG-Sauer M11 (P228), H&K USP Tactical.

O fogo de supressão é fornecido pela metralhadora leve 5.56×45mm FNMI M249E4 SPW (FN MINIMI). A escopeta padrão é a 18.5×70mm Mossberg M500ATP8. O lança granadas padrão é o 40×46mmSR Colt M203A1montado debaixo do M4A1 e M16A3. A arma portátil antitanque é o 84mm Alliant M136 LAW light antitank weapon (Bofors AT4).

Os operadores da Força Delta usam também o novo HK416. Com o cancelamento do programa de desenvolvimento do fuzil HK XM-8 que visava substituir o famoso fuzil M-16/ M-4 no exercito dos Estados Unidos, a Heckler & Koch resolveu aproveitar sua experiência e competência em modernizar armamentos de outros fabricantes como o mostrado na modernização dos fuzis SA-80 do exercito britânico e executar um trabalho de melhorias no fuzil tipo AR-15/ M-16/ M-4, extremamente difundido no ocidente e assim disponibilizar um armamento mais confiável e com desenho bem conhecido no mercado norte americano.

O que parece ser mais um clone do M-16, hoje fabricado por inúmeras industrias de armamentos e com qualidades diferentes, na verdade é um novo armamento. Originalmente chamado HK M-4, em referência ao modelo curto do M-16, as mudanças mecânicas justificaram a mudança do nome para HK-416, evidenciando que se trata de uma nova arma. O numero “416” é uma referencia ao M-“4” e M-“16”.

A HK substituiu o sistema original de funcionamento do modelo AR-15 de tomada de gases e trancamento por ferrolho rotativo por um mecanismo similar ao usado no seu excelente fuzil G-36, já descrito por este blog, que consiste em tomada de gases e trancamento por ferrolho rotativo de curto curso usando novo formato de 7 ressaltos do ferrolho tornado o funcionamento do fuzil muito mais confiável. O resultado foi que o novo fuzil HK-416 demonstrou essa maior confiabilidade que à encontrada no AR-15 original, não tendo limitação de disparo embaixo da água ou sob condições de sujeira extrema, situações essas em que o AR-15 se mostrou limitado. Para se ter uma idéia o intervalo requerido entre as desmontagens de limpeza aumentaram para 15000 tiros, o que pode ser considerado extremamente bom.

Em demonstrações feitas pela Heckler & Koch, o HK-416 mostrou que, mesmo enterrado em areia fina com o ferrolho aberto e sem carregador, o que impregna o mecanismo de areia, a arma era carregada e disparava os 30 tiros em regime automático até o fim do carregador sem apresentar nenhuma falha ou nega de tiro. Esse teste foi muitas vezes demonstrado para os possíveis clientes do HK-416, sempre causando grande admiração pela perfeição mecânica do sistema.

Fuzil HK-416


O desenho do HK-416 é realmente muito parecido com aquele encontrado nos fuzis da linha do AR-15, como o M-16 e carabina M-4, porém são visíveis algumas melhorias significativas na ergonomia da empunhadura e na telha onde se pode ver trilhos picatinny em todos os lados, facilitando a montagem de acessórios, como lunetas, miras holográfica, lanternas e apontadores laser, característica essa, encontrada em todos os novos fuzis de assalto. Ainda existe a possibilidade de se instalar um lançador de granadas HK AG-36, também usado integrado a o G-36.

Este operador do 1st-SFOD-D (CAG) em ação no Iraque está armado com um HK416 de 5.56x45mm com EOTech 553 sight, um PEQ-2 illuminator e um Surefire light montado nele e um rifle Accuracy International AWSM in .338.  em ação no Iraque. Ele usa calças comerciais Crye Multicam BDU, com um agasalho "civil" ECWCS-Extended Cold Weather System. Note a bandeira dos EUA no braço direito, abaixo tem um patch com o seu tipo de sangue "B POS" e no braço esquerdo um "patch zap", que tem um número que permiti a identificação dos operadores sem usar nomes, particularmente se eles estão feridos. Seu capacete é um MICH cortado com NOD montado; o seu colete é um HSGI Wasatch com muitos bolsos; as botas são Salomon Mid Experts. Ele ainda carrega uma pistola Glock 22.

Hoje existem diversas versões do HK-416 que pode ser encomendado em diversos tamanhos e com coronhas especificas ao gosto do cliente, demonstrando uma modularidade superior à encontrada no AR-15 original. Uma versão maior do HK-416 é o HK-417 fabricado no muito mais poderoso calibre 7,62 X 51 mm (308 Winchester). O HK-417 opera com o mesmo sistema de funcionamento com a tomada de gases e trancamento por ferrolho rotativo, sendo mais eficiente mecanicamente que o sistema usado no velho conhecido FAL. Existe uma necessidade do mercado por fuzis em calibre 7,62 mm devido a seu maior poder de parada além de precisão a distancias maiores, sendo que hoje podemos ver o reaparecimento de armas nesse calibre. O fuzil AR-10 em calibre 7,62 mm, que precedeu o AR-15 voltou para a produção, assim como o FAL é fabricado em versões atualizadas e comercializada no mercado norte americano. A venda dessas armas tem aumentado a cada ano mostrando um renascimento do interesse por esse calibre.

 

Os Deltas também usam uma infinidade de armas não comuns como balestras e armas avançadas de ar comprimido  atirando dardos, bem como armas eletrônicas, químicas, etc... (quando citamos químicas, nos referimos a espargedores de gás lacrimogêneo).

Os membros do Comando Delta utilizam capacetes com um certa proteção blindada e sob suas vestes, coletes à prova de balas resistentes contra calibres .357 Magnum, 9mm Luger, .45 ACP, .44 Magnum e 12, e com uma placa no centro do tórax em nível 4, protegendo-os de .30-06 AP, 5,56mm AP, 7,62 x 39mmAP, 7,62mm NATO. 

 

A Força Delta lança mão dos mais avançados sistemas de comunicação, durante as suas missões os seus operadores podem inclusive usar um sistema de rádio embutido no seu capacete ou se comunicar através de mensagens escritas em teclados montados em seus pulsos. Além disso utilizam facas de combate, e outros equipamentos avançados para sobrevivência, num intrincado mundo tecnológico em que sua ação se faz necessária. Foram emitidas para todos os operadores da Delta licenças federais para porte de armas, que permitem que eles possam viajar armados para qualquer lugar. Eles sempre estão armados.    

 

PRONTIDÃO:

Para manter um esquadrão pronto para a convocação imediata em qualquer lugar do mundo em resposta a um incidente terrorista, instituímos um programa conhecido como "Bowstring" (algo como  corda de arco). Os esquadrões revezam-se no Bowstring em ciclos de aproximadamente trinta dias. Enquanto no Bowstring, o esquadrão permanece em Fort Bragg e trabalha em tarefas de treinamento antiterrorista. Esse esquadrão tem acesso prioritário ao campo de tiro e à Casa de Tiro, e também pode tomar emprestados membros dos outros esquadrões se estiver necessitando de homens com determinadas aptidões fundamentais.


A unidade de sinais proporciona uma tripulação de comunicações que permanece com os esquadrões e recebe treinamento de combate para que possa  lutar se necessário. Quando estão em um Bowstring, o operador Delta carrega  um bipe o tempo todo e não pode se distanciar mais que trinta quilômetros de Fort Bragg. 

 

Normalmente cada esquadrão começa o seu ciclo Bowstring com um alerta prático e procedimento total. Os homens tem um limite de duas horas para reunir a força Bowstring, carregar todos os equipamentos, pesar os veículos carregados, e posicionarmos no estacionamento prontos para irem até a Base da Força Aérea em Pope, o aeroporto adjacente a Fort Bragg. Todos presentes para o serviço pertencentes ao esquadrão que não o Bowstring ficam a disposição para auxiliar de toda maneira possível, e preparar-se em caso de convocação geral. É raro o esquadrão Bowstring não estar pronto para sair em 75 minutos. Os esquadrões da Força Delta  permanecem "prontos para a guerra" o tempo todo, 365 dias por ano.

Os esquadrões que não estão em Bowstring ficam com o que se chama de tarefas "isoladas", ou seja, que exigem apenas um ou dois homens de cada vez. Essas incluíam coisas como missões do Departamento de Estado e de Energia, ou a convocação de uma equipe em uma missão estrangeira. 

 

Os operadores Delta também usam seu tempo fora do Bowstring para convocações de treinamento de esquadrão ou tropa como treinamento na selva, no deserto ou no ártico. Os atiradores de elite aproveitam o tempo para atirar em uma competição de tiro em algum lugar ou trabalhar com os atiradores do Serviço Secreto,  FBI e de outras unidades militares.


Resumindo, no Bowstring o esquadrão fica perto de casa. Quando o operador não está no Bowstring, viaja. As exceções são as longas missões isoladas ou períodos quando os homens freqüentam cursos de idiomas. 

 

MISSÕES:

As missões empreendidas pelas Forças de Operações Especiais no ambiente de hoje são as mais variadas possíveis, e a Força Delta não é uma exceção. Muitas unidades especiais (inclusive a 1SFOD-D) tiveram suas atribuições originais modificadas consideravelmente por necessidades políticas de suas nações, exigências do alto-comando ou por causa de novas ameaças.  

 

Originalmente criada como uma força antiterrorista a Força Delta rapidamente viu seus operadores sendo usados em missões de combate a guerrilhas na América do Sul, treinando forças antiterrorista do terceiro mundo (Sudão, Honduras, Egito, etc.) ou provendo segurança as embaixadas americanas em lugares de risco (Líbano,  por exemplo). 

 

Entre outros exemplos de operações sem o foco terrorista podemos citar a sua participação na Operação Tempestade do Deserto em 1991 na caça aos SCUDs (devido a uma necessidade política para manter Israel fora da guerra) e o seu acionamento para ajudar em operações de pacificação (PeaceKeeping) na Somália (um ambiente de novas ameaças).  

 

Sendo assim a  Força Delta cresceu de uma unidade de resgate de reféns para uma força especial de operações altamente secretas, em muitas missões não envolem reféns. A participação da Força Delta em operações dentro dos EUA é algo difícil mas não impossível. Os seus operadores podem ser acionados como observadores, conselheiros ou operadores diretos, sempre encobertos. Segundo informações a Força Delta deu algum suporte ao cerco do Federal Bureau of Investigation (FBI) em Waco, contra os membros da seita davidiana.

 

Em todo o caso onde exista a ameaça de terrorismo, armas da destruição em massa e assim por diante a Força Delta estará envolvida. A 1SFOD-D não está autorizada a executar operações domésticas de resgate de reféns, o que é de inteira responsabilidade da Equipe de Resgate Reféns - HRT do FBI, que por sinal recebeu apoio da Força Delta em sua criação. Mas desde a abertura da Decisão Diretiva Presidencial-25 (PDD-25), a Força Delta está isenta do Posse Comitatus Act (Uma lei que proíbe o uso de forças militares americanas contra seus civis) em outras áreas. É interessante notar que com este sinal verde para a Força Delta, abriu-se uma brecha para as forças navais, incluindo aqui os Marines.

 

MISSÕES da Força Delta:

  • Contra-terrorismo.

  • Contra-terrorismo proativo (Caçando líderes terroristas, ataques a acampamentos ou "santuários" de terrorista, etc. ).

  • Anti-drogas.

  • Resgate de pessoal e equipamento.

  • Seqüestro de pessoal selecionado. 

  • Reconhecimento estratégico.   

  • Assaltos especiais (raiders).

  • Segurança especial (VIP).    

  • Operações de busca e apreensão de armas de destruição em massa.

  • Proteção diplomática.

  • Guerra contra-insurgente.

Fontes: http://www.americanspecialops.com


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Assunto: FORÇA DELTA