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SELEÇÃO


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“Nós não queremos quebrá-los, queremos matá-los”

Instrutor do SAS falando sobre os candidatos do Curso de Seleção  

 

As famosas encostas das Brecon Beacons, sul de Gales.

 

Curso de seleção acontece nas desoladas encostas das Brecon Beacons, sul de Gales, que possui alguns terrenos inacreditavelmente inóspitos.  O curso tem,  que provavelmente constitui o processo seletivo mais punitivo sobre a face da Terra,  tem dois objetivos simples e claros: jogar fora os inadequados e levar ao limite aqueles que serão aprovados. O curso global foi inventado em 1953 pelo Major John Woodhouse. Em 1951 ele recebeu do Brigadeiro Calvert, então comandante dos Malayan Scouts que deu origem ao 22 SAS, ordens para ir da Malásia para a Inglaterra com o objetivo de montar e estruturar um curso de seleção para a nova unidade. Em anos anteriores o comandante do 22 SAS ou o subcomandante recebia os candidatos no inicio dói cursos e dizia: "É agradável vocês terem vindo; Eu acredito que a maioria de vocês estará conosco por apenas alguns dias". 

 

Lá ,Woodward algumas semanas antes de assumir as suas funções como ajudante de um regimento territorial, reuniu alguns voluntários em Aldershot. Como não havia muito o que fazer em Aldershot, ele os levou para Snowdonia. Depois de algumas semanas andando pelas colinas onde os voluntários aprenderam as habilidades básicas de táticas de combate e leitura de mapas, é bom frisar que todos os soldados inadequados tinham sido eliminados pelo duro treinamento. Os homens que concluíram o curso foram para a Malásia e estavam bem preparados para os combates. Em 1955 John Woodhouse voltou da Inglaterra para comandar o Esquadrão D do 22 SAS na Malásia. Woodhouse reabilitou os princípios da luta na selva de Calvert que tinha se perdido. Ele tinha deixado um programa de seleção corretamente estabelecido em Dering Liensa, em Brecon, Gales.

 

Em 1960 o curso de seleção do SAS foi aperfeiçoado e mudou muito pouco deste então. o seu excelente programa de treinamento serviu e serve de padrão a formação de muitas forças especiais de todo o mundo, entre A localização de Brecon Beacons, sul de Gales. elas a Força Delta e o KSK alemão. Foi dada uma grande ênfase na segurança depois de uma série de mortes no final dos anos 1970 e início dos anos 1980.

 

Por ano, são formadas duas turmas com mais de 100 candidatos cada uma. Uma turma é formada no verão e outra no inverno, isso segundo um instrutor é para matar os candidatos de desidratação no verão e hipotermia no inverno. Todos os candidatos devem ter pelo menos três anos e três meses de serviço no Exército britânico. Também participam desta seleção os Royal Marines que são selecionados pelo SBS. 

 

Metade dos candidatos costuma desistir na primeira de cinco extenuantes fases, que puramente testam o preparo físico. Raramente 5% conseguem chegar até o fim, que é a fase dos testes de habilidade de fuga e de capacidade de suportar interrogatórios.  Aqueles que entram na tropa permanecem três anos por vez. Eles recebem uma boina com um distintivo de adaga alada, mas nenhuma remuneração extra e nada em seus prontuários além da palavra "destacado".  Os selecionadores buscam iniciativa, além de resistência física quase sobre-humana, e, segundo dizem, os escolhidos descobrem que sua mais forte ligação é um vínculo mútuo tácito formado pela experiência de sofrimento e morte.

 

O curso é longo e duro e está baseado principalmente no preparo físico - em lugar de musculação – e isso é quase uma religião no SAS, pois este principio é aplicado do momento em que os aspirantes a recrutas partem carregando mochilas de 23 quilos em direção às montanhas de South Wales até o treinamento quase ininterrupto, a que os membros do 22 SAS são submetidos nos desertos, selvas, montanhas e ártico.  

 

A seleção dura quatro semanas (três semanas de formação e uma semana de teste). Os oficiais, porém, têm só duas semanas de formação para passar a semana de teste.

FASE DE RESISTÊNCIA:  

 

No início todos os candidatos são submetidos a teste médicos e ao BFT standard (teste de aptidão de Batalha), que consiste em uma corrida de três milhas. A primeira milha e meia de ser completada em doze minutos e meio, e o restante o candidato conclui em seu próprio tempo. Cerca de 10% dos candidatos falham aqui.

 

Os próximos 5-6 dias são gastos leitura básica de mapas, orientação, exercícios físicos e 5 corridas de cinco milhas. Corridas de cross-country de oito  

 

milhas também são feitas, onde é exigido que os candidatos às terminem em menos de uma hora. Ao término da primeira semana, vem o primeiro teste real, a Fan dance.

 

FAN DANCE:

 

A Fan Dance tem o objetivo de se completar marchas forçadas pelas montanhas (não é permitido usar estradas, se fizer isto, o candidato é eliminado), carregando uma mochila carregada. As distancias mudam e o peso da mochila também, mas os candidatos fazem os percursos sem sabem quando vão acaba-lo, quanto tempo devem lavar para completá-lo e o que é necessário para se sair bem nestas marchas. Isto cria um estresse incrível nos candidatos.

 

Uma das marchas tem o objetivo de completar um percurso de 24km pelas montanhas, carregando uma mochila pesando cerca de 14.5Kg. Neste momento no curso de seleção a turma é divida em dois grupos. Um grupo inicia a caminhada em Storey Arms e o outro em um ponto perto de Torpantau. O grupo que inicia em Storey Arms se move para Pen Y Fan, ao redor de Cribyn, e ao longo da estrada romana para um ponto perto de Torpantau. Chegando lá eles viram e fazem o mesmo caminho de volta. O outro grupo faz o mesmo no sentido contrário. Este teste elimina qualquer candidato fraco e deixa apenas aqueles que tem alguma chance de sucesso. 

 

O curso continua. Os candidatos começam a achar que seu juízo esta indo embora pela falta de sono e cansaço. Cada dia de seleção começa por volta das 4:00h e termina com uma instrução específica sobre os exercícios do dia seguinte as 22:30h.

 

Depois da Fan Dance, as marchas são entre 15-64km com as mochilas pesando entre 18-27Kg. Também são incluídas marchas noturnas, para que os candidatos posam aplicar as Standard Operation Procedures (SOPs) do SAS em movimentos noturnos. Tudo isso serve para testar a fibra física e mental e a aptidão do candidato. A motivação do candidato é testada severamente e a pergunta mais comum que vem a mente de um candidato é " Por que eu estou fazendo isto"?  

 

O candidato nunca é indicado para corte devido o seu tempo ruim. Eles simplesmente são informados para manter o ritmo simplesmente. Se um candidato tem um dia ruim, eles são avisados com uma advertência por um Sargento. É dito ao candidato nesta situação de que ele deve melhorar ou se mandar. O SAS chama isso de 'gypsy's warning'.

 

Mais um dia ruim depois de um ' gypsys' e lhe é dito que ele deve ir para a plataforma 4. Este é o modo do regimento dizer muito obrigado, mas caia fora. A referência a plataforma 4, se deve ao número da estação de Hereford em que saia o trem para Londres. 

 

TEST WEEK

 

A Test Week  é uma série dura de marchas de 24-64km, por todas as partes de Brecon Beacons. Existe a marcha do esboço de mapa, usando o desenho na mão de um mapa real, e finalmente há a marcha de resistência conhecida como 'Long Drag', com a duração de 20 horas. Depois disto os candidatos que não desistiram são reunidos e lhes é dito se eles passaram nesta fase ou não.  

É importante dizer que durante o período de seleção o candidato está completamente só. Não há ninguém na seleção que fica gritando encorajamento. Esta seleção não é igual a de outras forças em que há instrutores que gritam para você melhorar, ou companheiros que o encorajam a não desistir. A única pessoa que o força a ir adiante é você. Isto acontece porque soldados que trabalham precisam trabalhar sozinho atrás das linhas inimigas têm que ter motivação absoluta e não devem desistir facilmente.. Um exemplo disto é Chris Ryan da Bravo Two Zero, que em 1991 mesmo sendo perseguido pelos iraquianos, conseguiu caminhar até a fronteira síria, onde foi resgatado. Ele desafiando todos os obstáculos e dificuldades, andava dia e noite, descansando e comendo onde podia pelo caminho. 

 

INICIANDO O TREINAMENTO

 

Os “sobreviventes’ são enviados então para iniciar o treinamento do SAS onde ainda serão testados no seu limite. Inicialmente eles começam com o manuseio de armas, entre elas fuzis M-16 e pistolas Browning, pois uma parte dos candidatos nunca usou estas armas,e é essencial que eles sejam qualificados em seu uso. Eles também precisam ser treinados no uso de armas estrangeiras como o fuzil AK-47, pois em seu tempo de serviço com o SAS eles muitas vezes precisaram usar armas locais em suas missões no estrangeiro.

 

Nesta fase  ainda existe muito trabalho ginástica para manter o nível de prepara física dos candidatos bem alto. Os candidatos também são testados em suas capacidades mentais. As aptidões de linguagem, aritmética e língua inglesa também são testadas, assim como uma série de teste de inteligÊncia. Isto é para verificar se um candidato tem a aptidão básica de se ajustar e aprender como se faz as coisas no estilo do SAS.

 

JUNGLE PHASE 

 

O treinamento para selva ocorre durante seis semanas na Escola para Treinamento Selva do Exército britânico localizada em Brunei. Ali são ensinadas as habilidades básicas necessárias para se viver na selva durantes semanas. O que inclui noções de navegação na selva fechada. Esta é uma das mais duras fases, pois o ambiente  na selva é muito duro. É fácil se perder, sucumbir ao calor, e ficar atemorizado pelos animais, como cobras, sanguessugas. No inicio os candidatos sozinhos devem se mover pela selva e depois em patrulhas de 4-5 homens. Normalmente nesta fase metade dos “sobreviventes” desistem. Segundo alguns dados só uma média de vinte candidatos conseguem concluir esta dura fase.

 

COMBAT SURVIVAL PHASE 

 

Nesta fase, que dura cerca de um mês, os candidatos são testados e exigidos ao máximo física e psicologicamente durante três semanas seguidas. O curso de sobrevivência de combate acontece em Exmoor. O objetivo do treinamento é preparar os homens para que possam lutar um guerra de guerrilha atrás das linhas inimigas. Uma equipe do Joint Services Interrogation Unit staffed do SAS e outros operadores ministram o curso.

 

Os candidatos antes de iniciar esta fase participam de um período especial de treinamento na base do regimento em Hereford. Eles são ensinados a procurar comida e sobreviver com o que a terra dá, também assistem a palestras dadas por ex-prisioneiros de guerra para aprenderem como suportar o cativeiro. Os candidatos aprendem também a escapar de prisões e a fugir de perseguidores.

 

Ambos os cursos são uma mistura de teoria e prática em que os candidatos são ensinados a sobreviver no campo e fugir de equipes de caça. Eles passam vários dias e noites sendo caçados por soldados de outros regimentos, como os pára-quedistas, os implacáveis Gurkhas ou os Green Jackets. Porém aconteceu casos de candidatos espertos que passaram algum tempo escondidos confortavelmente convidados não oficiais das pessoas que vivem próximo do pântano. 

   

O curso em Exmoor contém o habitual “Sickener element” ou elemento de pânico ou tormento. Entre esses elementos existe a tarefa de se carregar um galão de cinco litros de água montanha acima em longas jornadas. Para se evitar que o candidato jogue a água fora ela é tingida e os instrutores checam o galão.

 

Na base do regimento em Hereford e subseqüentemente no curso em Exmoor, os candidatos são sujeitos a duros interrogatórios. Segundo alguns veteranos do SAS, esses interrogatórios não são muito diferentes dos que foram praticados contra suspeitos de terrorismo na Irlanda do Norte em 1971 e que foi estudado pela Comissão Compton.

 

Os candidatos já exaustos são sujeitos a sofrimentos físicos e privação sensorial, inclusive com o uso de um capuz, colocado sobre a cabeça durante várias horas, enquanto os candidatos escutam ruídos pavorosos.

 

O objetivo destas técnicas é forçar os candidatos a revelar os nomes de suas unidades  e dar detalhes de  operações nas quais eles estão empenhados. A eles só permitido dizer: nome, posto, número de série e data de nascimento. Além dos candidatos do SAS participam deste curso Royal Marines e soldados do Regimento de Pára-quedas.

 

A diferença é que caso o candidato do SAS venha a falar no interrogatório ele será desligado do curso. Os homens que falham nesta fase são freqüentemente os homens que pareciam mais bem preparados para os rigores físicos da seleção que aconteceu em Brecon. 

 

Um candidato que foi aprovado disse que durante os dois cursos em Hereford e Exmoor, houve três períodos de interrogatório em que ele ficou com o capuz: um período curto de meia hora, um segundo período de oito horas e durante o curso em Exmoor u período de cerca de vinte e quatro horas, interrompido por períodos de exposição a forte luz elétrica enquanto o interrogatório continuava.

 

Certa vez um grupo de candidatos do SAS encapuzados foram lançados da traseira de um caminhão estacionado por seus “captores”. Um dos candidatos quebrou o braço. Homens encapuzados são mantidos algemados durantes horas com luzes piscando em volta. Isto pode levar pessoas a perderem o controle. Certa vez  “captores“ do SAS amarraram os candidatos em um tábua de madeira e os mergulhavam em um  lago por cerca de vinte segundo. Quando eram retirados lhes perguntavam: “qual o seu regimento?”; “qual a sua missão?”  Um dos que foram aprovados no teste de seleção disse que na verdade não acreditava que ninguém queria afoga-lo, mas termia um “erro de cálculo” durante o interrogatório.

 

Os interrogadores simulavam sessões de espancamento perto dos candidatos encapuzados, batendo em  colchões velhos e simulando sons de vomito e água correndo. Também eles faziam com que os candidatos pensassem que iam ser atacados por ferozes.

   

Certa vez se levou os candidatos encapuzados para um desvio antigo de uma estrada de ferro e se um caminhão que andava sobre os trilhos para simular um trem que ia na sua direção.  Os candidatos estavam algemados nos trilhos. Nesta altura do treinamento eles estavam cansados e desorientados. Ao ouvirem o “trem” que vinha em sua direção os candidatos ficaram apreensivos principalmente por que uma voz gritou: “tirem esses homens dos trilhos” , ao que outros instrutores simulando gritavam “sargento, vem vindo um trem, onde estão as chaves?”

 

As reações dos candidatos foram as mais diversas, pois sentiam a vibração do trem se aproximando: alguns se colocaram em uma posição que o trem passaria por cima de suas correntes os libertando, outros ficaram em posição em que perderiam um braço mas não morriam. Na verdade quando o caminhão chegou perto ele entrou em um desvio próximo e não ofereceu nenhum perigo para os candidatos.

 

Os candidatos também são ensinados a fugirem de cães farejadores, usando técnicas para confundi-los como entrar no pântano em um curral onde o seu odor ira se mistura com o dos animais do local. Os soldados também são ensinados a matar cães de guerra. Em Exmoor o curso termina com um jantar solene, em que os candidatos têm que comer alga, rã, ouriço e rato.

  Guy with pillowcase on his head

A parte final da seleção é dedicada aos soldados que não completaram um curso de pára-quedismo. Esses vão para Brize Norton para fazer esse curso. Este é considerado um curso de “férias” pelos candidatos depois de tudo que ele passaram e a maioria não pode esperar para terminar para receber a sua boina do SAS.

 

O punhado de homens que completam o processo de seleção e treinamento inicial, varia entre cinco e dezessete dos cerca de mais de cem candidatos iniciais. 

 

Aos Royal Marines é dada a oportunidade de escolherem ir para o SBS e receberem treinamento específico para a seleção desta força de elite da Marinha Real ou se juntarem ao SAS, o que nas forças armadas britânicas é perfeitamente possível. Todos que entram no 22 SAS recebem as boas-vindas através do comandante do regimento ou do segundo em comando.  Neste momento eles podem usar as suas boinas com o distintivo do SAS. A partir daí o novo membro do SAS é incorporado em um dos quatro Esquadrões Sabre onde ele estará em um período de provação de 12 meses. Caso sejam reprovados neste período voltam para suas unidades de origem. 

 

O novo soldados do SAS agora assistirá a aulas mais avançadas das Standard Operation Procedures (SOPs) do SAS. Ele passará por uma ano de provação. Após isso o novo soldado do SAS irá adquirir uma ou mais especialidades com a Tropa de Barco - Guerra Anfíbia, Tropa de Ar - Guerra Aerotransportada, Tropa de Mobilidade - Guerra Móvel (usando Land Rovers e Motocicletas) e a Tropa de Montanha – Guerra de Montanha. O novo soldado só estará plenamente capacitado a operar como o SAS após dois anos de intenso treinamento. Normalmente os soldados servem, após esse período de treinamento inicial, por três anos no 22 SAS. Todos os soldados do SAS são submetidos a constantes treinamentos de suas habilidades nas mais diversas regiões do planeta. O 22 SAS treina intensamente sozinho, com outras unidades britânicos ou em conjunto com países aliados.


 

A morte de Mike Kealy

  
Em 1979 a marcha resistência causou uma fatalidade e nos próximos 12 meses três voluntários do Exército Territorial morreram nas marchas preliminares. Antes dessas fatalidades, só três candidatos (eu um desses por complicações cardíacas raras) haviam morrido nos últimos vinte e três anos. 
  
Por uma ironia trágica, a primeira vítima de 1979, não era um candidato inexperiente tentando entrar no 22 SAS, mas sim um dos heróis de Mirbat, Omã, Mike Kealy, que agora era major. 
  
Nas primeiras hora de 01 de fevereiro de 1979, Kealy, se uniu a um grupo de trinta candidatos que se dirigiam para o Reservatório de Talybont. Era inverno, a visibilidade estava reduzida, pois o tempo estava muito ruim com neve e gelo. Pouco tempo depois começou a cair granizo e neve. 
  
Na verdade o tempo ficou tão ruim, que até para uma equipe operadores experientes realizar uma marcha de quarenta milhas seria difícil. Naquele dia como os eventos demonstraram seria praticamente impossível. Embora os homens partissem em dois destacamentos, com cerca de quinze homens cada, rapidamente eles foram espalhados pelas colinas em pequenos grupos de dois ou três homens. 
  
Se com um ou dois companheiros era difícil, quanto mais sozinho. Kealy escolheu ficar sozinho. Até certo ponto isto era inevitável: na verdade ele não era parte daquele curso de seleção; embora ele tivesse participado de duas marchas curtas de vinte milhas nas últimas três semanas; ele era um oficial comparativamente sênior, um pouco mais velho que quase todos os participantes, e eles sentiam por ele uma mistura de admiração e suspeita, pois Kealy podia ser um dos instrutores. 
  
Mas porque ele estava ali, visto que Kealy, já era um lenda viva no SAS? Alguns acham que ele quis, por sua própria vontade, ser testado em sua resistência, para ver se ainda era capaz. Ele estava com 33 anos e tinha vindo de um posto administrativo na Irlanda do Norte e iria assumir o comando de um dos Esquadrões do 22 SAS. Muitos acreditam que ele queria está pronto para operar novamente em qualquer clima, e queria provar isto para ele mesmo. 
  
Porém Kealy, tomou algumas posturas questionáveis. Ele carregou a sua mochila com 22,5kg de tijolos (e não com roupas ou comida como os outros, apesar de levar luvas, mas ele escolheu não as usar) e não trajava roupas impermeáveis que eram dadas aos candidatos. Uma vez nas colinas as suas roupas ficaram rapidamente molhadas e com o frio, a temperatura de seu corpo rapidamente caiu a níveis perigosos. 
  
Quando o tempo piorou para valer, Kealy chegou a passar solitário por um grupo de cinco candidatos e o major disse para eles que o grupo estava na rota errada. Foi a última vez que o grupo viu Kealy. Os homens encontraram um celeiro e se abrigaram ali. 
  
Algum tempo depois Kealy foi encontrado cambaleando na neve, por dois candidatos que oferecem a ele uma luva, que ele rejeitou, mas aceitou uma jaqueta. Diante da recusa de Kealy por mais ajuda os dois concluíram que era melhor caminhar na frente do major. Então eles o perderam completamente na escuridão. O vento cobriu as pegadas de Kealy na neve e depois de uma procura infrutífera por ele que durou cerca de uma hora, os dois candidatos resolveram descer as colinas e se abrigarem. 
  
Às 9.30h, cerca de sete horas depois do início da marcha, um capitão e um soldado toparam com o que eles achavam ser uma pedra., mas era Kealy. Ele estava agora inconsciente, mas uma pulsação fraca era sentida em seu pescoço. Imediatamente os dois homens cavaram um buraco na neve e empurraram Kealy para lá. O soldado entrou no buraco e tentar reanimar o major. O capitão, enquanto isso, partiu para dar o alarme. Para o soldado a espera foi longa. Até que o alarme tivesse sido dado, algumas horas se passam. 
  
A primeira mensagem chegou na delegacia de polícia de Brecon por volta das 13:55h. A polícia só contatou o Exército para saber se era possível colocar uma equipe civil de salvamento o local. Porém o Exército disso que uma equipe de salvamento do SAS é que seria acionada. O Exército não desejava duplicar as responsabilidades sobre o caso usando a polícia e civis. O pessoal do salvamento encontrou o corpo de Kealy por volta das 04:30h do dia seguinte, ou seja, cerca de dezenove horas depois de Kealy fica inconsciente. 
  
Um major do SAS, disse que quando o o alarme foi dado sobre o problema de Kealy outros soldados ainda estavam perdidos e o exercício foi cancelado. Tentativas através de helicóptero para alcançar a posição onde Kealy se encontrava fracassaram devido a péssima visibilidade. Várias equipes de salvamento do Exército e da RAF foram enviadas para salvar os homens perdidos. Infelizmente para Kealy foi tarde demais.