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OPERAÇÕES - FLAVIUS - Gibraltar - 1988


Devido o fracasso em Loughall, o IRA necessitava de uma vitória contra o governo britânico para demonstrar que continuava sendo viável na luta de resistência contra a Coroa britânica. O IRA precisava restaura a confiança de seus mantenedores em casa e no exterior.  Seleção de um alvo agora era de suma importância. Tendo aprendido com o fracasso de Loughall, o IRA começou a planejar o que seria uma de suas maiores e mais importantes operações. Seguindo um período breve de  deliberação, foi decidido que abalar a presença britânica em Gibraltar seria a melhor opção de todos alvos possíveis, para um número de razões.

Gibraltar era considerado um “alvo macio”; Os soldados britânicos estavam mais relaxados com a segurança por causa da comunidade pacifica,  normalmente iam para lar depois de um turno em  Belfast, numa espécie de recompensa não oficial. Por isso o IRA podia atingir soldados que tinham servindo nas forças de segurança na Irlanda do Norte e podiam atingir o império britânico pois Gibraltar era um dos poucos locais que permaneciam como representante da expansão imperialista britânica. Por estas razões um ataque a presença militar britânica em Gibraltar não só atingiria o Exército britânico, como o coração do governo em Londres. Além de mostrar a capacidade operacional do IRA. Depois de algum tempo Daniel McCann, Sean Savage e Mairead Farrell foram selecionados pelo IRA para levar a cabo o ataque. 

DANIEL MCCANN

SEAN SAVAGE 

MAIREAD FARRELL

A despeito das precauções de segurança extensas tomadas pelo IRA, Savage e McCann foiram descobertos em Novembro 1997 na Espanha por peritos terroristas do Escritório de Servicios de Informacion de Madrid.  Depois de observarem os seus movimentos e relatarem as suas informações para o MI6 (a agência de inteligência estrangeira britânica) e para o QG do SAS, chegou-se a conclusão que eles só podiam está na região por dois motivos: para levar a cabo uma operação contra a 250.000 britânicos na Costa del Sol, ou contra um alvo do Exército britânico em Gibraltar.

Depois de muito conversar e trocar informações britânicos e espanhóis concordaram que o alvo só podia ser Gibraltar e talvez mais precisamente contra a mudança da guarda na residência do Governador.

As forças de segurança chegaram a esta conclusão em Novembro, e uma estória  de cobertura foi produzida dizendo que o evento seria agendado para 8 de março de 1988. A estória que foi liberada dizia que a mudança na agendar aconteceu devido a algumas reformas na Casa da Guarda. De fato, o evento foi adiado a pedido das autoridades para se ter mais tempo para planejar um curso de ação contra os terroristas.Cerimônia de troca da guarda em Gibraltar.

Em 1 de março, as autoridades foram informadas de que mulher irlandesa viajando sob um nome falso de Mary Parkin tinha chegado a Gibraltar. Ela ficou observando atentamente o cerimonial da guarda durante vários dias.

As autoridades de segurança britânicas reunidas no Comitê Conjunto de Inteligência (onde o SAS tinha um oficial de ligação) em Londres chegaram a conclusão de que um ataque do IRA era iminente e que o tempo de reação havia chegado. Assim em 3 de março uma equipe de16 operadores do Special Projects Team – SPT do SAS foi despachada para Gibraltar – chegando todos em vôos diferentes e em horários diferentes. Sua missão, cujo nome código era Operação Flavius era efetuar as prisões de todos os suspeitos antes eles pudessem levar a cabo o ataque.

Com a identificação do alvo, a equipe do SAS podia levantar hipóteses de como seria o ataque do IRA. A inteligência fornecida ao SAS havia indicado que os terroristas estavam fortemente armados e que o método de ataque seria quase certamente realizado através de uma bomba colocada dentro de um carro estacionado perto do local da troca da guarda. A bomba seria detonada remotamente. Por essa razão o pessoal do SPT recebeu autorização de usar força mortal se os terroristas estivessem prestes a realizar o atentado (como por exemplo levando a mão ao bolso ou uma sacola como se fossem acionar um detonador) ou se suas vidas ou de terceiros estivessem em perigo diante do uso do armas de fogo por parte dos terroristas.

As 2:50 p.m. de 6 de Março, os três homens do IRA foram localizados entrando no centro da cidade. Savage tinha sido observado anteriormente dirigindo um Renault 5 branco 5 pela avenida principal e  estacionado próximo ao local onde haveria a mudança da guarda. Depois de caminhar um pouco pela rua ele voltou para o local onde estava o carro e depois se dirigiu a pé para o norte.

Vendo a grande oportunidade um operador do SAS especialista em bombas correu para o carro e rapidamente o inspecionou a procura de sinais de explosivos. Apesar de não ter visto nenhum dispositivo explosivo ele não podia determinar com segurança que o carro estava limpo sem rebocar o carro para um local seguro para um inspeção completa. Como isto estava fora de questão, o SAS teve que assumir por uma razões de segurança que o Renault tinha um bomba. Assim sendo o Comissariado de Policia de Gibraltar autorizou o SAS a realizar a prisão dos suspeitos.

Então uma equipe de quatro operadores do SAS foi encarregada de prender os três homens do IRA. O chefe de policia passou um rádio para seus policiais para eles providenciassem um carro para transportar os terrorista para a cadeia. Porém o carro estava um pouco longe do local e ficou preso no intenso tráfego. Querendo chegar a tempo o policial que dirigia o carro ligou as sirenes e saiu a dirigir pelo lado esquerdo da pista.

Quando o carro da polícia se aproximou do local onde estavam os terroristas estes escutaram o som da sirene. Diante disto McCann e Farrell que estavam andando junto pararam e olhando em volta viram os homens do SAS que estavam a uns 10 metros deles. McCann esboçou um movimento agressivo para a frente de seu corpo e o operador do SAS mais próximo abriu fogo oO local onde os terroristas foram abatidos. atingindo nas costas. Naquele momento Farrell fez um movimento em direção a sua bolsa de mão. Acreditando que ali poderia ter um detonador um operador do SAS disparou duas vezes, matando Farrell instantaneamente. McCann que estava caído ferido levou mais cinco tiros pois ainda se acreditava que ele era uma ameaça.

A uma distância curta, Savage  escutou os tiros e foi abordado por dois homens do SAS designados para prendê-lo. Eles pediram para ele parar e levantar as mãos, em vez disso ele levou a mão direita para o bolso de sua jaqueta. Acreditando que poderia haver um detonador  no bolso os operadores do SAS abriram fogo. Dentro de um curto espaço de tempo todos os terroristas do IRA foram mortos.

Nos meses que se seguiram, uma grande investigação foi aberta para estudar o incidente diante das acusações de que o SAS nunca teve o objetivo de prender os terroristas e sim de executá-los sumariamente.

Testemunhas civis disseram que os terroristas tinham feitos gestos de rendição mas assim mesmo foram mortos. Constatou-se depois que os terroristas não estavam armados e não levavam nenhum detonador remoto. Finalmente, um exame no Renault não nenhum traço de explosivos. Uma junta de investigação absorveu os operadores do SAS devido ao contexto, que envolvia a segurança de muitas vidas civis e de que os gestos dos terroristas de fato representavam a possibilidade da existência de armas ou de detonadores remotos.  

 


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Assunto: UK_SAS_ OPERACOES_FLAVIUS