Perfil da Unidade

1º Grupo de Aviação de Caça - 1º GAvCa

II Guerra Mundial

 


P-47D-25-RE (s/n 42-26762), código C1, do comandante da esquadrilha Azul do 1º Grupo de Caça, Cap. Fortunato. Vale ressaltar o lançador de foguetes M8 e as bombas de 500 libras sob as asas. Após a guerra este avião recebeu a matrícula FAB 4110. Este avião foi preservado e hoje encontra-se exposto em Curitiba (PR) na Praça do Expedicionário, pintado como o A4

Em 1939 o mundo mergulhou em um dos mais terríveis conflitos de sua história. com a invasão da Polônia pela Alemanha nazista começava a Segunda Guerra Mundial na Europa. Em dezembro de 1941 a base norte-americana de Pearl Harbor foi atacada por uma esquadra Japonesa e os Estados Unidos entraram na guerra, visto que o Terceiro Reich da Alemanha, o Fascismo italiano e na regime militarista do Japão eram parceiros no que se passou a chamar de o Eixo.

No ano de 1942 uma reunião em Petrópolis, Rio de Janeiro, contando com os chanceleres de todas as Américas decidiu que qualquer agressão a qualquer ponto das Américas, fosse do Norte ou do Sul, desencadearia uma reação em comum. Enquanto o conflito acontecia no outro lado do mundo, submarinos alemães começaram a afundar navios brasileiros, cinco deles em apenas uma noite. Em 31 de agosto de 1942 o Brasil declarou guerra e passou a integrar a União dos Países Aliados contra o nazismo.  Dentre os incontáveis heróis que lutaram neste conflito havia um punhado de homens que marcaram seus nomes nas páginas da história: os integrantes do 1º Grupo de Aviação de Caça: ‘SENTA A PUA'!

Criação e treinamento

O 1º Grupo de Aviação de Caça foi criado com o decreto 6.123, assinado em 18 de dezembro de 1943 pelo então Presidente da República Getúlio Vargas. Em 27 de dezembro o Major Nero Moura foi nomeado Comandante do grupo com a missão de liderar em combate um contingente dos melhores pilotos de nossa nação. Nero Moura recrutou 32 homens e embarcou com eles para a Escola Tática Aérea em Orlando, Flórida, EUA, no dia 3 de Janeiro de 1944. Outros voluntários seguiram para Albrook Field, no Panamá, para aguardar o comandante e seus homens-chave.

No dia 18 de março de 1944, estavam todos reunidos na Base Aérea de Aguadulce para dar continuidade aos treinamentos de guerra. Grupo tinha um efetivo de 350 homens, incluindo 43 pilotos. No dia 11 de maio o 1º GAvCa passou a operar como uma unidade independente participando do esquema de defesa do canal do Panamá. O Coronel Gabriel P. Disosway foi designado pela USAAF (Corpo Aéreo do Exército dos EUA) para, juntamente com o Comandante Moura, orientar e preparar os pilotos brasileiros até estarem aptos a combaterem no Teatro de Operações da Itália. No Panamá, o Grupo sofreu sua primeira baixa -- o 2º Ten.-Av. Dante Isidoro Gastaldoni morreu quando seu P-40C chocou-se contra o solo.

O 1º GAvCa deixou a base aérea de Aguadulce e seguiu para Nova Iorque, desembarcando no dia 04 de julho. De lá seguiu para Suffolk Field, em Long Island, onde os homens concluíram os treinamentos e foram apresentados ao P-47 THUNDERBOLT, moderno caça da USAF que iriam utilizar até o final da guerra. Em 19 de setembro os brasileiros embarcaram para a Itália a bordo do navio francês UST COLOMBIE, confiscado pela marinha norte-americana, desembarcando no porto de Livorno, Itália, em 06 de outubro de 1944.

Os 350 brasileiros chegaram numa tarde chuvosa ao porto de Livorno na costa ocidental da Itália. Foi a sua primeira visão da guerra. Chovia muito e o porto estava cheio de balões segurando redes de aço e tantos navios, que o pessoal foi transportado para terra em barcaças de desembarque.

Os brasileiros foram de caminhão para Tarquinia no Centro-Oeste da Itália, onde ficava a sede do 350th Fighter Group norte-americano. Na chegada, a primeira surpresa. Logo de cara encontraram seis mil caixas e 20 carros que representavam todo o equipamento da unidade brasileira. Eram barracas, ferramentas, panelas, jipes, ambulâncias e carros de abastecimento. Cada chefe de seção recebeu uma relação de seu material e em 24 horas o acampamento estava montado, o rancho funcionando e o grupo preparado para agir. Os P47D25 os aguardavam na pista. O contingente de pilotos brasileiros passou então a operar como parte integrante do 350th com o nome de 1st Brazilian Fighter Squadron.

O P-47 e o 1 GAvCa

Apesar de a imagem do Thunderbolt no Brasil estar fortemente associada à Campanha da Itália e a uma bolacha do "Senta a Pua" pintada na lateral esquerda da fuselagem, a história do P-47 Thunderbolt com a FAB não começa na Itália.

Antes do início nos combates na Itália, a Força Aérea Brasileira recebeu um único P-47B, já redesignado RP-47B-RE, a aeronave de número 41-6037 (matrícula FAB 4103), que chegou a Natal em 16 de outubro de 1944 trazida em vôo dos Estados Unidos pelo 2° Ten. Av. Moacyr Domingues. Foi, portanto, o primeiro P-47 a entrar em serviço na FAB.

Como vimos o 1° GAvCa recebeu seus primeiros P-47D Thunderbolt já na Itália, no Campo de Tarquínia. Durante os 148 dias de operações, o 1° GAvCa utilizou 48 células de P-47D Thunderbolt, nas versões 25-RE, 27-RE, 28-RA, 28-RE e 30-RE. No início das operações, 31 estavam em poder do 1° GAvCa enquanto outras prováveis 36 remanescentes estariam armazenadas no AAFSC/MTO, próximo a Nápoles. Essas aeronaves remanescentes eram liberadas apenas para substituir perdas operacionais, sendo que algumas delas nunca chegaram às mãos do grupo. Algumas aeronaves inicialmente destinadas ao grupo, entretanto, nunca chegaram às mãos deste, sendo realocadas para outros esquadrões da USAAF devido às contingências da guerra.

O Republic P-47D-27-RE Thunderbolt - D4 "Poderoso" da Esquadrilha Verde,

e suas armas (metralhadoras, bombas e foguetes), além tanques de combustível.

 

Equipe de terra brasileira trabalha nas poderosas metralhadoras do P-47D

O pessoal de terra, cerca de 300 homens e comandado pelo Maj.-Av. Marcilio Gibson Jacques, era composto por mecânicos, armeiros, técnicos em rádio, inteligência e intendentes. O Major Jacques era um homem de extrema capacidade de organização e comunicação com a tropa, e levou seus homens a enfrentarem com determinação toda a sorte de desafios trazidos pela guerra. Como resultado, o 1ºGAvCa foi uma das unidades que apresentou os maiores índices de disponibilidade de equipamento durante toda a campanha.

Os bravos homens das equipes de terra

Também foi enviado à Itália um grupo de oficiais médicos e enfermeiras da FAB, entre eles o Ten.-Med. Luthero Vargas, filho de Getúlio Vargas, à época presidente do Brasil. Alguns dos médicos serviram no US 12th General Hospital, em Livorno, enquanto o Cap.-Med. Thomas Girdwood operou com o Grupo - foi o primeiro "médico de esquadrão" da FAB, apesar de tal função não existir à época.  As oficias da área médica eras seis enfermeiras brasileiras, também todas voluntárias. As 2º Tenentes Isaura, Antonina, Judith, Ocimara, Regina e Diva - acompanharam o 1º GAvCa desde o treinamento nos EUA até o final da guerra.

O 350th Fighter Group USAAF a unidade foi formada em 1º de outubro de 1942 na Inglaterra. Muito dos seus primeiros pilotos haviam servido na Royal Air Force ou na Royal Canadian Air Force. Quando dos desembarques anglo-norte-americanos no Norte da África (Operação "Torch"), o 350th FG foi transferido para aquele Teatro de Operações e seguiu com os Aliados a longa subida pela Itália, a partir de 1943. O 350th FG era formado, até a chegada do 1ºGpAvCa, por três esquadrões: 345th Fighter Squadron ("Devil Hawk Squadron"), 346th FS ("Checker Board Squadron") e 347th FS ("Screaming Red Ass Squadron"). Quando da incorporação do 1ºGpAvCa - o qual era conhecido como "1st Brazilian Fighter Squadron - 1st BFS" - ao 350th FG, esse era subordinado à 62nd Fighter Wing, XXII Tactical Air Command, 12th Air Force USAAF. Os códigos dos esquadrões para comunicação via rádio eram os seguintes: 345th FS, "Lifetime"; 346th FS, "Minefield"; 347th FS, "Midwood"; e 1º GAvCa, "Jambock".

O símbolo do 1ºGAvCa

O símbolo (ou "bolacha") do 1ºGpAvCa foi idealizado pelos Ten.-Av. Rui Moreira Lima, Ten.-Av. José Rebelo Meira de Vasconcelos, Ten.-Av. Lima Mendes e pelo Cap.-Av. Fortunato C. de Oliveira, e desenhado por este último, quando do deslocamento do Grupo para a Itália, a bordo do navio transporte UST Colombie.

Sua composição pode ser descrita, conforme as palavras do próprio autor, como segue:

  • A moldura auriverde simboliza o Brasil;

  • O campo rubro sobre o qual se situa o avestruz guerreiro representa o céu de guerra onde combatiam os pilotos de caça;

  • A parte inferior, onde está pousada a figura principal, são as nuvens brancas, o chão do aviador;

  • O escudo azul com a constelação do Cruzeiro do Sul é o símbolo usual que caracteriza as forças armadas do Brasil;

  • O avestruz representa o piloto de caça brasileiro, tendo como inspiração a fisionomia do Ten.-Av. Lima Mendes, com seu perfil aquilino, e ainda o estômago dos veteranos do 1ºGAvCa;

  • O quepe branco caracteriza mais nitidamente a sua nacionalidade (parte do uniforme da FAB, à época);

  • A arma empunhada pelo avestruz é a representação do poder de fogo do P-47, com suas oito metralhadoras .50;

  • O dístico "Senta a Pua!" é o grito de guerra do 1ºGAvCa;

  • O Flak, à direita, foi acrescentado posteriormente, quando o 1ºGAvCa entrou em combate, e representa a incessante e certeira ação da artilharia antiaérea inimiga que fustigava os caçadores no teatro italiano (tal adição só apareceu nas aeronaves recebidas como reposição por perdas). Flak são as iniciais de FLugzeugAbwehrKanone ou FLiegerAbwehrKanone, canhão de defesa anti-aérea alemão.

O uso de um avestruz como símbolo dos pilotos de caça brasileiros remonta ao início da década de 40, quando pilotos brasileiros eram enviados aos Estados Unidos para transladarem, por via aérea, as inúmeras aeronaves adquiridas pelo Brasil, tanto de combate como de treinamento. A estada naquele país trouxe aos pilotos novidades quanto aos hábitos alimentares: feijão açucarado ("baked beans"), ovos e leite em pó, dentre outros. O então Cel.-Av. Geraldo Guia de Aquino comparou-os a um bando de avestruzes e o apelido pegou.

O grito de guerra "Senta a Pua!" foi sugerido pelo então Ten.-Av. Rui, o qual ouvira-a do então Cap.-Av. Firmino Alves de Araújo, na Base Aérea de Salvador; era uma expressão nordestina que significava “manda ver” ou “mete bronca”. Com essa frase ele concitava os companheiros e subordinados a cumprirem rapidamente as missões e ordens que dele recebiam. Segundo Austregésilo de Athayde, também significa “lançar-se sobre o inimigo com decisão e vontade de aniquilá-lo”. Este grito ficou sendo, para a FAB, o equivalente ao "Tally-Ho!" britânico e ao "A la chasse!" dos franceses.

O esquema de cores do P-47D Thunderbolt

Inicialmente, os P-47D eram pintados nas cores padrão dos caças americanos, em "olive-drab" nas superfícies superiores e "neutral gray" nas inferiores, com demarcação ondulada (à exceção dos aviões do comandante e do oficial de operações, os quais tinham acabamento em metal natural, com painéis anti-brilho em "olive-drab").

Republic P-47D-28-RA Thunderbolt - "B5" - 2º Ten Av Fernando Correia Rocha

A bolacha do Grupo era pintada imediatamente depois do capô do motor, e o código do avião, B5 por exemplo, em letras brancas, com a camuflagem "olive-drab"ou preta com a cor natural, sobre o capô. A insígnia nacional era em quatro posições, consistindo da insígnia azul e branca norte-americana, com estrela branca substituída pela estrela brasileira. Os aviões recebidos posteriormente, em substituição àqueles abatidos e/ou avariados, eram em cor natural, com painéis anti-brilho em "olive-drab" e inscrições em preto (clique aqui para algumas fotografias dos P-47D brasileiros.). O leme de todas as aeronaves era pintado em verde (metade anterior) e amarelo (metade posterior), com o número de série da aeronave pintado em amarelo (aeronaves verde/cinza) ou preto (aeronaves em metal natural) na empenagem vertical.

Os P-47 do 1° GAvCa tinham, normalmente, o nome de seu piloto "titular" pintado no lado esquerdo da fuselagem, logo abaixo do canopy. Abaixo no nome do piloto ficavam os nomes dos mecânicos da aeronave. Nas aeronaves com camuflagem em cinza e verde, esses nomes eram pintados em letras brancas. Nas que tinham acabamento em metal natural, eram pintados em preto. Em alguns casos, apenas o nome do piloto era pintado.

O número de missões efetuadas pelo piloto era marcado desenhando-se pequenas bombas também no lado esquerdo da fuselagem, logo abaixo no nome do piloto. Há, entretanto, pelo menos um caso fotograficamente registrado de um P-47D com essas marcas pintadas do lado direito da fuselagem. Agrupadas em conjuntos de cinco, essas pequenas bombas eram desenhadas a partir da bolacha do grupo, em "pilhas" verticais. Mas conforme o número de missões aumentou, estas foram repintadas enfileiradas em direção à cauda da aeronave, como vista na figura do D4 logo acima. Nas aeronaves com camuflagem em cinza e verde, as marcas de missão eram pintadas em amarelo. Nas que tinham acabamento em metal natural, eram pintadas em preto.

Insígnias da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial

Quando da criação da FAB, em 1941, as insígnias adotadas foram modificações daquelas utilizadas pela Aviação Militar - AvM: os braços da estrela gironada passaram a ser mais alongados e o anel branco passou a ser mais estreito. Essa estrela, denominada aqui de "A", passou a ser aplicada em quatro posições, nas asas, e o leme manteve as cores verde e amarela, porém sem qualquer inscrições. Também foi empregada uma variante, denominada aqui de "A1", na qual o anel branco era mais espesso, reminiscente do antigo cocar da AvM.

Estrela
Estrela tipo "A".

Estrela
Estrela tipo "A1".

A partir de 1942, o Brasil passou a efetuar patrulhas ao longo da costa e aviões norte-americanos dos tipos Lockheed Hudson, NA B-25 Mitchell e Curtiss P-36A foram recebidos. As insígnias nacionais passaram a ser aplicadas nesses aviões (todos com o leme pintado em verde e amarelo). Houve pelo menos duas versões empregadas nos B-25B, na qual se pintou a estrela da FAB, sobrepostas a um disco branco ou ao disco em "Insignia Blue" da insígnia norte-americana.

Estrela FAB (pintado nos B-25B do AgAvAdap)
Estrela FAB pintada nos B-25B do Agrupamento de Aviões de Adaptação

(tipo "B").

Estrela FAB (pintado nos B-25B do AgAvAdap)
Estrela FAB pintada nos B-25B do Agrupamento de Aviões de Adaptação

(tipo "C").

 

Uma estrela semelhante foi utilizada em aviões Consolidated PBY-5 Catalina; já alguns PBY-5A e Lockheed B-34 Ventura, recebidos em 1944 e pintados no padrão "Scheme II ASW" da US Navy (com as superfícies superiores da fuselagem em "Dark Gull Gray", laterais em "Non-specular White" e inferiores em "Gloss White"), empregaram uma estrela no formato norte-americano, porém com as cores nacionais.
 

Estrela FAB (pintado nos PBY-5)
Estrela FAB pintada nos PBY-5 (tipo "B").

Cocar FAB (pintado nos B-34)
Estrela FAB pintada nos B-34 no esquema de camuflagem "ASW II" (tipo "I").

As insígnias das unidades da Força Aérea Brasileira na Campanha da Itália, 1944-1945

A Campanha na Itália

A FAB empregou duas unidades aéreas durante a Campanha da Itália, o 1º Grupo de Aviação de Caça - 1º Gp Av Ca, com os caças Republic P-47D Thunderbolt e a 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação - 1ª ELO, a qual utilizou as aeronaves Piper L-4H.

A estrela tipo "D" foi utilizada nas superfícies laterais dos Piper L-4H da 1ª ELO. A "star-and-bar" norte-americana era pintada em duas posições nas asas (asa superior esquerda e inferior direita). O leme não era pintado nas cores verde e amarela.

Estrela FAB pintado nos L-4H da 1ª ELO
Estrela FAB pintada nos L-4H da 1ª ELO (tipo "D").

A fim de permitir o fácil reconhecimento como aeronaves aliadas, os P-47D utilizaram variantes das insígnias norte-americanas, porém com a estrela nas cores nacionais. Como pode-se ver nos desenhos a seguir, feitos a partir de fotografias da época, houve inúmeras versões, algumas com um pequeno Cruzeiro do Sul no disco azul-celeste central. Pelo menos um dos P-47D empregou uma estrela com bordas brancas, presumivelmente para destacá-la do disco em "Insignia Blue".

As insígnias nacionais brasileiras, em alguma dessas versões, eram pintadas em duas posições nas asas (asa superior esquerda e inferior direita). O leme dos P-47D era pintado nas cores verde e amarela, em toda a sua extensão.

Estrela FAB pintada nos P-47D do 1º Gp Av Ca
Estrela FAB pintada nos P-47D do 1º Gp Av Ca (tipo "E"). Versão mais comum da insígnia utilizada pelos caças do 1° GAvCa, nada mais era do que a "star and bar" da USAF onde, sobre a estrela americana, era aplicada a estrela da FAB. Era aplicada em ambos os lados da fuselagem, na superfície superior da asa esquerda e na superfície inferior da asas direita.

Estrela FAB pintada nos P-47D do 1º Gp Av Ca
Estrela FAB pintada nos P-47D do 1º Gp Av Ca (tipo "F"). Versão simplificada da insígnia com bordas azuis, com a retirada do Cruzeiro do Sul do círculo central da estrela. Foi aplicada nas aeronaves recebidas como reposição e que, em sua maioria, tinham acabamento em metal natural.

Estrela FAB pintada nos P-47D do 1º Gp Av Ca
Estrela FAB pintada nos P-47D do 1º Gp Av Ca (tipo "G").
Versão caracterizada pela inclusão de uma borda azul ao redor da insígnia. Foi aplicada aos aviões recebidos no primeiro lote e que possuíam acabamento em metal natural, já que, contra um fundo metálico, a barra branca seria pouco visível sem as bordas azuis.

Estrela FAB pintada nos P-47D do 1º Gp Av Ca
Estrela FAB pintada nos P-47D do 1º Gp Av Ca (tipo "G1").

Estrela FAB pintada nos P-47D do 1º Gp Av Ca
Estrela FAB pintada nos P-47D do 1º Gp Av Ca (tipo "G2").

Organização

O 1º GAvCa era dividido em quatro esquadrilhas, compostas por aproximadamente 12 pilotos, os quais voavam em conjunto desde o seu treinamento no Panamá. Um piloto usava costumeiramente uma "écharpe" nas cores de sua esquadrilha.

Cada esquadrilha era composta por seis aeronaves, identificadas pelas letras:

A (Vermelha);

B (Amarela);

C (Azul);

D (Verde).

Essas letras eram pintadas sobre a carenagem do motor dos P-47 seguido do respectivo número de posição do piloto na esquadrilha. Esses números eram dados aos pilotos por ordem de antiguidade em serviço.

Por exemplo, o código "B1" (Cap. Av. Joel Miranda) identificava a aeronave como sendo a do líder da esquadrilha amarela. Já o código "D4" identificava a aeronave do quarto piloto mais "antigo" da esquadrilha verde, no caso o então Ten. Av. Rui Moreira Lima. Caso houvesse necessidade de mais de quatro esquadrilhas no ar, as esquadrilhas "extras" recebiam o nome de outras cores (roxa, marrom, etc...). A distribuição dos pilotos nas quatro esquadrilhas ocorreu ainda no Panamá e os pilotos voaram juntos desde então.

Além das quatro esquadrilhas existia o Comando do 1º Grupo de Aviação de Caça. Mesmo não ligados diretamente a nenhuma das esquadrilhas, esses oficiais participaram de várias missões. Este comando era composto pelos seguintes oficias:

Ten.-Cel.-Av. Nero Moura:

Oficial-comandante do 1º GAvCa, realizou 65 missões. Seu P-47D tinha acabamento em metal natural (desde o início das operações do Grupo) e era marcado com o código "1".

 

 

P-47D do Ten.-Cel.-Av. Nero Moura

 

Maj.-Av. Oswaldo Pamplona Pinto:

Oficial de Operações do 1º GAvCa, realizou 47 missões. Seu P-47D também tinha acabamento em metal natural, sendo identificado pelo código "2".

Esses dois oficias não se enquadravam em nenhuma esquadrilha. Seus caças possuíam como identificação apenas os números "1" e "2", respectivamente, pintados em preto nas carenagens de seus aviões, ambos com acabamento em metal natural.

Outros oficiais que participaram de missões com o 1º GAvCa foram:
Ten.-Cel.-Av. Nelson Freire Lavenère-Wanderley:

oficial de ligação da FAB junto às Forças Aliadas no Teatro de Operações do Mediterrâneo, realizou 13 missões.
 

Maj.-Av. Marcilio Gibson Jacques:

oficial-comandante do Escalão Terrestre do 1º GAVCA, completou 2 missões.
 

Cap. John Buyers (USAAF):

oficial de ligação da USAAF junto ao 1º GAVCA durante a guerra; realizou 21 missões. O major John Buyers (pronuncia-se “baiers”) nasceu no Brasil, no Rio de Janeiro. Filho de pais norte-americanos, ainda na adolescência ele se mudou para a América para concluir os estudos universitários.
 

1º-Ten.-Av. José Carlos de Miranda Correa:

oficial de Inteligência do 1º GAVCA, completou 8 missões.

Integrantes da esquadrilha Nº de missões

Líder: Cap.-Av. Lafayette Cantarino Rodrigues de Souza 55

Líder: Cap.-Av. Theobaldo Antonio Kopp 58 (assumiu após o afastamento do Cap. Av. Lafayette)

1º Ten.-Av. Oldegard Olsen Sapucaia -

1º Ten.-Av. Álvaro Eustórgio de Oliveira e Silva 93

1º Ten.-Av. Aurélio Vieira Sampaio 16

1º Ten.-Av. Roland Rittmeister 1

2º Ten.-Av. Hélio Carlos Cox 6

2º Ten.-Av. Hélio Langsch Keller 95

2º Ten.-Av. da res. conv. Alberto Martins Torres 99

2º Ten.-Av. da res. conv. Armando de Souza Coelho 62

Asp.-Av. da res. conv. Fernando Soares Pereyron Mocelin 59

Asp.-Av. da res. conv. Diomar Menezes 71

Esquadrilha Amarela - Código-rádio: Jambock Yellow Letra de código: B

A Esquadrilha Amarela, liderada pelo Capitão Joel Miranda, logo destacou-se pelo arrojo e coragem de seus pilotos. Segundo o Brig. Rui Moreira Lima, os pilotos da yellow eram, guardadas as devidas proporções, os "kamikazes" do grupo. O peço pago por eles, entretanto, foi alto: cinco pilotos abatidos (dois mortos) e dois afastados por motivos de saúde. Após a queda do Capitão Joel Miranda, o comando da esquadrilha foi assumido pelo Cap. Av. Roberto Pessoa Ramos. Com a perda de boa parte de seus pilotos (abatidos ou afastados do vôo) e sem o devido recompletamento, a "Yellow" deixou de existir em fevereiro de 1944. Os pilotos restantes (Poucinhas, Canário, Rocha e Pessoa Ramos) foram realocados nas demais esquadrilhas do Grupo.

Líder: Cap.-Av. Joel Miranda 31

Líder: Cap.-Av. Roberto Pessoa Ramos 95 (assumiu após a derrubada do Cap. Av. Joel)

1º Ten.-Av. Ismar Ferreira da Costa 34

1º Ten.-Av. Luiz Lopes Dornelles 89

1º Ten.-Av. Ismael da Motta Paes -

1º Ten.-Av. João Maurício Campos de Medeiros 34

1º Ten.-Av. Roberto Brandini 20

2º Ten.-Av. Leon Roussoulieres Lara de Araújo 80

2º Ten.-Av. Dante Ivo Gastaldoni -

Asp.-Av. da res. conv. Fernando Correia Rocha 75

Asp.-Av. da res. conv. Raymundo da Costa Canário 51

Asp.-Av. da res. conv. Jorge Maia Poucinha 16

Esquadrilha Azul - Código-rádio: Jambock Blue Letra de código: C

A Esquadrilha Azul iniciou a guerra comandada pelo Cap. Av. Fortunato Câmara de Oliveira. Com o afastamento do Cap. Av. Fortunato por estafa, assumiu o comando da esquadrilha o 1º Ten. Av. Horácio Monteiro Machado, que comandou-a até o final da guerra.

Integrantes da esquadrilha Nº de missões

Líder: Cap.-Av. Fortunato Câmara de Oliveira 56

Líder: Cap.-Av. Horácio Monteiro Machado 94 (assumiu após o afastamento do Cap. Av. Fortunato)

1º Ten.-Av. Newton Neiva de Figueiredo 86

1º Ten.-Av. Othon Correia Netto 58

1º Ten.-Av. José Carlos de Miranda Correa 8

2º Ten.-Av. Pedro de Lima Mendes 95

2º Ten.-Av. John Richardson Cordeiro e Silva 1

2º Ten.-Av. Renato Goulart Pereira 93

Asp.-Av. da res. conv. João Milton Prates 55

Asp.-Av. da res. conv. Frederico Gustavo dos Santos 44

Asp.-Av. da res. conv. Fernando de Barros Morgado 11

Esquadrilha Verde - Código-rádio: Jambock Green Letra de código: D

A Esquadrilha Verde iniciou a guerra comandada pelo Cap. Av. Newton Lagares Silva, que mais tarde tomou o lugar do Maj. Av. Oswaldo Pamplona Pinto como Oficial de Operações do 1º GAvCa. Lagares foi substituído pelo Cap. Av. Roberto Pessoa Ramos (vindo da extinta Esquadrilha Amarela), que comandou a "green" até o final da guerra.

Integrantes da esquadrilha Nº de missões

Líder: Cap.-Av. Newton Lagares Silva 79

Líder: Cap. Av. Roberto Pessoa Ramos 95 (assumiu após o fim da Esquadrilha Amarela)

1º Ten.-Av. Josino Maia de Assis 41

1º Ten.-Av. Rui Barbosa Moreira Lima 94

1º Ten.-Av. Luiz Felipe Perdigão Medeiros da Fonseca 77

1º Ten.-Av. Waldir Paulino Pequeno de Melo 1

2º Ten.-Av. José Rebello Meira de Vasconcelos 93

2º Ten.-Av. Marcos Eduardo Coelho de Magalhães 85

2º Ten.-Av. Paulo Costa 68

2º Ten.-Av. Jorge E. P. Taborda -

Asp.-Av. da res. conv. Roberto Tormin Costa 65

Esquadrilha Vermelha - Código-rádio: Jambock Red Letra de código: A

A "Red" teve como líder o Cap. Av. Lafayette Cantarino Rodrigues de Souza até seu afastamento por estafa, em 09/03/45. O comando da esquadrilha foi assumido então pelo Cap.-Av. Theobaldo Antonio Kopp. Na esquadrilha vermelha voou também o Ten. Av. Alberto Martins Torres, que com suas 100 missões de guerra foi o piloto brasileiro que cumpriu o maior número delas.

Na verdade a FAB teve o seu batismo de fogo pelas mãos de Alberto Martins Torres quando ainda no Brasil o Catalina PBY-5 "Arará" (ex-BuNo 08166), do 2 Grupo de Patrulha da FAB, pilotado por ele afundou com três cargas de profundidade Mk. 44 o submarino U-199, de 1.200 toneladas, classe XID-2, a 87 km ao Sul do Pão-de-Açúcar - esse foi o único submarino afundado pela FAB durante a guerra.  Uma das cargas acertou próximo e outras duas caíram aquém do alvo, momento em que o submarino começou a afundar. O U-199 afundou às 9h02min.

O Submarino alemão U-199, que havia saído de Kiel para sua primeira missão, a 13 de maio de 1943, era comandado pelo Capitão-Tenente Hans Werner Kraus, tendo como guarnição de sete oficiais, dois guardas-marinha, seis suboficiais e 41 marinheiros. Catalina deu cobertura aos náufragos até a chegada de um destróier americano o USS Barnegat, que os recolheu como prisioneiros de guerra ao campo de concentração - o único existente no Brasil - localizado em Recife. Foram recolhidos 12 sobreviventes, entre eles seu comandante. Torres completou 60 missões de patrulha no Atlântico Sul com um PBY-5 antes de ir para o 1º GAvCa.

Integrantes da esquadrilha

Cap.-Av. Lafayette Cantarino Rodrigues de Souza 55

Cap.-Av. Theobaldo Antonio Kopp 58

1º Ten.-Av. Oldegard Olsen Sapucaia -

1º Ten.-Av. Álvaro Eustórgio de Oliveira e Silva 93

1º Ten.-Av. Aurélio Vieira Sampaio 16

1º Ten.-Av. Roland Rittmeister 1Pilotos do 1º Grupo de Caça saindo do briefing. Da esquerda para a direita: Meira, Pessoa Ramos, Rocha, Tormim e Coelho (todos pilotos da esquadrilha verde exceto Pessoa Ramos e Rocha que eram da amarela)

2º Ten.-Av. Hélio Carlos Cox 6

2º Ten.-Av. Hélio Langsch Keller 95

2º Ten.-Av. da res. conv. Alberto Martins Torres 100

2º Ten.-Av. da res. conv. Armando de Souza Coelho 62

Asp.-Av. da res. conv. Fernando Soares Pereyron Mocelin 59

Asp.-Av. da res. conv. Diomar Menezes 71

Uniforme e equipamentos

Os pilotos usavam camiseta de lã, cueca e meias pretas, ceroulas de lã e meias de lã, camisa "caqui", calça "caqui" e botinas de sola de borracha, macacão de vôo, blusão, luvas e botas de couro, todos forrados com pele de carneiro,  óculos de vôo, capacete e máscara de oxigênio. Todos também usavam as famosas "Dog-Tag" (placas de identificação) penduradas no pescoço.

No macacão os pilotos levavam caneta, lápis, balas, chicletes, pacote de emergência em forma de cantil. Para o caso de evasão eles levavam: bolsa de dinheiro e mapas, cartas geográficas, bolsa de medicamentos. Levava-se também três fotografias em trajes civis para documentos falsos em caso de evasão.

Todo piloto levava também o inseparável "Mae-west", pára-quedas com bote de borracha e estavam armados com uma pistola Colt a tiracolo. Era proibido levar durante os vôos qualquer documento, aliança, fotografias de familiares ou cartas.  

A base de Tarqüinia

Linha de vôo enlameada dos P-47 brasileiros em Tarquinia

Quando o 1ºGAvCa chegou à Itália, as atividades da Luftwaffe naquele teatro de operações eram quase inexistentes! Assim os brasileiros iniciaram as suas atividades como uma unidade de caça-bombardeiro, em missões de reconhecimento armado e interdição, em suporte ao 5º Exército Norte-Americano, ao qual a Força Expedicionária Brasileira estava ligada.

Tarqüinia era uma cidade de características medievais e aspecto rudimentar. As condições de instalação eram precárias e a base resumia-se em um aglomerado de tendas e barracas sem muito conforto, em meio a um lamaçal. As pistas dos aviões eram complementadas com imensas chapas de ferro, o que fazia dos pousos e decolagens um risco a mais para os pilotos. Em 14 de outubro de 1944 o 1st Brazilian Fighter Group plantou no solo italiano a bandeira do Brasil.

As operações aéreas foram iniciadas em 31 de outubro de 1944, quando o 1° GAvCa contava com 11 aeronaves prontas no pátio de estacionamento de Tarquínia e outras 20 em serviços de modificação e/ou manutenção. Essa situação modificou-se rapidamente, graças ao fantástico trabalho do escalão terrestre.

A disponibilidade dos aviões do 1° GAvCa nunca esteve abaixo dos 77% durante todo o transcorrer da campanha, mantendo-se a média de 81%. Esse índice foi um dos mais altos dentre os esquadrões de caça subordinados à 12th AF, superando mesmo alguns grupos de caça noturna, cujos mecânicos tinham a vantagem de trabalhar à luz do dia. Esse grau de disponibilidade foi a prova da competência e da dedicação do escalão terrestre da FAB.

As missões do 1ºGAvCa eram decididas pela Força Aérea Americana. As mensagens eram diretas e concisas: " Às 08:03h, bombardear a estação da estrada de ferro de Bolonha" . Na verdade o grupo brasileiro foi preparado para lutar cara a cara enfrentando o inimigo em dogfight, mas, ao desembarcar na Itália a estratégia foi alterada, pois os aliados já tinham a supremacia aérea. Os brasileiros passaram então a cumprir missões de bombardeio de alvos no solo.

O objetivo de guerra da força aérea Aliada na Itália consistia em três estágios :

1º – Obtenção da superioridade aérea: deixar o espaço aéreo livre para as operações em terra eliminando aeronaves hostis .

2º – Interdição do campo de batalha: considerada a forma mais arriscada de se perder um piloto em combate. O objetivo consistia em anular ou destruir quaisquer alvos estratégicos que pudessem favorecer o avanço ou o abastecimento do inimigo. Tais ataques exigiam mais do piloto e tinham um grande índice de baixas.

3º – Cooperação com forças terrestres: cumpridos com os objetivos anteriores, os pilotos forneceriam apoio tático aos soldados do exército em suas atividades. Os brasileiros encontraram a guerra na Itália já em sua segunda fase de combate.

Durante a permanência em Tarquínia o Grupo de Caça perdeu em 6 de novembro, o seu primeiro piloto, em missão de ataque a região de Bolonha: o 2º Tenente John Richardson Cordeiro e Silva.

No dia 7 de novembro, um acidente com o P-47D-25-RA n° 42-26753 causou a morte do 2° Ten. Av. Oldegard Olsen Sapucaia. Em dado momento, seu Thunderbolt entrou em parafuso invertido a pouco mais de 450 metros do solo. O Ten. Av. Sapucaia saltou da aeronave mas não havia altura suficiente para a abertura do pára-quedas. As causas do acidente foram descobertas dois dias depois, com a chegada de um Boletim de Ordem Técnica, informando que manobras não coordenadas utilizando aileron e leme poderiam travar o leme, seguido de violento e incontrolável giro no eixo lateral, que levaria a aeronave à um parafuso invertido.

A solução para esse problema era a instalação de quilhas dorsais, que iam do bordo de ataque do estabilizador vertical até a altura do canopy aberto. Essas quilhas foram entregues em forma de "Field Modification Kits", sendo que coube ao 80th Service Squadron a instalação dessas quilhas nas aeronaves do 1° GAvCa. Entretanto, as quilhas só eram instaladas nas aeronaves quando estas necessitavam de trabalhos de reparo de grande monta e, portanto, apenas alguns poucos P-47 do 1° GAvCa receberam esta modificação.

Durante a campanha, outras modificações foram executadas nos Thunderbolt do 1° GAvCa. Uma das mais controversas foi, certamente, a instalação dos lançadores triplos de foguete M-10, capaz de lançar três foguetes M8A2, de 4.5 polegadas. A intenção era fornecer maior poder de fogo contra veículos blindados e fortificações. Uma das primeiras aeronaves a sofrer as necessárias modificações na cabine, na instalação elétrica e na parte inferior das asas para receber o M10 foi o P-47-25-RA n° 42-26786 "1", do Maj. Av. Nero Moura, sendo que a última foi o P-47D-27-RE n° 42-26786 "D4", do Ten. Av. Rui Moreira Lima.

De eficiência altamente questionável, o M10 foi mais um estorvo do que uma arma eficaz. As aletas de direcionamento dos foguetes M8A2 abriam-se em momentos distintos, causando uma trajetória helicoidal e prejudicando sua precisão. Além do que, o tubo de lançamento causava grande arrasto aerodinâmico. Em pouco tempo, os pilotos do 1° GAvCa passaram a ter verdadeira aversão ao M10 e sua quase inexistente eficiência, já que expunham-se ao risco de serem abatidos ao utilizar uma arma que dificilmente cumpriria seu papel.

Outra modificação importante foi a instalação de uma câmera oblíqua K-25A no bordo de ataque do cabide de bombas da asa esquerda de alguns Thunderbolts do 1° GAvCa. O P-47D já possuía, originalmente, uma câmera instalada no bordo de ataque da asa direita, sincronizada com as metralhadoras. A adaptação das K-25A era realizada pela própria equipe de manutenção do 1° GAvCa, nas aeronaves que voavam com maior frequência na posição n°4 de uma esquadrilha.

Em 4 de dezembro de 1944, a unidade brasileira foi deslocada para a Base Aérea de San Giusto, em Pisa, 200 Km ao norte de Tarquínia e bem mais próxima das linhas inimigas no norte da Itália. Em momento algum o Grupo de Caça deixou de operar durante esta transferência. Os aviões decolavam de Tarquínia para as missões de ataque e já pousavam na nova Base de Pisa. Segundo o relato do Comandante do Grupo, Nero Moura, o pessoal de apoio terrestre teve um desempenho fundamental na realização impecável desta operação.

Alguns P-47 da Esquadrilha Azul, Jambock Blue

Na cidade de Pisa e a situação dos brasileiros melhorou em termos de conforto. Os pilotos foram hospedados em um prédio conhecido como “Albergo Nettuno”, que embora estivesse avariado pelos bombardeios inimigos apresentava melhores condições do que os acampamentos de Tarqüinia. Próximo ao Natal receberam a visita do então Ministro de Guerra General Eurico Gaspar Dutra e do Embaixador Brasileiro na Itália Livre, Vasco Leitão da Cunha.

Alguns pilotos do 1º GAvCa enfrentaram a própria sorte ao serem abatidos nas linhas inimigas, convivendo com os partisanos e contando com sua ajuda para escapar da captura pelos soldados alemães. Um deles, em especial, o Tenente Danilo Marques Moura, conseguiu retornar às linhas amigas por conta própria, atravessando o território ocupado sem ser capturado pelos nazistas.

Pilotos estudam com o oficial americano a região em que será realizada a missão.

Da esquerda para a direita: Coelho, Spínola, oficial americano, Rocha e Pessoa Ramos

Outros pilotos também foram abatidos muito longe das linhas amigas e sofreram a captura. Prisioneiros até o término do conflito na Itália, conheceram as prisões nazistas e seus campos de concentração, travando uma guerra pessoal pela sobrevivência até novamente ganharem a liberdade.

Em 04 de abril de 1945 o comando do Teatro de Operações do Mediterrâneo ordenou uma série de investidas contra os alemães que ficou conhecida como “Ofensiva da Primavera”. Com as baixas crescentes e sem recompletamento – embora não faltassem voluntários, impedidos de ir para a Itália pelas malhas da burocracia. Os pilotos restantes eram obrigados a voar entre 2 e até 3 missões em um mesmo dia com uma sobrecarga muito maior do que a dos companheiros norte-americanos.

Equipe de terra coloca uma bomba em um P-47

No dia 16 de abril de 1945, o 5º Exército Norte-Americano iniciou sua ofensiva ao longo do rio Pó. Nesta data, o Grupo estava reduzido a 25 pilotos, alguns tendo sido mortos em combate e alguns outros, abatidos atrás das linhas inimigas, tendo sido capturados. o 1º GAvCa passou a operar com três esquadrilhas somente, pois devido as baixas a esquadrilha Amarela foi desativada, com os seus pilotos remanescentes tendo sido redistribuídos entre as demais esquadrilhas.

Ten. Armando de Souza Coelho checando equipamento antes de mais uma missão. Na bomba de 500 lb a inscrição "Um Souvenir da FAB"

No dia 19 de abril, o "front" alemão foi quebrado; tal fato, de grande importância, foi primeiro detectado por uma patrulha do Grupo e comunicado ao QG. Em 21 de abril de 1945 chegou às mãos do Major Richard Holland, oficial de informações do 350th Fighter Group, um informe do V Exército dos EUA à respeito das cabeças de ponte ao sul do Rio Pó, um importante ponto estratégico para que os alemães pudessem reagrupar suas forças e manter uma forte resistência aos avanços aliados. Para evitar que as tropas inimigas se reorganizassem era necessário estabelecer uma cabeça de ponte ao norte deste mesmo rio a fim de garantir que a retirada alemã não se consumasse. O trabalho do 1º GAvCa contribuiu diretamente para o estabelecimento desta cabeça de ponte e conseqüentemente para a conclusão rápida da campanha. As forças Aliadas iriam estabelecer uma cabeça de ponte sobre o Pó, no dia 23 de abril, após as defesas alemãs sofrerem interdição aérea no dia anterior.

O 22 de abril de 1945 - Dia da Aviação de Caça

O dia amanheceu frio, encoberto e com nevoeiro. As três esquadrilhas brasileiras levantaram vôo a partir das 8h30min a intervalos de 5min cada uma, a fim de atacar alvos na região de San Benedetto, destruindo pontes, balsas e veículos motorizados. Às 10h00min, uma esquadrilha levantou vôo para uma missão de reconhecimento armado ao sul de Mantua, destruindo mais de 80 caminhões e veículos. Outros aviões do Grupo atacaram posições fortificadas alemãs, tanques e balsas. Ao final do dia, o Grupo havia voado 44 missões individuais, tendo destruído mais de 100 veículos e outros alvos.

Dois P-47s foram avariados pela "Flak" e um terceiro foi abatido, tendo sido capturado pelas forças alemãs o 2º Ten.-Av. Armando de S. Coelho. Esse foi o dia no qual foram despachadas o maior número de missões de combate pelo Grupo, e por isso é comemorado a cada ano como o Dia da Aviação de Caça.

O desempenho exemplar dos brasileiros no 22 de abril lhes rendeu uma importante recomendação: a Medalha Presidencial Americana (Presidential Unit Citation).

Alguns dos trechos da Proposta de Citação Presidencial de Unidade enviado pelo Comandante do 350th Fighter Group, Coronel Ariel Nielsen, ao XXII Comando Aerotático, resumem fielmente as atividades do Grupo de Caça nesta fase da guerra:

"Proponho-vos seja o 1º Grupo de Caça Brasileiro citado pelos relevantes feitos realizados no conflito armado contra o inimigo, no dia 22 de abril de 1945.

Este Grupo entrou em combate numa época em que era máxima a oposição da anti-aérea aos çaças-bombardeiros. Suas perdas têm sido constantes e pesadas e têm tido poucas substituições. À medida que se tornaram menos numerosos cada um passou a voar mais, expondo-se com maior freqüência. Mesmo assim, em várias ocasiões, tive que refreá-los quando queriam continuar voando, porque considerei que já haviam ultrapassado o limite de resistência.

A perícia e a coragem demonstradas nada deixam a desejar. chamo-vos a atenção para a esplêndida exibição do seu excelente trabalho contra todas as formas de interdição e coordenação de alvos.

Em minha opinião, seus ataques na região de San Benedetto, no dia 22 de abril de 1945, ajudaram a preparar o caminho para a cabeça de ponte estabelecida pelos Aliados, no dia seguinte, na mesma região. A fim de completar isso, o 1º Grupo de Caça Brasileiro, em seus feitos, excedeu os de todos os outros Grupos e sofreu sérias perdas.

Acredito estar refletindo o sentimento de todos os que conheceram o trabalho do 1º Grupo de Caça Brasileiro, ao recomendar que eles recebam a Citação Presidencial de Unidade (PUC - Presidential Unit Citation). Tal citação é, não só meritória, mas tornar-se-ia carinhosa à lembrança dos brasileiros, na comemoração dos esforços que foram desenvolvidos neste Teatro de Operações."

A condecoração acabou não sendo oficializada após a guerra, pois este tipo de comenda somente é atribuída a unidades americanas e de tamanho superior ao de Grupo de Caça. Esta grande injustiça só foi reparada 41 anos após o final da 2ª Guerra Mundial. No dia 22 de abril de 1986, por determinação do então Presidente dos EUA, Ronald Reagan, o 1º Grupo de Aviação de Caça, recebeu durante as comemorações do "Dia da Aviação de Caça", realizada anualmente na Base Aérea de Santa Cruz, a merecida Citação Presidencial Americana. Somente uma unidade inglesa que lutou durante a Batalha da Inglaterra detém, juntamente com o Grupo de Caça, a honra de possuir tal distinção. Infelizmente, por motivos até hoje desconhecidos, os integrantes do 1º Grupo de Aviação de Caça estiveram proibidos de usar tão importante condecoração. Esta proibição incluiu também o estandarte da unidade. Felizmente, esta proibição foi cancelada, e atualmente o Grupo de Caça e seus integrantes ostentam, com orgulho, a merecida comenda.

Condecoração PUC (Presidential Unit Citation)

Fim do conflito

P-47D-28-RE (USAAF s/n 44-19666) originalmente da Esq. Amarela - Este avião foi usado pelo Ten. Aurélio em sua última missão - 22 JAN 1945

Em 02 de maio de 1945 foram suspensas todas as missões aéreas, pois a Alemanha havia assinado sua rendição incondicional na Itália e na Áustria. De 11 de novembro de 1944 a 4 de maio de 1945, em seis meses de operação do 1º GAvCa, voou 5.465 horas, 445 missões e 2.550 missões individuais, ficou um saldo extraordinário que traduziu o desempenho brasileiro durante a Segunda Grande Guerra:

•  4.442 BOMBAS LANÇADAS (1.010 TONELADAS)

•  1.180.200 CARTUCHOS DE MUNIÇÃO DISPARADOS

•  850 FOGUETES LANÇADOS

•  25 PONTES DESTRUÍDAS

•  51 PONTES DANIFICADAS

•  03 REFINARIAS DE GASOLINA DESTRUÍDAS

•  02 REFINARIAS DE GASOLINA DANIFICADAS

•  31 DEPÓSITOS DE COMBUSTÍVEL E MUNIÇÃO DESTRUÍDOS

•  15 DEPÓSITOS DE COMBUSTÍVEL E MUNIÇÃO DANIFICADOS

•  19 EMBARCAÇÕES PEQUENAS DESTRUÍDAS

•  149 EDIFÍCIOS OCUPADOS DESTRUÍDOS

•  104 EDIFÍCIOS OCUPADOS DANIFICADOS

•  148 INSTALAÇÕES EM GERAL DESTRUÍDAS

•  70 INSTALAÇÕES EM GERAL DANIFICADAS

•  85 POSIÇÕES DE CANHÃO DESTRUÍDAS

•  15 POSIÇÕES DE CANHÃO DANIFICADAS

•  412 CORTES EM ESTRADAS DE FERRO

•  13 LOCOMOTIVAS DESTRUÍDAS

•  92 LOCOMOTIVAS DANIFICADAS

•  250 CARROS DE ESTRADA DE FERRO DESTRUÍDOS

•  835 CARROS DE ESTRADA DE FERRO DANIFICADOS

•  02 AVIÕES DESTRUÍDOS NO SOLO

•  09 AVIÕES DANIFICADOS NO SOLO

•  08 VEÍCULOS BLINDADOS DESTRUÍDOS

•  13 VEÍCULOS BLINDADOS DANIFICADOS

•  1.034 VEÍCULOS AUTOMÓVEIS DESTRUÍDOS

•  686 VEÍCULOS AUTOMÓVEIS DANIFICADOS

•  79 VEÍCULOS DE TRAÇÃO ANIMAL DESTRUÍDOS

•  19 VEÍCULOS DE TRAÇÃO ANIMAL DANIFICADOS

•  01 NAVIO DANIFICADO

 

Resultado do bombardeio na Ponte de Legnago

Ataque contra uma via férrea

Ponte ferroviária completamente destruída,

 no acesso e no vão central- Norte da Itália.

 

1945 - Comboio alemão surpreendido durante a fuga. Norte da Itália

 

 

1945 - Efeito das bombas incendiárias em casas ocupadas pelos alemães.

 Norte da Itália.

 

04 FEV 1945 - Missão 198 - Centro de lazer próximo a Albavilla que foi transformado em depósito de munições pelos alemães, e atacado pelo 1º Grupo de Caça.

 

1945 - Comboio destruído em estrada no Norte da Itália.

 

1945 - Resultado de um ataque a um complexo de depósitos de munição camuflado. Norte da Itália.

Embora as missões do grupo fossem equivalentes a somente 5% do total do 22nd. Tactical Air Command, a percentagem de resultados obtidos foi espantosa. O saldo registrado no período de 06 a 29 de abril de 1945 foi o seguinte:

•  85% DOS DEPÓSITOS DE MUNIÇÃO DANIFICADOS

•  36% DOS DEPÓSITOS DE GASOLINA DANIFICADOS

•  28% DAS PONTES DESTRUÍDAS

•  19% DAS PONTES DANIFICADAS

•  15% DOS VEÍCULOS AUTOMÓVEIS DESTRUÍDOS

•  13% DOS VEÍCULOS AUTOMÓVEIS DANIFICADOS

•  10% DOS VEÍCULOS DE TRAÇÃO ANIMAL DESTRUÍDOS

•  10% DOS VEÍCULOS DE TRAÇÃO ANIMAL DANIFICADOS

Segue abaixo um pequeno sumário estatístico das atividades do 1º Grupo de Aviação de Caça durante a campanha na Itália:

  • Total das missões executadas.............................. ..445

  • Total de saídas ofensivas...................................... 2546

  • Total de saídas defensivas..........................................4

  • Total de horas de vôo em operações de guerra....... 5465

  • Total de horas de vôo realizadas........................... 6144

  • Total de bombas lançadas....................................4442

  • Bombas incendiárias (F.T.I)................................... 166

  • Bombas fragmentação (260 lbs)............................... 16

  • Bombas fragmentação (90 lbs)..................................72

  • Bombas demolição (1.000 lbs)................................... 8

  • Bombas demolição (500 lbs).................................4180

  • Total de munição calibre .50..........................1.180.200

  • Total de foguetes lançados.................................... 850

  • Total de litros de gasolina consumida.............4.058.651

Com o término da Segunda Guerra Mundial começaram a regressar os prisioneiros e fugitivos brasileiros, resgatados pelos próprios companheiros nas áreas onde haviam sido abatidos, e iniciaram-se os preparativos para a volta ao lar.

As três esquadrilhas que chegaram ao final:

Da esquerda para a direita, os tenentes Rui Moreira Lima, Alberto Martins Torres e Renato Goulart Pereira

Em junho de 1945 todos os 26 P-47D que estavam em poder do 1° GAvCa foram levados em vôo até Capodichino, ao AAFSC/MTO, onde foram desmontados e enviados por via terrestre para Nápoles, para serem embarcados para o Brasil. No traslado, o P-47D-27-RE n° 42-26788 acidentou-se durante o pouso, sendo considerado perda total. As 25 aeronaves restantes foram embarcadas e transportadas ao Brasil no SS W. S. Jennings.

Em 06 de julho de 1945 a maioria dos integrantes do 1º GAvCa – juntamente com o primeiro escalão da Força Expedicionária Brasileira - FEB, retornou ao Brasil a bordo do navio General Meighs, deixando o porto de Nápoles e atracando no cais da Praça Mauá 12 dias depois.

O 1º GAvCa ainda tinha um crédito de 19 aeronaves junto ao depósito ao "Army Air Force Storage Center" da USAAF, devido a um acordo feito entre americanos e brasileiros no qual o Ministério da Aeronáutica. Ao invés de trazer esses 19 aviões para o Brasil, foi feito um acordo com o Governo Norte-Americano e essas aeronaves foram trocadas por aeronaves do tipo P-47D-40-RA, mais modernas e bem equipadas do que as versões disponíveis na Europa, e que seriam trazidas em vôo por pilotos do 1º GAvCa a partir dos Estados Unidos.  Uma formação comandada pelo Tenente Coronel Aviador Nero Moura foi aos EUA pegar os aviões e deslocou-se pelo ar desde Kelly Field, no Texas, até o Campo dos Afonsos no Rio de Janeiro, pousando em solo brasileiro a 16 de julho de 1945. Os veteranos de guerra foram homenageados em um desfile na avenida Rio Branco, saudados euforicamente pela Nação Brasileira. Terminava assim a participação do 1º GAvCa na Segunda Guerra Mundial. Esses P-47 trazidos dos EUA, posteriormente, receberam matrículas FAB que iam de 4129 a 4147.

Baixas do 1º Grupo de Aviação de Caça

MORTOS EM COMBATE

2º Tenente Aviador Dante Isidoro Gastaldoni - Como Aspirante ainda, foi voluntário para combater o nazi-fascismo de Hitler e Mussolini. Seguiu para o Panamá junto com os 374 homens do Ten Cel Av Nero Moura. Ali, na Base Aérea de Aguadulce, realizou seu treinamento de piloto de caça. Em um vôo de instrução, quando realizava missão de interceptação a um suposto inimigo na área de defesa da Zona do canal do Panamá, seu avião perdeu os comandos vindo a chocar-se ao solo, não lhe dando tempo a abandonar a aeronave. Foi a primeira vítima dos voluntários do 1º Grupo de Aviação de Caça.

1º Tenente Aviador John Richardson Cordeiro e Silva - Foi um dos primeiros voluntários que atendeu ao chamado da Pátria. Seguiu para o Panamá e Estados Unidos, onde realizou seu treinamento de piloto de caça. Representava para seus companheiros do 1º Grupo de Aviação de Caça um exemplo de coragem, fibra e vontade de ferro. Realizou apenas uma missão de guerra sendo abatido e morto ao atacar posições de artilharia antiaérea na cidade de Bolonha, no dia 6 de novembro de 1944.

1º Tenente Aviador Oldegard Olsen Sapucaia - Era instrutor na Escola de Aeronáutica quando se voluntariou para integrar o 1º Grupo de Aviação de Caça. Seu curso no Panamá e Estados Unidos foi um sucesso, distinguindo-se entre todos como um dos melhores. Faleceu em serviço na Zona de Combate no Teatro do Mediterrâneo quando realizava Tiro Terrestre na área vizinha a Tarquinia, no dia 7 de novembro de 1944.

1º Tenente Aviador Waldir Paulino Pequeno de Mello - Voluntário, ingressou no 1º Grupo de Aviação de Caça nos Estados Unidos. Realizou com sucesso o treinamento no P-47 "Thunderbolt", seguindo para a Itália, com o curso de caça completo. Voou apenas uma missão de Guerra, pois faleceu durante um acidente em que colidiram no ar um C-47 americano e um P-47 brasileiro, no dia 16 de novembro de 1944. O Waldir voava como passageiro do C-47 tentando fotografar uma esquadrilha, a Esquadrilha Verde comandada pelo Lagares. Recebeu a Cruz de Bravura da FAB e a Air Medal (Estados Unidos).

2º Tenente Aviador Roland Rittmeister - Na abertura do voluntariado para o 1º Grupo de Aviação de Caça estava na Escola de Aeronáutica como instrutor. Atendeu ao Primeiro chamado da Pátria. Fez os cursos no Panamá e nos Estados Unidos com pleno êxito, distinguindo-se como oficial especializado em Informações de Guerra. Realizou uma única missão de guerra, tendo falecido na Zona de Combate em 16 de novembro de 1944, no mesmo acidente em que faleceu o 1º Ten Av Waldir.

1º Tenente Aviador João Maurício Campos de Medeiros - Foi o Tenente Medeiros uma das figuras mais populares no 1º Grupo de Aviação de Caça. Encarnou o verdadeiro piloto de guerra. Morreu em combate no dia 2 de janeiro de 1945, quando atacava uma locomotiva na estação ferroviária em Alessandria. Chegou a saltar de pára-quedas, sendo entretanto eletrocutado por fios de alta tensão, durante a queda. A história do Tenente Medeiros é um exemplo a ser seguido pela nova geração da Força Aérea Brasileira. Filho dileto do Prof. Maurício Medeiros, foi para seus companheiros do 1º Grupo de Aviação de Caça um exemplo de bravura, determinação e patriotismo.

1º Tenente Aviador Aurélio Vieira Sampaio - Servia na Base Aérea de Fortaleza quando o Maj Av Nero Moura abriu o voluntariado para o 1º Grupo de Aviação de Caça. Acompanhou o Grupo desde o treinamento no Panamá. Sua história é um exemplo de fibra e força de vontade. Cumpriu seu dever com distinção em todos os setores. Iniciou como oficial terrestre, ajudando diretamente ao comando na difícil tarefa administrativa. Quando tiveram as perdas do Cordeiro, do Oldegard e do Rittmeister, apresentou-se para o vôo imediatamente. Realizou o treinamento na Zona de Combate. Foi um verdadeiro piloto de guerra. Morreu ao sul de Milão, quando atacava fortificações inimigas. O fogo da artilharia antiaérea alemã o abateu quando cumpria sua 16ª missão de guerra, no dia 22 de janeiro de 1945. Foi condecorado com a Cruz de Bravura da FAB e com a Air Medal (Estados Unidos).

2º Tenente Aviador Frederico Gustavo dos Santos - Veio diretamente dos Estados Unidos para integrar o 1º Grupo De Aviação de Caça na Itália. Realizou 44 missões de guerra, sendo morto em combate em Spilambergo, no dia 13 de abril de 1945, quando atacava depósitos de munição. Morreu aos 19 anos em defesa da Pátria estremecida. Apesar da pouca idade e do pouco tempo no Teatro de Operações, distinguiu-se entre seus companheiros pela personalidade e bravura durante as ações de combate. Foi condecorado várias vezes.

1º Tenente Aviador Luiz Lopes Dornelles - Abatido pela artilharia antiaérea inimiga, sendo morto em combate quando atacava uma locomotiva na Estação Ferroviária de Alessandra, no dia 26 de abril de 1945. Realizou 89 missões de guerra. Sua bravura pode ser atestada pelos companheiros da Campanha da Itália e pelos filmes de combate se sua metralhadora fotográfica arquivados no Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos.

ABATIDOS  COM  VIDA  EM  COMBATE

1º Tenente Aviador Ismael da Motta Paes - Herói do 1º Grupo de Aviação de Caça. Foi um dos primeiros a atender ao chamado da Pátria. Realizou 24 missões de guerra, tendo sido abatido no dia 23 de dezembro de 1944 ao norte de Parma. Foi prisioneiro de guerra em Stettim, Alemanha, tendo sido libertado pelos Russos no final da guerra. Ao regressar ao Brasil continuou na aviação, tendo sido um dos comandantes do 1º Grupo de Aviação de Caça, ensinando o que aprendera à nova geração. Chegou ao posto de Major-Brigadeiro do Ar na ativa.

1º Tenente Aviador Josino Maia de Assis - Estava na unidade aérea da Base Aérea de Recife voando patrulha de P-40, famoso caça operado pela Esquadrilha dos Tigres Voadores, quando foi aberto o voluntariado para o 1º Grupo de Aviação de Caça. Junto com seu comandante, na época o Tenente Lagares, foi um dos primeiros a colocar o nome na lista. Cumpriu com destaque o seu treinamento no Panamá e nos Estados Unidos. Foi classificado imediatamente como Líder de Esquadrilha para missões de combate. Durante a campanha da Itália cumpriu com bravura e determinação 41 missões de guerra. Foi abatido pela artilharia antiaérea inimiga ao sul de Milão, no dia 29 de janeiro de 1945. Caiu prisioneiro do inimigo quando estava praticamente nas mãos dos Partizans (guerrilheiros italianos pró-aliados). Como seu companheiro Othon Correia Netto, foi prisioneiro em Nuremberg e depois em Musberg. Regressou a Pisa depois do dia 8 de maio de 1945. Foi ferido em combate. No Brasil, foi comandante do 1º Grupo de Aviação de Caça, em Santa Cruz, em 1950. Entre diversas condecorações possui a Cruz de Sangue (Brasil), Cruz de Aviação (Brasil), Air Medal (Estados Unidos) e a Distinguished Flying Cross (Inglaterra).

Curtiss P-40 Warhawk da FAB

Capitão Aviador Joel Miranda - Na época do voluntariado era Oficial de Gabinete do Ministro da Aeronáutica Dr Salgado Filho. Foi um dos heróis do 1º Grupo de Aviação de Caça. Sua Esquadrilha foi quase totalmente abatida pela artilharia antiaérea inimiga, em virtude do desapego à vida e bravura de seu comandante. Saltaram de pára-quedas ou foram mortos em combate. Além do próprio Joel, os Tenentes Motta Paes e Brandini foram feitos prisioneiros de guerra, Tenentes Dornelles e Medeiros mortos em ação, Tenente Danilo ficou escondido com os Partizans e o Tenente Canário saltou em "Terra de Ninguém". Quando Saltou de pára-quedas, o Capitão Joel quebrou o braço, sendo socorrido em Hospital de Sangue Alemão. Ficou escondido até o fim da guerra, tendo feito diversas incursões junto com os Partizans. Realizou 31 missões de guerra, sendo abatido no dia 4 de fevereiro de 1945.

2º Tenente Aviador Danilo Marques Moura - Irmão do Comandante do 1º Grupo de Aviação de Caça, Ten Cel Av Nero Moura, talvez tenha sido o primeiro voluntário. Serviu no Panamá e nos Estados Unidos, em funções administrativas mas, nem por isso, deixou de completar o seu curso de caça. Na Itália voou 11 missões de guerra, quando foi abatido em Castelfranco, no dia 4 de fevereiro de 1945. Escondeu-se com os Partizans por meis dúzia de horas, até conseguir uma roupa civil. Decidiu, imediatamente, regressar às linhas aliadas, enfrentando os perigos normais de burlar a vigilância dos alemães. Sua determinação, força de vontade e coragem, fizeram com que chegasse a Florença a salvo, trazendo informações preciosas das organizações de terreno feitas pelos alemães nas margens do Rio Pó. Regressou ao Brasil após o término da guerra, trocando a Força Aérea Brasileira pela PANAIR do BRASIL. Seu triunfo de fuga inspirou alguns de seus colegas do Grupo na criação de uma paródia: "A Ópera de Danilo". Esta Ópera é cantada até os dias de hoje, em todas as reuniões do dia 6 de outubro, pelos veteranos e atuais pilotos de caça da FAB.

1º Tenente Aviador Roberto Brandini - Este herói do 1º Grupo de Aviação de Caça tem uma das histórias mais fascinantes. Foi abatido em Ferrara, no dia 10 de fevereiro de 1945, pela artilharia antiaérea inimiga, quando atacava objetivo fortemente defendido naquela cidade italiana. Ao abandonar seu P-47 em pára-quedas, foi atingido na cabeça por um estilhaço de granada do famoso 88 alemão. Desceu desacordado, tendo sido dado como morto pelo Líder da Esquadrilha, o bravo Tenente Dornelles, que viria a morrer no dia 26 de abril. Quando recobrou os sentidos, 48 horas depois, já estava operado e com o troféu que o cirurgião lhe tirou do crânio, na mesa de cabeceira do Hospital de Sangue. Depois de recuperado, foi internado no Campo de Concentração de Bolzano, na Itália. Realizou 28 missões de guerra. Regressou ao Brasil, onde esteve na ativa até 1960. Foi várias vezes condecorado pelos Estados Unidos e pelo Brasil.

2º Tenente Aviador Raymundo da Costa Canário - Veio diretamente dos Estados Unidos para o 1º Grupo de Aviação de Caça, na época sediado em Pisa. Como seus companheiros da Reserva Convocada, Santos, Menezes, Tormim, Morgado e Poucinhas, foi também voluntário na luta contra o nazi-facismo. Com apenas 18 anos, tornou-se figura popular entre o pessoal do grupo. Era o piloto mais jovem do Grupo. Foi abatido pela artilharia antiaérea em 15 de fevereiro de 1945, tendo com extraordinária habilidade, conduzido seu avião até as linhas aliadas. Saltou de pára-quedas segundos antes de seu P-47 explodir no ar. Caiu na "Terra de Ninguém", sendo recolhido por uma patrulha do 11º Regimento da Força Expedicionária Brasileira. No dia seguinte estava de volta, combatendo com a mesma disposição. Ao regressar ao Brasil, ingressou na aviação comercial, tornando-se comandante respeitadíssimo entre seus pares na antiga Real Linhas Aérea e na VARIG. Realizou 51 missões de guerra.

Capitão Aviador Theobaldo Antonio Kopp - Voluntariou-se entre os primeiros para o 1º Grupo de Aviação de Caça, sendo escolhido como um dos homens-chave do Ten Cel Av Nero Moura para fazer o Curso de Tática Aérea em Orlando - Flórida. Seguiu para o Teatro de Guerra do Mediterrâneo, mesmo sabendo que sua mãe e irmã se encontravam em Milão. Isto implicava em dizer que se os nazistas tomassem conhecimento desse detalhe, sua família sofreria as conseqüências em Milão. O Tenente Kopp, de Curitiba, preferiu afrontar mais esse perigo. Lutou bravamente e, ao completar sua 58º missão de guerra, foi abatido em Suzara, no dia 7 de março de 1945, pela artilharia antiaérea alemã. Demonstrando coragem e sangue frio, conseguiu evadir-se, escondendo-se mais tarde com a rede de Partizans local. Como Joel Miranda e Danilo Moura, teve várias e interessantes aventuras, junto com os Partizans. Regressou ao Brasil onde permaneceu por longo período na Aviação de Caça em Santa Cruz. Foi condecorado pelos Governos Brasileiro, Americano e Francês com medalhas de combate e bravura.

1º Tenente Aviador Othon Corrêa Netto - Foi voluntário para integrar o 1º Grupo de Aviação de Caça, vindo diretamente do Corpo de Instrutores da Escola de Aeronáutica. Iniciou suas missões de guerra no dia 6 de novembro de 1944, decolando como ala de uma esquadrilha do 347th Fighter Squadron. Experimentou de perto o fogo alemão, pois sua missão foi a de atacar posições de artilharia antiaérea. Saiu-se bem. No dia 26 de março de 1945, foi abatido em Casarsa, sendo obrigado a saltar de pára-quedas. Foi prisioneiro nos campos de concentração de Nuremberg e Müsberg. Portou-se em todos os interrogatórios como um perfeito soldado. Cumpriu 58 missões de guerra.

2º Tenente Aviador Marcos Eduardo Coelho de Magalhães - Era instrutor da Escola de Aeronáutica quando se voluntariou para integrar o 1º Grupo de Aviação de Caça. Durante a Campanha da Itália realizou 85 missões de guerra, quando foi abatido no dia 22 de abril de 1945, nas proximidades de Sassuolo. Ao saltar de pára-quedas foi metralhado por um oficial e um soldado fascista, fazendo com que o mesmo afunilasse, tendo o Tenente Coelho caído sobre o telhado de uma casa e quebrado as duas pernas. Foi esbofeteado e cuspido pelos militares fascistas, só não sendo assassinado pela intervenção de um cabo alemão. Foi prisioneiro em um Hospital de Sangue em Regio - Itália. Regressou ao Brasil e ingressou na Aviação de Transporte da Força Aérea Brasileira.

2º Tenente Aviador Renato Goulart Pereira - Era instrutor da Escola de Aeronáutica quando foi aberto o voluntariado para o 1º Grupo de Aviação de Caça. Não vacilou, sendo um dos primeiros a assinar o nome na lista de voluntários. Sua popularidade era grande, em virtude de ter sido membro da Seleção Brasileira de Basquete. Foi capitão do time do XXIII Comando Aerotático na Itália. Durante a campanha foi abatido quando atacava objetivos inimigos. Saltou de pára-quedas sobre as linhas aliadas no dia 30 de abril de 1945, demonstrando sua habilidade de vôo, quando seu avião com incêndio a bordo, permaneceu ainda voando por 15 minutos. Realizou 93 missões de guerra.

O 1º GAvCa Hoje

Os feitos do 1ºGAvCa durante a Campanha da Itália foram ainda mais enaltecidos no dia 22 de abril de 1986. Nesse dia o Grupo recebeu, das mãos do Sr. Embaixador dos EUA no Brasil, acompanhado do Secretário da Força Aérea dos EUA, a Presidential Unit Citation (Air Force), concedida pelo governo norte-americano. É para nós motivo de orgulho sabermos que, à parte outras poucas unidades da USAF, apenas o 1ºGpAvCa e duas unidades da Royal Australian Air Force - os Esquadrões 2 e 13 - foram agraciadas com tal comenda.

"Seus feitos permanecerão vivos enquanto os homens voarem. Suas vitórias, no campo de batalha, estarão em nossos corações enquanto os homens honrarem o heroísmo e a coragem." - E. Aldridge Jr., Secretário da USAF, quando da entrega da Presidential Unit Citation ao 1ºGAvCa .

Na atualidade o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GavCa) é subordinado à Terceira Força Aérea (III Fae) e opera a partir da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, possuindo dois esquadrões: o 1º/1º GAvCa - Esquadrão Jambock e o 2º/1º GAvCa - Esquadrão Pif-paf. Ambas as unidades tem por atribuição realizar missões de ataque à superfície e defesa aérea.

Com o final da guerra, o 1º GavCa retornou para a Base Aérea de Santa Cruz, passando a operar junto com o 2º GavCa. Em 24 de março de 1947, o decreto nº 22.802 transformou-o 1º e 2º GavCa no 9º Grupo de Aviação, surgindo o Primeiro Esquadrão do Nono Grupo de Aviação (1º/9º Gav) e o Segundo Esquadrão do Nono Grupo de Aviação (2º/9º Gav), ambos sediados na Base Aérea de Santa Cruz.

Em 1949, para fazer justiça à unidade que forjou seu nome lutando nos céus da Itália, o Decreto-Lei nº 27.313 modificou novamente a denominação, trazendo de volta o 1º Grupo de Aviação de Caça, substituindo o 9º GAv, agora com dois esquadrões: o Primeiro Esquadrão do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º/1º GavCa), substituindo o antigo 1º GavCa, e o Segundo Esquadrão do 1º Grupo de Aviação de Caça (2º/1º GavCa) substituindo o antigo 2º GavCa.

Em 1953 o 1º GAvCa entrou na era do jato, com o recebimento dos Gloster F-8 Meteor, utilizados até 1968, quando recebeu os Lockheed TF-33A T-Bird, voando estas aeronaves até 1972, quando foi incumbido de realizar a avaliação operacional dos Embraer AT-26 Xavante. Em 1975 a unidade fez sua conversão para os Northrop F-5B Freedom Fighter (já retirados de uso) e F-5E Tiger II, utilizados até os dias de hoje. As insígnias dos Esquadrões Jambock ("Senta a Pua") ou do Esquadrão Pif-paf ("Rompe Mato") estão fixadas no lado direito do estabilizador vertical, estando a insígnia do 1º GAvCa ("Senta a Pua") fixada no lado esquerdo de todas as aeronaves .

O jato supersônico Northrop F-5E Tiger II é um caça tático bimotor de defesa aérea e ataque ao solo fabricado nos Estados Unidos. A sua velocidade máxima atinge cerca de 1.700 km/h, possuindo dois canhões Pontiac de 20 mm e capacidade de levar os mísseis brasileiros Piranha e os israelenses Python III, além de bombas e foguetes. Atualmente, os Tiger II da Força Aérea Brasileira passam por um programa de revitalização desenvolvido pela Embraer, que ampliará em muito as suas capacidades, principalmente de emprego de novos armamentos e de navegação.

Caça F-5E Tiger II com cores comemorativas à data dos 60 anos do 1º GAvCa

No dia 20 de outubro de 2006, o 1° GAvCa, incorporou à sua dotação o Northrop F-5EM, matrícula FAB 4826, iniciando uma nova etapa na vida operacional da unidade aérea.

1º/1º GAvCa - Esquadrão Jambock

O Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa) ficou subordinado ao 350th Fighter Group da USAAF, sendo incorporado como um esquadrão, junto com outros três esquadrões, pois o que para a nossa estrutura era um Grupo, para os aliados era apenas um Esquadrão. Durante as operações recebeu o nome código de Jambock, uma espécie de chicote feito de couro de rinoceronte, utilizado pelos nativos da África do Sul para tanger o gado. O Grupo era constituído por quatro esquadrilhas representadas por cores: Vermelha (letra A), Amarela (B), Azul (C) e Verde (D) que, posteriormente, devido ao grande número de baixas na esquadrilha Amarela, passaram a ser apenas três.

2º/1º GAvCa - Esquadrão Pif-paf

O Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (2º/1º GAvCa) tem suas origens no Segundo Grupo de Aviação de Caça (2º GAvCa), criado pelo Decreto nº 6.796, de 17 de agosto de 1944, na Base de Natal, Rio Grande do Norte. Posteriormente o 2º GAvCa foi transferido para a Base Aérea de Santa Cruz em 5 de outubro de 1944, pelo Decreto-Lei nº 6.926, passando a integrar o 1º Regimento de Aviação (1º RAv). Nessa época, era equipado com aviões Curtiss P-40 Warhawk nas versões E, K, M e N.

Com o regresso do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa), em setembro de 1945, a unidade teve seu comando substituído por oficiais veteranos da Campanha da Itália. Em novembro, passou a utilizar os Republic P-47 Thunderbolt, nas versões D-25, D-27, D-28 e D-30, vindos da Europa, tendo os seus Curtiss P-40 transferidos para o 3º RAv, sediado em Porto Alegre, onde equiparam o 3º GavCa e o 4º GAvCa . O nome do esquadrão surgiu na década de 40, por causa de um jogo de cartas chamado pif-paf, muito popular entre os pilotos e usado como distração nos casinos de oficiais. Como conseqüência imediata, foram adotados os quatro naipes para identificar as quatro esquadrilhas: ouros, paus, copas e espadas.

Em março de 1946 o 2º GavCa passou a ser responsável pela formação dos pilotos de caça da Força Aérea Brasileira, através do recém implantado ESPC (Estágio de Seleção de Pilotos de Caça), acrescentando os North American T-6 Texan ao seu acervo. Nessas missões, o código-rádio era Pacau, hoje utilizado pelo 1º/4º Gav.

Fontes:

http://www.aer.mil.br/aeronaves/htm/gavca.htm

http://daulog.com/main2.htm

http://www.jambock.com.br/jambock/v2/docs/pes_esq_red.asp

www.sentapua.com.br

http://paginas.terra.com.br/lazer/plastimodelista/sentapuac1/sent.htm

http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html

 


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Assunto: Brasil - 1ºGAvCa