Perfil da Unidade

CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS - CFN

 Lema dos Fuzileiros Navais

É o lema do Corpo de Fuzileiros Navais, é uma expressão em latin que quer dizer

"Aqui estamos!"

 

 


 

"Quando se houverem acabado os soldados no mundo, quando reinar a paz absoluta, que fiquem pelo menos os Fuzileiros, como exemplo de tudo de belo e fascinante que eles foram"

(Raquel de Queiroz)

 

Histórico

A Brigada Real da Marinha foi a origem do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil. Criada em Portugal em 28 de agosto de 1797, por Alvará da rainha D. Maria I, chegou ao Rio de Janeiro, em 7 de março de 1808, acompanhando a família real portuguesa que transmigrava para o Brasil, resguardando-se das ameaças dos exércitos invasores de Napoleão. Dizia o Alvará: “Eu, a Rainha, faço saber aos que este Alvará com força de lei virem, que tendo-me sido presentes os graves inconvenientes, que se seguem, ao meu Real Serviço, e à disciplina da Minha Armada Real, e o aumento de despesa que se experimenta por haver três corpos distintos a bordo das naus e outras embarcações de guerra da Minha Marinha Real, quais são os Soldados Marinheiros: sendo conseqüências necessárias desta organização, em primeiro lugar, a falta da disciplina que dificilmente se pode estabelecer entre os Corpos pertencentes a diversas repartições: em segundo, a falta de ordem, que nascem de serem os Serviços de Infantaria e de Artilharia, muito diferentes no mar do que são em terra: e ser necessário que os Corpos novamente embarcados aprendam novos exercícios a que não estão acostumados. Sou servida mandar criar um Corpo de Artilheiros Marinheiros, de Fuzileiros Marinheiros e de Artífices e Lastradores debaixo da Denominação de Brigada Real da Marinha...”

A Brigada Real escolta a comitiva de D. João VI em sua chegada ao Brasil

O batismo de fogo dos Fuzileiros Navais ocorreu na expedição à Guiana Francesa (1808/1809), com a tomada de Caiena, cooperando ativamente nos combates travados até a vitória, garantindo para o Brasil o atual estado do Amapá.

O batismo de fogo dos Fuzileiros Navais ocorreu na expedição à Guiana Francesa (1808/1809), com a tomada de Caiena.

Nesse mesmo ano, 1809, D. João Rodrigues Sá e Menezes, Conde de Anadia, então Ministro da Marinha, determinou que a Brigada Real da Marinha ocupasse a Fortaleza de São José, na Ilha das Cobras, onde até hoje os Fuzileiros Navais têm seu “Quartel-General”.

Após o retorno do Rei D. João VI para Portugal, um Batalhão da Brigada Real da Marinha permaneceu no Rio de Janeiro. Desde então, os soldados-marinheiros estiveram presentes em todos os episódios importantes da História do Brasil, como nas lutas pela consolidação da Independência, nas campanhas do Prata e em outros conflitos armados em que se empenhou o País.

Soldados do Batalhão Naval na Guerra do Paraguai, 1865

Tomada do Forte Sebastopol na Batalha de Paissandu

Ao longo dos anos, o Corpo de Fuzileiros Navais recebeu diversas denominações: Batalhão de Artilharia da Marinha do Rio de Janeiro, Corpo de Artilharia da Marinha, Batalhão Naval, Corpo de Infantaria de Marinha, Regimento Naval e finalmente, desde 1932, Corpo de Fuzileiros Navais (CFN).

Durante a Segunda Guerra Mundial, foi instalado um destacamento de Fuzileiros Navais na Ilha da Trindade, para a defesa contra um possível estabelecimento de base de submarinos inimigos e, ainda, foram criadas Companhias Regionais ao longo da costa, que mais tarde se transformaram em Grupamentos de Fuzileiros Navais. Os combatentes anfíbios embarcaram, também, nos principais navios de guerra da Marinha do Brasil.

O Brasil, apesar de conviver pacificamente na comunidade internacional, pode vir a ser compelido a envolver-se em conflitos gerados externamente, devido a ameaças ao seu patrimônio e a interesses vitais, bem como em atendimento a compromissos assumidos junto a organismos internacionais, fruto do desejo brasileiro em assumir uma participação ativa no concerto das nações no século XXI.

A Marinha do Brasil, parcela das Forças Armadas com a responsabilidade de garantir os interesses brasileiros no mar e em áreas terrestres importantes para o desenvolvimento das campanhas navais, encontra-se estruturada como uma força moderna, de porte compatível com as atuais possibilidades do País, capaz de dissuadir possíveis agressores, favorecendo, assim, a busca de soluções pacíficas das controvérsias.

Uma das suas tarefas é a projeção de poder sobre terra. Para tanto, além do bombardeio naval e aeronaval da costa, poderá a Marinha valer-se dos fuzileiros navais para, a partir de operações de desembarque, controlar parcela do litoral que seja de interesse naval. Essas operações, comumente conhecidas como Operações Anfíbias, são consideradas por muitos como sendo as de execução mais complexa dentre todas as operações militares. Atualmente a MB dispõe de tropa profissional apta a executar, com rapidez e eficiência, ações terrestres de caráter naval, as quais lhe confere credibilidade quanto à sua capacidade projeção sobre terra.

Na década de 50, o CFN estruturou-se para emprego operativo como Força de Desembarque, passando a constituir parcela da Marinha destinada às ações e operações terrestres necessárias a uma campanha naval.

O Corpo de Fuzileiros Navais hoje

Contando nos nossos dias com cerca de 15 mil homens, todos voluntários e concursados, profissionais de combate em terra, ar e mar, a sua missão é a de garantir a projeção do poder naval em terra, por meio de desembarques realizados em conjunto com navios e efetivos da Marinha.

No caso do Brasil essa é uma missão complexa, uma vez que o território do país compreende cerca de 8,5 milhões km², um litoral de mais de 7.400 km com dezenas de ilhas oceânicas, e uma rede hidrográfica navegável de aproximadamente 50.000 km de extensão. Nesta última compreende-se a Amazônia brasileira. Cobrir climas e paisagens naturais tão diversificadas como os pampas do Rio Grande do Sul, o pantanal do Mato Grosso do Sul, a caatinga da região Nordeste e a selva amazônica, exige um treinamento do mais elevado padrão, agilidade e versatilidade. Desta maneira existem unidades treinadas em técnicas de demolição, ações especiais, pára-quedismo, ações nas selvas, na montanha e no gelo, e em ações helitransportadas.

Treinados como "Força de Pronto Emprego", recentemente, com o envio de observadores militares brasileiros, inclusive integrando as Forças de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), os Fuzileiros Navais têm marcado a sua presença em áreas de conflito tão distintas como El Salvador, Bósnia, Angola, Moçambique, Ruanda, Peru, Equador, Timor-Leste e, mais recentemente, o Haiti.

Meios

Para cumprir as suas missões, os Fuzileiros Navais são desembarcados dos navios da Marinha do Brasil, quer utilizando embarcações de desembarque, veículos anfíbios ou helicópteros. Para isso contam com o apoio do fogo naval e/ou aeronaval. Uma vez em terra, operam os seus próprios meios, que incluem blindados, artilharia de campanha, artilharia antiaérea, engenharia de combate, comunicações e guerra eletrônica.

Treinamento

Para estarem aptos a cumprir as suas missões, os fuzileiros passam por um rigoroso treinamento físico, normalmente com muitas corridas, calistênicos, noites sem dormir, natação, apnéia, tiro prático com armamentos diversos, especialmente fuzis, rapel e artes marciais.

Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE)

A Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), subordinada ao Comando de Operações Navais, está localizada no município de Duque de Caxias (RJ), sob o comando de um Vice-Almirante Fuzileiro Naval. É uma força basicamente organizada, treinada e equipada para realizar operações terrestres de caráter naval.

Subordinados à FFE estão:

Divisão Anfíbia (DivAnf)

 

Localizada na Ilha do Governador (RJ), está estruturada para executar Operações Anfíbias e Operações Terrestres limitadas, necessárias à realização de uma campanha naval. Estão sob sua subordinação:

  • 1° Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais - "Batalhão Riachuelo" - (1°BtlInfFuzNav};

  • 2° Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais - "Batalhão Humaitá" - (2°BtlInfFuzNav);

  • 3° Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais - "Batalhão Paissandu" - (3°BtlInfFuzNav) - Os títulos dos três Batalhões de Infantaria de Fuzileiros Navais (Batalhões Riachuelo, Humaitá, e Paissandu) e do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero) homenageiam quatro batalhas do Império nas quais os Fuzileiros tiveram atuação de destaque: 17 dez 1851 Passo do Tonelero,  e 2 jan 1865 Paissandu, 11 jun 1865 Riachuelo e 18 fev 1868 Humaitá;

  • Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais - Sua missão é prover a força de desembarque com o indispensável apoio de fogo. Possui as seguintes armas: Obuseiros"Light Gun"  (105 mm) - britânicos e morteiros K6A3 (120 mm) - Israelenses;

Obuseiro Light Gun L-118 105 mm - armamento sofisticado de 1860 kg, cujo alcance máximo é de 17.200 m.

  • Batalhão de Comando e Controle;

    Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais (BtlBldFuzNav) - Está estruturado como Unidade de Apoio ao Combate composta de uma Companhia de Comando e Serviços, de uma Companhia de Carros de Combate  (com os SK 105 A2S) e de uma Companhia de Viaturas Blindadas (com os M113). Recentemente o CFN adquiriu unidades do Veículo Blindado de Transporte de Pessoal (VBTP) 8X8 Piranha III-C, da Mowag. Para consecução de sua finalidade, cabem ao BtlBldFuzNav as seguintes tarefas:

    • reforçar as ações da Infantaria com carros de combate;

    • prover apoio de transporte blindado para movimentos táticos e/ou apoio logístico;

    • integrar a defesa anticarro;

    • suplementar os fogos das armas de apoio;

    • quando reforçado por tropa de infantaria, atuar como elemento de manobra dos GptOpFuzNav;

    • constituir-se em elemento de manobra de valor Unidade, particularmente para o desenvolvimento de ações que exijam as características dos blindados; e

    • quando reforçado, realizar ações de reconhecimento, segurança, vigilância e de economia de forças.

    Descrição do SK 105/A2S Kürassier: Veículo austríaco, de 18 toneladas, com torre estabilizada, permitindo atirar em movimento, c/ capacidade para comportar 38 granadas e uma guarnição de 3 homens. 

    SK 105/A2S "Kürassier" em treinamento de tiro real

    Ficha Técnica:

    CCL-SL SK 105/A2S "Kürassier"
    Fabricante: Steyr-Daimler-Puch AG (Áustria)
    Guarnição: 3
    Canhão: 105G1, calibre 105 mm
    Metralhadora coaxial: MAG, calibre 7,62 x 51 mm
    Metralhadora do comandante: M2 HB, calibre .50 pol BMG
    Peso de combate: 18 t
    Comprimento total: 7,7 m
    Comprimento do casco: 5,6 m
    Largura: 2,5 m
    Altura: 2,6 m
    Pressão sobre o solo: 0,7 kg/m2
    Velocidade máxima: 70 km/h
    Autonomia: 500 km
    Profundidade de vau: 1 m
    Obstáculo vertical: 0,8 m
    Gradiente máximo: 70%
    Inclinação lateral máxima: 40%
    Trincheira: 2,4 m
    Motor: diesel, Steyr 7FA, 320 hp
    Relação peso/potência: 0.7 kg/hp
    Transmissão: automática, ZF, seis p/ frente, 1 ré

  • Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea - Missão: Defesa da força de desembarque contra ameaças aéreas. Possui os seguintes sistemas de defesa:

    • Canhões automáticos Bofors L/70 (40mm) da versão BOFI-R, com radar pulso-Doppler de banda-J. Estes canhões são orientados por um sistema central de controle de tiro baseado no radar de busca Giraffe 50 AT.

    • Sistema de defesa de ponto, Mistral.;

    • Esta batalhão também opera aeronaves não-tripuladas (UAV, Unmanned Air Vehicle) conhecidas com Carcará. Pequeno, com 1,60 m de envergadura. Com tecnologioa 100% nacional, com três baterias lítio, a aeronave apresenta uma autonomia de quase duas horas e um alcance de 8km, podendo voar a três mil metros. Ela é equipada com câmeras (que possui giro de 360 graus) que aproximam o alvo em até 26 vezes, com as imagens podendo ser gravadas ou transmitidas em tempo real para um centro de comando de operação. Fabricado com polipropileno estendido e de fácil manipulação metros de altitude. Decola como um avião de papel: com dois quilos de peso, é lançado com as mãos. O controle é feito a partir de um monitor que recebe imagens e envia as ordens para o avião por ondas de rádio. O controlador do avião pode, por exemplo, clicar em um alvo (como um carro) que aparece no monitor e mandar o Carcará persegui-lo.

Fuzileiros do Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea lança um UAV durante treinamento

  • Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador.

Tropa de Reforço (TrRef)

Situada na Ilha das Flores em São Gonçalo (RJ), tem por finalidade prover elementos de apoio ao combate e de apoio de serviços ao combate necessários às operações desenvolvidas pelos Fuzileiros Navais. Compõem a sua estrutura:

  • Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais - Entre as atribuições do batalhão relacionam-se as do lançamento de campos minados e obstáculos, assim como a sua remoção; construir fortificações de campanha; abrir picadas, estradas e campos de pouso; efetuar camuflagens e demolições; lançar equipamentos de transposição de cursos d'água; construir e reparar pontes; produzir água potável e gerar energia elétrica.;

  • Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais;

  • Batalhão de Viaturas Anfíbias -Sua missão básica é o transporte blindado, com viaturas sobre lagartas, para o pessoal e suprimentos dos grupamentos operativos da Força de Fuzileiros da Esquadra. Sua Companhia de Carros de Lagarta Anfíbios (CiaCLAnf) está equipada com os blindados da família AAV7A1 de fabricação americana. Após "desovados" (lançados) de NDDs (navios de desembarque-doca) ao largo da costa, os AAV7A1 de 24 toneladas são capazes de navegar até a praia a uma velocidade em torno de 12 km/h, sob a propulsão de um sistema de jatos d'água. Em terra, sua velocidade pode chegar a até 70 km/h, embora, em regime normal de cruzeiro, seja em torno uns 40 km/h, com o que possuem uma autonomia de aproximadamente 480 km. Cada CLAnf, guarnecido por três homens, pode transportar 21 soldados totalmente equipados para combate ou cerca de 4.500 kg de carga. Para sua proteção e cobertura de fogo para a tropa, o AAV7A1 conta com armamento montado numa torreta operada pelo comandante do carro, no lado direito do casco. Nas versões iniciais, era apenas uma metralhadora M85, calibre .50 (12,7 x 99 mm), mas exemplares mais recentes, incorporados em 1997, também contam com um lança-granadas automático de 40 mm, montado na mesma posição. Versões de socorro (AAVR7A1) e de comunicações/comando (AAVC7A1) também fazem parte do inventário desta unidade do CFN. Outra subunidade do BtlVtrAnf é a Companhia de Viaturas Blindadas (CiaVtrBld), equipada com o M113A1, de 13 toneladas. Embora sem a mesma capacidade anfíbia dos CLAnfs, pois chegam à praia a bordo de EDCGs - Embarcações de Desembarque de Carga Geral, são muito importantes para as perações em terra e, mesmo, mais adequado para muitas missões que os carros maiores. A versão utilizada no transporte de tropas, guarnecida por dois tripulantes, tem capacidade para 11 soldados no interior de seu casco de alumínio blindado, sendo dotada de uma metralhadora calibre .50, em torreta central aberta, mais escudos laterais para outras metralhadoras de apoio (normalmente, FN MAG, calibre 7,62 x 51 mm). Sua autonomia é em torno de 480 km, sendo de 65 km/h a velocidade máxima em terreno plano. Outras versões são igualmente empregadas são os M557A1 (comando e comunicações), M125A1 (transportador de morteiro de 81 mm), XM806E1 (socorro) e M113A1G (oficina);

  • As Companhias de Polícia e de Apoio ao Desembarque;

  • A Base de Fuzileiros Navais da Ilha das Flores.

Comando da Tropa de Desembarque (ComTrDbq)

Também situado em Duque de Caxias (RJ), tem como principal atribuição constituir o Comando permanente de uma Unidade Anfíbia, devendo acompanhar continuamente a conjuntura estratégica brasileira e planejar o possível emprego de tropas de fuzileiros navais em situações de crise ou conflito armado. Caso o Presidente da República opte por tal emprego, o ComTrDbq deverá imediatamente acolher e embarcar as tropas e os meios necessários, desdobrando-os na área de operações quando e conforme determinado.


Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero)

Localizado no bairro de Campo Grande (RJ), é estruturado para ser empregado em ambiente de risco elevado. Tem a finalidade de destruir ou danificar objetivos relevantes em áreas defendidas, capturar ou resgatar pessoal ou material, retomar instalações, obter informações, despistar e produzir efeitos psicológicos. Esta unidade representa, talvez, toda a mística do combate anfíbio. ela congrega os fuzileiros especificamente preparados para realização de operações especiais. Seus membros são ainda mais exigidos nos termos de recrutamento, instrução e adestramento, ficando conhecidos como Comandos Anfíbios, ou simplesmente COMANFs. O Batalhão Tonelero tem a finalidade principal de, por meio da execução de operações especiais, contribuir para o preparo e execução do poder naval, efetuando ações de reconhecimentos e de comandos. Sob sua responsabilidade, está a função de ministrar cursos e estágios voltados aos seus recursos humanos. A unidade é estruturada em uma Companhia de Comando e Serviços, duas Companhias de Reconhecimento Anfíbio (ReconAnf) e Reconhecimento Terrestre (ReconTer) e duas Companhias de Comandos Anfíbios. Existe também o Grupo Especial de Retomada e Resgate (GERR), do qual muito pouco se divulga mas que se sabe ser de eficiência maior que a sua própria discrição. O GERR e o GRUMEC por sinal, fazem treinamentos conjuntos para um eventual emprego combinado de ambos. Sem dúvidas, uma dupla desanimadora e fatal para o adversário. Ao ser selecionado para servir no Batalhão Tonelero, o fuzileiro naval inicia um período de aprendizado que pode levar dois anos ou mais para o seu preparo completo como elemento de operações especiais. Lá mesmo o homem realiza os Cursos Especiais de Comandos Anfíbios (CESCOMANF) e de Operações Especiais(CESOPESP), e o curso Expedito de Salto Livre (CEXSAL). Na Esquadra, os futuros Comanfs aprendem o mergulho autônomo de circuito aberto e fechado, infiltração por submarinos e demolição submarina. No Exército, eles frequentam cursos de montanhismo, pára-quedismo e de operações especiais (guerra na selva , comandos e forças especiais). Alguns militares do Tonelero são designados para estagiarem no exterior, especializando-se em cursos como o "All Arms Commando Course"(Royal Marines),"Comando de Operaciones Especiales"(Marina/Espanha), "Ranger"(US Army) e "Anphibious  Reconnaisance Course"(US Marine Corps). O adestramento dos Comanfs prevê anualmente exercícios em várias regiões do Brasil, buscando a capacitação para operar em clima frio, em montanhas, no pantanal, na Amazônia e na caatinga. Os elementos do Batalhão Tonelero podem constituir uma força-tarefa, quando os Comafs forem o mais alto escalão de execução de uma determinada operação, ou um Grupo-Tarefa, quando estiverem envolvidos em uma força de maior vulto. Não é a toa que costuma-se dizer entre as tropas especiais, que "um Comanf é invencível, dois são inseparáveis e três fazem uma guerra". 

 

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HISTÓRICO: Criado a nove de setembro de 1971 por meio do Aviso Ministerial n° 0751, em prosseguimento ao desenvolvimento das atividades de Operações Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), que já havia iniciado na década de 50 com a criação da Companhia de Reconhecimento Anfíbio, o Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (BtlOpEspFuzNav), Batalhão Tonelero, foi organizado de acordo com a conjuntura política existente à época. Na ocasião o CFN mesclou seu interesse em ter uma Unidade voltada para o emprego em situação de guerra de guerrilhas com a ideia de se ter um 4° Batalhão de Infantaria. Nucleado por uma Companhia de Operações Especiais, o Batalhão introduziu as atividades de instrução voltadas para esse tipo de operações específicas. Em 1972 foi formada a primeira turma do Curso de Contraguerrilha, que em 1974 passou a ser denominado Curso de Adestramento de Comandos Anfíbios e posteriormente, Curso Especial de Comandos Anfíbios. Na década de 90, o Batalhão recebeu a Companhia de Reconhecimento Anfíbio e a Companhia de Reconhecimento Terrestre, passando, a partir de então, a concentrar todas as atividades de Operações Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais. Atualmente, o BtlOpEspFuzNav está organizado a uma Companhia de Comando e Serviços, três Companhias de Operações Especiais, especializadas na execução das tarefas de Reconhecimento, Ação de Comandos e Contraterrorismo, e um Pelotão de Apoio às Operações Especiais. Todas as companhias possuem a capacidade de, por ocasião da consecução de suas tarefas, operarem em todos os ambientes operacionais existentes no Brasil e de também, valer-se dos mais diversos meios de infiltração disponíveis. O brasão da Unidade foi aprovado por meio do Decreto Ministerial 68.430 de 1971. Ele faz alusão a “Passagem de Tonelero”, glorioso episódio que foi decisivo para a vitória durante a Guerra do Paraguai.

 

MISSÃO
Realizar ações de comandos, reconhecimento de praia da linha de baixomar para o interior, reconhecimento especializado de itinerários, passagens a vau, pontes, túneis, obstáculos, pontos críticos, Local de Desembarque Ribeirinho (LocDbqRib), Ponto de Desembarque Ribeirinho (PdbqRib), Local de Pouso de Helicópteros (LPH) e instalações, operar Postos de Vigilância (Pvig), realizar a observação dos fogos das armas de apoio quando solicitado, implantar e operar sensores para instalação de sistemas de vigilância terrestre quando disponíveis, instalar e manter equipamentos de alarme de guerra NQDB quando disponíveis; selecionar, reconhecer, balizar e operar Zonas de Desembarque (ZDbq) e Zonas de Lançamento (ZL) e guiar a tropa por itinerários previamente reconhecidos, em proveito de uma Operação Ribeirinha (OpRib) a fim de contribuir para o preparo e aplicação do Poder Naval.
 

HERÁLDICA
DESCRIÇÃO:


Num escudo boleado e encimado pela coroa naval, campo verde com bastilhado de prata, acostado à linha do chefe, e tendo no mesmo gávea ameada, também de prata; cortado, em faixa, de vermelho, com dois fuzis de ouro, passados em aspa, com âncora superposta, em pala, e de idêntico metal.

EXPLICAÇÃO:

No campo de verde, a lembrar as campinas do sul, cenário da memorável campanha contra Rosas e Oribe, o bastilhado de prata, alude às fortificações da barranca de Acevedo, levadas de vencida pelas forças do Chefe Grenfell, memorado este pela gávea ameada, de prata, atributo e metal constantes do brasão do grande marinheiro.

No cortado de vermelho, esmalte representativo da bravura e intrepidez dos Fuzileiros Navais do Brasil, os fuzis e a âncora de ouro, constituem seu próprio distintivo, aludindo ao Batalhão em apreço, cujo nome provém da gloriosa Passagem.

(Bol. Nº 12, de 25-3-1977 – 713)
 

 

O BREVÊ DOS COMANDOS ANFÍBIOS: Aqueles militares que concluem os seis meses de treinamento do Curso Especial de Comandos Anfíbios (C-EspComAnf), e logram êxito em tão árdua seleção acadêmica, física e psicológica, passam a ostentar sobre seus corações o tão sonhado símbolo de suas vitórias: “A caveira dourada”, brevê dos Comandos Anfíbios. Este brevê representa através da CAVEIRA a morte do inimigo derrotado em combate; do RAIO a velocidade com que as ações são realizadas; da ÂNCORA a fidelidade à Marinha do Brasil; por suas ASAS o vasto emprego de meios aéreos utilizados na execução de suas tarefas; e do FUNDO NEGRO a noite, companheira que oculta a progressão destes homens rumo a seus objetivos. O brevê dourado utilizado em seus uniformes é motivo de orgulho para todos os Comandos Anfíbios do Batalhão TONELERO,

 

ORGANIZAÇÃO: As Companhias de Operações Especiais, nas quais o Batalhão se encontra organizado são:

1ª Companhia de Operações Especiais, Companhia de Reconhecimento. É a subunidade do BtlOpEspFuzNav especializada nas atividades de reconhecimento e vigilância, atuando atrás das linhas inimigas, em prol dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais. Organizada a três Pelotões de Reconhecimento Tático e dois Pelotões de Reconhecimento Operacional, a Companhia de Reconhecimento é responsável pelo cumprimento das seguintes tarefas: - Realizar reconhecimento a fim de obter dados sobre a situação militar do inimigo e características da Área de Operações; - Operar Postos de Vigilância; - Realizar observação dos fogos das Armas de Apoio; - Implantar e operar sensores de Sistemas de Vigilância Terrestre; - Instalar e manter equipamentos de alerta para guerra Química, Biológica e Nuclear; - Reconhecer, balizar e operar Zonas de Desembarque e Zonas de Lançamento; e - Guiar tropas por itinerários reconhecidos.

2ª Companhia de Operações Especiais, Companhia de Ação de Comandos. Subunidade responsável por agir de forma direta sobre objetivos de valor operacional e/ou estratégicos. Valendo-se de pequenos efetivos, pessoal especialmente selecionado e adestrado e superioridade relativa, ela proporciona grande vantagem na relação custo-benefício sendo, portanto, largamente empregada no combate moderno. Esta companhia conta ainda com uma importante arma: Os caçadores. Atuando em apoio às ações da companhia ou em dupla, isolados em território controlado pelo inimigo, eles se valem de seus fuzis antipessoal e antimaterial para atingir alvos de qualquer natureza. As ações da companhia visam: -Neutralizar instalações logísticas ou de C3 I do inimigo; -Neutralizar pontos de importância operativa tais como aeroportos, centrais elétricas, centrais de telecomunicações, refinarias, estações de tratamento de água, usinas siderúrgicas, instalações portuárias, represas, oleodutos, aquedutos, bases militares, instalações industriais, linhas de abastecimento, entre outros; -Capturar ou resgatar pessoal e/ou material; -Produzir efeitos psicológicos; -Despistar; e -Obter dados.

3ª Companhia de Operações Especiais, Contraterrorismo, onde está inserido o Grupo Especial de Retomada e Resgate (GERR/OpEsp). Este Grupo foi criado em 1986 devido à crescente onda de criminalidade e ameaças do terrorismo em todo o mundo. Visando dar uma pronta resposta às novas ameaças, a alta administração naval criou este Grupo extremamente especializado em Ações de Retomada e Resgate de pessoal, material e instalações de interesse do Poder Naval. Sua organização é composta por uma Unidade Tarefa de Comando, uma Unidade Tarefa de Assalto e uma Unidade Tarefa Precursora, que engloba as equipes de Observadores e Reconhecimento e Segurança. O adestramento desse grupo está fundamentado na aplicação de técnicas modernas e é realizado de forma contínua, com o propósito de manter, durante todo o ano, seu permanente estado de pronto-emprego, obtendo o “poder de resposta rápida e positiva”.

 

MÉTODOS DE INFILTRAÇÃO: De modo a permitir o cumprimento de suas tarefas, o BtlOpEspFuzNav lança mão dos seguintes métodos de infiltração: Infiltração por paraquedas. A partir de qualquer tipo de aeronave e utilizando equipamentos para salto semiautomático ou livre (de acordo com o que melhor atende a situação tática). Este meio é largamente empregado permitindo uma infiltração sigilosa à retaguarda profunda do inimigo. Destaca-se nesta modalidade, a capacidade do Batalhão em realizar o Salto Livre a Grande Altitude, que pode ser realizado com salto e abertura do paraquedas a grande altitude (HAHO) ou com salto a grande altitude e abertura do paraquedas a baixa altitude (HALO). Para este tipo de lançamento é empregado equipagem específica, o que confere à Unidade o maior grau de adestramento desejado dentro da atividade aeroterrestre. Infiltração por mergulho. O mergulho com o emprego de equipamentos de circuito fechado (aqueles que não produzem bolhas de ar) é utilizado quando surge a necessidade de atuação no interior de posições inimigas. Este método pode ser considerado como o mais discreto de todos e requer um elevado grau de adestramento, sendo largamente empregado pelo Batalhão TONELERO no cumprimento de suas tarefas. Infiltração por superfície. A partir dos navios e submarinos da Esquadra Brasileira e utilizando-se de Embarcações de Desembarque Pneumáticas (EDP), sendo utilizadas atualmente as embarcações do tipo ZODIAC F470 (evolution), permitindo desta forma a infiltração além da linha do horizonte, sendo este método amplamente utilizado nas Operações Anfíbias. Esta infiltração requer elevado grau de adestramento já que se faz necessário estar pronto para enfrentar a fúria do mar por vezes tempestuoso. Infiltração por helicóptero. Este meio, por sua grande discrição, flexibilidade de emprego e possibilidade de ser operado a partir de navios, é freqüentemente utilizado para realizar a infiltração e/ou retirada dos elementos de Operações Especiais na Área de Operações. Para tal, estes podem empregá-lo através das técnicas do pouso, vôo pairado, “rappel,” “fast rope” ou “penca”.

 

AMBIENTES OPERACIONAIS O Batalhão TONELERO, em seu adestramento, habilita todas suas equipes a estarem sempre prontas a atuar em quaisquer dos ambientes operacionais encontrados dentro ou fora do país.

 

Selva. Mais de cinquenta por cento (50%) do território do Brasil é coberto pela Floresta Amazônica, ambiente extremamente peculiar, com clima, fauna e flora característicos. Aqueles que lá necessitarem combater devem ter em mente que o conhecimento da região e o preparo podem significar mais que a vitória, mas a própria sobrevivência.

 

Pantanal. Cobrindo a maior parte da fronteira oeste do país, o Pantanal Mato-grossense é caracterizado por vastas regiões alagadiças, além de também contar com fauna e flora peculiares e regiões por vezes inóspitas. O pleno conhecimento da área e o domínio das técnicas de navegação fluvial são de fundamental importância para sucesso em operações nesta região.

 

Montanha. O combate em ambiente montanhoso requer o domínio sobre as técnicas de escalada, as quais são exaustivamente praticadas pelas equipes do Batalhão TONELERO. O preparo físico também é fator fundamental para o sucesso no combate neste tipo de região, sendo sempre testado durante os treinamentos. Caatinga. O semi-árido encontrado no nordeste brasileiro, que se assemelha a outras regiões de clima desértico existentes pelo mundo, exige do soldado que lá opera especial higidez física e psicológica. Sua vegetação, clima e relevo particulares serão sempre constante desafio àqueles que necessitarem combater naquela área

 

Ambientes Urbanos. O crescente fenômeno da urbanização, existente em todas as partes do mundo, trouxe consigo a necessidade do desenvolvimento de novas técnicas de combate. Qualquer que seja o tipo de operação em questão haverá sempre uma grande chance de ocorrer o combate no interior de uma cidade. Devido a este fato, o Batalhão TONELERO está sempre preocupado com o adestramento nesse ambiente tão particular.

 

MENSAGEM FINAL O Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais, Batalhão TONELERO, é a unidade do Corpo de Fuzileiros Navais responsável pelo planejamento e execução das Operações Especiais. Anualmente, centenas de voluntários aparecem na tentativa de serem selecionados ao longo dos seis meses de curso para o desempenho desta árdua tarefa. Entretanto, somente os melhores e mais bem preparados, os que são capazes de suportar tão árduo treinamento, podem compor uma das equipes do Batalhão. Qualquer que seja a natureza da tarefa, o meio de infiltração utilizado ou o ambiente operacional a ser empregado, dentro ou fora do Brasil, os militares do Batalhão TONELERO estarão sempre dando o máximo de si para garantir a paz e a soberania da nação, mesmo que para isso seja necessário o sacrifício de suas próprias vidas!

 

COMANDOS ANFÍBIOS!

 

 

 

*

Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti (BFNRM)

Localizada no município de Duque de Caxias (RJ), provê os meios de comando, controle e administração necessários ao Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra e às demais Unidades ali situadas.

 

Batalhão de Operações Ribeirinhas (BtlOpRib) É uma parcela do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil. Está subordinado ao 9º Distrito Naval da Marinha do Brasil.
 

Grupamentos de fuzileiros Navais (GptFN)

Os Grupamentos de Fuzileiros Navais, subordinados aos Distritos Navais, são unidades operativas destinadas a prover a segurança de instalações navais, bem como conduzir operações limitadas em apoio aos Grupamentos Operativos da Força de Fuzileiros da Esquadra, compatíveis com seus efetivos. Estão localizados nas cidades sede dos Distritos Navais, exceto o 8º Distrito Naval, que não possui Grupamento.

A Marinha do Brasil tem estado presente na Amazônia ininterruptamente desde 1868, contribuindo decisivamente para a preservação da soberania nacional naquela importante região e levando apoio de toda espécie às populações ribeirinhas. Recentemente, em face do recrudescimento da cobiça internacional em relação às inestimáveis riquezas naturais ali existentes e do agravamento da instabilidade nos países fronteiriços, novas e difusas ameaças têm sido detectadas. Para aumentar a capacidade de resposta do sistema de defesa nacional perante a concretização de tais ameaças, a Marinha decidiu transformar o Grupamento de Fuzileiros Navais de Manaus em um Batalhão de Operações Ribeirinhas, o que representará um substancial incremento do Poder Naval presente na área.

 

Segurança diplomática

Além da segurança das instalações da Marinha do Brasil o CFN também realiza a segurança em algumas embaixadas brasileiras, mais especificamente na Bolívia, Paraguaia, Haiti e Argélia.

 

Alguns dos armamentos e sistema de defesa do CFN.

MISTRAL

ANTI-CARRO BILL
M-16 A2 5,56 x 45 mm  FN Minimi 5,56 x 45 mm 

Obuseiro Auto-Rebocado 155mm M114A1

Obuseiro "Light Gun"  105 mm

Morteiro de 120mm Auto-Rebocado K6A3 Canhão Automático Antiaéreo de 40mm BOFORS L/70 BOFI-R

 

Aeronaves de apoio

 

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UH-14 Super Puma

Efetua o aerotransporte dos fuzileiros, comandos e mergulhadores de combate. Podem levar até 25 combatentes.

UH-13 Esquilo

Atuar como apoio em missões de ataque, esclarecimento armado, transporte e evacuação médica.

 

 

Algumas Viatura do CFN

 

VIATURAS

Caminhão Unimog 4x4 Caminhão Reo 6x6
Jipe Toyota 4x4 BV 206-D com radar pulso-Doppler de banda-J dos canhões Bofors l/70

 

Embarcações

 

Navios de transporte de Tropas (NTrT) Navios de Desembarque de Carros de Combate (NDCC)
Embarcações de Desembarque de Carga Geral  (EDCG) Embarcações de Desembarque de Viaturas e Material (EDVM)
Porta Aviões - Assalto Aéreo Navios de Desembarque-Doca (NDD)

 

CIAMPA - O Berço do Soldado Fuzileiro
Por Vinicius Pimenta

Fonte: http://defesabrasil.com/site/index.php/Artigos/CIAMPA-O-Berco-do-Soldado-Fuzileiro.html
21 de Dezembro de 2007
Publicado originalmente em Base Militar Web Maganize. Edição 20.

As primeiras palavras que vêem à lembrança quando se fala em Fuzileiros Navais são: profissionalismo, elite, treinamento, disciplina, vibração, respeito, admiração, união... Os Fuzileiros Navais brasileiros são uma Força Anfíbia cuja premissa básica é de desenvolver operações terrestres de caráter naval, a fim de contribuir para a aplicação do Poder Naval brasileiro. Subordinados ao Comando da Marinha, os Fuzileiros Navais são admirados pelo seu elevado grau de aprestamento e confiabilidade. Mas como são formados os soldados dessa elite? Para conhecer como é a formação do soldado Fuzileiro Naval brasileiro, acompanhamos um dia de treinamento dos futuros soldados no CIAMPA – Centro de Instrução Almirante Milclíades Portela Alves – um dos responsáveis em transformar o sonho de um jovem na realidade de ser um Naval.
 

Uma instituição sem paralelo no Brasil

O Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves é uma instituição sem paralelo nas Forças Armadas Brasileiras, por destinar-se exclusivamente à formação de soldados profissionais, todos voluntários e concursados. As suas tarefas são de assegurar aos Soldados Recrutas (SD-RC) a habilitação necessária ao exercício das tarefas destinadas aos Soldados do Corpo de Fuzileiros Navais, incluindo uma perfeita formação moral e militar-naval, além de conduzir outros cursos e estágios para oficiais e praças, quando lhe for atribuído.

As origens do Centro remontam ao ano de 1934, quando o então Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante Milcíades Portela Alves, criou uma Companhia Escola, primeira unidade no âmbito do CFN destinada à formação de Soldados Fuzileiros Navais. Instalada na Fortaleza de São José, Ilha das Cobras - RJ, a Companhia foi transferida, em 1953, para o Complexo Naval da Ilha do Governador. Posteriormente, em 1957, essa Companhia foi extinta. No seu lugar foi criado o Centro de Recrutas do Corpo de Fuzileiros Navais (CRCFN) que, em 1965, passou a ocupar as instalações na área onde hoje está o Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero). Em 1971, o CRCFN foi transferido para a Ilha da Marambaia. Lá permaneceu até 1981, quando foi novamente transferido para onde atualmente está localizado. Em 20 de maio de 1994, o Decreto N° 1.143 alterou sua denominação para Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves, em homenagem ao idealizador da instrução no CFN.

Ocupando uma área de 4.500.000 m², o CIAMPA está localizado no Complexo Naval Guandu do Sapê – CNGS, às margens da Avenida Brasil, na altura do bairro de Campo Grande, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Seus 11 prédios representam uma área construída de 8.700 m². A área do complexo, administrado pelo Centro, engloba também boa parte do Morro do Marapicu.

Subordinado ao Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais, o CIAMPA é dirigido por um Comandante (CIAMPA-01) no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra (FN). Seu atual Comandante é o Capitão-de-Mar-e-Guerra (FN) José Cupello Filho*. O Comandante Cupello tem em seu currículo a participação na UNPROFOR (United Nations Protection Force - Força de Proteção das Nações Unidas na antiga Iugoslávia), na qual exerceu a função de Chefe de Operações. Então Capitão-Tenente, tinha sob seu comando militares de países da OTAN, inclusive de patente superior ao militar brasileiro.

No CIAMPA, o Comandante é assessorado e auxiliado por um Imediato (CIAMPA-02), por um Serviço de Secretaria e Comunicações (CIAMPA-03), um Departamento de Instrução (CIAMPA-10), a cargo do Capitão-de-Corveta Brescianni, quem muito gentilmente nos acompanhou durante nossa visita, um Departamento de Administração (CIAMPA-20) e um Corpo de Alunos (CIAMPA-30).
 

Do sonho à realidade Naval

Anualmente, milhares de jovens brasileiros de idades entre os 18 a 21 anos prestam concurso de admissão ao Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais. São abertas ao todo cerca de 1.400 vagas, dividas entre duas turmas por ano, uma por semestre. Todos voluntários, alguns deles sequer imaginam o que realmente representa tudo aquilo. Contudo, a grande maioria almeja um sonho: tornar-se um Fuzileiro Naval, ou simplesmente um Naval, como são chamados. São jovens em busca de uma vida melhor, mais digna e que encontram na carreira militar as oportunidades para atingir seus objetivos.

Sempre que uma nova turma é formada, são realizadas pesquisas sócio-econômicas para traçar o perfil dos alunos. A mais recente pesquisa apontou que 86,23% dos candidatos aprovados no concurso tinham o Ensino Médio (2° Grau) concluído. Apenas 9,92% possuíam o Ensino Fundamental – nível mínimo exigido –, 2,63% possuíam o Ensino Superior ainda incompleto e nenhum, até mesmo pela baixa idade dos candidatos (18 a 21 anos), havia concluído um Curso Superior. Essa questão é importante porque o CIAMPA constatou que quanto maior o nível de escolaridade médio de cada turma, melhor é o rendimento dela durante o período de treinamento. O maior grau de instrução dos alunos reflete diretamente na formação de soldados mais preparados, pois eles conseguem aprender os conhecimentos de maneira muito mais natural.

O processo seletivo conta com diversas avaliações. O candidato enfrenta inicialmente um exame de escolaridade de nível fundamental (antigo 1° Grau). Os aprovados passam então pelos testes físicos que incluem corrida, natação e exercícios. A fase seguinte é a bateria de exames da Inspeção de Saúde. A peneira continua com a realização de Exames Psicológicos. Após passarem por tudo isso e depois de checados detalhes burocráticos, os aprovados são então matriculados no curso.

Depois de formados, os soldados profissionais são designados para os batalhões ou aos grupamentos operativos pelo país. Eles assinam um contrato mínimo de 3 anos de duração, podendo renová-lo e permanecer como soldados durante 8 anos. Durante o período dentro do CFN, os soldados podem fazer diversos cursos e seguir carreira, podendo chegar até a patente de Suboficial.
 

Treinamento árduo

Engana-se quem pensa que a partir de então as coisas ficam mais fáceis. O treinamento é duro e muitos desistem durante o curso que tem duração de 17 semanas, antecedida de uma semana de adaptação. Durante esse período, os recrutas são divididos em quatro Companhias com dois pelotões cada e terão aulas de Instrução Militar Naval, Ordem Unida, Treinamento Físico-Militar, Instrução Básica de Combate, Fundamentos de Operações Anfíbias, Armamento e Tiro.

Os recrutas são adestrados e preparados para a guerra em pistas de combate em localidade, maneabilidade, tiro de combate, pista de cabos, câmara de gás, tanque tático, estande de tiro de fuzil, estande de lançamento de granadas, dentre outros. Durante o curso, também são realizadas marchas, patrulhas e tiros de combate e de banqueta. Os recrutas também recebem instruções para a vida, como aulas de informática e palestras sobre drogas. Eles contam, ainda, com orientação educacional e pedagógica como numa escola civil.

As sete semanas iniciais são em regime total de internação. Durante a internação, a família pode fazer visitas aos recrutas em dois finais de semana. Passada esta fase, os alunos podem ir para a casa todas as sextas-feiras, regressando aos domingos às 21h.
 

O dia como um relógio

Nas 1.247 horas de curso, os jovens passam por uma transformação, que começa pela mudança de rotina e se reflete no plano físico. Eles acordam às 5h15min da manhã, quando acontece a alvorada, e, das 5h30min às 6h15min, os alunos fazem treinamento físico ou aulas em pistas. O café da manhã é servido das 6h15min às 7h. Em seguida, os jovens assistem a cinco tempos de aula, com 50 minutos cada um, com intervalos de 10 minutos, das 7h ao meio dia. O almoço é servido das 12h20min às 13h20min. À tarde, há mais aulas, que se estendem das 13h30min às 17h55min, com um pequeno intervalo para o lanche. O jantar acontece das 15h55min às 18h35min.

À noite, das 18h45min às 21h20min, ocorre o estudo obrigatório. Esse tempo também pode ser dedicado à assistência religiosa – existem missas e cultos evangélicos regulares no CIAMPA – ou à exibição de filmes instrucionais. Às 21h30min uma ceia encerra a jornada dos recrutas. Contudo, às 21h45min, é realizada uma revista de recolher, onde são inspecionados armários e alojamentos. Há, ainda, uma verificação dos critérios de higiene dos jovens. O toque de silêncio soa às 22h.
 

Formando estrangeiros

Desde 1994, quando do estabelecimento da Missão Naval Brasileira na Namíbia, o relacionamento entre as Marinhas de ambos os países tem se aprofundado cada vez mais. Daquele acordo, foi criada uma Gerência Especial de Ensino Naval Brasil-Namíbia, que já formou mais de 200 militares entre oficiais e praças namibianos em escolas da Marinha do Brasil. Em dezembro de 2001, foi assinado o Acordo de Cooperação Naval entre os dois países. Esse acordo tem como objetivo criar e fortalecer a Ala Naval da Namíbia, por meio da formação e instrução de militares africanos em cursos, estágios e intercâmbios na MB, além de aparelhamento daquela Ala Naval, mediante a transferência e a aquisição de meios navais.

Através desse relacionamento, a Namíbia, reconhecendo a excelência de ensino na Marinha do Brasil, formalizou o interesse de qualificar soldados daquele país como fuzileiros navais e passou a enviar militares para treinamento no CIAMPA. Na turma anterior, 9 militares da Namíbia passaram pelo curso. Neste ano, 35 soldados da Namíbia estão fazendo o curso de formação no Centro. Eles já são soldados profissionais do Exército daquele país e, após a conclusão do curso, serão qualificados como Fuzileiros Navais.

O treinamento dos namibianos é rigorosamente igual ao dos demais. Os soldados africanos dessa turma foram distribuídos entre os Pelotões da 3ª Companhia. Por questões de idioma – na Namíbia o idioma oficial é o inglês – durante as provas teóricas, os namibianos podem fazer o uso de um dicionário português-inglês, contar com o auxílio de um intérprete e têm um tempo um pouco maior para a resolução das questões.
 

Anfíbios que voam

No dia de nossa visita, ocorreu o treinamento de embarque e desembarque rápido de aeronaves. Um helicóptero UH-14 Super Puma do Esquadrão HU-2 foi deslocado ao CIAMPA para que os soldados recrutas pudessem começar a ter um contato com essa atividade que podem ter que desempenhar enquanto fuzileiros.

O armamento padrão dos fuzileiros navais é o fuzil de origem americana M-16A2, calibre 5,56mm. Ele está substituindo o FAL como armamento padrão, já sendo o utilizado nos batalhões da Força de Fuzileiros da Esquadra e de Operações Ribeirinhas. O FAL ainda pode ser encontrado em grupamentos operativos responsáveis pela segurança das áreas de jurisdição dos Distritos Navais, mas sua substituição total já está em curso.

Para esse exercício, porém, os recrutas estavam utilizando o velho FS 7,62mm, anterior ao FAL. Em alguns treinamentos, principalmente os que exigem um maior esforço e de maior risco de quedas e acidentes, esses fuzis são utilizados como forma de preservar o armamento, no caso o M-16A2, de danos desnecessários.

Rostos atentos, alguns tensos, outros admirados pela imponente máquina pousada no campo de futebol que serviria como ponto de embarque e desembarque. A grande maioria nunca havia voado e talvez sequer chegado tão perto de um helicóptero antes. Cerca de 140 fuzileiros (o treinamento dos demais seria no dia seguinte) se concentraram nas explicações dos militares da Força Aeronaval que gerenciavam a aproximação, entrada e saída dos recrutas da aeronave. Postura, gestual de comunicação, tudo é treinado para que o tempo de exposição seja o menor possível. Em uma ação real, aeronave, tripulação e fuzileiros devem estar em locais seguros rapidamente.

Quinze de cada vez, primeiro o treinamento com a aeronave estática, motores desligados e rotores parados. Em seguida, roncam as duas Turbomeca Makila 1A, os rotores começam a girar. É hora da prática. Primeiro os alunos embarcam na aeronave, ela levanta vôo, faz uma volta e pousa novamente. Os alunos desembarcam. Outra leva já está em posição à espera. A seqüência é repetida até que todos tenham executado o treinamento.
 

Depois da insígnia, Soldado Fuzileiro Naval

A convite do CIAMPA, retornamos à unidade no dia 22 de junho para acompanhar a formatura dos soldados fuzileiros da Turma I/2006. Dos cerca de 700 jovens que iniciaram o curso, exatos 491 enfrentaram as dificuldades até o final e tiveram a honra de receber a sua insígnia de Fuzileiro Naval. Antes de cerimônia, conversamos com os três primeiros colocados no curso e falamos sobre suas expectativas antes da chegada, das dificuldades do curso e suas perspectivas sobre o futuro.

 

Operações Anfíbias

Um ataque lançado do mar sobre litoral hostil ou potencialmente hostil é a primeira idéia que se associa ao termo Operação Anfíbia (OpAnf). Esse entendimento corresponde ao que se denomina Assalto Anfíbio (AssAnf), a modalidade mais completa de OpAnf.


Outras ações militares desencadeadas a partir do mar, que compreendem conceitos e princípios aplicáveis ao AssAnf, constituem também modalidades de OpAnf. Assim, por exemplo, um ataque de pequena envergadura para destruir uma instalação, uma evacuação de tropas de um litoral hostil e a simulação de um desembarque de uma força estão ligadas, respectivamente, às modalidades Incursão, Retirada e Demonstração Anfíbias.
Para a realização de uma OpAnf são requeridas tropas especializadas e especialmente treinadas. A maioria dos ensinamentos difundidos aos componentes do CFN visa, basicamente, ao preparo para essas operações.

CONCEITOS BÁSICOS
Operações anfíbias é a expressão genérica que abrange determinadas modalidades de ações que são desencadeadas do mar, por uma Força- Tarefa Anfíbia (ForTarAnf), contra uma costa hostil ou potencialmente hostil, ou em favor de forças amigas, localizadas em uma costa inimiga que necessitem ser evacuadas. Compreende as seguintes modalidades:

  • Assalto Anfíbio (AssAnf)
    Ataque lançado do mar por uma ForTarAnf, caracterizado pelos esforços integrados de forças treinadas, organizadas e equipadas para diferentes atividades de combate, a fim de, mediante um desembarque, estabelecer firmemente uma Força de Desembarque (ForDbq) em terra. Tal desembarque é executado por meios de superfície e/ou aéreos e apoiado por meios navais e/ou aéreos.
     

  • Incursão Anfíbia (IncAnf)
    Operação realizada, geralmente, por Força de pequena envergadura, envolvendo uma rápida penetração ou a ocupação temporária de um objetivo em terra, seguida de uma retirada planejada.
     

  • Demonstração Anfíbia (DemAnf)
    Ação diversionária, consistindo na realização parcial de um AssAnf ou IncAnf, com a participação ou não de uma ForDbq.
     

  • Retirada Anfíbia (RdaAnf)
    Modalidade de OpAnf que consiste na evacuação ordenada e coordenada de forças de um litoral hostil, por meio de navios, embarcações e/ou aeronaves embarcadas.

FASES DAS OPERAÇÕES ANFÍBIAS
As fases aqui relacionadas se referem ao AssAnf. Entretanto, os conceitos e princípios são aplicáveis, também, às outras modalidades de OpAnf.

  • Planejamento
    Corresponde ao período decorrido desde a expedição da ordem para a realização da OpAnf até o embarque dos meios.
     

  • Embarque
    Compreende o período durante o qual as tropas, com seus equipamentos e suprimentos, são embarcadas nos navios previamente designados. Essa fase estará terminada com a partida dos navios, ou seja, com o início da travessia.
     

  • Ensaio
    É o período durante o qual a operação é ensaiada. Ocorre, normalmente, durante a travessia.
     

  • Travessia
    A travessia envolve o movimento de uma ForTarAnf desde os pontos de embarque até os postos ou áreas previstas dentro da Área de Desembarque (ADbq).
     

  • Assalto
    Corresponde ao período entre a chegada da ForTarAnf à ADbq e o término da OpAnf, compreendendo o Movimento Navio-para-Terra (MNT) e as ações em terra.

MEIOS EMPREGADOS
A realização de uma OpAnf, além da mobilização de pessoal, implica na disponibilidade de meios navais, terrestres e aéreos. Devido às suas peculiaridades, ao longo do tempo buscou-se a construção de meios que atendessem especificamente às suas necessidades. Isso acarretou o surgimento de meios próprios para o transporte de tropa, desembarque de carros de combate, transporte de embarcações de desembarque, além de viaturas anfíbias, etc.

 

Bandas de Música

No dia 7 de março de 1808, aportavam ao Rio de Janeiro os navios que traziam a Família Real e a Corte portuguesa. A Brigada Real da Marinha - origem dos atuais Fuzileiros Navais - acompanhava a Corte e, ao desembarcar, realizou um desfile, tendo à frente suas Bandas de Música e Marcial, trajando uniformes vistosos e executando dobrados vibrantes.

Em 1970, após a incorporação de instrumentos característicos de orquestras sinfônicas, foi ativada a Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais.

 

As Gaitas de Fole, que hoje também integram a Banda Sinfônica em suas apresentações, foram presentes da rainha da Inglaterra para o USS Misouri em 1951, navio este pertencente à Marinha Americana. Em 1952, quando esse navio foi incorporado à Marinha do Brasil, com o nome de Cruzador Tamandaré, as gaitas que já pertenciam a esse navio foram doadas pela tripulação ao Corpo de Fuzileiros Navais.


Nossa história vem registrando a continuada presença de Fuzileiros Navais de reconhecida expressão no cenário musical brasileiro e internacional, como o professor e Maestro Oswaldo Passos Cabral – autor do Poema Sinfônico Riachuelo, que retrata as glórias da Marinha do Brasil naquela Batalha Naval; o Maestro Eleazar de Carvalho – regente titular da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e da Orquestra Sinfônica de Saint Louis/EUA; e o Maestro Florentino Dias - fundador e atual regente da Orquestra Filarmônica da Cidade do Rio de Janeiro. Nossas Bandas tiveram, ainda, como professor e regente, o Maestro Francisco Braga, autor da Música do Hino à Bandeira e Patrono das Bandas de Música da Marinha do Brasil.

 

Dentre suas apresentações no exterior, podemos destacar, em 1952, no Palácio de Buckingham (Inglaterra), um concerto sinfônico para sua majestade a Rainha Elizabeth II; em 1974, sagrou-se campeã em concurso de bandas realizado na cidade de Hamburgo (Alemanha); participou do 5° Festival Internacional de Bandas Militares em Modena, na Itália, em 1996; e, também, do primeiro Festival Internacional da Cultura da Tríplice Fronteira, na cidade de Puerto Iguazu, na Argentina, no ano de 2004.


No Brasil, ela tem se apresentado em diversos Estados, levando a música a nossas cidades, sempre representando, notoriamente, o Corpo de Fuzileiros Navais e a Marinha do Brasil.


A Banda Sinfônica é composta por 135 executantes e um coro de 25 vozes, entre Oficiais regentes, Suboficiais e Sargentos Fuzileiros Navais, de ambos os sexos, servindo na Companhia de Bandas do Batalhão Naval, localizado na histórica Fortaleza de São José da Ilha das Cobras, no Centro do Rio de Janeiro.

 

Missões de Paz

 

 

UNAVEM-III
(United Nations Angola Verification Mission)

Em 08 de fevereiro de 1995, o Conselho de Segurança das Organizações das Nações Unidas autorizou o estabelecimento da Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola (UNAVEM-III), com duração aproximada de seis meses, empregando militares de diferentes nacionalidades.
 

FIP
(Força Interamericana de Paz)

O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) teve expressiva participação na Força Interamericana utilizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) na pacificação da República Dominicana, abalada por grave conflito político e social. Ali o CFN escreveu marcante página da sua história.

MOMEP
(Missão de Observadores Militares Equador-Peru)

A MOMEP foi criada em 10/03/95, para ser o órgão executor dos Ministérios das Relações Exteriores dos seis países envolvidos no Protocolo do Rio de Janeiro: Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, Equador e Peru.

UNPREDEP / UNPROFOR / UNTAES
Estas foram as principais Missões de paz conduzidas pela ONU, na antiga república da Iugoslávia, com a presença de militares de 22 países, aonde o Brasil se fez representar através do envio de Observadores Militares (Obs Mil) da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

ATIVIDADES DE DESMINAGEM - OEA
O Brasil como membro de Organizações Internacionais que vêm promovendo campanhas de desminagem, tem participado por intermédio do Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFuzNav) de atividades de desminagem terrestre.

UNTAET / UNMISET
Estas são as Missões de Paz conduzidas pela ONU no Timor Leste, sendo que a contribuição de pessoal militar é assegurada por 29 países, aonde o Brasil se faz representar através do envio de Observadores Militares (Obs Mil) da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

MINUSTAH
(United Nations Stabilization Mission Haiti)

A Marinha do Brasil na United Nation Stabilization Mission Haiti - Operação MINUSTAH, instituída pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, com seus 1242 militares, irá contribuir na reconstrução do Haiti, junto com outros países amigos.

 

Tarefas Múltiplas para as Forças Anfíbias
O grau de ênfase dada as operações anfíbias refletem a situação política nos dias atuais. Com o fim da Guerra Fria e a atenção renovada a resposta a crises e operações fora da área de fronteiras em águas litorâneas, demandam muito das força anfíbias e estão aumentando e se tornando mais e mais decisivas. Além das operações de combate, as forças anfíbias podem conduzir evacuações de civis, apoio a forças de paz e operações de policiamento assim como fornecer força naval na diplomacia e operações benignas. Desde que compreendidas a efetividade das forças anfíbias, estas operações militares e civis são melhores examinadas em maiores detalhes.


As forças anfíbias também podem realizar operações de evacuação quando civis de estados aliados são ameaçados por instabilidades locais no exterior. A Unidade Expedicionária de Fuzileiros do 22º Corpo (Marine Expeditionary Unit - Special Operations Capable) e uma força tarefa ar-terra de fins especiais de fuzileiros conduziram a Operação Assured Response, compreendendo uma operação de evacuação na Libéria no verão de 1996.


O despacho de uma força naval em apoio diplomático é um forte meio diplomático na política externa. O envio para o Sul de uma FT britânica em direção as ilhas Malvinas em 1982 contribuiu nas negociações entre a Argentina e os Britânicos e impôs um limite claro.


No apoio a missões de paz as forças anfíbias tem a vantagem de terem a suas próprias acomodações e comunicações no teatro e podem permanecer em segurança no mar. As forças anfíbias e navais também podem ser necessárias para realizar prevenções de conflito, missões de paz, reforço de paz e operações de construção de paz.
Em operações de policiamento, as forças podem manter a lei e implementar a estabilização de um regime por um mandato internacional. Isto pode incluir operações de combate ao contrabando, ações de contra-terrorismo marítimo e reforço de embargo.

 

Fuzileiros Navais x Pára-quedistas

Um princípio importantes da doutrina militar é a inserção de forças nas áreas de retaguarda do inimigo para destruir a estabilidade e coesão das defesas. As operações anfíbias são um meio de se obter este objetivo durante operações no eixo costeiro. Existe um longo debate no que seria o mais importante: soldados anfíbios ou aerotransportado. As duas forças podem realizar as operações descritas acima. As forças aerotransportadas(PQD) são úteis no caso de desembarque em profundidade no território ou diretamente no objetivo. Um bom exemplo é a Operação Leopardo onde os soldados do 2º Regimento Pára-quedista da Legião Estrangeira (2º REP) que saltaram em Kolwezi no Congo em 19 de maio de 1978. A operação foi realizada para liberar 2.300 engenheiros de minas Europeus e seus familiares tomados como reféns pela Frente de Libertação Nacional Congolesa que cruzaram a província de Shaba e capturaram a cidade. Contudo, a logística e recuperação das operações aerotransportadas podem ser muito complexas e se equipamentos e provisões pesadas tiverem que ser lançadas por ar, os pára-quedistas necessitam da captura e manutenção de um aeroporto viável. Por outro lado, as forças anfíbias são muito mais auto-suficientes que as força aerotransportadas, apesar da velocidade de reação ser muito menor e dependendo da distância e tempo disponível, de uso questionável.


Fontes:

http://www.mar.mil.br/cgcfn/index.htm

http://www.saorbats.com.ar/articulos/BtlArtFuzNav.htm

http://virgiliofreire.blogspot.com/2008/10/meus-irmos-de-armas-os-fuzileiros.html

http://www.forte.jor.br/?paged=5

http://www.segurancaedefesa.com/cccfn.html

http://oficinadeideias54.blogspot.com/2008/11/bicentenrio-da-formao-do-corpo-de.html

http://www.mar.mil.br/comffe/galeria_de_fotos.htm

http://www.mar.mil.br/comffe/operacoes_anfibias.htm

http://www.mar.mil.br/cgcfn/downloads/ancorasefuzis/index_ancfuz.htm

http://www.saorbats.com.ar/articulos/BtlArtFuzNav.htm

http://virgiliofreire.blogspot.com/2008/10/meus-irmos-de-armas-os-fuzileiros.html

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http://www.segurancaedefesa.com/cccfn.html

http://oficinadeideias54.blogspot.com/2008/11/bicentenrio-da-formao-do-corpo-de.html

 


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Assunto: Brasil - Fuzileiros Navais