Perfil da Unidade
CORPO
DE FUZILEIROS NAVAIS - CFN
É o lema do Corpo de Fuzileiros
Navais, é uma expressão em latin que quer dizer
"Aqui estamos!"
"Quando se houverem acabado os soldados no
mundo, quando reinar a paz absoluta, que fiquem pelo menos os Fuzileiros,
como exemplo de tudo de belo e fascinante que eles foram"
(Raquel de Queiroz)
Histórico
A Brigada Real da Marinha foi a origem do
Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil. Criada em Portugal em 28 de agosto
de 1797, por Alvará da rainha D. Maria I, chegou ao Rio de Janeiro, em 7
de março de 1808, acompanhando a família real portuguesa que transmigrava
para o Brasil, resguardando-se das ameaças dos exércitos invasores de
Napoleão. Dizia o Alvará: “Eu, a Rainha, faço saber aos que este Alvará
com força de lei virem, que tendo-me sido presentes os graves
inconvenientes, que se seguem, ao meu Real Serviço, e à disciplina da
Minha Armada Real, e o aumento de despesa que se experimenta por haver
três corpos distintos a bordo das naus e outras embarcações de guerra da
Minha Marinha Real, quais são os Soldados Marinheiros: sendo conseqüências
necessárias desta organização, em primeiro lugar, a falta da disciplina
que dificilmente se pode estabelecer entre os Corpos pertencentes a
diversas repartições: em segundo, a falta de ordem, que nascem de serem os
Serviços de Infantaria e de Artilharia, muito diferentes no mar do que são
em terra: e ser necessário que os Corpos novamente embarcados aprendam
novos exercícios a que não estão acostumados. Sou servida mandar criar um
Corpo de Artilheiros Marinheiros, de Fuzileiros Marinheiros e de Artífices
e Lastradores debaixo da Denominação de Brigada Real da Marinha...”
A Brigada Real escolta a
comitiva de D. João VI em sua chegada ao Brasil
O batismo de fogo dos Fuzileiros Navais
ocorreu na expedição à Guiana Francesa (1808/1809), com a tomada de
Caiena, cooperando ativamente nos combates travados até a vitória,
garantindo para o Brasil o atual estado do Amapá.
O batismo de fogo dos
Fuzileiros Navais ocorreu na expedição à Guiana Francesa (1808/1809), com
a tomada de Caiena.
Nesse mesmo ano, 1809, D. João Rodrigues Sá e
Menezes, Conde de Anadia, então Ministro da Marinha, determinou que a
Brigada Real da Marinha ocupasse a Fortaleza de São José, na Ilha das
Cobras, onde até hoje os Fuzileiros Navais têm seu “Quartel-General”.
Após o retorno do Rei D. João VI para Portugal, um Batalhão da Brigada
Real da Marinha permaneceu no Rio de Janeiro. Desde então, os
soldados-marinheiros estiveram presentes em todos os episódios importantes
da História do Brasil, como nas lutas pela consolidação da Independência,
nas campanhas do Prata e em outros conflitos armados em que se empenhou o
País.
Soldados do Batalhão Naval
na Guerra do Paraguai, 1865
Tomada do Forte Sebastopol
na Batalha de Paissandu
Ao longo dos anos, o Corpo de Fuzileiros
Navais recebeu diversas denominações: Batalhão de Artilharia da Marinha do
Rio de Janeiro, Corpo de Artilharia da Marinha, Batalhão Naval, Corpo de
Infantaria de Marinha, Regimento Naval e finalmente, desde 1932, Corpo de
Fuzileiros Navais (CFN).
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi
instalado um destacamento de Fuzileiros Navais na Ilha da Trindade, para a
defesa contra um possível estabelecimento de base de submarinos inimigos
e, ainda, foram criadas Companhias Regionais ao longo da costa, que mais
tarde se transformaram em Grupamentos de Fuzileiros Navais. Os combatentes
anfíbios embarcaram, também, nos principais navios de guerra da Marinha do
Brasil.
O Brasil, apesar de conviver pacificamente na
comunidade internacional, pode vir a ser compelido a envolver-se em
conflitos gerados externamente, devido a ameaças ao seu patrimônio e a
interesses vitais, bem como em atendimento a compromissos assumidos junto
a organismos internacionais, fruto do desejo brasileiro em assumir uma
participação ativa no concerto das nações no século XXI.
A Marinha do Brasil, parcela das Forças
Armadas com a responsabilidade de garantir os interesses brasileiros no
mar e em áreas terrestres importantes para o desenvolvimento das campanhas
navais, encontra-se estruturada como uma força moderna, de porte
compatível com as atuais possibilidades do País, capaz de dissuadir
possíveis agressores, favorecendo, assim, a busca de soluções pacíficas
das controvérsias.
Uma das suas tarefas é a projeção de poder
sobre terra. Para tanto, além do bombardeio naval e aeronaval da costa,
poderá a Marinha valer-se dos fuzileiros navais para, a partir de
operações de desembarque, controlar parcela do litoral que seja de
interesse naval. Essas operações, comumente conhecidas como Operações
Anfíbias, são consideradas por muitos como sendo as de execução mais
complexa dentre todas as operações militares. Atualmente a MB dispõe de
tropa profissional apta a executar, com rapidez e eficiência, ações
terrestres de caráter naval, as quais lhe confere credibilidade quanto à
sua capacidade projeção sobre terra.
Na década de 50, o CFN estruturou-se para
emprego operativo como Força de Desembarque, passando a constituir parcela
da Marinha destinada às ações e operações terrestres necessárias a uma
campanha naval.
O Corpo de Fuzileiros Navais hoje
Contando nos nossos dias com cerca de 15 mil
homens, todos voluntários e concursados, profissionais de combate em
terra, ar e mar, a sua missão é a de garantir a projeção do poder naval em
terra, por meio de desembarques realizados em conjunto com navios e
efetivos da Marinha.
No caso do Brasil essa é uma missão complexa, uma vez que o território do
país compreende cerca de 8,5 milhões km², um litoral de mais de 7.400 km
com dezenas de ilhas oceânicas, e uma rede hidrográfica navegável de
aproximadamente 50.000 km de extensão. Nesta última compreende-se a
Amazônia brasileira. Cobrir climas e paisagens naturais tão diversificadas
como os pampas do Rio Grande do Sul, o pantanal do Mato Grosso do Sul, a
caatinga da região Nordeste e a selva amazônica, exige um treinamento do
mais elevado padrão, agilidade e versatilidade. Desta maneira existem
unidades treinadas em técnicas de demolição, ações especiais,
pára-quedismo, ações nas selvas, na montanha e no gelo, e em ações
helitransportadas.
Treinados como "Força de Pronto Emprego", recentemente, com o envio de
observadores militares brasileiros, inclusive integrando as Forças de Paz
da Organização das Nações Unidas (ONU), os Fuzileiros Navais têm marcado a
sua presença em áreas de conflito tão distintas como El Salvador, Bósnia,
Angola, Moçambique, Ruanda, Peru, Equador, Timor-Leste e, mais
recentemente, o Haiti.
Meios
Para cumprir as suas missões, os Fuzileiros Navais são desembarcados dos
navios da Marinha do Brasil, quer utilizando embarcações de desembarque,
veículos anfíbios ou helicópteros. Para isso contam com o apoio do fogo
naval e/ou aeronaval. Uma vez em terra, operam os seus próprios meios, que
incluem blindados, artilharia de campanha, artilharia antiaérea,
engenharia de combate, comunicações e guerra eletrônica.
Treinamento
Para estarem aptos a cumprir as suas missões, os fuzileiros passam por um
rigoroso treinamento físico, normalmente com muitas corridas, calistênicos,
noites sem dormir, natação, apnéia, tiro prático com armamentos diversos,
especialmente fuzis, rapel e artes marciais.
Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE)
A Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), subordinada ao Comando de
Operações Navais, está localizada no município de Duque de Caxias (RJ),
sob o comando de um Vice-Almirante Fuzileiro Naval. É uma força
basicamente organizada, treinada e equipada para realizar operações
terrestres de caráter naval.
Subordinados à FFE estão:
Divisão Anfíbia (DivAnf)
Localizada na Ilha do Governador (RJ), está
estruturada para executar Operações Anfíbias e Operações Terrestres
limitadas, necessárias à realização de uma campanha naval. Estão sob sua
subordinação:
-
1° Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais
- "Batalhão Riachuelo" - (1°BtlInfFuzNav};
-
2° Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais
- "Batalhão Humaitá" - (2°BtlInfFuzNav);
-
3° Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais
- "Batalhão Paissandu" - (3°BtlInfFuzNav) - Os títulos dos três Batalhões
de Infantaria de Fuzileiros Navais (Batalhões Riachuelo, Humaitá, e
Paissandu) e do Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais
(Batalhão Tonelero) homenageiam quatro batalhas do Império nas quais os
Fuzileiros tiveram atuação de destaque: 17 dez 1851 Passo do Tonelero,
e 2 jan 1865 Paissandu, 11 jun 1865 Riachuelo e 18 fev 1868 Humaitá;
-
Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais
- Sua missão é prover a força de desembarque com o indispensável apoio de
fogo. Possui as seguintes armas: Obuseiros"Light Gun" (105 mm) -
britânicos e morteiros K6A3 (120 mm) - Israelenses;
Obuseiro Light Gun L-118 105 mm - armamento sofisticado de 1860 kg, cujo
alcance máximo é de 17.200 m.
-
Batalhão de Comando e Controle;
Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais
(BtlBldFuzNav) - Está estruturado como Unidade de Apoio ao Combate
composta de uma Companhia de Comando e Serviços, de uma Companhia de
Carros de Combate (com os SK 105 A2S) e de uma Companhia de Viaturas
Blindadas (com os M113). Recentemente o CFN adquiriu unidades do Veículo
Blindado de Transporte de Pessoal (VBTP) 8X8 Piranha III-C, da
Mowag. Para consecução de sua finalidade, cabem ao BtlBldFuzNav as
seguintes tarefas:
-
reforçar as ações da Infantaria com carros de
combate;
-
prover apoio de transporte blindado para
movimentos táticos e/ou apoio logístico;
-
integrar a defesa anticarro;
-
suplementar os fogos das armas de apoio;
-
quando reforçado por tropa de infantaria,
atuar como elemento de manobra dos GptOpFuzNav;
-
constituir-se em elemento de manobra de valor
Unidade, particularmente para o desenvolvimento de ações que exijam as
características dos blindados; e
-
quando reforçado, realizar ações de
reconhecimento, segurança, vigilância e de economia de forças.
Descrição do SK 105/A2S Kürassier:
Veículo austríaco, de 18 toneladas, com torre estabilizada, permitindo
atirar em movimento, c/ capacidade para comportar 38 granadas e uma
guarnição de 3 homens.
SK 105/A2S "Kürassier" em
treinamento de tiro real
Ficha Técnica:
CCL-SL SK 105/A2S "Kürassier"
Fabricante: Steyr-Daimler-Puch AG (Áustria)
Guarnição: 3
Canhão: 105G1, calibre 105 mm
Metralhadora coaxial: MAG, calibre 7,62 x 51 mm
Metralhadora do comandante: M2 HB, calibre .50 pol BMG
Peso de combate: 18 t
Comprimento total: 7,7 m
Comprimento do casco: 5,6 m
Largura: 2,5 m
Altura: 2,6 m
Pressão sobre o solo: 0,7 kg/m2
Velocidade máxima: 70 km/h
Autonomia: 500 km
Profundidade de vau: 1 m
Obstáculo vertical: 0,8 m
Gradiente máximo: 70%
Inclinação lateral máxima: 40%
Trincheira: 2,4 m
Motor: diesel, Steyr 7FA, 320 hp
Relação peso/potência: 0.7 kg/hp
Transmissão: automática, ZF, seis p/ frente, 1 ré
-
Batalhão de Controle Aerotático e Defesa
Antiaérea - Missão: Defesa da força de desembarque contra ameaças
aéreas. Possui os seguintes sistemas de defesa:
-
Canhões automáticos Bofors L/70 (40mm) da
versão BOFI-R, com radar pulso-Doppler de banda-J. Estes canhões são
orientados por um sistema central de controle de tiro baseado no radar de
busca Giraffe 50 AT.
-
Sistema de defesa de ponto, Mistral.;
-
Esta batalhão também opera aeronaves
não-tripuladas (UAV, Unmanned Air Vehicle) conhecidas com Carcará.
Pequeno, com 1,60 m de envergadura. Com tecnologioa 100% nacional, com
três baterias lítio, a aeronave apresenta uma autonomia de quase duas
horas e um alcance de 8km, podendo voar a três mil metros. Ela é equipada
com câmeras (que possui giro de 360 graus) que aproximam o alvo em até 26
vezes, com as imagens podendo ser gravadas ou transmitidas em tempo real
para um centro de comando de operação. Fabricado com polipropileno
estendido e de fácil manipulação metros de altitude. Decola como um avião
de papel: com dois quilos de peso, é lançado com as mãos. O controle é
feito a partir de um monitor que recebe imagens e envia as ordens para o
avião por ondas de rádio. O controlador do avião pode, por exemplo, clicar
em um alvo (como um carro) que aparece no monitor e mandar o Carcará
persegui-lo.
Fuzileiros do Batalhão de
Controle Aerotático e Defesa Antiaérea lança um UAV durante treinamento
Tropa de Reforço (TrRef)
Situada na Ilha das Flores em São Gonçalo
(RJ), tem por finalidade prover elementos de apoio ao combate e de apoio
de serviços ao combate necessários às operações desenvolvidas pelos
Fuzileiros Navais. Compõem a sua estrutura:
-
Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais -
Entre as atribuições do batalhão relacionam-se
as do lançamento de campos minados e obstáculos, assim como a sua remoção;
construir fortificações de campanha; abrir picadas, estradas e campos de
pouso; efetuar camuflagens e demolições; lançar equipamentos de
transposição de cursos d'água; construir e reparar pontes; produzir água
potável e gerar energia elétrica.;
-
Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais;
-
Batalhão de Viaturas Anfíbias -Sua
missão básica é o transporte blindado, com viaturas sobre lagartas, para o
pessoal e suprimentos dos grupamentos operativos da Força de Fuzileiros da
Esquadra. Sua Companhia de Carros de Lagarta Anfíbios (CiaCLAnf)
está equipada com os blindados da família AAV7A1 de fabricação americana.
Após "desovados" (lançados) de NDDs (navios de desembarque-doca) ao largo
da costa, os AAV7A1 de 24 toneladas são capazes de navegar até a praia a
uma velocidade em torno de 12 km/h, sob a propulsão de um sistema de jatos
d'água. Em terra, sua velocidade pode chegar a até 70 km/h, embora, em
regime normal de cruzeiro, seja em torno uns 40 km/h, com o que possuem
uma autonomia de aproximadamente 480 km. Cada CLAnf, guarnecido por três
homens, pode transportar 21 soldados totalmente equipados para combate ou
cerca de 4.500 kg de carga. Para sua proteção e cobertura de fogo para a
tropa, o AAV7A1 conta com armamento montado numa torreta operada pelo
comandante do carro, no lado direito do casco. Nas versões iniciais, era
apenas uma metralhadora M85, calibre .50 (12,7 x 99 mm), mas exemplares
mais recentes, incorporados em 1997, também contam com um lança-granadas
automático de 40 mm, montado na mesma posição. Versões de socorro
(AAVR7A1) e de comunicações/comando (AAVC7A1) também fazem parte do
inventário desta unidade do CFN. Outra subunidade do BtlVtrAnf é a
Companhia de Viaturas Blindadas (CiaVtrBld), equipada com o M113A1, de 13
toneladas. Embora sem a mesma capacidade anfíbia dos CLAnfs, pois chegam à
praia a bordo de EDCGs - Embarcações de Desembarque de Carga Geral, são
muito importantes para as perações em terra e, mesmo, mais adequado para
muitas missões que os carros maiores. A versão utilizada no transporte de
tropas, guarnecida por dois tripulantes, tem capacidade para 11 soldados
no interior de seu casco de alumínio blindado, sendo dotada de uma
metralhadora calibre .50, em torreta central aberta, mais escudos laterais
para outras metralhadoras de apoio (normalmente, FN MAG, calibre 7,62 x 51
mm). Sua autonomia é em torno de 480 km, sendo de 65 km/h a velocidade
máxima em terreno plano. Outras versões são igualmente empregadas são os
M557A1 (comando e comunicações), M125A1 (transportador de morteiro de 81
mm), XM806E1 (socorro) e M113A1G (oficina);
-
As Companhias de Polícia e de Apoio ao
Desembarque;
-
A Base de Fuzileiros Navais da Ilha das
Flores.
Comando da Tropa de Desembarque (ComTrDbq)
Também situado em Duque de Caxias (RJ), tem
como principal atribuição constituir o Comando permanente de uma Unidade
Anfíbia, devendo acompanhar continuamente a conjuntura estratégica
brasileira e planejar o possível emprego de tropas de fuzileiros navais em
situações de crise ou conflito armado. Caso o Presidente da República opte
por tal emprego, o ComTrDbq deverá imediatamente acolher e embarcar as
tropas e os meios necessários, desdobrando-os na área de operações quando
e conforme determinado.
Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero)
Localizado no bairro de Campo Grande (RJ), é
estruturado para ser empregado em ambiente de risco elevado. Tem a
finalidade de destruir ou danificar objetivos relevantes em áreas
defendidas, capturar ou resgatar pessoal ou material, retomar instalações,
obter informações, despistar e produzir efeitos psicológicos. Esta unidade
representa, talvez, toda a mística do combate anfíbio. ela congrega os
fuzileiros especificamente preparados para realização de operações
especiais. Seus membros são ainda mais exigidos nos termos de
recrutamento, instrução e adestramento, ficando conhecidos como Comandos
Anfíbios, ou simplesmente COMANFs. O Batalhão Tonelero tem a finalidade
principal de, por meio da execução de operações especiais, contribuir para
o preparo e execução do poder naval, efetuando ações de reconhecimentos e
de comandos. Sob sua responsabilidade, está a função de ministrar cursos e
estágios voltados aos seus recursos humanos. A unidade é estruturada em
uma Companhia de Comando e Serviços, duas Companhias de Reconhecimento
Anfíbio (ReconAnf) e Reconhecimento Terrestre (ReconTer) e duas Companhias
de Comandos Anfíbios. Existe também o Grupo Especial de Retomada e Resgate
(GERR), do qual muito pouco se divulga mas que se sabe ser de eficiência
maior que a sua própria discrição. O GERR e o GRUMEC por sinal, fazem
treinamentos conjuntos para um eventual emprego combinado de ambos. Sem
dúvidas, uma dupla desanimadora e fatal para o adversário. Ao ser
selecionado para servir no Batalhão Tonelero, o fuzileiro naval inicia um
período de aprendizado que pode levar dois anos ou mais para o seu preparo
completo como elemento de operações especiais. Lá mesmo o homem realiza os
Cursos Especiais de Comandos Anfíbios (CESCOMANF) e de Operações
Especiais(CESOPESP), e o curso Expedito de Salto Livre (CEXSAL). Na
Esquadra, os futuros Comanfs aprendem o mergulho autônomo de circuito
aberto e fechado, infiltração por submarinos e demolição submarina. No
Exército, eles frequentam cursos de montanhismo, pára-quedismo e de
operações especiais (guerra na selva , comandos e forças especiais).
Alguns militares do Tonelero são designados para estagiarem no exterior,
especializando-se em cursos como o "All Arms Commando Course"(Royal
Marines),"Comando de Operaciones Especiales"(Marina/Espanha), "Ranger"(US
Army) e "Anphibious Reconnaisance Course"(US Marine Corps). O
adestramento dos Comanfs prevê anualmente exercícios em várias regiões do
Brasil, buscando a capacitação para operar em clima frio, em montanhas, no
pantanal, na Amazônia e na caatinga. Os elementos do Batalhão Tonelero
podem constituir uma força-tarefa, quando os Comafs forem o mais alto
escalão de execução de uma determinada operação, ou um Grupo-Tarefa,
quando estiverem envolvidos em uma força de maior vulto. Não é a toa que
costuma-se dizer entre as tropas especiais, que "um Comanf é invencível,
dois são inseparáveis e três fazem uma guerra".
*
HISTÓRICO: Criado a nove de setembro de 1971
por meio do Aviso Ministerial n° 0751, em prosseguimento ao
desenvolvimento das atividades de Operações Especiais do Corpo de
Fuzileiros Navais (CFN), que já havia iniciado na década de 50 com a
criação da Companhia de Reconhecimento Anfíbio, o Batalhão de Operações
Especiais de Fuzileiros Navais (BtlOpEspFuzNav), Batalhão Tonelero, foi
organizado de acordo com a conjuntura política existente à época. Na
ocasião o CFN mesclou seu interesse em ter uma Unidade voltada para o
emprego em situação de guerra de guerrilhas com a ideia de se ter um 4°
Batalhão de Infantaria. Nucleado por uma Companhia de Operações
Especiais, o Batalhão introduziu as atividades de instrução voltadas
para esse tipo de operações específicas. Em 1972 foi formada a primeira
turma do Curso de Contraguerrilha, que em 1974 passou a ser denominado
Curso de Adestramento de Comandos Anfíbios e posteriormente, Curso
Especial de Comandos Anfíbios. Na década de 90, o Batalhão recebeu a
Companhia de Reconhecimento Anfíbio e a Companhia de Reconhecimento
Terrestre, passando, a partir de então, a concentrar todas as atividades
de Operações Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais. Atualmente, o
BtlOpEspFuzNav está organizado a uma Companhia de Comando e Serviços,
três Companhias de Operações Especiais, especializadas na execução das
tarefas de Reconhecimento, Ação de Comandos e Contraterrorismo, e um
Pelotão de Apoio às Operações Especiais. Todas as companhias possuem a
capacidade de, por ocasião da consecução de suas tarefas, operarem em
todos os ambientes operacionais existentes no Brasil e de também,
valer-se dos mais diversos meios de infiltração disponíveis. O brasão da
Unidade foi aprovado por meio do Decreto Ministerial 68.430 de 1971. Ele
faz alusão a “Passagem de Tonelero”, glorioso episódio que foi decisivo
para a vitória durante a Guerra do Paraguai.
MISSÃO
Realizar ações de comandos, reconhecimento de praia da linha de baixomar
para o interior, reconhecimento especializado de itinerários, passagens
a vau, pontes, túneis, obstáculos, pontos críticos, Local de Desembarque
Ribeirinho (LocDbqRib), Ponto de Desembarque Ribeirinho (PdbqRib), Local
de Pouso de Helicópteros (LPH) e instalações, operar Postos de
Vigilância (Pvig), realizar a observação dos fogos das armas de apoio
quando solicitado, implantar e operar sensores para instalação de
sistemas de vigilância terrestre quando disponíveis, instalar e manter
equipamentos de alarme de guerra NQDB quando disponíveis; selecionar,
reconhecer, balizar e operar Zonas de Desembarque (ZDbq) e Zonas de
Lançamento (ZL) e guiar a tropa por itinerários previamente
reconhecidos, em proveito de uma Operação Ribeirinha (OpRib) a fim de
contribuir para o preparo e aplicação do Poder Naval.
HERÁLDICA
DESCRIÇÃO:
Num escudo boleado e encimado pela coroa naval, campo verde com
bastilhado de prata, acostado à linha do chefe, e tendo no mesmo gávea
ameada, também de prata; cortado, em faixa, de vermelho, com dois fuzis
de ouro, passados em aspa, com âncora superposta, em pala, e de idêntico
metal.
EXPLICAÇÃO:
No campo de verde, a lembrar as campinas do sul, cenário da memorável
campanha contra Rosas e Oribe, o bastilhado de prata, alude às
fortificações da barranca de Acevedo, levadas de vencida pelas forças do
Chefe Grenfell, memorado este pela gávea ameada, de prata, atributo e
metal constantes do brasão do grande marinheiro.
No cortado de vermelho, esmalte representativo da bravura e intrepidez
dos Fuzileiros Navais do Brasil, os fuzis e a âncora de ouro, constituem
seu próprio distintivo, aludindo ao Batalhão em apreço, cujo nome provém
da gloriosa Passagem.
(Bol. Nº 12, de 25-3-1977 – 713)
O BREVÊ DOS COMANDOS ANFÍBIOS: Aqueles
militares que concluem os seis meses de treinamento do Curso Especial de
Comandos Anfíbios (C-EspComAnf), e logram êxito em tão árdua seleção
acadêmica, física e psicológica, passam a ostentar sobre seus corações o
tão sonhado símbolo de suas vitórias: “A caveira dourada”, brevê dos
Comandos Anfíbios. Este brevê representa através da CAVEIRA a morte do
inimigo derrotado em combate; do RAIO a velocidade com que as ações são
realizadas; da ÂNCORA a fidelidade à Marinha do Brasil; por suas ASAS o
vasto emprego de meios aéreos utilizados na execução de suas tarefas; e
do FUNDO NEGRO a noite, companheira que oculta a progressão destes
homens rumo a seus objetivos. O brevê dourado utilizado em seus
uniformes é motivo de orgulho para todos os Comandos Anfíbios do
Batalhão TONELERO,
ORGANIZAÇÃO: As Companhias de Operações
Especiais, nas quais o Batalhão se encontra organizado são:
1ª Companhia de Operações Especiais, Companhia
de Reconhecimento. É a subunidade do BtlOpEspFuzNav especializada nas
atividades de reconhecimento e vigilância, atuando atrás das linhas
inimigas, em prol dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais.
Organizada a três Pelotões de Reconhecimento Tático e dois Pelotões de
Reconhecimento Operacional, a Companhia de Reconhecimento é responsável
pelo cumprimento das seguintes tarefas: - Realizar reconhecimento a fim
de obter dados sobre a situação militar do inimigo e características da
Área de Operações; - Operar Postos de Vigilância; - Realizar observação
dos fogos das Armas de Apoio; - Implantar e operar sensores de Sistemas
de Vigilância Terrestre; - Instalar e manter equipamentos de alerta para
guerra Química, Biológica e Nuclear; - Reconhecer, balizar e operar
Zonas de Desembarque e Zonas de Lançamento; e - Guiar tropas por
itinerários reconhecidos.
2ª Companhia de Operações Especiais, Companhia
de Ação de Comandos. Subunidade responsável por agir de forma direta
sobre objetivos de valor operacional e/ou estratégicos. Valendo-se de
pequenos efetivos, pessoal especialmente selecionado e adestrado e
superioridade relativa, ela proporciona grande vantagem na relação
custo-benefício sendo, portanto, largamente empregada no combate
moderno. Esta companhia conta ainda com uma importante arma: Os
caçadores. Atuando em apoio às ações da companhia ou em dupla, isolados
em território controlado pelo inimigo, eles se valem de seus fuzis
antipessoal e antimaterial para atingir alvos de qualquer natureza. As
ações da companhia visam: -Neutralizar instalações logísticas ou de C3 I
do inimigo; -Neutralizar pontos de importância operativa tais como
aeroportos, centrais elétricas, centrais de telecomunicações,
refinarias, estações de tratamento de água, usinas siderúrgicas,
instalações portuárias, represas, oleodutos, aquedutos, bases militares,
instalações industriais, linhas de abastecimento, entre outros;
-Capturar ou resgatar pessoal e/ou material; -Produzir efeitos
psicológicos; -Despistar; e -Obter dados.
3ª Companhia de Operações Especiais,
Contraterrorismo, onde está inserido o Grupo Especial de Retomada e
Resgate (GERR/OpEsp). Este Grupo foi criado em 1986 devido à crescente
onda de criminalidade e ameaças do terrorismo em todo o mundo. Visando
dar uma pronta resposta às novas ameaças, a alta administração naval
criou este Grupo extremamente especializado em Ações de Retomada e
Resgate de pessoal, material e instalações de interesse do Poder Naval.
Sua organização é composta por uma Unidade Tarefa de Comando, uma
Unidade Tarefa de Assalto e uma Unidade Tarefa Precursora, que engloba
as equipes de Observadores e Reconhecimento e Segurança. O adestramento
desse grupo está fundamentado na aplicação de técnicas modernas e é
realizado de forma contínua, com o propósito de manter, durante todo o
ano, seu permanente estado de pronto-emprego, obtendo o “poder de
resposta rápida e positiva”.
MÉTODOS DE INFILTRAÇÃO: De modo a permitir o
cumprimento de suas tarefas, o BtlOpEspFuzNav lança mão dos seguintes
métodos de infiltração: Infiltração por paraquedas. A partir de qualquer
tipo de aeronave e utilizando equipamentos para salto semiautomático ou
livre (de acordo com o que melhor atende a situação tática). Este meio é
largamente empregado permitindo uma infiltração sigilosa à retaguarda
profunda do inimigo. Destaca-se nesta modalidade, a capacidade do
Batalhão em realizar o Salto Livre a Grande Altitude, que pode ser
realizado com salto e abertura do paraquedas a grande altitude (HAHO) ou
com salto a grande altitude e abertura do paraquedas a baixa altitude
(HALO). Para este tipo de lançamento é empregado equipagem específica, o
que confere à Unidade o maior grau de adestramento desejado dentro da
atividade aeroterrestre. Infiltração por mergulho. O mergulho com o
emprego de equipamentos de circuito fechado (aqueles que não produzem
bolhas de ar) é utilizado quando surge a necessidade de atuação no
interior de posições inimigas. Este método pode ser considerado como o
mais discreto de todos e requer um elevado grau de adestramento, sendo
largamente empregado pelo Batalhão TONELERO no cumprimento de suas
tarefas. Infiltração por superfície. A partir dos navios e submarinos da
Esquadra Brasileira e utilizando-se de Embarcações de Desembarque
Pneumáticas (EDP), sendo utilizadas atualmente as embarcações do tipo
ZODIAC F470 (evolution), permitindo desta forma a infiltração além da
linha do horizonte, sendo este método amplamente utilizado nas Operações
Anfíbias. Esta infiltração requer elevado grau de adestramento já que se
faz necessário estar pronto para enfrentar a fúria do mar por vezes
tempestuoso. Infiltração por helicóptero. Este meio, por sua grande
discrição, flexibilidade de emprego e possibilidade de ser operado a
partir de navios, é freqüentemente utilizado para realizar a infiltração
e/ou retirada dos elementos de Operações Especiais na Área de Operações.
Para tal, estes podem empregá-lo através das técnicas do pouso, vôo
pairado, “rappel,” “fast rope” ou “penca”.
AMBIENTES OPERACIONAIS O Batalhão TONELERO, em
seu adestramento, habilita todas suas equipes a estarem sempre prontas a
atuar em quaisquer dos ambientes operacionais encontrados dentro ou fora
do país.
Selva. Mais de cinquenta por cento (50%) do
território do Brasil é coberto pela Floresta Amazônica, ambiente
extremamente peculiar, com clima, fauna e flora característicos. Aqueles
que lá necessitarem combater devem ter em mente que o conhecimento da
região e o preparo podem significar mais que a vitória, mas a própria
sobrevivência.
Pantanal. Cobrindo a maior parte da fronteira
oeste do país, o Pantanal Mato-grossense é caracterizado por vastas
regiões alagadiças, além de também contar com fauna e flora peculiares e
regiões por vezes inóspitas. O pleno conhecimento da área e o domínio
das técnicas de navegação fluvial são de fundamental importância para
sucesso em operações nesta região.
Montanha. O combate em ambiente montanhoso
requer o domínio sobre as técnicas de escalada, as quais são
exaustivamente praticadas pelas equipes do Batalhão TONELERO. O preparo
físico também é fator fundamental para o sucesso no combate neste tipo
de região, sendo sempre testado durante os treinamentos. Caatinga. O
semi-árido encontrado no nordeste brasileiro, que se assemelha a outras
regiões de clima desértico existentes pelo mundo, exige do soldado que
lá opera especial higidez física e psicológica. Sua vegetação, clima e
relevo particulares serão sempre constante desafio àqueles que
necessitarem combater naquela área
Ambientes Urbanos. O crescente fenômeno da
urbanização, existente em todas as partes do mundo, trouxe consigo a
necessidade do desenvolvimento de novas técnicas de combate. Qualquer
que seja o tipo de operação em questão haverá sempre uma grande chance
de ocorrer o combate no interior de uma cidade. Devido a este fato, o
Batalhão TONELERO está sempre preocupado com o adestramento nesse
ambiente tão particular.
MENSAGEM FINAL O Batalhão de Operações
Especiais de Fuzileiros Navais, Batalhão TONELERO, é a unidade do Corpo
de Fuzileiros Navais responsável pelo planejamento e execução das
Operações Especiais. Anualmente, centenas de voluntários aparecem na
tentativa de serem selecionados ao longo dos seis meses de curso para o
desempenho desta árdua tarefa. Entretanto, somente os melhores e mais
bem preparados, os que são capazes de suportar tão árduo treinamento,
podem compor uma das equipes do Batalhão. Qualquer que seja a natureza
da tarefa, o meio de infiltração utilizado ou o ambiente operacional a
ser empregado, dentro ou fora do Brasil, os militares do Batalhão
TONELERO estarão sempre dando o máximo de si para garantir a paz e a
soberania da nação, mesmo que para isso seja necessário o sacrifício de
suas próprias vidas!
COMANDOS ANFÍBIOS!
*
Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti (BFNRM)
Localizada no município de Duque de Caxias
(RJ), provê os meios de comando, controle e administração necessários ao
Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra e às demais Unidades ali
situadas.
Batalhão de Operações Ribeirinhas (BtlOpRib)
É uma parcela do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil. Está
subordinado ao 9º Distrito Naval da Marinha do Brasil.
Grupamentos de fuzileiros Navais (GptFN)
Os Grupamentos de Fuzileiros Navais, subordinados aos Distritos
Navais, são unidades operativas destinadas a prover a segurança de
instalações navais, bem como conduzir operações limitadas em apoio aos
Grupamentos Operativos da Força de Fuzileiros da Esquadra, compatíveis com
seus efetivos. Estão localizados nas cidades sede dos Distritos Navais,
exceto o 8º Distrito Naval, que não possui Grupamento.
A Marinha do Brasil tem estado presente na Amazônia ininterruptamente
desde 1868, contribuindo decisivamente para a preservação da soberania
nacional naquela importante região e levando apoio de toda espécie às
populações ribeirinhas. Recentemente, em face do recrudescimento da cobiça
internacional em relação às inestimáveis riquezas naturais ali existentes
e do agravamento da instabilidade nos países fronteiriços, novas e difusas
ameaças têm sido detectadas. Para aumentar a capacidade de resposta do
sistema de defesa nacional perante a concretização de tais ameaças, a
Marinha decidiu transformar o Grupamento de Fuzileiros Navais de Manaus em
um Batalhão de Operações Ribeirinhas, o que representará um substancial
incremento do Poder Naval presente na área.
Segurança diplomática
Além da segurança das instalações da Marinha
do Brasil o CFN também realiza a segurança em algumas embaixadas
brasileiras, mais especificamente na Bolívia, Paraguaia, Haiti e Argélia.
Alguns dos armamentos e sistema de defesa do CFN.
Aeronaves de apoio
|
|
UH-14 Super Puma
Efetua o
aerotransporte dos fuzileiros, comandos e mergulhadores de combate.
Podem levar até 25 combatentes. |
UH-13 Esquilo
Atuar como apoio em
missões de ataque, esclarecimento armado, transporte e evacuação médica. |
Algumas Viatura do CFN
VIATURAS
|
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Caminhão
Unimog 4x4 |
Caminhão Reo
6x6 |
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Jipe Toyota
4x4 |
BV 206-D com radar pulso-Doppler
de banda-J dos canhões Bofors l/70 |
Embarcações
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Navios de transporte de Tropas (NTrT) |
Navios de Desembarque de Carros de Combate (NDCC) |
|
|
Embarcações de Desembarque de Carga
Geral (EDCG) |
Embarcações de Desembarque de Viaturas e
Material (EDVM) |
|
|
Porta Aviões - Assalto Aéreo |
Navios de Desembarque-Doca (NDD) |
CIAMPA - O Berço do Soldado
Fuzileiro
Por Vinicius Pimenta
Fonte:
http://defesabrasil.com/site/index.php/Artigos/CIAMPA-O-Berco-do-Soldado-Fuzileiro.html
21 de Dezembro de 2007
Publicado originalmente em Base Militar Web Maganize. Edição 20.
As primeiras palavras que vêem à lembrança quando se fala em Fuzileiros
Navais são: profissionalismo, elite, treinamento, disciplina, vibração,
respeito, admiração, união... Os Fuzileiros Navais brasileiros são uma
Força Anfíbia cuja premissa básica é de desenvolver operações terrestres
de caráter naval, a fim de contribuir para a aplicação do Poder Naval
brasileiro. Subordinados ao Comando da Marinha, os Fuzileiros Navais são
admirados pelo seu elevado grau de aprestamento e confiabilidade. Mas como
são formados os soldados dessa elite? Para conhecer como é a formação do
soldado Fuzileiro Naval brasileiro, acompanhamos um dia de treinamento dos
futuros soldados no CIAMPA – Centro de Instrução Almirante Milclíades
Portela Alves – um dos responsáveis em transformar o sonho de um jovem na
realidade de ser um Naval.
Uma instituição sem paralelo no Brasil
O Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves é uma instituição
sem paralelo nas Forças Armadas Brasileiras, por destinar-se
exclusivamente à formação de soldados profissionais, todos voluntários e
concursados. As suas tarefas são de assegurar aos Soldados Recrutas (SD-RC)
a habilitação necessária ao exercício das tarefas destinadas aos Soldados
do Corpo de Fuzileiros Navais, incluindo uma perfeita formação moral e
militar-naval, além de conduzir outros cursos e estágios para oficiais e
praças, quando lhe for atribuído.
As origens do Centro remontam ao ano de 1934, quando o então
Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante Milcíades
Portela Alves, criou uma Companhia Escola, primeira unidade no âmbito do
CFN destinada à formação de Soldados Fuzileiros Navais. Instalada na
Fortaleza de São José, Ilha das Cobras - RJ, a Companhia foi transferida,
em 1953, para o Complexo Naval da Ilha do Governador. Posteriormente, em
1957, essa Companhia foi extinta. No seu lugar foi criado o Centro de
Recrutas do Corpo de Fuzileiros Navais (CRCFN) que, em 1965, passou a
ocupar as instalações na área onde hoje está o Batalhão de Operações
Especiais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero). Em 1971, o CRCFN foi
transferido para a Ilha da Marambaia. Lá permaneceu até 1981, quando foi
novamente transferido para onde atualmente está localizado. Em 20 de maio
de 1994, o Decreto N° 1.143 alterou sua denominação para Centro de
Instrução Almirante Milcíades Portela Alves, em homenagem ao idealizador
da instrução no CFN.
Ocupando uma área de 4.500.000 m², o CIAMPA está localizado no Complexo
Naval Guandu do Sapê – CNGS, às margens da Avenida Brasil, na altura do
bairro de Campo Grande, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Seus 11
prédios representam uma área construída de 8.700 m². A área do complexo,
administrado pelo Centro, engloba também boa parte do Morro do Marapicu.
Subordinado ao Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais, o CIAMPA é
dirigido por um Comandante (CIAMPA-01) no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra
(FN). Seu atual Comandante é o Capitão-de-Mar-e-Guerra (FN) José Cupello
Filho*. O Comandante Cupello tem em seu currículo a participação na
UNPROFOR (United Nations Protection Force - Força de Proteção das Nações
Unidas na antiga Iugoslávia), na qual exerceu a função de Chefe de
Operações. Então Capitão-Tenente, tinha sob seu comando militares de
países da OTAN, inclusive de patente superior ao militar brasileiro.
No CIAMPA, o Comandante é assessorado e auxiliado por um Imediato (CIAMPA-02),
por um Serviço de Secretaria e Comunicações (CIAMPA-03), um Departamento
de Instrução (CIAMPA-10), a cargo do Capitão-de-Corveta Brescianni, quem
muito gentilmente nos acompanhou durante nossa visita, um Departamento de
Administração (CIAMPA-20) e um Corpo de Alunos (CIAMPA-30).
Do sonho à realidade Naval
Anualmente, milhares de jovens brasileiros de idades entre os 18 a 21 anos
prestam concurso de admissão ao Curso de Formação de Soldados Fuzileiros
Navais. São abertas ao todo cerca de 1.400 vagas, dividas entre duas
turmas por ano, uma por semestre. Todos voluntários, alguns deles sequer
imaginam o que realmente representa tudo aquilo. Contudo, a grande maioria
almeja um sonho: tornar-se um Fuzileiro Naval, ou simplesmente um Naval,
como são chamados. São jovens em busca de uma vida melhor, mais digna e
que encontram na carreira militar as oportunidades para atingir seus
objetivos.
Sempre que uma nova turma é formada, são realizadas pesquisas
sócio-econômicas para traçar o perfil dos alunos. A mais recente pesquisa
apontou que 86,23% dos candidatos aprovados no concurso tinham o Ensino
Médio (2° Grau) concluído. Apenas 9,92% possuíam o Ensino Fundamental –
nível mínimo exigido –, 2,63% possuíam o Ensino Superior ainda incompleto
e nenhum, até mesmo pela baixa idade dos candidatos (18 a 21 anos), havia
concluído um Curso Superior. Essa questão é importante porque o CIAMPA
constatou que quanto maior o nível de escolaridade médio de cada turma,
melhor é o rendimento dela durante o período de treinamento. O maior grau
de instrução dos alunos reflete diretamente na formação de soldados mais
preparados, pois eles conseguem aprender os conhecimentos de maneira muito
mais natural.
O processo seletivo conta com diversas avaliações. O candidato enfrenta
inicialmente um exame de escolaridade de nível fundamental (antigo 1°
Grau). Os aprovados passam então pelos testes físicos que incluem corrida,
natação e exercícios. A fase seguinte é a bateria de exames da Inspeção de
Saúde. A peneira continua com a realização de Exames Psicológicos. Após
passarem por tudo isso e depois de checados detalhes burocráticos, os
aprovados são então matriculados no curso.
Depois de formados, os soldados profissionais são designados para os
batalhões ou aos grupamentos operativos pelo país. Eles assinam um
contrato mínimo de 3 anos de duração, podendo renová-lo e permanecer como
soldados durante 8 anos. Durante o período dentro do CFN, os soldados
podem fazer diversos cursos e seguir carreira, podendo chegar até a
patente de Suboficial.
Treinamento árduo
Engana-se quem pensa que a partir de então as coisas ficam mais fáceis. O
treinamento é duro e muitos desistem durante o curso que tem duração de 17
semanas, antecedida de uma semana de adaptação. Durante esse período, os
recrutas são divididos em quatro Companhias com dois pelotões cada e terão
aulas de Instrução Militar Naval, Ordem Unida, Treinamento Físico-Militar,
Instrução Básica de Combate, Fundamentos de Operações Anfíbias, Armamento
e Tiro.
Os recrutas são adestrados e preparados para a guerra em pistas de combate
em localidade, maneabilidade, tiro de combate, pista de cabos, câmara de
gás, tanque tático, estande de tiro de fuzil, estande de lançamento de
granadas, dentre outros. Durante o curso, também são realizadas marchas,
patrulhas e tiros de combate e de banqueta. Os recrutas também recebem
instruções para a vida, como aulas de informática e palestras sobre
drogas. Eles contam, ainda, com orientação educacional e pedagógica como
numa escola civil.
As sete semanas iniciais são em regime total de internação. Durante a
internação, a família pode fazer visitas aos recrutas em dois finais de
semana. Passada esta fase, os alunos podem ir para a casa todas as
sextas-feiras, regressando aos domingos às 21h.
O dia como um relógio
Nas 1.247 horas de curso, os jovens passam por uma transformação, que
começa pela mudança de rotina e se reflete no plano físico. Eles acordam
às 5h15min da manhã, quando acontece a alvorada, e, das 5h30min às
6h15min, os alunos fazem treinamento físico ou aulas em pistas. O café da
manhã é servido das 6h15min às 7h. Em seguida, os jovens assistem a cinco
tempos de aula, com 50 minutos cada um, com intervalos de 10 minutos, das
7h ao meio dia. O almoço é servido das 12h20min às 13h20min. À tarde, há
mais aulas, que se estendem das 13h30min às 17h55min, com um pequeno
intervalo para o lanche. O jantar acontece das 15h55min às 18h35min.
À noite, das 18h45min às 21h20min, ocorre o estudo obrigatório. Esse tempo
também pode ser dedicado à assistência religiosa – existem missas e cultos
evangélicos regulares no CIAMPA – ou à exibição de filmes instrucionais.
Às 21h30min uma ceia encerra a jornada dos recrutas. Contudo, às 21h45min,
é realizada uma revista de recolher, onde são inspecionados armários e
alojamentos. Há, ainda, uma verificação dos critérios de higiene dos
jovens. O toque de silêncio soa às 22h.
Formando estrangeiros
Desde 1994, quando do estabelecimento da Missão Naval Brasileira na
Namíbia, o relacionamento entre as Marinhas de ambos os países tem se
aprofundado cada vez mais. Daquele acordo, foi criada uma Gerência
Especial de Ensino Naval Brasil-Namíbia, que já formou mais de 200
militares entre oficiais e praças namibianos em escolas da Marinha do
Brasil. Em dezembro de 2001, foi assinado o Acordo de Cooperação Naval
entre os dois países. Esse acordo tem como objetivo criar e fortalecer a
Ala Naval da Namíbia, por meio da formação e instrução de militares
africanos em cursos, estágios e intercâmbios na MB, além de aparelhamento
daquela Ala Naval, mediante a transferência e a aquisição de meios navais.
Através desse relacionamento, a Namíbia, reconhecendo a excelência de
ensino na Marinha do Brasil, formalizou o interesse de qualificar soldados
daquele país como fuzileiros navais e passou a enviar militares para
treinamento no CIAMPA. Na turma anterior, 9 militares da Namíbia passaram
pelo curso. Neste ano, 35 soldados da Namíbia estão fazendo o curso de
formação no Centro. Eles já são soldados profissionais do Exército daquele
país e, após a conclusão do curso, serão qualificados como Fuzileiros
Navais.
O treinamento dos namibianos é rigorosamente igual ao dos demais. Os
soldados africanos dessa turma foram distribuídos entre os Pelotões da 3ª
Companhia. Por questões de idioma – na Namíbia o idioma oficial é o inglês
– durante as provas teóricas, os namibianos podem fazer o uso de um
dicionário português-inglês, contar com o auxílio de um intérprete e têm
um tempo um pouco maior para a resolução das questões.
Anfíbios que voam
No dia de nossa visita, ocorreu o treinamento de embarque e desembarque
rápido de aeronaves. Um helicóptero UH-14 Super Puma do Esquadrão HU-2 foi
deslocado ao CIAMPA para que os soldados recrutas pudessem começar a ter
um contato com essa atividade que podem ter que desempenhar enquanto
fuzileiros.
O armamento padrão dos fuzileiros navais é o fuzil de origem americana
M-16A2, calibre 5,56mm. Ele está substituindo o FAL como armamento padrão,
já sendo o utilizado nos batalhões da Força de Fuzileiros da Esquadra e de
Operações Ribeirinhas. O FAL ainda pode ser encontrado em grupamentos
operativos responsáveis pela segurança das áreas de jurisdição dos
Distritos Navais, mas sua substituição total já está em curso.
Para esse exercício, porém, os recrutas estavam utilizando o velho FS
7,62mm, anterior ao FAL. Em alguns treinamentos, principalmente os que
exigem um maior esforço e de maior risco de quedas e acidentes, esses
fuzis são utilizados como forma de preservar o armamento, no caso o
M-16A2, de danos desnecessários.
Rostos atentos, alguns tensos, outros admirados pela imponente máquina
pousada no campo de futebol que serviria como ponto de embarque e
desembarque. A grande maioria nunca havia voado e talvez sequer chegado
tão perto de um helicóptero antes. Cerca de 140 fuzileiros (o treinamento
dos demais seria no dia seguinte) se concentraram nas explicações dos
militares da Força Aeronaval que gerenciavam a aproximação, entrada e
saída dos recrutas da aeronave. Postura, gestual de comunicação, tudo é
treinado para que o tempo de exposição seja o menor possível. Em uma ação
real, aeronave, tripulação e fuzileiros devem estar em locais seguros
rapidamente.
Quinze de cada vez, primeiro o treinamento com a aeronave estática,
motores desligados e rotores parados. Em seguida, roncam as duas Turbomeca
Makila 1A, os rotores começam a girar. É hora da prática. Primeiro os
alunos embarcam na aeronave, ela levanta vôo, faz uma volta e pousa
novamente. Os alunos desembarcam. Outra leva já está em posição à espera.
A seqüência é repetida até que todos tenham executado o treinamento.
Depois da insígnia, Soldado Fuzileiro Naval
A convite do CIAMPA, retornamos à unidade no dia 22 de junho para
acompanhar a formatura dos soldados fuzileiros da Turma I/2006. Dos cerca
de 700 jovens que iniciaram o curso, exatos 491 enfrentaram as
dificuldades até o final e tiveram a honra de receber a sua insígnia de
Fuzileiro Naval. Antes de cerimônia, conversamos com os três primeiros
colocados no curso e falamos sobre suas expectativas antes da chegada, das
dificuldades do curso e suas perspectivas sobre o futuro.
Operações Anfíbias
Um ataque lançado do mar sobre litoral hostil
ou potencialmente hostil é a primeira idéia que se associa ao termo
Operação Anfíbia (OpAnf). Esse entendimento corresponde ao que se denomina
Assalto Anfíbio (AssAnf), a modalidade mais completa de OpAnf.
Outras ações militares desencadeadas a partir do mar, que compreendem
conceitos e princípios aplicáveis ao AssAnf, constituem também modalidades
de OpAnf. Assim, por exemplo, um ataque de pequena envergadura para
destruir uma instalação, uma evacuação de tropas de um litoral hostil e a
simulação de um desembarque de uma força estão ligadas, respectivamente,
às modalidades Incursão, Retirada e Demonstração Anfíbias.
Para a realização de uma OpAnf são requeridas tropas especializadas e
especialmente treinadas. A maioria dos ensinamentos difundidos aos
componentes do CFN visa, basicamente, ao preparo para essas operações.
CONCEITOS BÁSICOS
Operações anfíbias é a expressão genérica que abrange determinadas
modalidades de ações que são desencadeadas do mar, por uma Força- Tarefa
Anfíbia (ForTarAnf), contra uma costa hostil ou potencialmente hostil, ou
em favor de forças amigas, localizadas em uma costa inimiga que necessitem
ser evacuadas. Compreende as seguintes modalidades:
-
Assalto Anfíbio (AssAnf)
Ataque lançado do mar por uma ForTarAnf, caracterizado pelos esforços
integrados de forças treinadas, organizadas e equipadas para diferentes
atividades de combate, a fim de, mediante um desembarque, estabelecer
firmemente uma Força de Desembarque (ForDbq) em terra. Tal desembarque é
executado por meios de superfície e/ou aéreos e apoiado por meios navais
e/ou aéreos.
-
Incursão Anfíbia (IncAnf)
Operação realizada, geralmente, por Força de pequena envergadura,
envolvendo uma rápida penetração ou a ocupação temporária de um objetivo
em terra, seguida de uma retirada planejada.
-
Demonstração Anfíbia (DemAnf)
Ação diversionária, consistindo na realização parcial de um AssAnf ou
IncAnf, com a participação ou não de uma ForDbq.
-
Retirada Anfíbia (RdaAnf)
Modalidade de OpAnf que consiste na evacuação ordenada e coordenada de
forças de um litoral hostil, por meio de navios, embarcações e/ou
aeronaves embarcadas.
FASES DAS OPERAÇÕES ANFÍBIAS
As fases aqui relacionadas se referem ao AssAnf. Entretanto, os conceitos
e princípios são aplicáveis, também, às outras modalidades de OpAnf.
-
Planejamento
Corresponde ao período decorrido desde a expedição da ordem para a
realização da OpAnf até o embarque dos meios.
-
Embarque
Compreende o período durante o qual as tropas, com seus equipamentos e
suprimentos, são embarcadas nos navios previamente designados. Essa fase
estará terminada com a partida dos navios, ou seja, com o início da
travessia.
-
Ensaio
É o período durante o qual a operação é ensaiada. Ocorre, normalmente,
durante a travessia.
-
Travessia
A travessia envolve o movimento de uma ForTarAnf desde os pontos de
embarque até os postos ou áreas previstas dentro da Área de Desembarque (ADbq).
-
Assalto
Corresponde ao período entre a chegada da ForTarAnf à ADbq e o término da
OpAnf, compreendendo o Movimento Navio-para-Terra (MNT) e as ações em
terra.
MEIOS EMPREGADOS
A realização de uma OpAnf, além da mobilização de pessoal, implica na
disponibilidade de meios navais, terrestres e aéreos. Devido às suas
peculiaridades, ao longo do tempo buscou-se a construção de meios que
atendessem especificamente às suas necessidades. Isso acarretou o
surgimento de meios próprios para o transporte de tropa, desembarque de
carros de combate, transporte de embarcações de desembarque, além de
viaturas anfíbias, etc.
Bandas de Música
No dia 7 de março de 1808, aportavam ao Rio de
Janeiro os navios que traziam a Família Real e a Corte portuguesa.
A Brigada Real da Marinha - origem dos atuais Fuzileiros Navais -
acompanhava a Corte e, ao desembarcar, realizou um desfile, tendo à frente
suas Bandas de Música e Marcial, trajando uniformes vistosos e executando
dobrados vibrantes.
Em 1970, após a incorporação de instrumentos característicos de orquestras
sinfônicas, foi ativada a Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais.
As Gaitas de Fole, que hoje também integram a
Banda Sinfônica em suas apresentações, foram presentes da rainha da
Inglaterra para o USS Misouri em 1951, navio este pertencente à Marinha
Americana. Em 1952, quando esse navio foi incorporado à Marinha do Brasil,
com o nome de Cruzador Tamandaré, as gaitas que já pertenciam a esse navio
foram doadas pela tripulação ao Corpo de Fuzileiros Navais.
Nossa história vem registrando a continuada presença de Fuzileiros Navais
de reconhecida expressão no cenário musical brasileiro e internacional,
como o professor e Maestro Oswaldo Passos Cabral – autor do Poema
Sinfônico Riachuelo, que retrata as glórias da Marinha do Brasil naquela
Batalha Naval; o Maestro Eleazar de Carvalho – regente titular da
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e da Orquestra Sinfônica de Saint
Louis/EUA; e o Maestro Florentino Dias - fundador e atual regente da
Orquestra Filarmônica da Cidade do Rio de Janeiro.
Nossas Bandas tiveram, ainda, como professor e regente, o Maestro
Francisco Braga, autor da Música do Hino à Bandeira e Patrono das Bandas
de Música da Marinha do Brasil.
Dentre suas apresentações no exterior, podemos
destacar, em 1952, no Palácio de Buckingham (Inglaterra), um concerto
sinfônico para sua majestade a Rainha Elizabeth II; em 1974, sagrou-se
campeã em concurso de bandas realizado na cidade de Hamburgo (Alemanha);
participou do 5° Festival Internacional de Bandas Militares em Modena, na
Itália, em 1996; e, também, do primeiro Festival Internacional da Cultura
da Tríplice Fronteira, na cidade de Puerto Iguazu, na Argentina, no ano de
2004.
No Brasil, ela tem se apresentado em diversos Estados, levando a música a
nossas cidades, sempre representando, notoriamente, o Corpo de Fuzileiros
Navais e a Marinha do Brasil.
A Banda Sinfônica é composta por 135 executantes e um coro de 25 vozes,
entre Oficiais regentes, Suboficiais e Sargentos Fuzileiros Navais, de
ambos os sexos, servindo na Companhia de Bandas do Batalhão Naval,
localizado na histórica Fortaleza de São José da Ilha das Cobras, no
Centro do Rio de Janeiro.
Missões de Paz
UNAVEM-III
(United Nations Angola Verification Mission)
Em 08 de fevereiro de 1995, o Conselho de Segurança das Organizações das
Nações Unidas autorizou o estabelecimento da Missão de Verificação das
Nações Unidas em Angola (UNAVEM-III), com duração aproximada de seis
meses, empregando militares de diferentes nacionalidades.
FIP
(Força Interamericana de Paz)
O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) teve expressiva participação na Força
Interamericana utilizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) na
pacificação da República Dominicana, abalada por grave conflito político e
social. Ali o CFN escreveu marcante página da sua história.
MOMEP
(Missão de Observadores Militares Equador-Peru)
A MOMEP foi criada em 10/03/95, para ser o órgão executor dos Ministérios
das Relações Exteriores dos seis países envolvidos no Protocolo do Rio de
Janeiro: Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, Equador e Peru.
UNPREDEP / UNPROFOR / UNTAES
Estas foram as principais Missões de paz conduzidas pela ONU, na antiga
república da Iugoslávia, com a presença de militares de 22 países, aonde o
Brasil se fez representar através do envio de Observadores Militares (Obs
Mil) da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
ATIVIDADES DE DESMINAGEM - OEA
O Brasil como membro de Organizações Internacionais que vêm promovendo
campanhas de desminagem, tem participado por intermédio do Batalhão de
Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFuzNav) de atividades de desminagem
terrestre.
UNTAET / UNMISET
Estas são as Missões de Paz conduzidas pela ONU no Timor Leste, sendo que
a contribuição de pessoal militar é assegurada por 29 países, aonde o
Brasil se faz representar através do envio de Observadores Militares (Obs
Mil) da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
MINUSTAH
(United Nations Stabilization Mission Haiti)
A Marinha do Brasil na United Nation Stabilization Mission Haiti -
Operação MINUSTAH, instituída pelo Conselho de Segurança da Organização
das Nações Unidas, com seus 1242 militares, irá contribuir na reconstrução
do Haiti, junto com outros países amigos.
Tarefas Múltiplas
para as Forças Anfíbias
O grau de ênfase dada as
operações anfíbias refletem a situação política nos dias atuais. Com o fim
da Guerra Fria e a atenção renovada a resposta a crises e operações fora
da área de fronteiras em águas litorâneas, demandam muito das força
anfíbias e estão aumentando e se tornando mais e mais decisivas. Além das
operações de combate, as forças anfíbias podem conduzir evacuações de
civis, apoio a forças de paz e operações de policiamento assim como
fornecer força naval na diplomacia e operações benignas. Desde que
compreendidas a efetividade das forças anfíbias, estas operações militares
e civis são melhores examinadas em maiores detalhes.
As forças anfíbias também podem realizar operações de evacuação quando
civis de estados aliados são ameaçados por instabilidades locais no
exterior. A Unidade Expedicionária de Fuzileiros do 22º Corpo (Marine
Expeditionary Unit - Special Operations Capable) e uma força tarefa
ar-terra de fins especiais de fuzileiros conduziram a Operação Assured
Response, compreendendo uma operação de evacuação na Libéria no verão de
1996.
O despacho de uma força naval em apoio diplomático é um forte meio
diplomático na política externa. O envio para o Sul de uma FT britânica em
direção as ilhas Malvinas em 1982 contribuiu nas negociações entre a
Argentina e os Britânicos e impôs um limite claro.
No apoio a missões de paz as forças anfíbias tem a vantagem de terem a
suas próprias acomodações e comunicações no teatro e podem permanecer em
segurança no mar. As forças anfíbias e navais também podem ser necessárias
para realizar prevenções de conflito, missões de paz, reforço de paz e
operações de construção de paz.
Em operações de policiamento, as forças podem manter a lei e implementar a
estabilização de um regime por um mandato internacional. Isto pode incluir
operações de combate ao contrabando, ações de contra-terrorismo marítimo e
reforço de embargo.
Fuzileiros Navais x
Pára-quedistas
Um princípio importantes da doutrina militar é
a inserção de forças nas áreas de retaguarda do inimigo para destruir a
estabilidade e coesão das defesas. As operações anfíbias são um meio de se
obter este objetivo durante operações no eixo costeiro. Existe um longo
debate no que seria o mais importante: soldados anfíbios ou
aerotransportado. As duas forças podem realizar as operações descritas
acima. As forças aerotransportadas(PQD) são úteis no caso de desembarque
em profundidade no território ou diretamente no objetivo. Um bom exemplo é
a Operação Leopardo onde os soldados do 2º Regimento Pára-quedista da
Legião Estrangeira (2º REP) que saltaram em Kolwezi no Congo em 19 de maio
de 1978. A operação foi realizada para liberar 2.300 engenheiros de minas
Europeus e seus familiares tomados como reféns pela Frente de Libertação
Nacional Congolesa que cruzaram a província de Shaba e capturaram a
cidade. Contudo, a logística e recuperação das operações aerotransportadas
podem ser muito complexas e se equipamentos e provisões pesadas tiverem
que ser lançadas por ar, os pára-quedistas necessitam da captura e
manutenção de um aeroporto viável. Por outro lado, as forças anfíbias são
muito mais auto-suficientes que as força aerotransportadas, apesar da
velocidade de reação ser muito menor e dependendo da distância e tempo
disponível, de uso questionável.
Fontes:
http://www.mar.mil.br/cgcfn/index.htm
http://www.saorbats.com.ar/articulos/BtlArtFuzNav.htm
http://virgiliofreire.blogspot.com/2008/10/meus-irmos-de-armas-os-fuzileiros.html
http://www.forte.jor.br/?paged=5
http://www.segurancaedefesa.com/cccfn.html
http://oficinadeideias54.blogspot.com/2008/11/bicentenrio-da-formao-do-corpo-de.html
http://www.mar.mil.br/comffe/galeria_de_fotos.htm
http://www.mar.mil.br/comffe/operacoes_anfibias.htm
http://www.mar.mil.br/cgcfn/downloads/ancorasefuzis/index_ancfuz.htm
http://www.saorbats.com.ar/articulos/BtlArtFuzNav.htm
http://virgiliofreire.blogspot.com/2008/10/meus-irmos-de-armas-os-fuzileiros.html
http://www.forte.jor.br/?paged=5
http://www.segurancaedefesa.com/cccfn.html
http://oficinadeideias54.blogspot.com/2008/11/bicentenrio-da-formao-do-corpo-de.html
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Assunto: Brasil - Fuzileiros Navais
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