AK-47 Kalashnikov
A arma universal - O AK-47 é, segundo o Guiness Livro do Recordes, a arma de fogo atualmente mais utilizada no mundo. Este rifle teve seu uso popularizado por muitas nações do bloco comunista na Guerra Fria, mas ainda é largamente utilizada em muitos países (principalmente aos que pertenceram ao pacto de Varsóvia e países do Oriente Médio), mas também pode ser encontrado em posse de grupos terroristas, milícias e facções armadas devido ao seu baixo preço e facilidade de aquisição no mercado negro. Apesar de muitos considerarem uma arma relativamente ultrapassada, ainda pode ser considerada ideal para troca de tiros intensa, e ainda é uma arma muito potente. Na imagem insurgentes iraquianos armados com o AK-47 ou suas variantes combatem americanos em ambiente urbano.
O fuzil de assalto AK-47 (Avtomat
Kalashnikova - 47, fuzil automático Kalashnikov, modelo de 1947) surgiu na União
Soviética logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, sendo o fuzil mais
fabricado de todos os tempos. Estima-se que o número de exemplares produzidos
tanto na Rússia como sob licença em países como a Bulgária, China, Hungria,
Índia, Coréia do Norte, Romênia entre outros, chegue a impressionante cifra de
mais de 90 milhões. Países como a Finlândia e Israel também basearam-se no
projeto deste fuzil para produzirem seus modelos M62 e Galil respectivamente. É
caracterizado por sua grande rusticidade, facilidade de produção em massa,
simplicidade de operação e manutenção, além de reconhecida estabilidade em
baixas e altas temperaturas. Deixa a desejar nos requisitos precisão, ergonomia
e peso.
Desenvolvimento
O fuzil alemão Stg-44 foi o primeiro fuzil de assalto da história. Muitos exemplares dele e de versões dele foram capturadas dos nazistas pelos russos. Seu desenho influenciou o desenho do AK-47.
O Exército Vermelho estava
promovendo uma competição em vista a adotar uma nova arma. A batalha de Berlim,
nas duas últimas semanas de 1945 tinha produzido nos comandantes soviéticos
impressão, suponhamos, desagradável: defensores alemães grandemente
inferiorizados, em números absolutos, (por vezes de 12 para 1), conseguiram
conter as tropas de assalto durante muito mais tempo que o esperado. A vantagem
foi atribuída ao uso, então já disseminado, do StuG 44 (além da qualidade
inegável das armas anticarro alemãs, mas esta é outra história…). Os militares
soviéticos, por outro lado, estavam às voltas com um problema: a requisição por
uma nova arma tinha gerado, por volta de meados de 1944, pelo menos dez
protótipos, além de outro tanto de carabinas semi-automáticas. Uma primeira
seleção atribuía grandes qualidades ao fuzil automático AS-44, desenhado pelo
engenheiro Sudaev, que foi distribuído e extensivamente testado em condições de
combate na fase final da guerra. A principal qualidade do AS-44, segundo os
relatórios de campo, era a precisão, quando em fogo semi-automático, muito maior
do que a da submetralhadora PPSh. Por outro lado, os infantes soviéticos se
viram às voltas com uma geringonça que, sem a munição, pesava mais de cinco
quilos, além de ser muito difícil de transportar (os soldados alemães faziam a
mesma reclamação, embora o StuG pesasse bem menos). Este motivo, segundo
registros de arquivos examinados recentemente, foi o principal motivo para a
recusa do AS-44, apesar dos relatórios favoráveis. A questão é que o AS tinha
sido desenhado em torno do cartucho 7.62x41mm desenvolvido em 1943, na mesma
época em que havia surgido o cartucho M1943. Esse cartucho, com um projétil
ogival pesando oito gramas, exigia uma carga de pólvora química maior. Essa
carga suplementar implicava em um estojo de latão mais comprido e de paredes
mais espessas, o que, no fim das contas, tornava o conjunto de carregador mais
30 cargas consideravelmente mais pesado. A potência da munição acabava exigindo
bloco de culatra mais resistente, o que implicava em mais peso. Na verdade a arma não se chamava AK-47 e sim Avtomat Kalashnikova modelo 1947 pois de fato, as forças armadas e policiais da antiga URSS denominam a arma de AK, simplesmente, e acrescentam mais uma ou duas letras que designam os diversos modelos.
O fuzil automático de
Kalashnikov, modelo 1947 foi adotado no ano de 1947. Entretanto, isso não
significa que, seis meses depois de tomada a decisão, cada militar soviético
estivesse com um deles à bandoleira. Nos 15 meses seguintes foram tomadas
providências políticas, organizativas e industriais para que a arma começasse a
ser fabricada em massa. A distribuição para as tropas só começou na primeira
metade de 1949, e mesmo assim em números bastante modestos – claro, para os
padrões da gigantesca máquina militar soviética de então. A produção iniciou-se
na enorme Fábrica de Máquinas deIzhevsky, conhecida como Izhmash (embora
enfrentando sérios problemas financeiros, ainda uma das principais instalações
industriais de fabricação de armas da Rússia), mas logo se espalhou por diversas
outras instalações industriais nas repúblicas soviéticas e nos países da esfera
de influência de Moscou. As armas automáticas e semi-automáticas funcionam todas por princípios que aproveitam parte dessa energia para rearmar o sistema (coisa que, em armas de repetição, é feita pelo próprio atirador). No caso da “recuperação de gás”, parte desse, que acompanha o projétil até a boca, entra por uma válvula situada na seção superior do cano. Essa válvula dá acesso à um tubo onde se encontra instalado um pistão, ligado por uma haste ao bloco da culatra. O recuo do pistão empurra o conjunto do bloco para trás, e aciona uma peça chamada “ferrolho”. Trata-se de um bloco de aço que, parado, é mantido no lugar pela pressão de uma mola, e mantém a câmara vedada por estar firmemente justaposto às paredes da caixa de culatra (em inglês, essa parte da arma é chamada receiver). Ao ser empurrado, para trás, o ferrolho expõe a câmara da arma, e retira o cartucho vazio (por meio de uma peça chamada “extrator”), que é ejetado através de uma janela que se abre na caixa de culatra. Outra carga é “puxada” para dentro da câmara pelo movimento do bloco e com a ajuda de uma mola instalada no carregador, para então ser empurrada para a posição pelo movimento contrário do bloco, que outra vez veda a câmara (quando da explosão da carga, a vedação é implementada pela deformação das paredes do cartucho). No caso do AK, o pistão tem um curso longo (também é o caso do StuG-44), pois ao longo do percurso a pressão do gás diminuí e, por consequência, o impacto do recuo também, além de mitigar o desgaste das peças. Existem diversos métodos de funcionamento do ferrolho. No caso do AK, trata-se do “ferrolho rotativo”: como diz o nome, uma peça de metal com função de abrir e fechar a câmara. Quando essa peça recua, faz um giro parcial sobre seu eixo; no retorno, o giro se dá no sentido inverso. Os “ciclos de tiro”, ou seja, a quantidade de vezes que o sistema repete esses movimentos, permitem uma cadência máxima (em condições de laboratório) de 600 salvas por minuto, em modo automático; em modo semi-automático, um bom atirador consegue disparar até 90 salvas por minuto. Para selecionar os modos de fogo, basta que o atirador modifique a posição de uma alça situada do lado direito da arma, exatamente acima do gatilho. Essa alça é uma das características mais interessantes do AK – foi redesenhada a partir de uma arma de origem norte-americana. o Remington modelo 8. Quando deslocada para cima, interrompe a trajetória da alavanca de armar (que prepara a arma para o tiro); quando abaixada, a alça libera a alavanca e torna-se o seletor de modo. A pontaria, por sua vez, é feita através de uma alça de mira regulável, graduada de 100 até 800 metros, instalada na parte anterior da caixa da culatra.
Um AK-47 do modelo original e definitivo. O acabamento com madeira e o extensivo uso de aço o fizerem uma arma pesada.
Diversas peças do mecanismo do AK, assim como o cano, são cromadas. Essa
providência destina-se a diminuir o desgaste provocado pelo gás da explosão da
carga, altamente corrosivo. A cromagem também aumenta a durabilidade do conjunto
por diminuir a necessidade de manutenção do equipamento. Outro ponto que ajuda é
a distância entre as peças, calculada para diminuir o atrito e permitir melhor
lubrificação. Todas essas características dão ao AK uma espantosa capacidade de
funcionar em condições adversas: fala-se em armas que, no Vietnam, passavam seis
meses sem ser limpas.
O fuzil AKS mostrado aqui está com sua coronha rebatida. Notem a soleira de metal abaixo da telha de madeira.
Ao longo dos anos seguintes, o projeto do AK incorporou muitas pequenas alterações e atualizações, mas foi o fuzil de assalto experimental Korobov TKB-517 (testado pelo Exército Soviético em meados dos anos 1950), que estimularam um maior desenvolvimento do AK. O Korobov TKB-517 era muito mais leve que o AK e com custo de produção de 2/3 deste, e significativamente mais precisO em fogo automático. Esse avanço levou o Exército Soviético a emitir novas exigências para um modelo mais leve e mais eficaz, que foram formuladas em 1955. Estes requisitos foram complementados pela exigência de um modelo complementar de apoio de fogo (fuzil-metralhadora). Ensaios das novas armas foram realizadas em 1957-58. Kalashnikov e sua equipe de Ijevsk apresentaram uma melhora com um novo tipo de caixa da culatra e outras pequenas melhorias, que concorreu com outras equipes de design a partir do Kovrov e Tula. Em termos técnicos, a proposta de Kalashnikov teve desempenho mediano nestes ensaios, com seus rivais provando ser mais eficazes e menos dispendiosos de fabricar. A comissão de estudos, no entanto, decidiu novamente pelos mesmo critérios, e recomendou o AK para adoção devido ao seu desempenho comprovado e familiaridade com a indústria e as tropas. Foi adotado oficialmente em 1959 como rifle - o AKM (Avtomat Kalashnikova Modernizirovannyj - Automática Kalashnikov Modernizada), juntamente com arma de apoio RPK, versão de cano mais pesado. Uma marcante modificação foi a adoção do processo de estamparia para a fabricação da caixa da culatra. Essa providência destinou-se a diminuir o peso do AK, e foi muito bem sucedida: o peso do conjunto diminuiu em quase 1 quilo. Entretanto, os desenhistas temiam que a resistência da caixa diminuísse, de modo que colocaram uma seção tubular cruzada, destinada a reforçar a resistência estrutural. O principal ganho da adoção da caixa de culatra estampada foi a possibilidade de instalar as peças de fixação da mola e do cano através de rebites, enquanto no AK essas peças eram aparafusadas. O aperfeiçoamento de processos de solda elétrica sob pressão permitiram a instalação precisa das guias do ferrolho/ejetor. Outra mudança do AKM foi uma melhora da alça de mira, com escalonamentos de 100-1000 (em vez dos 800 da AK) metros. Ambos os 800 metros e 1000, no entanto, são demasiado otimistas para qualquer uso prático, uma vez que o fogo efetivo é limitado a cerca de 300-400 metros, se não menos.
O AKM é a versão modernizada do AK-47 que entrou em serviço em 1959. As diferenças principais estão na coronha levantada em relação ao modelo anterior e o pistol grip é de plástico.
Diversas outras medidas
para economia de peso foram tomadas, utilizando-se, onde fosse possível,
materiais mais leves e peças de menor espessura. A coronha também recebeu um
compartimento oco, destinado a diminuir o peso do conjunto. Outra inovação foi
um freio de boca, destinado a aumentar a estabilidade da arma no momento do
tiro. O compensador de
boca pode ser substituído por um silenciador. Isto requer um silenciador
especial e munição sub-sônica. No caso da China, então em ótimas relações com os soviéticos, os planos do AK foram repassados ainda em 1956, razão da arma ser lá conhecida como “Fuzil automático Tipo 56″. Não se sabe exatamente quantos “Tipo 56″ foram fabricados na China, mas parte considerável deles foi exportada para países do Terceiro Mundo. A maioria dos AK que surpreenderam os combatentes norte-americanos no Vietnam eram de origem chinesa. Uma diferença marcante entre o AK e o “Tipo 56″ era a baioneta, que diferia, entre o original russo e a cópia chinesa: nesta, o equipamento era fixo, sendo girado para trás quando não em uso. Os chineses também logo passaram a produzir o AKS, que recebeu a notação “Tipo 56-I” Em meados dos anos 1960, os chineses começaram a fabricar (sem auxílio nem permissão dos russos) uma versão semelhante ao AKM, de notação “Tipo 56-1″.
Um exemplar do AKMS. Notem o ângulo de inclinação do pistol grip, muito menor que a dos Aks.
Em meados dos anos 1960, por diferentes motivos, tanto os EUA quanto diversos de seus aliados da OTAN questionavam o uso do cartucho 7.62X51 mm NATO. O Exército dos EUA adotara, desde 1957, um fuzil automático para essa munição, o Springfield M14, de fato uma versão aperfeiçoada do M1 Garand da 2ª Guerra Mundial. Em termos de desempenho, o M14 era excelente. Em termos de desenho, era pesado e longo, ainda muito assemelhado aos desenhos da 2ª Guerra Mundial (conhecidos, nos EUA, pela designação “fuzil de combate”. Mas não era o único problema. Outro motivo residia no fato de que a munição 7.62X51 NATO é bastante pesada. Um cartucho dessa munição pesa cerca de 20 gramas (9,50 para o projétil), o que significa que 20 cartuchos pesarão por volta de 400 gramas, além do peso do carregador. Nessas condições, um carregador tipo “caixa” dificilmente comportaria mais do que 20 cargas sem tornar a arma excessivamente pesada. O número de carregadores que um soldado poderia transportar, em situação de combate seria, pois limitado. Além do mais, a munição 7.62 NATO era, por projeto, bastante potente, o que provocava um alcance útil de uns 600 metros, bem maior do que os estudos mostravam necessário. Desde meados dos anos 1950 norte-americanos e europeus estudavam um cartucho de menores dimensões e menor potência. No caso norte-americano, a experiência inicial no Vietnam acabou por selar a sorte do M14. Os AK-47, AKM, e as diversas variantes do “Tipo 56” chinês surpreenderam de tal maneira os norte-americanos que, em 1969, já não haviam quase fuzis M14 entre a infantaria dos EUA na Indochina.
Pode-se ver o quebra chamas do AK-74M. Esta peça é a principal diferença estética entre este modelo de fuzil com seu primogênito. Este modelo usa a munição 5,45X39 mm, menos potente que a munição 7,62X39 mm, do AK-47.
Os soviéticos, por sua vez, sentiam o mesmo problema. Embora o cartucho M1943
fosse um pouco mais leve (o projétil pesava por volta de 8 gramas) e menos
potente que seu equivalente ocidental, ainda assim, era pesado e potente. Não
que não tivesse qualidades, mas também tinha defeitos de projeto. O principal
era o desenho, chamado de “popa de barco” (uma tradução livre de boat-tail), que
melhorava desempenho aerodinâmico e tornava a trajetória muito tensa. Essa
característica, combinada à dureza do material de que era fabricado o projétil,
uma liga de chumbo e aço a recoberta por uma jaqueta de cobre de razoável
espessura, criava um inconveniente: em distância de tiroteio (50 até 300
metros), a trajetória dificilmente se alterava quando encontrava obstáculos de
baixa dureza (como madeira ou o corpo humano). Isso significava que,
frequentemente, os ferimentos provocados não eram incapacitantes. Ao contrário,
em proporção muito alta o tratamento era fácil e permitia que a baixa
rapidamente voltasse à linha de frente. No final dos anos 1950, os chineses
fizeram algumas modificações no cartucho que o tornaram um pouco mais eficiente.
O material do corpo do projétil passou a ser o aço-carbono (muito mais dúctil do
que a liga original) recoberto por uma jaqueta de cobre de menor espessura. O
sucesso da combinação da linhagem AK (a maior parte de origem chinesa) com a
munição produzida na China e Vietnam do Norte (com padrões chineses) provocaram
avaliações equivocadas por parte da inteligência norte-americana. Já os
soviéticos fizeram, desde o final dos anos 1950, avaliações exaustivas baseadas
na observação das manobras anuais do Pacto de Varsóvia e das atividades
militares de países fora de sua esfera direta de influência, como a Crise de
Suez e das guerras dos Seis Dias e do Yom Kippur).
O fuzil desenhado para usar o novo cartucho começou a ser distribuído em 1974,
embora os estudos de projeto tivessem começado, segundo a maior parte das
fontes, em meados dos anos 1960. Os testes começaram no fim da década, e,
curiosamente, o mais convencional dentre os avaliados era exatamente o
apresentado pelo bureau de Kalashnikov. O protótipo, denominado A-3 é,
basicamente, um AKM redesenhado para utilizar o cartucho de potência
intermediária. A explicação parece simples: embora outros bureaus de projetos
tivessem apresentado protótipos bem inovadores, e um desses tivesse sido
considerado muito bom – o AS-006 Konstantinov – o A-3, sendo cópia redesenhada
do AKM, não criaria problemas de produção industrial e poderia utilizar o
ferramental já existente. Também foi levado em conta que o funcionamento do
fuzil já era bem conhecido entre os mais de 3 milhões de militares soviéticos. O objetivo seria facilitar o transporte em aeronaves e em condição de salto. Essa versão tornou-se muito popular entre a infantaria blindada: dentro dos então quase onipresentes BTR-60 e BTR-70, onde se acotovelam até 14 combatentes, além dos três tripulantes, há muito pouco espaço disponível.
Com o passar dos anos de produção
algumas melhorias foram introduzidas como a utilização de polímeros de cor preta
ao invés de marrom avermelhado dos primeiros AK-74 ou de madeira dos AKM; um
trilho foi instalado a esquerda para incorporação de dispositivos de visão
noturna; essa versão denominada AK-74N.
A AKS-74U (conhecida também como
AKSU-74" ou "AK-74SU) foi introduzida na década de 1970. É essencialmente uma
versão mais curta da rifle de assalto AK-47 e combina o tamanho pequeno de uma
pistola-metralhadora e uma munição relativamente poderosa. Criada para ser usada
por tripulações de veículos, equipes de artilharia e de Operações Especiais, que
precisavam de uma arma leve e pequena. A Spetsnaz possui uma versão com
silenciador e até com lançador de granadas. Foi muito popular em muitos países
do Pacto de Varsóvia e foi até produzida em alguns desses países. A Yugoslávia
fabricou esta arma sob o nome de M85.
Três versões do AK-74 de 5.45mm são vistas aqui com as tropas aerotransportadas soviéticas no Afeganistão na década de 1980. O primeiro soldado da esquerda dispara com uma metralhadora leve RPKS-74 com um carregador de 45 cartuchos. O comandante de pelotão (no centro) usa uma submetralhadora AKS-74U e o soldado da direita está armado com um fuzil de assalto AKS-74.
Especificações
AK-74
- Cadência de tiro:
- Alcance efetivo: - Mira: Alça de mira regulável O AKM, no entanto, nunca foi oficialmente declarado obsoleto e retirado de serviço, e ainda está em unidades do exército russo. Algumas unidades de apoio ainda estão armadas com modelos AKM. Há também um crescente interesse nas armas 7,62 mm, pois as tropas ficaram desapontados com a baixa eficácia da munição 5,45 mm durante os conflitos locais na década de 1990. Algumas forças especiais (principalmente da polícia e do Ministério de Assuntos Internos), atualmente operam na Chechênia, com fuzis AKM.
Os modelos AK e AKM foram
amplamente exportados para os países pró-soviético em todo o mundo.
Licenças de fabricação e pacotes de dados técnicos foram transferidos
(gratuitamente ou com taxa nominal) para muitos países do Pacto de
Varsóvia (Albânia, Bulgária, China, Alemanha Oriental, Hungria, Coréia
do Norte, Polônia, Romênia, Iugoslávia). Países amigos, como o Egito,
Finlândia e Iraque, também receberam licenças de fabricação. O AK-101 dispara munição 5,56X45 mm e usa o mesmo sistema de funcionamento e configuração do AK-74M. O AK-103 é uma versão do AK-74M calibrada para o calibre 7,62X39 mm, muito apreciado por forças policiais russas que precisam de um fuzil com maior poder de parada e com os aperfeiçoamentos do AK-74M. Os fuzis AK-102 em calibre 5,56X45 mm, AK-104 em calibre 7,62X39 mm e AK-105 em calibre 5,45X39 são versões curtas dos fuzis AK-74M, AK-103 e AK-101 em 9X39 mm. Esta versão possui trilho picatinny na parte de cima do fuzil e pode ser considerada a primeira versão do AK com este recurso de fabrica.
O AK-101 dispara o calibre 5,56X45 mm. Esta versão visa o mercado de exportação, principalmente em nações ocidentais onde este calibre é bastante popular. Um fuzil que deriva do AK-47, porém com melhorias mais significativas em seu sistema de funcionamento é o novo AK-107 e seu irmão AK-108. Nestes fuzis, os engenheiros instalaram um tubo de gases mais longo onde um pistão se move para trás no memento do disparo, para ejetar a munição usada e carregar uma nova munição na câmara, porém, um segundo pistão se move na direção contraria diminuindo o recuo da arma de forma eficaz. Este sistema é chamado de ação equilibrada (balanced action). Outra melhoria foi a instalação da capacidade de seleção de rajadas curtas de 3 tiros, recurso que não há em nenhuma outra versão do Kalashnikov. O AK-107 é produzido no calibre 5,45X39 mm e a versão para exportação, o AK-108, dispara o calibre 5,56X45 mm. Estes modelos diferem, esteticamente, dos fuzis AK-74, apenas pelo seu tubo de gases mais longo, que nestas armas vão até o freio de boca do cano. Embora possam ser consideradas as melhores armas da família Kalashnikov, estes modelos não tiveram sucesso comercial.
O fuzil AK-107, uma moderna versão do fuzil AK-74, apresenta um tubo de gases avantajado sobre o cano para acomodar o pistão de funcionamento do ferrolho e o pistão que se move no sentido contrario para balancear o recuo. Atualmente, o mais avançado derivado do AK-47 é o novo fuzil AK-200, fabricado pelo fabricante original, a Izhmash. Nele foram introduzidos recursos encontrados em armamentos muito mais modernos como o SCAR. Por exemplo, o AK-200 pode trocar, facilmente de calibre com a simples troca, em campo, de seu cano e carregador. Não está claro, ainda, se as forças armadas russas adotarão esta versão moderna do seu fuzil Kalashnikov.
O mais moderno representante da dinastia Kalashnikov é o novíssimo AK-200, que trouxe o modelo para a modernidade. recursos como a troca de calibre é um dos novos talentos deste moderno fuzil, antes só encontrados em projetos recentes. Reputação e fabricantes
O Kalashnikov tem alta reputação entre
especialistas por sua resistência à água, areia e lama, bem como por sua
manutenção simples. Tem a fabricação de baixo custo e curto período de
tempo, com cadência de 600 tiros/minuto. A velocidade do projétil na
boca do cano é de 721 m/s, com munição calibre 7,62 x 39 mm (cartucho
curto, padrão russo).
Quando comparada a espingardas modernas, a sua fama é folclórica, visto que contem muitas partes móveis, prejudicando a precisão de disparo, é muito ruidosa, é muito pesada, tendo em média, 4,3 kg (sem o carregador de munição, que pode conter 20, 30 ou 90 cartuchos) e tem um raio de ação eficaz de apenas 300 m, bem abaixo dos fuzis modernos. A confiabilidade mecânica dos fuzis da família AK acabaram tornando este fuzil extremamente popular. Por isso algumas indústrias desenvolveram fuzis baseados no sistema de funcionamento do AK-47. A Finlândia, por exemplo, através da extinta empresa Valmet, produziu um fuzil chamado M-62 que era, essencialmente, um AK-47 muito melhorado (eles fabricaram o M-60, um AK-47 fabricado sob licença, também). Um dos principais pontos de melhoria foi a precisão da arma, onde um novo modelo de mira associado a um sistema de funcionamento modificado em relação ao AK-47 original, garantiram este aperfeiçoamento no desempenho da arma. O calibre foi o 7,62X39 mm e o carregador do M-62 era, exatamente o mesmo que o do AK-47. Este fuzil é, hoje, o atual fuzil regulamentar das tropas finlandesas. Uma versão modificada da M-62 para o mercado de exportação foi produzida em calibre 5,56X45 mm ,7,62X51, assim como o calibre original 7,62X39 mm com o nome de M-76, tendo uma boa fama nos mercados civis onde esse tipo de armamento é liberado.
Um fuzil Valmet M-62 (Rk-62) usado até os dias de hoje no exército finlandês.
O fuzil Valmet M-76F, fabricado em calibre 5,56X45 mm para o mercado de exportação. este modelo foi bastante elogiado pelos consumidores norte americanos, cujo regime político é democrático o suficiente para permitir ao cidadão de bem, adquirir um exemplar deste excelente armamento. A extinta Iugoslávia (atualmente Servia) fabricou um derivado do AK-47, fabricado pela Zastava Arms chamado M-70 que possui uma telha mais comprida e um acabamento melhor que os AK originais. Mecanicamente o funcionamento é o mesmo do Kalashnikov. O modelo foi exportado para os Estados Unidos pela empresa Mitchell Arms, porém, o acabamento destes fuzis eram diferentes das armas usadas pelo exercito iugoslavo.
Um exemplar do belo fuzil M-70, fabricado pela empresa Zastava Como vimos a China produziu uma cópia do AK-47 chamada Type 56. A qualidade deste modelo, porém, era inferior ao dos AK-47 russos. Uma versão aperfeiçoada, conhecida como Type 81, dimensionada para o calibre 7,62X39 mm, foi usada pelo exército chinês até 1995. Este modelo era bastante parecido com o AK-47, porém, com diferenças na coronha, posicionamento das miras e do carregador, que é montado um pouco mais a frente que nos Aks originais.
Um fuzil chinês Type-56S. Esteticamente, o modelo é idêntico ao AKS russo. A Romênia tem um modelo do AKM muito interessante conhecido como AMD-63 e AMD-65. Estas armas tem um grip tipo pistola na telha, facilitando seu uso no momento do disparo. O AMD-65, especificamente é interessante por ser mais curto (12,6 polegadas) que o AKM padrão, o que lhe dá vantagens em ambientes apertados como numa casa, por exemplo. Mecanicamente são idênticos ao AK original.
Um exemplar do fuzil romeno AMD-65. A manopla de manejo montada abaixo do cano facilita os tiros em regime automático. Israel, com sua interminável guerra com seus vizinhos árabes, pode perceber, em suas inúmeras batalhas, problemas sérios de funcionamento de seus fuzis FAL (sim, Israel já os utilizou!!!), relacionados ao acumulo de areia fina, comum naquela região onde Israel se localiza, e ao mesmo tempo, a boa confiabilidade dos fuzis AK-47 nas mãos de seus inimigos. Esse fato foi tão marcante que algumas tropas de Israel acabavam substituindo seus FALs por Aks capturados de soldados inimigos mortos. Um militar israelense, chamado Yisrael Galili, junto com Yaacov Lior, projetaram um fuzil que foi batizado de Galil, produzido pela poderosa industria israelense IMI. O Galil é baseado no funcionamento dos fuzis AK-47, porém com foco nos melhoramentos que a Valmet finlandesa conseguiu incrementar em seus M-62/M76, descritos acima. O Galil, diferentemente da família AK e dos fuzis Valmet, não possui uma versão no calibre 7,62X39 mm original. Os dois calibres para qual foi projetado este fuzil são os ocidentais 5,56X45 mm e o potente 7,62X51 mm (o mesmo do nosso velho FAL). Seu funcionamento, como se pode presumir, é ótimo, sendo considerado extremamente confiável, porem com a precisão muito melhor quer dos Aks e equivalente a dos Valmets. O carregador do Galil em calibre 5,56, permite 35 tiros (5 tiros a mais que os carregadores STANAG usados nos M-16/AR-15) e possuem, alternativamente, carregadores de 50 e 65 tiros. A África do Sul produz sua versão do Galil através da empresa DENEL sob o nome R-4 e R-5, com modificações “cosméticas” sobre o Galil, porém com o mesmo sistema de funcionamento e capacidade de munição. O Galil foi seguido pelo fuzil croata APS-95, que, mecanicamente, é um Galil, porém, esteticamente, bastante mudado. Com a ergonomia melhorada. O APS-95 tem uma mira óptica de série com aumento de 1,5Xm sendo o único fuzil derivado do AK que tem este acessório de fábrica. A Servia produz uma variante própria, modificada, do AK-47, chamada M-21. O modelo lembra o Galil, também, e usa o calibre 5,56X45 mm. Uma interessante características é o uso de trilhos picatinny para facilitar a instalação de acessórios e que dá um toque de modernidade ao maduro projeto da família AK.
O fuzil israelense Galil pode ser considerado um reconhecimento da confiabilidade mecânica do sistema de Mikhail Kalashnikov por parte do exército israelense. Embora não tenha sido usado por muito tempo nas mãos do exercito judeu, o Galil é um armamento que agrega a confiabilidade do AK-47 com a precisão da munição 5,56X45 mm. A Índia, um grande parceiro comercial da Rússia, tem um modelo de fuzil baseado no sistema AK-47, chamado INSAS. Este fuzil tem o mesmo sistema de operação do AK-47, porém com o recurso de regulagem de captação de gases no tubo, semelhante ao que ocorre no fuzil FAL. A Índia escolheu, também, usar o calibre ocidental 5,56X45 mm e um outro exótico calibre, o 5,56X30 mm Minsas. O INSAS possui o recurso de rajadas curtas de 3 tiros.
Quadro resumo sobre a produção apenas de modelos militares derivados do Kalashnikov fora da União Soviética/Rússia
Certamente mais Kalashnikov foram produzidos em outros lugares, mas a lista acima representa produtores conhecidos e é limitado a apenas variantes militares. Uma atualização de design do AK-47 ainda é produzido na Rússia. Usuários mundiais Em 1958, Kalashnikov participou de seu primeiro conflito fora de casa: com apoio da URSS que proveu os armamentos, o Vietnam do Norte invadiu o Laos e, pouco mais de seis anos depois, quando do envolvimento dos EUA na Guerra do Vietnam os AK-47 provaram seu desempenho nas florestas tropicais lamacentas contra o M-16.
O neocolonialismo que se estabeleceu na Ásia e África desde o início do
século XX, após a Segunda Guerra Mundial pôs-se a desmoronar através de
revoltas que demandavam pela independência territorial dos domínios sob
administração de países europeus como Holanda, França e Portugal. Mas o
que tornava o caso Africano extremamente truncado era que as fronteiras
estabelecidas por esses países da Europa simplesmente não condiziam com
as fronteiras seculares estabelecidas entre as comunidades e tribos
locais que, por tantas vezes inimigas, tinham de partilhar o mesmo
espaço. Sendo assim pode-se entender as consequências das lutas por independência dos países da África somadas
ao ódio imemorial entre grupos que agora exigiam cada um ser a hegemonia
local. Não só isso, some as imensas jazidas de diamantes,
psicóticos, o extenso arsenal sem uso de uma ex-República Soviética e
vendedores de armas interessados em fazer negócios com ela. Está aí a
receita para que as fábricas de AK-47 tenham clientes para mais de meio
século.
Logo, o produto tornou-se tão abundante que chegou a ser vendido a US$
10 ou trocado por um cacho de bananas. Com diamantes do Togo e da Guiné,
o ditador Charles Taylor fez chover abundantemente os AK-47 na
Libéria. Em 1975, a guerra de dez anos pela libertação de Moçambique
chegava ao fim e, na sequencia, um conflito civil onde o país seguiu por
um calvário de tendências políticas. Quando da assinatura do Acordo
Geral de Paz, em 1994, a bandeira nacional já estava estabelecida: nela
figura potente um AK-47 como símbolo de um povo e sua luta. Modelos
AK-46: protótipo que deu
origem ao AK-47;
Especificações
3,8 kg (descarregada) Comprimento: 870 mm
415 mm Calibre:
7,62 x 39 mm Ação:
Gás Cadência de tiro: 600 tpm
721m/s 300 m
Carregadores
de 20, 30 ou 90 munições Mira: Alça regulável e ponto de mira
Fonte: Wikipedia http://landcombatcb.blogspot.com.br/2011/05/izhmash-kalashnikov-ak-47-maior-lenda.html |
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