

A-10 - Perfil Operacional - Terceira Guerra Mundial
Europa: Agosto de 1985
Terceira de Guerra Mundial
Perfil operacional do A-10A

Caso uma Terceira Guerra Mundial estourasse na Europa em meados da
década de 1980, aviões como os F-15 e F-16 lutariam nas alturas contra
outras aeronaves e os F-111 da USAF e os Tornados da RAF e da Luftwaffe
fariam longas incursões "cirúrgicas" atrás das linhas inimigas. Outros
aviões atuariam rente ao solo, bem perto das tropas, dando apoio nos
combates terrestres, como os Harriers, Jaguares e Alpha Jets. Mas um
principalmente estaria caçando e ajudando a destruir tanques:
O
Fairchild Republic A-10A Thunderbolt II (Warthog).
O A-10A seria uma das armas usadas pela OTAN para barrar as hordas de
tanques inimigos (principalmente dos modelos T-62, T-72 e T-80),
veículos blindados, veículos de transporte de infantaria, infantaria e
artilharia do Pacto de Varsóvia direcionadas contra a OTAN.
Os soviéticos tinham cinco divisões de infantaria blindada e quatro de
infantaria mecanizada, dedicadas a atravessar o Passo de Fulda e se
dirigir para a capital financeira da Alemanha Ocidental, Frankfurt,
chegando até a fronteira franco-alemã logo em seguida. O 8º Exército de
Guardas soviético lideraria o ataque, seguido pelo 1º Exército de
Tanques de Guardas. Eram mais de 100.000 homens no total, com mais de
1.000 tanques e outros 1.000 blindados de infantaria, apoiados por
helicópteros e artilharia. Isso sem contar com as forças da Alemanha
Oriental e outros países do Pacto de Varsóvia, como a Polônia, em um
estágio mais avançado da invasão.
Para combater esse gigantesco avanço blindado soviético, o Exército e a
Força Aérea dos EUA criaram uma doutrina operacional chamada AirLand
Battle. A AirLand Battle era uma fusão de forças terrestres e aéreas
projetada para romper as formações de tanques soviéticos. O aspecto
aéreo da AirLand Battle usaria aeronaves como o bombardeiro F-111, para
realizar ataques profundos, interrompendo o fluxo de reforços e
suprimentos para as linhas de frente, enquanto os helicópteros de ataque
do US ARMY como o AH-64 Apache e o AH-1 Cobra e os A-10 da USAF
atacariam as unidades inimigas da linha de frente, particularmente os
tanques. As forças terrestres da AirLand Battle seriam basicamente
tanques e infantaria, mantendo as linhas de frente, apoiadas por
artilharia. O efeito geral seria assediar e destruir o inimigo a partir
do momento em que este fosse enviado na direção do Passo de Fulda, até
as linhas de frente.
Sendo assim, de acordo com a estratégia da OTAN para a época, em caso de
agressão das forças do Pacto de Varsóvia contra a República Federal da
Alemanha (Alemanha Ocidental), mais de cem aviões A-10 da 81ª Ala de
Caça Tática com base em Bentwaters e Woodbridge, no Sudeste da
Inglaterra, seriam imediatamente deslocados para seis bases avançadas de
operação chamadas de FOL (Forward Operating Location – Posição de
Operação Avançada) posicionadas em locais comoAhlhorn, Leipheim,
Nõrvenich e Sembach. Essas FOL foram dispostas de maneira a cobrir toda
a fronteira alemã ocidental. Caso uma Ala fosse posta completamente fora
de ação, existiam planos para a dispersão das outras Alas pela zona
rural, usando trechos de auto-estrada, as autobahns alemãs, como pista
de pouso e decolagem e o uso até de trechos de grama. Em um intervalo de
poucos dias, os contingentes de A-10 baseados nos Estados Unidos (mais
de quinhentos aparelhos) alcançariam a Europa, apesar de possuírem uma
responsabilidade mais ampla, que poderia levá-los a outras partes do
mundo em um conflito global.
 
Um A-10A em treinamento em uma Autobahn alemã em 1984
A 18ª Ala de Caça Tática estava alocada à Europa, mas isso não queria
dizer necessariamente a Alemanha Ocidental; a Itália e a Noruega eram
outras áreas importantes, onde os recursos do A-10 podiam ser
necessários. Mesmo assim a Força Aérea dos EUA planejava ter cerca de 68
aeronaves A-10 em cada um das suas seis bases avançadas na Alemanha
Ocidental diante de uma invasão do Pacto de Varsóvia a este país. Essa
era a prioridade.
Todas as missões dos A-10 iriam se iniciar com uma sessão de instruções.
Nelas, os pilotos obteriam informações gerais sobre a situação militar e
sobre o tipo específico de missão a ser efetuada. Caso houvesse um alvo
fixo, os pilotos seriam instruídos sobre a aproximação, a tática de
armamentos e a evasão.
Seriam discutidos todos os aspectos da missão, entre eles as rotas a
seguir, as prováveis bases para pousos de emergência e as áreas de maior
perigo.
Terminada a sessão de instruções, as tripulações iriam para a mesa de
tarefa onde seriam designadas as aeronaves para a missão. Após isso os
pilotos iriam colocar seus trajes de proteção contra guerra química,
biológica e radiológica (CBR), que restringiriam drasticamente a
mobilidade dos pilotos, mas eram necessários. Para missões no litoral,
eles usariam trajes à prova de água. Enquanto isso, as equipes de terra
estariam preparando as aeronaves para a missão.

O temível General Electric GAU-8A Avenger, tipo Gatling, de 7 canos,
calibre 30 mm

A comparação do
tamanho de um Avenger e um fusca. Aqui podemos ter uma boa idéia das
suas dimensões


O depósito de munição seria completado, os cabides das asas seriam
carregados, e os tanques de combustível abastecidos. Cada piloto seria
levado a sua aeronave, onde o chefe de equipe o aguardaria. Juntos, eles
andariam ao redor da aeronave, verificando os pneus, as superfícies de
controle e a estrutura. O piloto subiria à cabine, afivelando-se ao
assento ejetor, conectando o fornecimento de oxigênio e iniciando as
verificações preliminares ao acionamento. A poderosa unidade auxiliar de
energia seria acionada, possibilitando ao piloto ajustar o sistema de
navegação inercial. Em seguida viriam as verificações do rádio: haviam
três aparelhos no A-10, que permitiam ao piloto mudar os canais durante
as missões, para reduzir a possibilidade de interferência. Uma chamada
de rádio desencadearia o processo de acionamento dos motores. Feito
isso, a unidade auxiliar poderia ser desligada. Seguiria uma verificação
completa dos movimentos de controle, com o chefe de equipe de terra
transmitindo a confirmação dos movimentos de controle por meio de um
cabo de áudio conectado à aeronave sob a cabine. O piloto poderia lavar
o pára-brisa com esguichos de água. Terminadas todas as verificações, o
chefe de equipe desligaria o cabo de comunicação e puxaria os calços das
rodas.
Os A-10 operariam em grupos de dois ou quatro e, ao sinal para taxiarem,
iriam se dirigir rapidamente para a área de aprestamento. A equipe de
aprestamento prepararia os detonadores das armas e removeria os pinos de
segurança. Ativado o armamento, o avião prosseguiria até a pista;
obteria a permissão para decolagem, seria iniciada a corrida. Assim que
concluíssem o circuito da base, as aeronaves entrariam em formação de
combate e subiriam até o nível de trânsito. A formação usada geralmente
seria a "Cisne" ou "Cartas de Baralho", ambas possibilitando às
aeronaves efetuarem uma cobertura mútua, caso sofressem um ataque. Para
vôos longos, poderia ser necessário um reabastecimento no ar antes do
combate. Os A-10 possuem um tubo de reabastecimento escamoteável montado
logo à frente da cabine. Saindo de bases avançadas próximas ao front
alemão ocidental, os A-10 não iriam
necessitar de reabastecimento.
Ao se aproximarem da zona de batalha, os A-10 desceriam para uma
altitude mínima. Uma formação de quatro aeronaves geralmente se
dividiria em dois pares com líder e ala em cada um. Um par executaria o
ataque inicial enquanto o segundo sobrevoaria a retaguarda do campo de
batalha. Efetuado o primeiro ataque, o segundo par entraria em cena
enquanto o outro iria se retirar para a cobertura.
Esse método de "fila de táxis", desenvolvido na Segunda Guerra Mundial,
possibilitaria às forças aliadas em terra contarem com o apoio de um par
de A-10 durante todo o tempo. Caso não houvesse necessidade de ação das
aeronaves, elas poderiam aguardar em vôo na retaguarda; os A-10 tinham a
capacidade de ficar duas horas nessas condições. No entanto, caso
houvesse a probabilidade de uma longa espera, as tripulações poderiam
decidir pousar em um trecho de auto-estrada e aguardar no solo, com os
motores desligados e a unidade auxiliar em funcionamento.
Na zona de batalha, os A-10A operariam quase exclusivamente sob o
comando do Controlador Aéreo Avançado (FAC), que os dirigiriam aos alvos
e os alertariam sobre as defesas inimigas e sobre outras unidades amigas
na área. O FAC poderia operar no solo, tanto na linha de frente quanto
adiante das tropas, ou ainda a bordo de helicópteros leves de
reconhecimento, como o Bell OH-58 Kiowa do Exército dos EUA. As
tripulações dos A-10 preferiam os controladores em helicópteros, pois
esses observariam as situações numa perspectiva semelhante à delas
próprias. Os FAC funcionariam como intermediários, recebendo as ordens
dos comandantes em terra e as traduzindo para a linguagem dos pilotos.
A aproximação ao alvo, seria sempre a baixa altitude, variando em função
do terreno, das condições meteorológicas e da experiência do piloto. Nas
planícies do Norte da Alemanha Ocidental, o vôo iria tangenciar o
terreno. Nas regiões mais montanhosas do Sul, o piloto poderia optar
por"deslizar" sobre os cimos ou descer ao fundo dos vales, serpenteando
a cada curva do terreno. Quanto mais experiente se tornava o piloto,
mais ele se sentiria a vontade voando sempre às mais baixas altitudes.
Os pilotos treinaram regularmente sobre as áreas específicas para as
quais eles se destinariam a operar em caso de guerra, de maneira que, em
combate, eles teriam vantagem sobre o inimigo, pois saberiam também os
locais onde os tanques do adversário estariam mais vulneráveis.

Estudos realizados na região do rio Fulda, determinaram que o terreno
montanhoso era bastante impróprio para os tipos de defesa antiaérea
usados pelos países do Pacto de Varsóvia, especialmente se o alvo se
mantivesse a menos de 90 m de altitude. Quando fossem chamados para a
ação pelos FACs, os A-10 se aproximariam do front a baixa altitude; a
uma certa distância do alvo (determinada pelas condições atmosféricas e
pelo tipo de armas, ascenderiam verticalmente a algumas centenas de pés
e, no menor tempo possível, iriam adquirir o alvo, mirariam e
disparariam logo em seguida.
Durante o mergulho, a aeronave ficaria muito vulnerável; portanto, assim
que as armas fossem disparadas, desviaria abruptamente o curso e
procuraria cobertura. A regra seria ficar o menor tempo possível longe
das árvores: um segundo a mais que o necessário poderia ser fatal.
Apesar de não possuírem radar de navegação ou de acompanhamento de
terreno, os A-10 podiam voar em condições meteorológicas piores que a
maioria das outras aeronaves de combate da sua época. No entanto, como
quase todas as suas armas eram miradas opticamente, era necessário um
certo grau de visibilidade. Operar com mau tempo iria exigir um vôo
próximo demais das defesas inimigas.
Lento e volumoso, o A-10 constituiriam um alvo tentador, e haviam
críticas na época sobre a sua capacidade de sobrevivência. Contudo, ele
possuía muitos recursos defensivos. Ao nível da copa das árvores, o
avião ficaria ao alcance das defesas terrestres apenas por pouco tempo;
com as suas violentas manobras efetuadas em áreas de alto risco, ele
acabaria se tornando um alvo de baixa probabilidade de acerto. O A-10
poderia ocultar-se atrás de grupos de árvores, abaixo de um barranco à
margem de um rio, atrás de um conjunto de edifícios, utilizando todas as
maneiras de dissimulação disponíveis no terreno. A velocidade do A-10,
de fato, era bem baixa: 682 km/h em vôo nivelado; com carga máxima de
1.525 kg, não passava de 623 km/h.
Mas como se esperava que o Thunderbolt II passasse a maior parte do
tempo entre 15 e 30 m sobre o campo de batalha, a maneabilidade era o
que contava mais. E nisso o A-10A era muito bom: poucos aviões tinham o
seu notável raio de giro. Além disso, era capaz de decolar com uma carga
respeitável mesmo em pistas de 305 m (com peso máximo, precisa de 1.220
m).
Os dois maiores perigos para eles seriam os mísseis leves de orientação
a infravermelho disparados do solo, e oZSU-23-4 "Shilka", que era um
veículo blindado de artilharia antiaérea autopropulsada, com quatro
metralhadoras de 23mm, orientadas por radar. O A-10A levaria em um
cabide da asa um pod de contramedidas eletrônicas que interferiria nos
radares dos canhões antiaéreos. Durante a arremetida de ataque, quando a
aeronave estaria efetuando um mergulho não muito acentuado e
conseqüentemente estivesse bastante vulnerável, ela ejetaria nuvens de
partículas metalizadas para confundir mais ainda os radares inimigos.
Graças aos seus turbojatos com alta taxa de bypass (fluxo de arque
passavam externamente à câmara de combustão) e ao posicionamento deles
na fuselagem, onde ficam mascarados pelos estabilizadores verticais e
horizontais, o A-10 já contava com um baixo sinal de infravermelho, mas
enquanto estivesse ganhando altitude ejetaria flares para levar os
mísseis guiados por calor para longe da aeronave. Numa batalha intensa,
alguns projéteis inevitavelmente atingiriam a aeronave, mas sua
estrutura extremamente resistente, os controles triplicados e a cabine
blindada a ajudariam a sobreviver a muitos impactos; o A-10 era capaz de
voar com um dos motores ou um dos estabilizadores arrancados.
O A-10 poderia na época ter duas armas principais: o temível General
Electric GAU-8A Avenger, tipo Gatling, de 7 canos, calibre 30 mm, e o
míssil AGM-65 Maverick. O canhão, mirado por um ponto no HUD, era usado
contra blindados. Seu poder de destruição era muito grande, devido à
alta velocidade de disparo e à combinação de projéteis perfurantes e
explosivos. O Avenger era eficaz a uma distância maior que a permitida
por outros canhões, o que exporia menos o avião. Para ataques a longa
distância, o A-10 utilizaria o míssil Maverick. Muitas vezes usariam um
indicador terrestre para iluminar o alvo com um feixe de raio laser, que
era então detectado pelo sensor de laser que ficava embaixo do nariz do
avião. Esse sensor enviava ao HUD informações sobre a posição do alvo e
possibilitaria ao piloto direcionar um sensor televisivo instalado no
nariz do Maverick. A imagem resultante era exibida em uma tela de TV na
cabine. Em más condições meteorológicas, a tela de infravermelho do
Maverick poderia operar com imagens em negativo.
Disparado o Maverick, o A-10 poderia voltar à segurança do vôo rasante.
O próprio míssil seguiria sua trajetória, subindo para obter um melhor
ângulo do alvo. Ele manteria a imagem fixada no centro de seu sistema de
mira e mergulharia, dirigindo-se para um impacto direto quase certo. A
ogiva com carga de conformação especial arremessaria um jato de metal
vaporizado e gás quente através da blindagem do alvo, destruindo-o. Os
Mavericks a infravermelho atuariam de maneira semelhante, usando uma
imagem formada por calor em vez de luz. A distância de lançamento do
Maverick seria geralmente por volta de 3.200 m, bem fora, portanto, do
alcance efetivo das metralhadoras do ASU-33-4.




Outra arma empregada pelo A-10 seria a bomba Paveway guiada por laser,
que seguiria até o alvo o feixe indicador, captado pelo sensor do avião.
Essas bombas guiadas não poderiam ser simplesmente lançadas (da maneira
como se faz nos outros caças), pois o A-10 não era rápido o suficiente.
Ele também poderia transportar bombas burras como a MK84 de 907 kg e as
MK82 de 227 kg, além de napalm e lançadores de foguetes.

Um A-10A mostra seus
AGM-65
Maverick e um um pod ALQ-184 de ECM
Ainda que compatível com uma grande variedade de armamentos, a
combinação mais comum utilizada na destruição de tanques junta 4 ou 6
mísseis ar-terra Maverick, apoiados pelo canhão GAU-8A, que pode se
ocupar dos alvos a curta distância ou ficar de lado como “reserva”.
Pela natureza específica de suas operações, os A-10 trabalhariam junto
com os helicópteros de ataque Bell AH-1 Cobra ou AH-64 Apache também do
Exército dos EUA. O conceito da equipe de ataque aéreo conjunto foi
desenvolvido para retirar o máximo de ambos os tipos de aeronaves: aos
A-10 caberia inicialmente o aniquilamento das defesas antiaéreas,
especialmente os ZSU-23-4 "Shilka", enquanto aos helicópteros de ataque
cuidariam dos tanques e blindados de transporte de tropas com seus
mísseis Hellfire. Para evitar acidentes, os helicópteros atuariam abaixo
da altura das copas das árvores e os aviões um pouco mais acima.
Devido a sua baixa altitude operacional, o A-10 não deveria ser
incomodado por caças do Pacto de Varsóvia,mas o combate aéreo fazia
parte dos treinamentos, e osA-10 passaram a levar dois mísseis AIM-9
Sidewinder para autodefesa instalados lado a lado na extremidade da asa
esquerda. Em algumas ocasiões eles engajaram helicópteros soviéticos
como o Mi-24.
No entanto, a agilidade e a capacidade de usar as particularidades do
terreno (como linhas de alta tensão) em seu próprio proveito deveriam
proteger o A-10; um piloto de MiG só se atreveria a encarar um A-10em um
ataque a alta velocidade. Tampouco helicópteros poderiam enfrentá-lo.
Em seu retorno à base, o A-10 poderia ser reparado das avarias mais
leves, reabastecido, rearmado e estaria de volta em um intervalo de
tempo muito curto. Bases onde os pontos de reabastecimento estariam
dispostos em rampas de concreto poderiam encher os tanques das aeronaves
com os motores ainda em movimento. Os pilotos poderiam ser trocados sem
demora, e o A-10 estaria pronto para a ação novamente.
A Força Aérea dos EUA uma vez estimou que toda a força dos Warthogs dos
Estados Unidos poderia ser efetivamente destruída dentro de duas semanas
em uma guerra européia convencional com Moscou. Segundo a revista Combat
Aircraft, a USAF calculou que se os A-10 entrassem em ação, sete por
cento das aeronaves seriam perdidas a cada 100 missões. Como era
esperado que cada piloto voasse no máximo quatro missões por dia, cada
base, em teoria, geraria mais de 250 missões diárias. Nesse ritmo, uma
taxa de perda de sete por cento a cada 100 vôos equivalia a pelo menos
10 A-10s abatidos em cada base avançada a cada 24 horas - e isso era um
cálculo conservador. Nesse ritmo, em menos de duas semanas, toda a força
A-10 da época - cerca de 713 aeronaves - seria destruída e os pilotos
mortos, feridos, capturados ou, pelo menos, muito abalados.
Vários estrategistas, num cálculo brutal do planejamento da Guerra Fria,
acreditavam que valesse a pena gastar toda uma frota de aviões de guerra
e todos os seus pilotos "em busca da destruição de várias divisões
blindadas soviéticas". Mas outros estrategistas não pensavam assim,
acreditando que havia formas mais inteligentes de se usar esses recursos
objetivando o mesmo fim.
Os pilotos dos A-10 não ligavam para esses números, na verdade. Um deles
disse: "Suponho que, na pior das hipóteses, eses números estão próximos
da marca." E continuou: "Mas nós confiamos no nosso treinamento e nas
nossas aeronaves e seus armamentos. Usamos táticas de vôos em formação,
treinamos para enganar o inimigo, nos prevenir dos radares e do fogo
antiaéreo e treinamos muito ataques simultâneos vindos de lados
diferentes para melhorar nossas chances".


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