Perfil da Unidade
SPECIAL AIR SERVICE - SAS CAMPANHAS Falklands - 1982
Desde 1833, as Ilhas
Falklands, no sul do Atlântico, estão debaixo da soberania britânica. A
Argentina também reivindicou as ilhas no passado. Em 1982, o chefe da junta
militar argentina General Galtieri decidiu retomar as ilhas. Em 2 de abril de
1982 forças argentinas invadiram as Falklands.
Diante das críticas, o governo prometeu adotar providências imediatas - e, na
verdade, antes mesmo do ataque às Malvinas, a resposta militar britânica já
estava a caminho. Informações do serviço secreto e fotos de reconhecimento de
satélites americanos passadas "rotineiramente" aos britânicos indicavam com
clareza os preparativos militares argentinos na última semana de março; no dia
29, diversos submarinos receberam ordem para se dirigir ao Atlântico sul. Em 48
horas, o HMS Spar-tan foi carregado com torpedos e partiu de Gibraltar. O HMS
Splendid seguiu no dia 1.° de abril e o HMS Conqueror no dia 4. Entretanto,
viajando à velocidade média de 23 nós, o Spartan só chegou a Port Staniey no dia
12 de abril - tarde demais para deter a invasão.
Era o começo de um período frenético de preparativos envolvendo improvisações em
todos os níveis.Batalha contra o tempo Como prometido, o Hermes e o Invincible
foram preparados em tempo recorde e despachados de Portsmouth em 5 de abril,
para seguir com os integrantes da Primeira Flotilha. Os principais navios do
grupo eram três contratorpedeiros Type 42 - Coventry, Sheffielde Glasgow - e
duas fragatas Type 22 - Brilliant e Broadsword. Nesse estágio, inexistiam planos prefixados para o desempenho da força-tarefa; não havia nem mesmo a convicção de que seria necessário empregar a força. Certamente não fora considerado com seriedade o fato de os britânicos terem de desembarcar nas Falklands com efetivos suficientes para derrotar uma guarnição argentina de 12.000 homens. Por outro lado, as autoridades navais concluíram que um contingente de infantaria mostrar-se-ia bastante útil: se necessário, uma área da Malvina do Leste, com insuficiência de guarnições, poderia ser tomada e transformada em pista de pouso provisória para os aviões Phantom, garantindo absoluta superioridade no ar.
A Marinha Real havia sido a primeira força a perceber as implicações da crise
nas Malvinas; por esse motivo, todo o empreendimento foi organizado e conduzido
sob o comando naval. Naturalmente, os almirantes voltaram-se primeiro para a
própria tropa: em 2 de abril, a Brigada Comando 3 do Corpo de Fuzileiros da
Marinha Real foi convocada para embarcar rumo ao Atlântico sul. A brigada foi
logo aumentada com o 2.° e o 3.° batalhões do Regimento de Pára-quedistas, duas
tropas de Blues e Royals com tanques leves, além de baterias de artilharia,
sinaleiros e forças especiais. Para os atacantes poderem chegar à praia diante da resistência argentina, foram acrescentados à força-tarefa os navios anfíbios de assalto Fearless e Intrepid, juntamente com equipamentos complementares para desembarque. Com eles partiram os seis navios logísticos de desembarque da Marinha, cujos nomes homenageavam os cavaleiros da Távola Redonda: Sir Bedivere, Sir Galahad, Sir Tris-tram, Sir Geraint, Sir Percivale e Sir Lancelot. Os homens embarcaram no Canberra e no Norland, um barco de passageiros e umferry do mar do Norte requisitados pela Marinha Real. Não há dúvida de que as instalações desses navios civis permitiram que a infantaria estivesse, ao fim da longa viagem, em condições de combate bem superiores às que teria se viajasse em barcos menores. O SAS
Assim que a notícia da
invasão chegou ao Diretor do Grupo do SAS, General Peter la de Billière, e do
comandante do 22 SAS, tenente coronel Michael Rose, eles começaram a lutar para
incluir o regimento na força tarefa que iria para o Atlântico Sul. Eles foram
bem sucedidos em seus esforços pois quando o porta-aviões HMS Hermes zarpou do
porto de Portsmouth, os membros do Esquadrão D (Major Cedric Delves) estavam a
bordo. Outros membros do Esquadrão D
voaram diretamente para a ilha de Ascensão, no meio do Atlântico, naquele mesmo
dia. Por volta do dia 4 de abril, o Esquadrão G estava a caminho juntou com o QG
do 22 SAS Regimento. Michael Rose colocou o Esquadrão D e o seu QG sob as ordens
do Brigadeiro Thompson, comandante da 3 Brigada dos Royal Marines. (Naquele
momento, o 3 Comando era a principal força de desembarque.)
Na mesma noite, a Tropa de Barco também escapou por milagre. Os motores de popa
de dois de seus cinco barcos de assalto Gemini, infláveis, enguiçaram e as
embarcações desapareceram na tempestade. Uma das tripulações foi resgatada na
manhã seguinte e a outra três dias mais tarde, graças aos sinais de emergência
do rádio. Os três barcos restantes alcançaram seu objetivo na ilha Grass - sendo
logo retirados, pois o gelo começou a retalhar os cascos de borracha. Todavia,
uma patrulha do SBS foi levada de helicóptero ao vale Sõrling e no dia seguinte
chegou ao fiorde Moraine.
A Ilha de Pebble localizada nas Falklands do Oeste tem uma extensão de uns 35 km e é um lugar desolado e varrido pelo vento. Sós cinco famílias viviam ali próximas ao campo de pouso na época da guerra, envolvidas principalmente com a criação de ovelhas. Segundos informações havia ali uma pista de pouso rudimentar, onde a Força Aérea Argentina havia colocado um grupo de Púcaras de ataque, outra ameaça ao desembarque. Pebble também era um ponto de chegada dos C-130 da FAA, onde sua carga era desembarcada e desdobrada em aviões menores. As aeronaves argentinas ali baseadas seriam uma ameaça para qualquer força britânica que desembarcasse nas praias das Falklands do Leste. Mas o alvo principal era o radar instalado ali. O ataque aos Púcaras disfarçaria a razão principal, que era a destruição do radar. Se atacassem apenas este, dariam indicações de que planejavam um desembarque na região.
M-16A1 de 5.56mm - Uma das armas mais usadas pelos homens do SAS
O famoso Colt Commando XM177E1 - Uma versão curta do M16 também usada pelo SAS No dia 10 de maio, oito
homens da Tropa de Barcos do SAS foram lançados a vários quilômetros da costa da
Ilha de Pebble em kleppers (canoas de dois homens, normalmente usadas pelo SBS),
com a missão de confirmar a presença e o número de aeronaves argentinas em
Pebble, avaliar a força do inimigo em e ao redor do campo de pouso, e trabalhar
rotas de aproximação e fuga da área para a equipe de assalto. O mar estava muito
bravio e ventava muito e os homens tiveram muito trabalho para chegar em terra.
Assim que chegaram montaram um posto de observação – PO.
O morteiro levado pelos homens que vieram nos Sea Kings foi deixado em sua posição e depois de uma hora em terra um grupo de apoio assegurou todas as rotas em direção a pista do aeródromo.
Um dos IA 58A Pucará argentinos baseados nas Falklands Os homens do SAS constataram que havia seis Pucarás na pista de vôo, junto com quatro T-34 Turbo-Mentor e um transporte Skyvan. Havia um total de 12 Pucarás argentinos nas Falklands, e se o SAS pudesse destruir a metade deles seria uma grande gratificação para a Força Tarefa. Ambos os lados esperavam que os Pucarás fossem um grande problema para os britânicos. Porém, os soldados do SAS tinham outros planos para eles. Os homens do SAS rastejaram até as aeronaves e colocaram cargas explosivas em sete delas. Momentos decidiram abrir fogo com suas armas e LAWS contra as outras aeronaves, enquanto o HMS Glamorgan começava a disparar contra os depósitos inimigos de munição e combustível. Pouco tempo depois o HMS Glamorgan começou a disparar em apoio a retirada do SAS, que fez uma checagem rápida nas aeronaves atingidas para ter certeza de que elas estavam destruídas.
Seqüência do ataque as aeronaves argentinas O grupo de assalto e as equipes de apoio se reagruparam e se preparam para sair o mais rápido possível da área do aeródromo. Mas os argentinos começaram a reagir. O SAS respondeu ao fogo das armas leves do inimigo e um de seus operadores foi ferido e imediatamente carregado por seus companheiros.
Todos foram para a área determinada para extração e voltaram a salvo para o HMS Hermes. O ataque foi um sucesso e ao todo o SAS destruiu 6 Pucarás do Grupo de Aviação 3, 4 T-34 Turbo-Mentors do Esquadrão CANA4 e um transporte Skyvan da Guarda Costeira, além de uma grande quantidade de munição e combustível antes de se retirar. O comandante da guarnição argentina foi morto e um operador do SAS foi ferido. A missão foi um sucesso, pois não havia nenhuma aeronave na Ilha de Pebble para interferir nos desembarques britânicos na Baia de San Carlos e o moral do inimigo estava baixo. Assalto diversionário a Goose Green (20 de maio) O SAS montou um assalto diversionario a Goose Green uma noite antes dos desembarque em San Carlos. Cerca de 60 homens do Esquadrão D atacaram a guarnição argentina em Goose Green simulando que o ataque era feito por um batalhão. Os homens marcharam por 20 horas para alcançar o norte de colinas de Darwin antes de atacar os argentinos com mísseis LAW e MILAN, metralhadoras GPMG, mísseis Stinger e armas automáticas. O inimigo foi tomado de surpresa e não conseguiu definir a posição do SAS e só respondeu com fogo esporádico. Na manhã seguinte o grupo do SAS se retirou e os desembarques britânicos em San Carlos tiveram inicio. Infelizmente durante os preparativos para a invasão o SAS sofreu uma grande perda. Entre o dia 18 e 19, homens e equipamentos estavam sendo remanejados para o grupo anfíbio que participaria dos desembarque. Nesse período 22 homens que estavam sendo transferidos do HMS Hermes para o HMS Intrepid morreram afogados quando uma ave se chocou contra o rotor de um Sea King, derrubando-o. Vinte das vítimas era do SAS (dos Esquadrões D e G), muitos dos quais veteranos da reconquista da Geórgia do Sul. Nove homens conseguiram sobreviver a tragédia.
Forças de elite britânicas entram em um helicóptero Wessex 5 para o cumprimento de mais uma missão Apoio direto aos desembarquem em San Carlos Na noite anterior aos desembarques um helicóptero do HMS Antrim identificara um posto avançado argentino em Fanning Head; suas peças sem recuo de 106 mm e seus morteiros de 81 mm dominavam a entrada para San Carlos Water. Uma equipe do SAS e 32 homens do SBS foram levados em helicópteros até as encostas acima do posto avançado, atingido a seguir por fogo de metralhadora e pela artilharia pesada do Antrim. De manhã, nove argentinos renderam-se. Três deles estavam feridos e doze outros haviam sido mortos. Os restantes, cerca de quarenta, fugiram para o leste; seriam atacados algum tempo depois pelo 3.° Batalhão de Pára-quedistas. Capitão Gavin John Hamilton No dia 5 de junho 5 patrulhas de quatro homens cada do SAS foram inseridas nas Falklands do Oeste. Elas tinham a missão de informar os movimentos de duas guarnições argentinas ali baseadas. No dia 10 de junho o Capitão Gavin John Hamilton (comandante da Tropas de Montanha), 29 anos, que tinha participado do assalto a Ilha Pebble, e sua patrulha de quatro homens, foram cercados em seu PO localizado bem perto de Port Howard. A tropa que o cercou fazia parte da 1ª Seção do Batalhão 601 de Aviação de Combate. Dois homens do SAS conseguiram escapar ao cerco, mas Hamilton e o seu sinaleiro, Sargento ficaram sob fogo inimigo. Diante do ataque inimigo Hamilton tentou cobrir a fuga de Fosenka mas acabou sendo morto, pouco tempo depois Fosenka foi feito prisioneiro. Hamilton por sua bravura em combate recebeu a Cruz Militar postumamente, pois como não tinha nenhum outro oficial britânico presente ele não pode ser indicado para Victoria Cross. Os argentinos trataram bem a Fosenka e deram a Hamilton um enterro com honras militares. Monte Kent
Operações secretas britânicas no continente sul-americano
O
SAS durante o conflito nas Falklands planejou um ataque ao território argentino
com o objetivo de destruir os mísseis
Exocet, os aviões Super Etendard e seus pilotos. De todas as armas argentinas a Força Aérea foi a que demonstrou ser a mais letal e determinada. A Marinha era basicamente uma força de defesa costeira com uma limitada capacidade anfíbia que diante da ameaça dos submarinos britânicos se resguardou em suas bases, se enviando para combater nas Falklands apenas seus pilotos navais e destacamentos de mergulhadores de combate e Fuzileiros Navais e o Exército, a exceção de suas forças especiais era constituído basicamente de jovens conscritos tomados pelo pavor, fome e frio. Diante dos soldados profissionais britânicos pouco podiam fazer.
A
Força Aérea Argentina – FAA era extremamente profissional e capacitada.
Os
pilotos argentinos deram provas de coragem e de grande perícia: os argentinos,
em particular, mostraram que é possível penetrar, tanto em terra, quanto no
mar, através das malhas dos atuais sistemas defensivos, adotando técnicas de
ataque baseadas, sobretudo, na utilização de baixíssimas altitudes. O recurso
a essas técnicas comportou, porém, consumo maior de combustíveis, alguns
acidentes e insucessos parciais, devido ao tempo insuficiente para a ativação
das munições empregadas. Os pilotos argentinos usavam aviões Mirage, Skyhawk
e Super Etendard.
Os Mirage e os Skyhawk usavam bombas “burras”, mas os
Quando
os argentinos desembarcaram nas Malvinas/Falklands, a Força Aeronaval Argentina
estava ativando seu 2º Esquadrão, equipado com 14 Super Étendard, que era um
caça leve de ataque, de fabricação francesa, desenvolvido nos anos 60 e que
em breve deixaria de ser produzido. O Étendard tornou-se importante por possuir
uma configuração que lhe permitia transportar e empregar o míssil Exocet, que
era, na ocasião, o estado da arte dos mísseis antinavio. O Exocet era de
grande porte, guiado por radar, podendo ser lançado de uma longa distância,
aproximadamente 30 milhas, transportando uma carga explosiva de 950 libras. Ele
cruzava a uma velocidade que se aproximava de mach 1, a um nível muito baixo
(quase no topo das ondas). Uma vez feita a aquisição do seu alvo, tornava-se
muito difícil de ser abatido. Os resultados de seu impacto eram por demais
devastadores. Sua capacidade de alcance tornava-o uma arma standoff ideal,
permitindo que a aeronave de ataque não necessitasse aproximar-se da PAC
inimiga. A melhor defesa contra o Exocet consistia no lançamento de uma grande
quantidade de chaff (pequenas tiras de metal que criam uma falsa imagem no
radar) sobre o mar e distante dos demais navios, gerando um alvo fictício.
Os
pilotos da 2ª Esquadrilha de Caça e Ataque do Comando de Aviação Naval
Argentina (CANA) foram treinados na França em 1980–81, e se
encontravam plenamente qualificados na aeronave. Entretanto, quando o conflito
das Malvinas/ Falklands começou, apenas 5 Super Étendard e 5 Exocet haviam
chegado da França. As nações do Mercado Comum Europeu e da OTAN determinaram
um imediato embargo ao fornecimento de armas para a Argentina. Em conseqüência,
o envio das aeronaves e dos mísseis foram suspensos pela França. O governo
argentino tentou desesperadamente, durante todo o conflito, conseguir mais mísseis
Exocet no mercado mundial, sem que obtivesse sucesso. A Argentina teria que
fazer a guerra com apenas 5 Étendard e 5 Exocet. Uma vez que o suprimento para
os Étendard havia sido cortado pela OTAN, a Força Aeronaval Argentina decidiu
manter uma das 5 aeronaves como reserva, e usá-la como fonte de suprimento para
as demais.
O
Exocet era um armamento complicado que exigia muita atenção, a par de que os
argentinos não possuíam prévia experiência com mísseis antinavios. Em
novembro de 1981, a Dassault Aviation, construtora do Super Étendard, e uma
corporação do Governo Francês enviaram uma equipe de 9 técnicos à Marinha
Argentina que, com alguns especialistas da Aerospatiale, tinham por missão
supervisionar a implantação dos Étendard e dos Exocet nas Forças Argentinas.
Os argentinos tiveram muitos problemas na adaptação do sistema de lançamento
do Exocet aos trilhos instalados sob os pilones do Super Étendard. Embora a
França tivesse aderido ao embargo de armamentos imposto à Argentina pela OTAN
e Mercado Comum, a equipe técnica francesa, que se encontrava na Argentina, não
foi retirada. De fato, os técnicos franceses, aparentemente, continuaram a
trabalhar nos Exocet, conseguindo reparar os problemas que existiam nos sistemas
de lançamento. Sem a ajuda dos técnicos e a conivência do governo francês
(“aliado” da OTAN/Inglaterra) teria sido improvável que a Argentina fosse
capaz de empregar, contra as forças britânicas, o seu armamento de maior
capacidade de destruição. No dia 2 de maio, a ação naval decisiva da guerra ocorreu quando o submarino nuclear HMS Conqueror afundou o cruzador argentino General Belgrano, fora das 200 milhas da zona de exclusão, declarada pela Grã-Bretanha, em torno das Malvinas/Falklands. O General Belgrano estava equipado com mísseis Exocet, e a possibilidade de realizar um ataque contra a Força-Tarefa britânica foi levada suficientemente a sério, a ponto de que decidissem torpedear o cruzador, causando uma significativa perda de vidas. A Zona de Exclusão Total A partir deste evento, os argentinos deixaram de considerar qualquer tentativa de ataque, empregando meios navais, e mantiveram o seu navio-aeródromo em segurança no porto. Todas as esperanças de ressuprir as guarnições nas ilhas, por navios, foram descartadas, deixando-as totalmente dependentes do transporte aéreo.
No dia 2 de maio, as más condições atmosféricas não permitiram qualquer tipo de atividade. No dia 4, entretanto, um Neptune SP-2H de reconhecimento identificou o que eles acreditaram ser o navio-aeródromo HMS Hermes, a leste de Port Stanley. Dois aviões Super Étendard, do 2º Esquadrão (os Super Etendard 3-A-202 e 3-A-203 pilotados pelo Capitão de Corveta Augusto Bedacarratz e o Tenente de Fragata Armando Mayora), cada qual armado com um AM-39 Exocet, decolaram para um longo vôo. A uma razoável distância, os Étendard receberam um plot (um sinal na tela do radar), não do Hermes, mas do destróier HMS Sheffield (do tipo 42, equipado com o novo míssil antiaéreo Sea Dart ), posicionado bem à frente da Esquadra, para defesa avançada e ou alarme aéreo antecipado.18 Os aviões lançaram os dois Exocet de uma boa distância (algumas fontes afirmam que foram disparados de 30 milhas, outras de 7 milhas). Logo após o lançamento, as duas aeronaves, prudentemente, se afastaram da cena a baixa altura. Um Exocet desviou-se, mas o outro (disparado do pelo piloto argentino Augusto Becarratz ) atingiu o alvo e avariou o Sheffield, causando severas baixas. O Sheffield foi posteriormente abandonado e, seis dias depois, afundou quando era rebocado. Ironicamente, os argentinos não puderam avaliar, de imediato, o resultado deste ataque por falta de meios de reconhecimento. Entretanto, a política dos britânicos, de manter a sua imprensa e o público inglês informados sobre a perda de vidas que viessem a ocorrer durante a campanha, levou estas informações, indiretamente, ao conhecimento do inimigo.
Assim, o Alto-Comando Argentino soube, dentro de poucas
horas, através da mídia inglesa, que o Sheffield havia sido atingido por um
Exocet. Se esta perda não houvesse sido publicamente anunciada, provavelmente
os argentinos teriam concluído que seus Exocet continuavam, ainda, com os
mesmos problemas técnicos apresentados, e poderiam ter decidido suspender o
emprego daquele míssil em futuros ataques.
No
dia 25 de maio, data da Independência Argentina (o mais importante feriado
nacional), um grande esforço de combate foi planejado pela FAS. Um segundo
ataque foi preparado pelo 2º Esquadrão e realizado às 16:30, tendo como alvo
o navio-aeródromo HMS Invincible, localizado ao norte do local de desembarque
nas ilhas. Como acontecido anteriormente, um Exocet lançado foi perdido,
possivelmente abatido por fogo antiaéreo. O radar do segundo Exocet estava
inicialmente direcionado para o Invincible mas foi desviado por uma grande
quantidade de chaff lançada, e o seu radar passou a locar-se em um plot
refletido pelo navio de transporte de carga Atlantic Conveyor (que não estava
protegido por chaff). O Atlantic Conveyor foi atingido, imobilizado e, em conseqüência,
vindo mais tarde a afundar. O ataque a este navio causou 12 mortes e a perda de
10 helicópteros, que se encontravam a bordo. A destruição dos helicópteros,
dentre os quais se encontrava um Chinook para transporte pesado, veio a
dificultar bastante o apoio logístico necessário ao Exército em suas operações
nas ilhas por possuírem poucas estradas e um terreno pantanoso. Torna-se
oportuno ressaltar que o ressuprimento de suas tropas dependia essencialmente do
transporte realizado por helicópteros. Desprovidos de um sistema de alarme aéreo antecipado de longo alcance para proteger a Armada os britânicos no Exocet o único sistema de armas que eles realmente temiam e a possibilidade de seu emprego orientou a integral conduta das operações navais britânicas. Os britânicos tinham homens do SAS em solo argentino operando perto das bases dos aviões argentinos. Eles tinham a missão de informar quando os caças-bombardeiros saiam em missão de ataque, especialmente os Super Etendard. Mas descobriu-se que os caças Sea Harrier não alcançariam os Super Etendard antes que eles lançassem os seus mísseis.
Diante da ameaça
de outros ataques contra seus navios os britânicos decidiram que era
chegada a
hora de destruir essa grande ameaça. Um ataque bem de sucedido
ao Hermes ou Invencible podia levar ao fracasso completo da retomada
das Falklands.
A
primeira opção para neutralizar esta ameaça era usar caças Sea Harrier da
Royal Navy ou um bombardeiro Vulcan da RAF contra Grande Rio. Mas os Sea
Harriers eram poucos e muito preciosos para serem arriscados, enquanto o Vulcan
era muito impreciso como se mostrou num ataque a Port Stanley. Assim nasceu a
Operação Mikado do SAS.
Uma
equipe de planejamento do SAS foi montada e dados de inteligência começaram a
ser coletados. A operação recebeu o nome de Mikado e a missão consistia em
atacar com um destacamento do 22 SAS a base argentina de Rio Grande, localizada
na parte argentina da Ilha Grande na Terra do Fogo, e destruir todos os mísseis
Exocet, os 5 aviões Super Etendard e os 10 pilotos da 2ª Esquadrilha de Caça e Ataque. O homem responsável pelo
planejamento seria o era Brig. Peter de la Billiere, diretor do Grupo
SAS/SBS. A primeira opção do SAS era a de se usar dois aviões de transporte C-130 Hercules, camuflados como argentinos, vindos do campo de pouso de Wideawake na Ilha de Ascensão, que aterrissariam na base argentina levando um destacamento de 55 do Esquadrão B do SAS. O assalto seria no melhor estilo Entebbe. Tecnicamente seria um pouso de assalto que tem é chamado de Tactical Air land Operation ou TALO. No TALO são usados até quatro aeronaves para tomar o alvo. É feito geralmente a noite e precisa pista de pelo menos 1500m. O pouso pode ser simultâneo se a pista de pouso tem uma pista taxiamento paralela. A surpresa é conseguida com vôo muito baixo, parada rápida e desembarque rápido. A surpresa permite derrotar o inimigo rapidamente. A força é usada para segurar a zona de pouso para a força de apoio chegar se necessário. Uma grande vantagem do TALO é que a força chega agrupada e pronta para ação. O TALO foi usado na invasão de Praga em 1968, no resgate de Entebe em 1978 e na invasão de Kabul em 1979. O TALO é uma opção quando o alvo é bem distante para ser alcançado por helicópteros. Os planadores das forças pára-quedistas da Segunda Guerra Mundial realizavam pouso de assalto, mas não foram mais usados depois desta guerra. Segundo algumas fontes os pilotos ingleses falariam em espanhol com maneirismos argentinos nas fases finais de aproximação da pista. Os aviões britânicos seguiriam as mesmas rotas de aproximação e aterrizagem dos aviões argentinos. Como apoio na fase final de aproximação seria usado um pequeno radiofarol guiado por satélite com VHF, que estaria localizado em um local deserto no Estreito de Magalhães . Para lá iria um Sea King que poderia auxiliar na evacuação de elementos que não puderam escapar com os C-130 no final da missão. Para se preparar para a missão o Esquadrão B começou a treinar nas montanhas da Escócia, antes de ser transferido para a Ilha de Ascensão. Até a Patagônia os C-130 realizariam um vôo de cerca de 10 horas num raio de 14.000 km. Por isso eles estavam equipados com sondas de reabastecimento e realizariam operações REVO com dez aviões Vickers VC-10 que reabasteceriam a si mesmos e aos dois Hércules, umas quinze vezes.
Os 55 homens divididos em grupos de 15,
com o auxílio de
Land Rovers que desceriam pelas rampas dos
Hércules,
destruiriam os seus alvos
principais e
também
destruiriam uma parte da pista e todos os caças Dagger possíveis, para impedir uma
possível caçada aérea aos C-130. Os aviões Neptune de reconhecimento naval
que estivessem no local também seriam destruídos. A parte da pista conservada seria usada
pelos Hércules para uma decolagem STOL. Feito
isso todos embarcariam novamente nos Hercules que esperariam por eles com os motores
ligados na pista de pouso. Então os Hercules voariam para a base aérea chilena
de Punta Arenas, diante do estreito de Magalhães. Os aviões deveriam depois do ataque se dirigirem para o Chile (aliado extra-oficial da Grã-bretanha no conflito) com a desculpa de defeitos técnicos. Se os C-130 fossem destruídos ou não pudesse levar todos os homens, mesmo assim a força de ataque em solo e as tripulações dos C-130 tentariam por seus próprios meios chegar até o Chile. As prováveis rotas de fuga seriam através do curso do Rio Silva que cruza a Estância de Sara Braun e também através da Estância de El Salvador. Estas rotas seriam fáceis de seguir e levariam para locais secretos.
Liberados das ameaças
dos caças Super Etendard
e dos Dagger e aproveitando a confusão
reinante nas bases argentinas, os navios britânicos talvez pudesse se aproximar
da costa e ajudar na evacuação dos homens do SAS. Porém o mais provável é
que todos os que não conseguissem sair com os Hércules se dirigissem para o
Chile, a pé, em helicópteros ou nos Land Rovers se isso fosse possível. Para que a opção de fuga para o Chile,
distante cerca de 80km, fosse viável, houve muito contato diplomático entre
Londres e Santiago para viabilizar a operação. Porém a opção do assalto com os aviões
C-130 se mostrou falha e foi abandonada pois o fator surpresa seria logo cancelado em virtude dos aviões serem captados
cerca de 30 milhas antes de aterrissarem, pois os argentinos tinham um
excelente monitoramento por radar daquela área e de que talvez o embuste de
pilotos
A outra opção de ataque era usar o
submarino Onyx para infiltrar durante a noite duas tropas do SAS de doze homens
cada, no litoral da Terra do Fogo. Os operadores seriam lançados ao mar e
remariam até a praia usando botes infláveis Gemini. Eles destruiriam os aviões e
os mísseis com cargas explosivas e foguetes antitanques,
antes de matarem os pilotos em seus alojamentos.
O
SAS executou vários ensaios para a operação nas águas de San Carlos, no
litoral oeste das Falkland do Leste, com aconselhamento do SBS.
O plano exigia o uso de muitas armas e equipamentos e os riscos eram
grandes, mas os homens estavam confiantes de que podiam faze-lo. Diante
disto e da necessidade urgente de destruir os Exocet e seus vetores a opção de se usar os
Hercules foi reativada o que gerou protestos entre muitos operadores veteranos
do Esquadrão B que neste momento já se preparava para deixar a ilha de Ascensão,
pois com a detecção prévia dos C-130 seria suicídio atacar a base. Um
sargento pediu baixa em protesto e ao saber que o comandante do Esquadrão também
achava a missão inviável o Brigadeiro Peter de la Billiere imediatamente o substituiu por
seu segundo em comando no Regimento. A queda do Sea King HC.4 ZA290
Helicóptero Sea King da Royal Navy desembarca tropas britânicas nas Falklands A equipe desempenharia uma parte importante na Operação Mikado, pois usaria equipamento de comunicação via satélite para guia os Hércules até o alvo. Porém o Sea King no dia 18 fez um pouso de emergência em Agua Fresca a 18 km ao sul do Punta Arenas, em território chileno.
A tripulação e a equipe do SAS
colocaram fogo na aeronave antes de se renderem às autoridades chilenas que os
resgatou em um helicóptero Huey UH-1D. Os três tripulantes e o pessoal do SAS
foram levados para Santiago onde ficaram hospedados em casas de britânicos e
depois voaram para Londres.
Como não receberam as comunicações em código do Sea King ZA290 para coordenar a operação e como essa parte da missão era fundamental, a missão foi abortada e os Hércules como os operadores do SAS voltaram para a Ilha de Ascensão.
Pouco
dias depois a
guarnição argentina nas
Falklands se rendeu antes da operação pode acontecer.
E se o assalto tivesse sido realizado poderia se constituir num massacre
do SAS pois os argentinos tinham reforçado com várias unidades dos
fuzileiros navais as suas instalações em Rio Grande além de minar
completamente a área. Toda esses acontecimentos ainda são bem obscuros, pois de acordo com alguns dados os Super Etendard jaziam destruídos, alguns dias depois, na base de Rio Grande, segundo uma foto apresentada por um certo Mario Burgos, oficial da inteligência chilena ao repórter Jon Snow da Independent Television New. Essa foto era verdadeira? Se verídica, quem teria destruído os Super Etendard? Uma equipe do SAS deixada no local pelo ZA290?
O certo é
que qualquer
que tenha sido o resultado da missão, o piloto, tenente dos Fuzileiros Navais
Richard Hutchings, e o co-piloto, tenente da Marinha Real Alan Bennett, receberam a
Cruz de Serviços Relevantes; o outro tripulante, suboficial P. B. Imrie da
Marinha Real, recebeu
a Medalha de Serviços Relevantes.
Na
época todo o episódio da queda do
Sea
King ZA290 foi minimizado pois não interessava a Inglaterra e a Chile
expor a sua aliança, os argentinos não queriam expor a sua fragilidade ao
admitir que comandos e helicópteros britânicos operavam livremente em seu
território e os americanos não queriam que o conflito se alastrasse para
outros países que poderiam vir em socorro da Argentina como o Peru e a
Venezuela.
O
Acordo Grã-Bretanha x Chile
Antes
do conflito nas Falklands já existia um clima de tensão no cone sul da América
do Sul. Argentina e Chile quase foram à guerra por causa
da disputa pelo Canal de Beagle. No início de 1982, os serviços de inteligência chilenos descobriram que uma operação militar para ocupar as ilhas Falklands poderia ser empreendida pêlos argentinos em 1° de maio. Isso serviria de ensaio para um possível ataque, meses mais tarde, a território chileno, e criaria um sentimento de nacionalismo exacerbado entre a população argentina, para dar respaldo ao governo. Em apoio a essa versão, os analistas militares apontam que, logo que a invasão das Falldands se concretizou, os fuzileiros navais e as tropas de choque que a realizaram foram transferidos para a fronteira chilena; a defesa do território recém-conquistado ficou por conta de recrutas. É provável que o governo chileno tenha passado aos dirigentes britânicos as informações de que dispunha.
Em
troca, o Chile recebeu apoio da Grã-Bretanha na Organização das Nações
Unidas, em torno da questão dos direitos humanos, bem como peças, armamentos
e até aviões Canberra e Hawker Hunter para equipar suas Forças Armadas.
Descrição:
Míssil Anti-Navio para ataque à grandes embarcações História:
Os mísseis Exocet começaram a ser desenvolvidos em 1967, originalmente
um míssil lançado por navio, MM.40, que entrou em serviço no ano de
1975. A versão lançada por ar AM.39, foi desenvolvido depois no ano de
1974 Aspectos:
O Exocet possui quatro pequenas asas no meio do corpo e mais quatro na
parte de trás. Até metade do curso, o míssil é guiado inercialmente,
seguido pelo radar ativo na fase terminal. Possui também um altímetro
para controlar sua trajetória baixíssima sobre o mar, voando à 3
metros de altitude quando o mar está calmo. Seu alcance é de 50km, mas
lançado do ar, pode chegar até 70km. Características
Gerais: Função
Primária: Míssil anti-navio lançado por ar ou por navio Construtor:
Aerospatiale Motor:
1 foguete de combustível sólido para o lançamento (2s ligado) e um
motor com combustível sólido com base em Hélio Peso:
652 kg Comprimento:
4.7m Diâmetro:
35 cm Velocidade:
Mach 0.93 Alcance:
por volta de 65 km Orientação: Radar ativo
Super Etendard - Ficha Técnica
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