Perfil da Unidade

SPECIAL AIR SERVICE - SAS


Operador do SAS nas Falklands, armado com um Colt Commando.

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A mais famosa e completa tropa de elite de todos os tempos foi criada em 1941 na África do Norte por um jovem tenente escocês de 24 anos da Guarda Real escocesa, chamado David Stirling, que também tinham servido na Layforce - uma unidade dos Commandos que operava no Oriente Médio. A nova unidade recebeu o evasivo nome de SAS - Serviço Aéreo Especial, para dar a impressão aos alemães que haviam tropas de pára-quedistas servindo no Exército britânico no Cairo.

 

 

David Stirling (comandante e fundador do SAS - de pé) junto ao Ten. Edward McDonald (de luvas) e sua patrulha de Jeeps no Norte da África.

Durante a II Guerra o SAS lutou na campanha da África do Norte, na Itália e no noroeste da Europa, onde firmaram a sua reputação. Com o fim da guerra o SAS foi desativado, mas no início da década de 50 foi reativado como 22 SAS e desde então tem lutado pela Grã-Bretanha nos mais diferentes lugares (Malásia, Omã, Bornéo, Vietnam - vestindo uniformes norte-americanos, Aden, Irlanda do Norte, Falklands, Libéria, Golfo Pérsico, Bósnia, Kosovo, Serra Leoa e Afeganistão). 

 

Operador do SAS em ação durante o resgate da Embaixada do Irão em Londres em 1980. Ele usa seu típico traje negro e porta uma submetralhadora Heckler and Koch MP5A3. Do cinturão pendiam o coldre para pistola Browning automática de 9mm e uma série de cartucheiras para as granadas atordoantes à base de magnésio, além de carregadores de trinta projéteis para a HK MP5A3.

O SAS também pode operar dentro da Grã-Bretanha, como foi o caso da Operação Nimrod, o resgate de reféns na Embaixada do Irã em 1980, que elevou o SAS a ter fama mundial. Para acionar o SAS não é tão fácil quanto pode parecer para quem assiste aos filmes. O SAS jamais opera por sua própria iniciativa. Como qualquer parte das forças armadas britânicas, pelos termos da constituição, só pode operar dentro do Reino Unido em apoio à autoridade civil, isto é, a polícia. Assim, para todos os efeitos, a polícia local mantém o controle total da operação. Na prática, porém, depois que os homens do SAS recebem a ordem de entrar em ação, a polícia local prudentemente sai do caminho. Pela lei, é o comissário de um condado em que surgiu uma emergência, que a polícia local julga não ser capaz de dominar sem ajuda, que deve apresentar uma solicitação formal ao Ministério do Interior para que o SAS seja acionado. Mas o comissário pode ser "aconselhado" a fazer a solicitação e seria muito temerário recusá-lo, se a sugestão vem do alto. Depois que o comissário de polícia do condado apresenta o pedido formal ao Subsecretário Permanente do Interior, este o encaminha ao seu equivalente no Ministério da Defesa, que por sua vez comunica ao Diretor de Operações Militares, que finalmente aciona o SAS, em sua base em Hereford. O fato de que todo esse processo pode se consumar em poucos minutos é uma decorrência de ter sido ensaiado e aprimorado repetidamente. É também em parte uma decorrência do sistema britânico, quando precisa agir depressa, possuir bastantes relações pessoais para que tudo se mantenha em nível verbal, deixando-se os memorandos para depois. A burocracia britânica pode parecer lenta e desajeitada aos britânicos, mas é rápida como um raio em comparação com a européia e americana. A maioria dos comissários de polícia britânicos já esteve em Hereford, a fim de conhecer a unidade chamada simplesmente de "o Regimento" e saber que tipos de ajuda exatamente pode-se receber, quando solicitada. Foram bem poucos os que saíram sem estar impressionados. Normalmente em menos de 60 minutos depois do primeiro contato entre o Ministério do Interior e o comissário de polícia, o Diretor de Operações Militares já fala por uma linha segura com o comandante do SAS, em Hereford ordenando a mobilização da tropa.

Todas essas campanhas tornaram os SAS imbatíveis em combates dos mais variados, desde assaltos no deserto passando por combates na selva e ações antiterroristas. Todas essa experiência lhes deu capacidade de desenvolverem as mais avançadas técnicas de combate que são copiadas por forças especiais em todo o mundo.    

O Regimento ativo do SAS é 22 SAS (O 21 e 23 são do Exército Territorial). Atualmente o 22 SAS possui cerca de 600 a 700 homens na faixa etária média de 27 anos. Eles são selecionados entre voluntários que já serviram pelo menos três anos em uma unidade regular do Exército britânico. Os candidatos a servirem no SAS passam por um duro e implacável curso de seleção que define se os candidatos têm capacidade de recuperação mental, boas condições físicas e autodisciplina. O processo começa com uma marcha solitária pela floresta, culminando com uma marcha forçada de 24 horas por 64 km carregando uma mochila de 25 kg. Os que não desistem passam para um treinamento especializado de quatorze semanas, que inclui pára-quedismo, técnicas de combate e sobrevivência. A partir daí, já como membros do SAS, aprendem línguas, medicina de combate, demolição, tiro de precisão, entre outros. Somente 5% a 7% dos candidatos chegam até o fim, pois exige-se uma combinação rara de talentos que só pode ser encontrada em poucas pessoas. Os operadores do SAS são treinados para usar praticamente qualquer tipo de arma britânica ou estrangeira, seja para aproveitar alguma qualidade especial ou para tirar proveito das armas que lhes caiam nas mãos durante uma batalha. 

O SAS esteve por muitos anos baseado em Hereford, no Oeste da Inglaterra. Stirling Lines era a casa do regimento até 1999. Neste ano o 22 SAS se mudou para uma base reformada da RAF em Credenhill, nos subúrbios de Hereford. 

A unidade de combate do SAS se baseia num módulo de quatro. Quatro homens formam uma patrulha, quatro patrulhas formam uma tropa e quatro tropas formam um esquadrão sabre. Mas nem sempre esse padrão é seguido, pois as condições da missões podem mudar essa proporção. Cada tropa tem uma especialidade em termos de uma habilidade de "inserção'.  O 22 SAS tem cinco Esquadrões Sabre (A, B, D, G e R) incluindo quatro tropas cada um (menos o R que é um esquadrão de reserva semelhante aos do TA SAS). Os quatro esquadrões sabre ativos circulam pelas diversas missões do SAS ao redor do mundo, como também em ciclos de treinamento de Selva, Deserto, Montanha, etc e Projetos Especiais, além das missões para a OTAN. Há sempre um esquadrão de reserva em Hereford.

As tropas do SAS são:

AR: Pára-quedismo. 
MONTANHA: Escalada e montanhismo. 
MOBILIDADE: Veículos e motocicletas. 
BARCO: Barcos e canoas. 

 

Os esquadrões giram a cada seis meses entre três papéis. Estes são: 
PROJETOS ESPECIAIS: Para ações anti-terroristas. 
EQUIPE DE TAREFAS: Para treinamento no exterior e intercâmbios. 

Existe ainda o QG do Regimento, um Esquadrão de Treinamento (Seleção e treinamento) e o Esquadrão 264 de Sinaleiros. Há também várias unidades menores de apoio como: Pesquisa de Operações, Demolições, Seção de Pára-quedas, Seção de Barco, Seção do Corpo Aéreo do Exército e uma sub-unidade responsável pelo funcionamento administrativo diário de todo o 22 SAS. 

 

O uniforme (usado apenas em instalações militares em tempo de paz) é o padrão do Exército britânico, com alguns detalhes que os distinguem dos demais: a boina cor de areia, a insígnia da boina ( uma adaga alada com a frase "Quem Ousa Vence") e as letras "SAS" orladas por asas, no ombro direito. Para missões antiterroristas, há um uniforme todo preto. Porém, como já é de praxe, eles não se prendem a uniformes padrões quando operam por trás das linhas inimigas. Dentro de uma mesma patrulha os homens podem usar combinações diferentes de uniformes militares quer sejam eles britânicos ou não, uniformes inimigos e até trajes civis. Por tudo isso o SAS se tornou a ponta de lança da Grã-Bretanha seja em guerras abertas ou ocultas e uma lenda mundial.   

A famosa boina bege do SAS e sua insígnia

O SAS tem algo excepcional em relação a suas graduados e oficiais. Quase todos os oficiais do SAS são agregados temporariamente, desligados de seus regimentos por dois ou três anos. Somente os suboficiais e sargentos permanecem indefinidamente no SAS — e nem todos, mas apenas os melhores. O próprio comandante, embora normalmente já tenha servido antes no regimento, serve no cargo por um curto período. Bem poucos oficiais ficam por mais tempo e todos esses ocupam postos em Logística/Suprimento/Técnica, no quartel-general do SAS. É por isso que os suboficiais e sargentos consideram o regimento como sendo deles. Algo interessante também é que no SAS não existem tenentes. Existem inclusive casos de tenentes que se juntaram ao regimento e pelo tempo que serviram lá foram temporariamente capitães voltando a seus postos originais quando retornaram a suas unidades. Os oficiais geralmente tratam os seus comandados, e também uns aos outros, pelos primeiros nomes. Os subalternos tendem a tratar os oficiais como "chefe", embora o comandante mereça um"senhor". Entre si, os praças e sargentos do SAS referem-se a um oficial como "um Rupert".


Comandantes (1941-1985):
Major David Stirling, Julho 1941 - Janeiro 1943
Paddy Mayne, Janeiro 1943 - Dezembro 1943
Brigadeiro R. W. Mc. Leod, Dezembro 1943 - Março  1945
Tenente Coronel Michael Calvert, Março  1945 
Tenente Coronel Michael Calvert, 1950-1951
Tenente Coronel John Sloane, 1951-1953
Tenente Coronel Oliver Brooke, 1953-1954
Tenente Coronel Michael Osborn, 1954-1955
Tenente Coronel George Lea, 1955-1957
Tenente Coronel Anthony Deane-Drummond, 1957-1960
Tenente Coronel Ronald Wilson, 1960-1962
Tenente Coronel John Woodhouse, 1962-1965
Tenente Coronel Michael Wingate-Gray, 1965-1967
Tenente Coronel John Slim, 1967-1969
Tenente Coronel John Watts, 1969-1972
Tenente Coronel Peter de la Billiere, 1972-1974
Tenente Coronel Anthony Jeapes, 1974-1977
Tenente Coronel Michael Rose, 1979-1982
Tenente Coronel Andrew Massey, 1982-1985

 

Operador do SAS em Oman na década de 1970 com turbante e armado com um fuzil L42A1 com mira telescópica L1A1. Esse fuzil é basicamente um Nº4 Mark I, de 7,7 mm, modificado para usar munição padrão da OTAN. Ele leva as costas um lança-granadas M79. Os operadores do SAS normalmente não usam uniformes regulares do Exército britânico, mas sim uma mistura de uniformes militares e outros trajes, que possibilitam conforto e uma desejada descaracterização de quem eles são e o que fazem.
 

Campos de Batalha: (até 2003)

Segunda Guerra África do Norte 1941-43 ; Itália 1943-45 ; Norte da Europa 1944-45 

Malásia

Oman

Bornéo

Aden

Irlanda do Norte

Falklands

Camboja

Colômbia

Kosovo

Serra Leoa

Macedônia

Afeganistão

Iraque 1990-91 e 2003


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